Desfavor da semana: Falta juízo.
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“Um caso inusitado acabou sendo julgado, nesta terça-feira (23), pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou o recurso de um juiz carioca que queria obrigar funcionários de um condomínio a chamá-lo de ‘doutor’.” FONTE
Tem mais:
“O juiz Luiz Augusto Guimarães de Souza, da comarca de Porto Alegre, sugeriu a uma consumidora do Rio Grande do Sul que se mudasse “para a floresta, deserto, meio do oceano ou para outro planeta”, ao negar-se a analisar seu pedido para proibir uma empresa de comercializar seus dados pessoais para fazer publicidade de produtos e serviços.” FONTE
Juízes brasileiros médios. Desfavor da semana.
SALLY
Você costuma ler todas as notícias que postamos na coluna “A Semana Desfavor”? Ela vai ao ar todo sábado, na parte da tarde. É uma compilação de notícias que mostram os maiores desfavores que aconteceram no Brasil e no mundo naquela semana. Não te culpo se não ler, porque é muita coisa, geralmente mais de cem notícias por semana, uma pior do que a outra. Pois bem, se você é um dos poucos heróis que as lê, deve ter observado uma tendência de notícias bizarras envolvendo juízes de direito: juiz tirando preso da cadeia escondido para ir trabalhar de graça na sua casa, juiz postando foto na praia e rindo publicamente do seu afastamento remunerado, em resumo, juízes se portando não apenas de forma inadequada como também inaceitável.
Essa semana tivemos mais dois exemplos: um juiz carioca que queria obrigar os funcionários do condomínio onde morava a chama-lo de “doutor” e um juiz que se recusou a defender a privacidade de uma consumidora sugerindo que se ela queria privacidade “se mude para uma floresta”. Acreditem em mim, eu já estive lá, eu vi como estão as coisas, esses exemplos refletem uma maioria e não uma minoria. Há seis anos a gente avisou que ia acontecer: os idiotas iam começar a passar nesses concursos cagados que de forma alguma medem inteligência e chegariam ao poder.
O Exmo. Sr. Dr. Majestade Salve Salve Antonio Marreiros da Silva Melo Neto, juiz titular da 6ª Vara Cível de São Gonçalo, Rio de Janeiro, não admitia ser chamado de “você” pelos funcionários do condomínio onde mora. Achava desrespeito. Sabe o que o Excelentíssimo fez? Decidiu mobilizar o Judiciário, alegando que ocorreu uma violação à dignidade da pessoa humana. Isso mesmo, um PROCESSO JUDICIAL por causa disso. E recorreu com esta merda até chegar ao STF. Siiiiiim, a corte máxima brasileira, que deveria ser guardiã da Constituição e de questões importantes, teve que julgar se os funcionários do condomínio Tralalá deveriam ou não chamar o Exmo. Juiz de “doutor” ou poderiam chamar de “você”. Pasmem.
Quando eu marreto sem parar que estão abarrotando o Judiciário de ações inúteis, não é porque eu sou exagerada, é porque está acontecendo. E a culpa não é dos idiotas que entram com estas ações e sim dos idiotas que as julgam, recompensando esse tipo de histeria. A culpa é dos juízes brasileiros, que deixaram a coisa chegar a esse ponto, tomados por uma histeria politicamente correta, por um suposto bom-mocismo hipócrita e por uma incompetência cavalar. Senhoras e senhores, estamos todos batendo palmas para maluco dançar! Esse juiz que entrou com a ação é culpado, porque ele deveria saber que não se mobiliza o Judiciário para isso. Mas o resto do povo é apenas idiota. A culpa maior está nos juízes que recompensam imbecilidade.
Já o Exmo. Sr. Dr. Dono da Razão Luiz Augusto Guimarães de Souza, da comarca de Porto Alegre estava julgando uma causa onde uma consumidora reclamava que uma empresa que ela contratou vendeu seus dados pessoais, incluindo endereço e telefone, para empresas de telemarketing que a estavam importunando. O que o Juizão decidiu? Sugeriu que ela se mude “para a floresta, deserto, meio do oceano ou para outro planeta”, ou seja, a institucionalização que seus dados privados podem ser livremente repassados por qualquer prestadora de serviço que você contrate. Acabou a privacidade e o Juiz ainda debocha de você em uma sentença paga com o seus impostos. Mas chamar de “você” não pode, chamar de “você” vai parar no STF! Coerência sensacional do Judiciário!
É óbvio que isso não aconteceu de uma hora para a outra. A falência do direito é um processo de dez anos para cá. Primeiro se fez sentir nos advogados: a queda de nível, acompanhada da queda de salário, acompanhada da queda na produtividade (spoiler: salvo honrosas exceções, escritório hoje nem DEIXA que advogado escreva, é corta-cola do que eles tem pronto, foda-se se o advogado concorda ou poderia fazer melhor). Mais cedo ou mais tarde isso chegaria ao Judiciário. Eu avisei, eu avisei muitas vezes ao longo do caminho e de fato aconteceu. Temos aí uma geração de juízes Brasileiros Médios que estão, em um misto de incompetência e arrogância, afundando a Justiça.
Não se enganem: não são me refiro apenas a juízes recém formados. Tem gente ali que sempre foi BM, mas andava na linha se não tomava um processo disciplinar ou era hostilizado pelos próprios colegas. Agora que a coisa desandou, agora que se pode ser BM sem medo de ser feliz, estão botando as garrinhas de fora. Infelizmente educação recebida em casa não é quem traça a linha do que o Brasileiro Médio faz ou deixa de fazer na rua e sim o grau de reprovação social que isso terá. No dia em que não for recriminado defecar no meio da rua, vão passar a fazê-lo. Sua ética, sua moral, se pautam no olhar de terceiros e no julgamento de terceiros, eles não tem internalizado um juízo de valor próprio.
Por isso, quando o meio desanda, quem está no entorno desanda junto. Se não há uma repressão social para coibir, cagam no meio da rua. Demorou muito tempo para que eu entenda isso e perceba como funciona. Enquanto não entendia, batia cabeça e achava que seu poderia mudar o quadro, ou ao menos, fazendo a minha parte bem feita, poderia ser uma exceção nesse meio. Não. Não dá. Porque quem segura o martelo desandou junto e por mais que uma pessoa “não desandada” se esforce, dificilmente vai ser recompensada, aliás, muito pelo contrário, vai ser punida por não entrar no esquema. Não estou exagerando: o Judiciário brasileiro está falindo. Por conta da burrice, da corrupção e principalmente da incompetência ele vai parar, atolado em suas próprias decisões.
O Legislativo não ajuda. Todas as leis que vem sendo feitas para tentar agilizar o Judiciário são um belíssimo tiro que saiu pela culatra, conseguem atrapalhar ainda mais. Estou cada vez mais convicta que corrupção é sintoma e não a doença. A doença que assola o país é a incompetência. A coisa caminha para a total falência do Judiciário e ninguém parece estar percebendo ou se importando. Os advogados, tal qual sapo em panela de água quente, vão se adaptando, se adaptando, transigindo com o intransigível até morrerem queimados sem perceber. Todo mundo muito focado no EU, no MEU carro, no MEU status, no MEU nome. EU, EU, EU. Todo mundo muito ocupado para se indignar e se enojar. Ninguém vê a Big Picture, só o pedacinho no qual transita.
Lamento informar mas na minha opinião (que atualmente não vale absolutamente nada) chegamos a um ponto sem retorno. Não, não estou sendo pessimista, estou sendo realista. Eu não abandonaria 15 anos de investimento intelectual se não tivesse absoluta convicção de que o navio está de fato afundando. Por conta da incompetência é questão de tempo para que o Judiciário, por si mesmo, se torne inviável. O que vai acontecer quando o caldo entornar? Não sei, não gosto nem de pensar no assunto. Ainda estou de luto por todo o tempo que perdi investindo em uma carreira que foi estragada pelo Brasileiro Médio e ainda estou pensando em como viver em uma sociedade onde não se pode contar com a prestação jurisdicional.
Para pedir que casos bizarros do Judiciário virem uma coluna fixa, para perguntar quem mandou eu não trabalhar no jurídico de uma grande empresa e passar longe do Judiciário ou ainda para sugerir que eu faça publicidade e vá trabalhar com o Somir: sally@desfavor.com
SOMIR
Em teoria, juízes deveriam ser expoentes de sabedoria e bom senso em nossa sociedade. Afinal, cabe ao juiz decidir sobre questões extremamente importantes sobre a vida das pessoas. Na prática, os juízes tupiniquins parecem estar num concurso de quem escreve a sentença mais engraçada e as questões que chegam até eles são cada vez mais fúteis.
O talento inconfundível do brasileiro de esculhambar instaurou-se no Sistema Judiciário. Culpe-se também a maior exposição em tempos de internet, mas colhendo opiniões de quem lida com os meritíssimos há vários anos, parece clara uma prevalência cada vez maior de completas asneiras e desmandos no setor da nossa sociedade que deveria… botar ordem nas coisas!
Os dois exemplos da coluna de hoje são excelentes por demonstrarem as duas formas com as quais os absurdos se apresentam na área: entra merda e sai merda. Ações estúpidas, fúteis e egoístas de gente que acha que o governo é o papai e tem que “olhar ele!”, e de outro lado disparates em forma de sentença. Não duvido que exista uma relação entre as duas coisas… Juízes cansados de tanta bobagem entre seus milhares de processos para julgar devem perder o fio da meada com o passar do tempo.
As bobagens escritas pelos excelentíssimos comediantes de toga, por sua vez, reforçam a sensação de bandalheira e injustiça no país, incentivando as pessoas a terceirizar o que ainda sobre de seus bons sensos para o Judiciário, até mesmo para evitar sentirem-se otários. Não confiam no que a Justiça diz, mas pedem a opinião mil vezes antes de tentarem resolver seus problemas por conta própria (não estou falando de fazer justiça com as próprias mãos no sentido violento, mas o de tentar dirimir desavenças com a boa e velha conversa…).
Acabamos aí com um sistema maluco: as pessoas acham que não presta, mas atolam da mesmíssima forma. Um alimenta a neurose do outro… receita de sucesso em qualquer relacionamento! Mas não aceitemos apenas isso como explicação, há algo que cheira ainda pior nessa história: a incompetência galopante da sociedade brasileira incentivada por um processo seletivo que é tudo menos justo.
Juiz é um cargo dos bons! Salário bacana, estabilidade, benefícios e influência vem no pacote. Não à toa, muita gente disputa a tapa cada uma das vagas que se abrem no país. Na verdade, a concorrência é tão violenta que no final das contas começa a se desconfiar se foi mesmo um ser humano estável e confiável que conseguiu o emprego.
Falo isso faz tempo: concursos tão concorridos privilegiam pessoas com boa memória e/ou com muito tempo disponível para se preparar, e não os melhores candidatos para a vaga. Acho ótimo que o juiz seja capaz de citar cada uma das leis que pretende defender, mas acima de tudo eu gostaria de ser julgado por alguém inteligente e vivido. Alguém com experiência de vida e a empatia necessária para compreender a situação sobre a qual vai fazer seu juízo de valor.
Concurso não define isso. Podem passar mentes brilhantes e bem ajustadas por esse processo, mas o jogo está viciado para o time dos que já nasceram com condições de disputá-lo. E quanto mais se refina o processo de escolha na forma de um vestibular, mais e mais juízes com severas dificuldades de compreender o mundo ao seu redor veremos. Pudera: precisa abandonar a vida real para ganhar a vaga.
E com um Judiciário abarrotado de processos, muitos deles desnecessários, a necessidade de mão-de-obra nunca arrefece. Cada vez mais juízes, cada vez mais novos, cada vez mais alienados da vida que se vive fora dos tribunais. Como o processo de seleção permite que incompetentes de boa memória ou com muito tempo livre tomem vagas de pessoas capazes, a quantidade de descalabros aumenta a olhos vistos.
E aí acabamos com o absurdo da lei escrita ser a única coisa entre o cidadão e qualquer senso de justiça. Analisada de forma robótica ou soterrada em gracejos desnecessários de juízes sem um mínimo de senso do ridículo. Quem deveria interpretar a palavra fria parece mais interessado em se livrar dos processos na mesma escala industrial com a qual os recebem. Justiça (mesmo que injusta – refiro-me ao cuidado de entender o caso e interessar-se pelo resultado) mesmo só para quem pode oferecer algo em troca para o juiz, mesmo que seja reconhecimento.
O sistema brasileiro é todo cagado por corrupção, mas incompetência é o que realmente ancora a esculhambação nossa de cada dia.
Sally, aproveitando a suspensão (in)voluntária por aqui, compartilho esta notícia:
http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/mulher-de-ex-assessor-de-gleisi-diz-que-marido-foi-abandonado-pelo-pt,e59e181dcf8e3410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html
Tenho uma idéia própria de para qual lado está balançando esta questão… mas vindo de alguém que já foi ‘low ranking’ lá dentro, qual tua honesta opinião?
Que suspensão involuntária?
… do ‘ban’!
Mas o que você acha que aconteceu no caso aí de cima ?
Você foi banido? Se tivesse sido não conseguiria comentar
ok então… devo ter me confundido…
Mas sério, a reportagem que eu postei me deixou com a pulga atrás da orelha. Tem muito ‘idiota útil’ no partidão, mas não pensava que podia chegar nesse ‘nível’. SE chegou neste nível, o que de pior pode estar por trás então?
E mais importante: que garantia que temos de que a nossa lei e ordem é uma coisa benéfica para nós?
Não, não. Eu quero saber. Porque você diz que foi banido?
… não é mais fácil achar o email que te enviei? É o mesmo que está na caixinha ‘Email’ que eu tenho que preencher aqui na postagem…
Não. É mais fácil perguntar por aqui. Porque você diz que foi banido?
… also, The Game.
É muito esquisito ficar conversando em comentários de blog como se fosse uma sala de bate papo. Meu autismo não computa.
Cara, acho que estou começando a lembrar, eu te bani porque você é CHATO PRA CARALHO, UM PENTELHO
Pô, sou chato, reconheço, mas eu perguntei de boa aqui uma notícia sobre uma fato relevante na questão de direito… e agora ficou um tempo só pra você chegar e dizer “ah, você é aquele cara chato, lembrei porque te bani”.
Por que não dá pra fazer os comentários sobre as coisas objetivamente ? Ou zerar e começar de novo ?
Sabe porque? Porque eu acho de uma cara de pau e falta de amor próprio absurdos você ser banido de um lugar, o que deixa bem claro que você não é bem vindo lá, e em vez de se recolher, mandar e-mail pedindo para publicar sua resposta e depois ainda tentar voltar novamente em um lugar onde já foi explicitado que você não é bem vindo. Estou debaixo da mesa de vergonha por você.
Pessoal, pra quem está pensando com seriedade em sair do país, eis aí uma oportunidade…
http://www.canadaparabrasileiros.com/blog/2014/04/imigracao-federal-50-profissoes/?fb_action_ids=730517357000035&fb_action_types=og.likes
Diana, vá em frente. Conheci gente que chegou um dia imigrante (sem qualquer qualificação impressionante) e, no outro, foi trabalhar no Banco do Canadá.
Sally, uma amiga comentou comigo a sentença de um juiz do trabalho sobre o pedido dela de indenização por dano moral aos trabalhadores ferroviários.
O caso é o seguinte: eles trabalham aproximadamente 12 horas por dia indo ou voltando da Capital até outra cidade, sendo que no percurso há poucas estações ativas, tendo em vista a desativação do trem de passageiros aqui no Estado. O trem não tem banheiro, visto que é de carga. Assim, eles tem que usar as estações ativas, que são poucas, ou parar para mijar (ou cagar) NO MATO! E quando param fora da estação, correm o risco de serem punidos pela empresa por ter parado o trem.
Sabe o argumento do cretino para indeferir o pedido de indenização por dano moral? Que frequentemente os brasileiros, em épocas de festas como carnaval, fazem suas necessidades nas ruas.
Na cabeça dele, não fere o princípio da dignidade humana a pessoa ter que cagar no mato, muitas vezes à noite, perigando ser atacado por uma cobra ou outro bicho, já que o caminho passa pelo Pantanal!
Não dá vontade de mandar esse filhodumaputa ir cagar no mato ele?
É o que mais tem: juiz sem sensibilidade social, sem a capacidade de se colocar no lugar do outro, sem bom senso. Faz o que com uma pessoa dessas? Só botando para cagar no mato, ele e os filhos!
Bom, resumo da ópera é que não há justiça na Justiça. Não há ética na prática jurídica e não há racionalidade na organização dos poderes.
Porque alguém que tem a mínima noção do que isto representa se obrigaria e se render à “””””Lei e Ordem””””” vigente?
Não há pessoas competentes. A organização dos poderes, na minha opinião, está muito bem estruturada na Constituição: poder diluído para facilitar fiscalização e dificultar o abuso de poder, freios e contrapesos (um poder fiscaliza o outro), e muitas outras coisas boas. Não funciona porque cada vez mais gente incompetente chega ao poder.
É como dar uma Ferrari para um macaco dirigir.
Mas comparando que muitos países ditos mais ‘civilizados’ dão meio que um ‘desprezo’ nesta diluição (me corrija se estiver errado, mas este sistema é inexistente em vários países europeus ocidentais), não seria necessário primeiro reestruturar a representatividade da população (p.ex., audiências públicas terem poderes legais deliberatórios, visto que é um dos poucos eventos de aproximação dos poderes e da população de forma direta) para depois compor o equilíbrio? Não sei se me fiz claro, elaboro depois se quiser…
… mas ainda voltando à pergunta ‘cerne’: e no curto/curtíssimo prazo? Como submeter-se estritamente à conjuntura da lei, sendo que no atual formato judiciário as “interpretações” podem facilmente me tirar da condição de cidadão e me colocar na situação de bandido (pro caso do ‘Doutor Majestade’, se ele conseguisse o que queria em uma instância anterior) ? Seria uma analogia do ‘crime compensa?’, porém levando em consideração uma completa inversão de valores neste cenário (apocalíptico) que nos encontramos hoje.
P.S.: seria possível me responder o email que mandei daquela vez, obsequiosamente?
Países civilizados tem Constituição com apenas dez artigos. Sabe porque? Porque o povo não é BICHO, ele sabe se portar, ele sabe o mínimo, ele não precisa de lei para lhe informar que não pode cagar no meio da rua. No Brasil isso seria impossível. Usar modelo europeu nesse povo mal educado não dá certo.
De qual e-mail você está falando?
Em suma, a civilidade passa longe do BM, não é mesmo?
seu último parágrafo reflete exatamente o que penso
Esse desfavor da semana não é tão bombástico e não tem muito o que ser questionado, é só uma triste constatação do judiciário no Brasil. Se até a justiça está falida, a quem vamos recorrer? A Suprema Corte Internacional?
A título de curiosidade, se o primeiro caso chegou até o Lewandowski, quanto tempo esse processo tramitou? Quantas idas e vindas, recursos, instâncias, julgamentos e sentenças aconteceram? O que mais me incomoda não é nem essa babaquice transitar no nosso jurídico e sim permanecer nele por tanto tempo. Sally, não achas que existe exagero em tantos direitos, recorrências e instâncias?
Donald Sterling: Esse cara é irrelevante pra 12 em 9 brasileiros, de tão insignificante, ninguém nunca deve ter ouvido falar nele. Pros americanos deve ser 10 em 9. Olha, mas se investigar esse babaca…. só as histórias mais conhecidas já dariam belas condenações. Nunca desperdiçaria meu desejo de que alguém morresse nele, pois ele não é importante pra isso… mas vai ser o tipo de pessoa que quando morrer não fará falta alguma ao mundo e vai deixar o ar mais puro. Mais hipócrita do que Sara Nazistóide Winter (sim, é possível).
Aos que não conhecem, contemplem…. http://basquete.ig.com.br/2014/04/26/donald-sterling-racista-hipocrita-e-dono-do-clippers/
Porque só agora uma babaquice desse infeliz veio a público?
Um educado, porém ainda um Processa Eu!….. http://bolapresa.blogspot.com.br/2011/01/dono-da-bola-los-angeles-clippers.html
Qual a relevância mundial das besteiras que ele fala?
Será que esse não é um factoide na linha polêmica a todo custo? Vai saber… O velho deve ter de reacionário o que tem de malandro.
Não infelizmente não é…. ele é só um idiota que é suportado por que tem dinheiro pra caramba. Ele só é relevante no meio do basquete, e conseguiu atenção por que o TMZ (duvidem, credibilidade 0, fico até com medo de como eles obtiveram o áudio) divulgou a conversa. O TMZ divulgou mais um trecho hoje, tão escabrosa o quanto, a tendência agora é ele tomar uma boa punição, pois até Obama se posicionou sobre o assunto. Todos sabiam que ele é um idiota, talvez só se assolaram com uma prova tão contundente.
Em suma, um alicate velho versão Yankee. Só o suportam porque ele “tem, né?”.
Sam, não sei te dizer quantos anos, mas não deve ter sido pouco tempo.
Não existe exagero de direitos, tem que dar muito direito, muita liberdade de expressão, muita chance de recorrer ao Judiciário. O filtro não pode ser feito com lei restritiva, porque daí acaba prejudicando o cidadão. O filtro tem que ser feito pelos juízes, caso a caso. Errou o primeiro juiz que colocou a mão em um processo cujo pedido era ser chamado de “doutor” pelos funcionários do condomínio onde o babaca morava e levou adiante (provavelmente por coleguismo).
Essa é a merda: é IMPOSSÍVEL que a lei escrita preveja tudo, regule tudo. Um grau de aplitude, abstração e generalidade é necessário. E quando estas lacunas são preenchidas por imbecilóides temos aí essa bela merda que se tornou o Judiciário brasileiro. Uma lei que é bacana cagada até a raiz dos cabelos por idiotas que não sabem aplicá-la com eficiência.
O nó górdio ai é a relação de clientelismo presente dentro das instâncias burocráticas que escaralhou de vez no passado recente. Como a pessoa sabe que arrisca a cair numa berlinda caso coloque em xeque alguma dessas relações de “toma lá, dá cá”, tende a deixar de lado O QUE está em mérito na questão para considerar QUEM é parte no imblóglio jurídico.
E nisso pesa não apenas a pessoa que é parte como reclamante ou réu, como também os advogados/escritórios que representam as partes envolvidas na ação. Não é a toa que os “grandes escritórios” recorrem ao estratagema citado pela Sally em seu artigo Sucesso Sem Mérito.
O primeiro caso é a típica carteirada… Como a pessoa tem condições pra levar a coisa adiante e mandar uma “litigância de má fé” tende a piorar o que já é ruim, vão empurrando com a barriga a situação, na espera que um dos dois lados se cansem e o problema se resolva por si só.
O segundo foi o bom e velho FODA-SE! Um julgamento favorável a reclamante não seria nem de longe garantia de resolução dos transtornos, sendo que havia um risco razoavelmente grande da pessoa impetrar com outra ação pelo mesmo motivo pelos seus dados terem rodado na “geral”, o que torna perfeitamente COMPREENSÍVEL a atitude do juíz, ainda que ela não seja exatamente a mais ponderada… Com tanto trabalho e tanta litigância, até é de se esperar que a ponderação fique mesmo pra escanteio.
Infelizmente o problema não é dos últimos 10 anos. É um problema CONJUNTURAL que está dando as caras hoje. O judiciário tem sérias limitações na sua atuação pela enormidade de subterfúgios possíveis, o intrincado jogo de relações políticas e a força do clientelismo baseado no “toma lá, dá cá”.
O resto é detalhe… Vai se empurrando a situação com a barriga porque partir pro enfrentamento é uma alternativa quase que suicida.
impetrar não né… ajuizar
não resisti. hehehe!
Tudo bem… Erros de colocações acontecem, em especial considerando que sou LEIGO em direito. Quem é forte em conhecimentos jurídicos é a Sally e não eu.
Mark, também achei compreensível a atitude do juiz relacionado ao uso dos dados da autora pela tal empresa… Essa questão não se resolverá com uma sentença aqui e outra acolá. Os dados da mesma mulher continuarão a ser usados e ela terá pouco ou nenhum controle sobre isso e talvez nunca saberá.
Fora o ponto central da questão que é o fato de nego querer discutir em juízo o resultado do “par ou ímpar” essas novas modalidades de distúrbio da paz nossa de cada dia, ou os crimes efetivos ditos modernos, desde hackeamento de sites bancários e etc, estão hoje acontecendo em simultaneidade com coisas antigas, muito antigas, e escrotas que ao longo das décadas não foram resolvidas nesse paraguaizão ridículo que é o Brasil. Pelo que se vê muito ainda falta para transformar o óleo em graxa, imagina querer extrair dessa justiça conceitos de primeiro mundo, faltam tantas etapas e o caminho é tão longo que sinceramente esse barulho que me perturba dentro da minha casa vindo do som do carro do BM cretino e ignorante passando lá na rua não é nada em relação as injustiças e coisas monstruosas negligenciadas pela Poder Judiciário brasileiro.
A questão central não é coibir telemarketing. A questão central é que quando você contrata um seguro de vida, por exemplo, a seguradora não saia VENDENDO informações pessoais suas como endereço residencial para quem quiser comprar.
Isso entra na chamada ZONA CINZA. É antiético? Sim! Mas infelizmente tem canalhas que fazem por não se ter a devida sanção na lei. E mesmo uma eventual indenização por isso (que seria o máximo que poderia se requerer em tal caso) não seria o suficiente para minimizar os problemas. Enquanto juízes fazem o que podem para não alongar as quedas de braço, tem muito adEvogado que faz o que pode pra vencer no cansaço.
Eis os três fatores que formam essa equação HUE:
1. Boçais que se dedicam de corpo e alma a se tornarem juízes apenas pelo dinheiro e prestígio.
2. Governo, ONGs e o caralho aquático ensinando que você pode se sentir ofendido por qualquer coisa (QUALQUER coisa) e tem todo o direito de processar deus e o mundo por danos morais.
3. Povinho merda, malandrão, e ao mesmo tempo com síndrome do vitimismo aguda, que quer tirar uma casquinha sempre que for possível.
Pronto. Causas frívolas e veredictos inacreditáveis impregnando o judiciário.
Tem mais um fator: o Poder Legislativo. Quando pessoas como Tirirca criam as leis que regem um país, pode ter certeza que mais cedo ou mais tarde a coisa desanda. Eu sei que parece radical, mas eu acho que para legislar deveria ser obrigatorio ter diploma em direito. Só sabe criar lei quem fez faculdade de direito, quem conhece a fundo toda a legislação do país, quem entende seu funcionamento. Essas leis “em tese”, aparentemente bem intencionadas mas imprestáveis estão fodendo com o país.
O Tiririca (aquele do “pior que tá, não fica”) é o MENOR dos males. O problema mesmo é aquele bando de canalhas que se utilizam de sua posição no campo político para manter relações clientelistas para com os desassistidos pra manter a todo custo a sua mamata ou quem sabe conseguir espaço para garantir uma mamata maior.
Esse povo não tem sequer proposta… Coloca os “feitos” na propaganda (bem ao estilo Maluf que fez) e tudo certo.
O que não falta, e não faltou nunca, foi gente com nível superior, inclusive em direito, fazendo leis idiotas e sacanagens… As Câmaras precisam mais do que apenas um corpo técnico, que aliás possuem desde sempre, precisam é estarem inseridas num novo sistema político. Vc pode colocar quem vc quiser fazendo leis, nesse sistema que está aí apenas teremos cocô sendo feito sobre as nossas cabeças!
Mas antes juízes eram uma elite de cabeças pensantes que interpretavam da melhor forma possível as bostas que vinham de lá e bem ou mal salvavam um pouco as atrocidades.
Agora não. Se saísse coisa boa de lá, um mau juiz não teria espaço para ser mau juiz. Ou, se houvesse bons juízes, a interpretação salvaria. Mas é merda de ambos os lados…
1) O bom e velho “concurseiro”, né? Em geral bancados por uma estrutura familiar relativamente privilegiada, já começam com melhores condições para se garantir no andar de cima.
2) Esse “jogo das bandeiras” é vantajoso a ponto de merecer até mesmo um artigo na coluna Publiciotários. Cabe perguntar ao Somir se ele acha interessante tentar esmiuçar essa parada de “táticas de guerrilha”, que aliás, são bem da área da publicidade. Não se enganem com a aparente boçalidade do Peta, do Greenpeace, do Renajune e de outros grupos assimilados. Claro, nisso também tem a carteirada de alguém em posição mais privilegiada, mas não é só “boçalidade”.
3) É a boa e velha parada do “farinha pouca… meu pirão primeiro”. O pessoal joga na base do oportunismo porque sabe muito bem que se não “descolar” uma boa forma de garantir uma boa boca, arrisca de ficar a míngua tendo que rebolar para manter uma vida minimamente digna. Em sua maioria, as pessoas aqui só ajudam alguém com algum interesse secundário nisso.
Poxa, parece realmente que estamos afundando, ein? Se juiz é tão incompetente a ponto de dar uma sentençazinha barata dessas, pelamor viu?
Porque você acha que eu joguei 15 anos de estudos e carreira no lixo e estou me fodendo toda para recomeçar do zero?
Triste, muito triste… deve dar uma dor imensa jogar as coisas pro alto assim e ter que recomeçar.
Dá, mas mais dor é conviver/compactuar/se adaptar/se acostumar com o que está acontecendo no Judiciário brasileiro. Erro na escolha, fazer o que? 15 anos atrás eu não tinha como saber que a coisa caminharia para esse lado.
Desculpem-me os advogados, mas se tem uma coisa que ‘adevogado’ adora é falar que é ‘adevogado’.
Geralmente numa conversa informal a média de minutos para a pessoa falar sua profissão varia conforme a mesma.
Médicos até evitam , porque já viu, vem um monte de sintomas.
mas ‘adevogado’…
Principalmente numa discussão, por mais absurda que seja, a gente visualiza o camarada já levantando o dedo na cara do outro e dizendo: Você sabe com quem tá falando ? Sou Adevogado!
Pior que adevogado é juiz de classe.
Se os concursados á são ruins, imagine os escolhidos por seu ‘ notável saber jurídico aliado a conhecimento específico de sua classe . É a cota ‘sindicato’ na justiça.
Se não me engano aquele ex-ministro do ‘cachorro também é gente’ era juiz classista.
O pior é que advogados parece que SÓ SABEM FALAR sobre seu trabalho. Mesmo em conversas informais acabam cuspindo termos jurídicos ou tentando falar difícil. TENHO HORROR, Ô RAÇA CHATA FORMALISTA. SOCORRO!
pois é….mas agora você não precisa mais se preocupar com isso porque não existe juiz classista.
Sally, acho que está na hora de mais um “em direito”.
Sabe que já nem me sinto muito qualificada para escrever sobre leis? Graças à diarreia legislativa que tem no Brasil, você se afasta poucos meses e já fica desatualizado. Mas meter o pau no que está errado eu vou fazer sim!
Sim, eu sei, que desde 99 eles foram afastados ( ou substituídos) , alguns exerceram até 2006 , principalmente em varas mais isoladas..Na pratica , os togados ainda se comportam como classistas. O direito não deveria se basear em uma racionalidade administrativa , os juízes de trabalho nunca avaliam a realidade social e as dificuldades das empresas, causadas ,geralmente pelo próprio governo ,mas tão somente o ‘politicamente correto’ sobre os pobres trabalhadores. Temos profissionais do que chamamos entrar nas empresas, apenas pensando no processo que vai mover após alguns meses de empresa.
Se iludir achando que isso é proteção ao trabalhador é burrice.As empresas se entravam com excesso de imposto e com leis trabalhistas que apenas deixam as empresas travadas e engessadas.
Quando a lei precisa proteger os profissionais, como os médicos que são contratados por prefeituras do interior e mesmo de capitais, e criar mecanismos de julgamento rápidos e exemplares a coisa é o contrário.
Aceitam exceções e fazem vista grossa.
E talvez aquela mentalidade regada a “Marx leite-com-pêra” colocando o trabalhador (“proletário”) como explorado e o empresário, em especial de pequeno vulto (“burguês” nessa visão enviesada) acabe por dar ainda mais sustentação pra essa posição de colocar o empregado como “vitima” e o empregador como “réu”, desconsiderando ai os princípios básicos de justiça tomando o rumo do mais tacanho “justiçamento”, que longe de ir na raiz do problema, apenas garante o benefício de alguns que usam tal expediente para conseguir benesses de forma parasitária.
Convém lembrar que esse pessoal também faz vista grossa a questão dos médicos considerando justamente a posição social de tais pessoas dentro da sociedade, dado que em grande parte, os médicos aqui provém das parcelas mais abastadas de nossa população (podendo ser facilmente enquadrados na categoria de “burgueses”) em contraponto ao estado, que no caso estaria capitaneado pela cúpula do PT, que joga lhoas ao discurso “de esquerda” para manter tais lacaios devidamente instrumentalizados dando suporte a política do partido.
“concursos tão concorridos privilegiam pessoas com boa memória e/ou com muito tempo disponível para se preparar, e não os melhores candidatos”
Dá pra aplicar isso nos vestibulares de medicina… E não por acaso, os trotes de medicina são terríveis (basta lembrar o último caso que aconteceu em São Paulo).
Casos bizarros do judiciário como coluna fixa seria bem interessante. Reforçaria a desesperança na humanidade.
Certamente o mesmo acontece no vestibular!
Estou ficando realmente com vontade de fazer um EM DIREITO FAIL
acho que se tu fosse fazer deveria se chamar Otaríssimo(s) (otário+merentíssimo)
HAHAHAHAHAHAHA
“Casos bizarros do judiciário como coluna fixa seria bem interessante. Reforçaria a desesperança na humanidade.” Não poderia concordar mais. E caí pra trás quando vi os dois casos que serviram de mote para o post de hoje
“Estou ficando realmente com vontade de fazer um EM DIREITO FAIL”
Por favor, Sally, FAÇA!
Estou realmente inclinada a fazer, porque quem está de fora não está tendo a noção do quão grave está a situação
faça sim! aposto que irei concordar com cada palavra
Nada mais natural. De quebra ainda tem a questão de que a correção também tende a ser “nas coxas”, com a possibilidade de maracutaias internas ou de falhas mesmo na correção.
hahaha, tinha que ser em S.Gonçalo! Mas acho que já teve outros casos deste tipo. Que frescura, hein. Tudo bem que o funcionário poderia chamá-lo de senhor, já que realmente este seria o pronome de tratamento adequado para pessoas que não se tem intimidade (e a notícia não diz a idade dele) e o você uma forma coloquial. Mas daí a querer ser chamado de Meritíssimo… Acho que é uma questão de ego, de achar que é mais importante. Talvez ele tenha pensado que chegando ao STF eles diriam: “que absurdo! um dos nossos!” e ele ganharia a ação.
Quanto ao segundo, sem noção, quero ver se começarem a ligar na casa dele.
Sim, é possível bloquear as ligações, mas não deixa de ser inconveniente ter que bloquear um monte de números. Não iam criar uma espécie de “lista negra”, como em outros países, onde teriam os números que não desejam receber ligações dessas empresas e se elas o fizessem seriam multadas?
Quanto ao corta e cola de peças, mas nem na faculdade se tem aulas decentes de prática jurídica, tem prof mandando comprar livro de peças, então na hora da prova o que tem é “cola” mesmo. Óbvio que vai sair alguém despreparado que só sabe fazer isso.
O primeiro caso é vergonhoso, levar a autoridade que se tem dentro de um tribunal para fora dele é um abuso, uma babaquice, algo ridículo, coisa de gente insegura.
No segundo caso, acho que vai bem além de ser importunado por uma ligação. Vender o ENDEREÇO DA SUA CASA sabe-se lá para quem é uma questão de segurança. Uma pessoa tem o direito de não querer que saibam onde ela mora. Privacidade. Eu já tive notícia de sequestros que acontecerem dessa forma: porque o endereço da pessoa foi vazado por empresas que a pessoa contratou.
Uma pena que a situação nas faculdades esteja assim. Eu dei aula de prática jurídica e gastava mais de quatro horas ensinando a construir uma boa peça, a contar uma boa história, de forma interessante e palatável (porém concisa) para conquistar o juiz, para convencê-lo e para facilitar seu trabalho. E sim, fazia diferença uma petição bem escrita, mas hoje em dia não faz mais, até porque, nem é o juiz quem lê e escreve a sentença, ele apenas assina.
Eu sei como é… E quem sequestra também tá nesse jogo de “rentabilizar” as custas de seu alvo. No submundo as regras não são lá tão diferentes das regras presentes no mundo cão que temos.
Infelizmente, bancos de dados com endereços e tudo o mais são uma mina de ouro para quem tem tais conteúdos e obviamente, as empresas que fazem cobrança ou prospecto de potenciais clientes são as maiores compradoras desse tipo de material.
Você tem muitas certezas muito fechadas. Deveria estar mais aberto, conviver mais com dúvidas, incertezas e questões em aberto. A vida não é tão simples e certa como você descreve. Porque você precisa tanto dessas certezas?
Impressão sua. Não preciso me agarrar a “certezas”, mas de fato tem um núcleo duro no meu posicionamento que é difícil de ser desconstruído.
No que diz respeito aos objetivos do “sequestrador” que relatei aqui, coloquei a posição de generalidade dentro do contexto brasileiro. Claro que há/houve os casos de sequestro onde os objetivos são de natureza política ou mesmo libidinosa, mas estes casos são exceção a regra geral presente aqui.
Também tem o posicionamento das “mulas” que ocasionalmente podem estar envolvidas no caso por motivações alheias a isso, mas também não compromete a regra geral presente em tais casos.
Não me referia a esse argumento específico e sim ao que vejo ao longo de anos. Nunca vi você mudar de ideia, nunca vi você se beneficiar do argumento de outras pessoas e refletir sobre eles, fazendo com que enriqueça os seus próprios argumentos. Nunca vi você dizer que não sabe, que está na dúvida ou que precisa refletir. São sempre afirmativas imperativas. A impressão é sua, se você acha que não faz isso, porque faz sim.
Sally, isso não é tão perceptível porque não dou mostras disso. Tendo a ter uma posição mais fechada em copas, mas isso não quer dizer que eu não reflita em torno dos argumentos alheios.
Pior são os BMs, que renegam a todo custo uma reflexão a sério e querem que você entregue a vida “a Deus” ou a algo que o valha.
Se não arrisquei a sorte em algum concurso público, foi pelas minhas provisões a essa altura serem bem limitadas graças as pisadas de bola daqueles que em teoria deveriam me dar um mínimo de arrimo.
No que diz respeito aos humoristas (um pomo de discórdia constante aqui), acho o Danilo Gentili um humorista mediano e que o Rafinha é inconstante a despeito de suas incisivas. Dentro da turma entre o “Agora é Tarde” e o “The Noite”, considero que o humorista mais talentoso seja o Mansfield (a despeito de seu sotaque meio que caricato). O Adnet tem um problema sério que é forçar demais tentando fazer tipo. A falta de naturalidade quando ele segue por tal caminho é tanta que me faz compara-lo ao Luciano Huck (uma verdadeira tartaruga em cima do poste) como apresentador.
Se reflete, como pode ser que em tanto anos nunca tenha revisto um posicionamento ou mudado de opinião?
Como outra pessoa que o acompanha há anos, fico me perguntando qual sua motivação em, por vezes, passar por situações constrangedoras na defesa de algumas opiniões que, no final do dia, nem eram tão relevantes assim.
Não tenho temor de “passar vergonha” por aqui, até porque esse é um espaço que me expresso bem na linha “foda-se”, sendo que por isso mesmo, não me preocupo com o quanto isso porventura possa respingar na minha reputação.
Ironicamente, vi aquela edição do The Noite com a Luiza Mell e uma das tiradas era uma indireta com a sexualidade do Gentili (se o que eu tivesse falado não tivesse nenhuma razão de ser, duvido que tivessem feito essa).
Você ainda vai discutir isso COMIGO? Sério mesmo? Qual é o próximo passo? Dizer que meu pai é gay e que você conhece ele melhor do que eu mesma?
Na verdade, o que aprendi aqui ajudou mais a CONSOLIDAR as minhas posições, que não eram tão embasadas há uns 5 anos por exemplo.
E é difícil eu rever com uma mudança radical na opinião pelo simples fato de que minhas posições são calcadas mais em uma observação do meio do que num embasamento teórico (que pelas suas próprias características permite um maior nível de controvérsia).
Cometo erros de julgamento por vezes? Sim, mas eles acabam ficando bem menores do que seriam por parte de uma pessoa que tem uma visão presa a algum viés ideológico em específico.
E falando nisso, chegou uma cobrança da Vivo que até estranhei. O motivo, bem, é que o destinatário da carta é uma pessoa que não mora aqui há SETE ANOS.
Se a dívida em “cobrança extrajudicial” é referente a uma linha telefônica anterior ao momento em que vim morar aqui, não era para a dívida já ter “caducado”?
Você acha que a Vivo não vai tentar cobrar SEMPRE? Vai que a pessoa paga…
Eu sei bem como é a parada. De qualquer forma, me causou estranheza eu não ter visto qualquer correspondência referente a isso no correr desses SETE ANOS referente a tal dívida (que aparentemente era de uma linha fixa da “telefônica”) e a correspondência me aparecer AGORA. WAT?!
“Juiz é um cargo dos bons! Salário bacana, estabilidade, benefícios e influência vem no pacote(…) Pudera: precisa abandonar a vida real para ganhar a vaga”
O pior é que, ao menos aqui em São Paulo (espero que tenha mudado), a fase final de muitos concursos de Magistratura duram alguns meses na Escola da Magistratura, são em período integral e, assim, o candidato que conseguir chegar até esse ponto terá que abrir mão de seu emprego para cursar essa fase final, correndo o risco de ficar de fora.
Nisso, como alguém inteligente, vivido, com experiência de vida e a empatia necessária para compreender a situação sobre a qual vai fazer seu juízo de valor geralmente invariavelmente está em um estágio em que não tem poupança suficiente, contas para pagar, família(s) para sustentar, essa pessoa não será louca de jogar tudo pro alto para prestar um concurso demorado e de resultado tão incerto. Dessa forma presta algum outro concurso que o permite conciliar sua aprovação sem deixar seu emprego atual. Não é por menos que a Receita Federal, no geral, atrai as melhores cabeças. E sua eficiência e eficácia cresceram a largos passos ultimamente.
E não me surpreenderia se acabassem por retomar incluir na exigência de 3 anos de experiência jurídica o tempo de estagiário, voltando a uma situação de quase vinte anos atrás, diante da situação em que, por exemplo no TRT, por mais que nosso judiciário esteja repleto de BMs, concursos eram realizados um atrás do outro (ou ainda são, vai saber) pois os aprovados eram bem aquém das vagas necessárias.
Essa explosão de gente fazendo concurso certamente vai ter um efeito rebote. Não sei bem qual vai ser, mas certamente isso não vai ficar impune
E é por isso que eu vejo de forma mais desconfiada a cada dia os concursos públicos. Ninguém mais faz concurso para um cargo que goste, salvo engano alguns profissionais como professores e da área de saúde, que exigem uma certa entrega no momento de exercer a profissão.
A cada dia, o que mais vemos é: “meu filho, para de sonhar e ser idiota, faz um concurso público que vc vai estar com a vida ganha!”
E aí nascem os “concurseiros”. Me desculpe quem está nessa, mas é muito raro ver alguém que se dedica integralmente à cargos públicos batalhar por uma vaga a qual realmente almeja, porque sonha em trabalhar com aquilo. O que se procura é a mamata, pura e simplesmente. E o pior é que a maioria que quer a mamata, é quem presta concurso para a área de direito. O que eu mais conheço, é gente que está na faculdade de direito para poder prestar concurso para a área. Gente que detesta, odeia, mal sabe interpretar uma lei, mas que quer fazer o tal concurso como meta de vida.
Muito triste.
É o que mais tem hoje em dia: gente que entra na faculdade de direito PARA fazer concurso e ter a “vida ganha”, mesmo sem gostar de direito, mesmo sem ter a menos sensibilidade social. Taí a merda, parabéns a todos os envolvidos.
Vai ter a vida ganha, um bom emprego, status, dinheiro e será infeliz. Não poderiam ser mais idiotas.
Sinceramente? Para algumas pessoas, dinheiro e status bastam para serem felizes. De coração, conheço várias pessoas assim.
“Para algumas pessoas, dinheiro e status bastam para serem felizes. De coração, conheço várias pessoas assim.” Eu também conheço, Sally…
Para elas tá ótimo passar em um concurso tipo Delegado, ter status, ter poder e ter um bom salário. Foda-se as coisas com as quais tem que compactuar. Acho gente assim uma modalidade de psicopatia adquirida, que vai perdendo a sensibilidade e a empatia com o tempo. Deixam de ser seres humanos.
Sim, passam a viver numa bolha. E, nas campanhas salariais, reclamam que os 20 mil reais que recebem não tem mais o mesmo poder de compra do ano passado.
Parecendo meu pai no fim da vida. Depois de em 1994 ter tido seu benefício do INSS ter sido reajustado de pouco mais de um mínimo para cerca de 3 mínimos (recebendo cerca de 4000 em atrasados), reclamava na medida em que o benefício que recebia de aposentadoria recuava em proporção com relação ao salário mínimo.
É deprimente ver pessoas assim, viu? Bom, eu pelo menos pretendo futuramente prestar concurso público federal mas serei feliz nesta escolha!
Eu tive uma colega (não era de faculdade) que se formou em direito mas disse que não amava. Então ia fazer qualquer concurso.
E aqueles funcionários de cartórios de varas, que dá pra ver que odeiam aquilo ali e só estão pelo dinheiro?
Acho triste, mas também é triste fazer o que se ama e não ter um centavo no bolso. O ideal seria um país um pouco menos merda onde TODOS tenham uma remuneração digna e possam fazer aquilo que gostam.
Por uma questão de consciência, se optou por concurso, mesmo que não morra de amores, a pessoa deveria fazer seu trabalho bem feito, com cuidado, com respeito, com capricho. Para ser profissional não é indispensável amar o que se faz.
A cada dia, o que mais vemos é: “meu filho, para de sonhar e ser idiota, faz um concurso público que vc vai estar com a vida ganha!”
Se você soubesse quantas vezes já ouvi isso, Diana…
“O que se procura é a mamata, pura e simplesmente. E o pior é que a maioria que quer a mamata, é quem presta concurso para a área de direito. O que eu mais conheço, é gente que está na faculdade de direito para poder prestar concurso para a área. Gente que detesta, odeia, mal sabe interpretar uma lei, mas que quer fazer o tal concurso como meta de vida.
Muito triste.”
Isso é mais do que triste, Diana. Isso é algo que, além de perigoso, ainda vai contribuir para que o Judiciário, em breve, se torne inviável, da forma como a Sally descreveu.
W.O.J., escuto isso todas as vezes que falo com o meu pai. Por conta da família dele, pelos exemplos que ele teve, passar num concurso público é tudo o que ele almeja pra mim. Me irrita, mas aprendi a relevar.
Por exemplo: ele relutou muito pra pagar cursos pra mim. O único que ele pagou com gosto, super feliz, foi um para que eu prestasse concurso público. Resultado: quando realmente percebi o que era, larguei pela metade.
Olha, a única vantagem que vejo no concurso público é a estabilidade permitir que a pessoa empreenda em outras atividades. Conheço muito servidor que também é profissional liberal, dá aulas, etc., não só em complemento à renda mas com liberdade de fazer o que gosta, escorado na segurança do salário público.
Essa sim é a estratégia dos vencedores, Suellen. Se escorar no público para tentar marcar posição por si no privado. Ainda que se deixe de lado a ética nisso, estratégicamente é o caminho mais acertado.
O jogo é de parasitar enquanto der, mas acho que essa estrutura logo desaba. Não dá pra ficar sustentando quase que todo mundo na base do parasitismo.
Em tempo, a boca dos concursos públicos tende a ficar cada vez mais difícil de se conseguir, até porque há uma tendência a se utilizar da terceirização como subterfúgio para reduzir custos ou mesmo garantir uma posição mais privilegiada pra alguns maganos.
Bem, dizem que a economia só cresce mesmo com inovação, empreendedorismo, com a apresentação de produtos e serviços agregados. Do que adianta dar bolsa, universalizar o ensino superior, etc, etc, se todo mundo quer mesmo buscar a mamata no governo.
Um exemplo comparável a isso foi o que aconteceu com a Inglaterra. Quanto se tornou império, pouco a pouco a vantagem que ela obteve com a Revolução Industrial se foi. Isso porque as pessoas preferiram seguir a riqueza, ou seja, ser um funcionário da Coroa com vários privilégios em qualquer parte do mundo ou então trabalhar no mercado financeiro administrando essa riqueza. E toda sua primazia industrial foi perdida para a Alemanha, Japão, EUA, etc. Hoje o país só se sustenta, em grande parte, por esse mercado financeiro e pelo glamour de Londres e de seus produtos do tempo em que dava as cartas no mundo. Já o Brasil vai perder o que nem sonhou conseguir.
Afinal, uma coisa é quebrar a cara na iniciativa privada e buscar segurança no serviço público, como foi meu caso. Outra é sair da faculdade direto para os concursos públicos, querendo mamata mesmo. Pessoalmente, o símbolo desse modelo distorcido é o número crescente de engenheiros (de boas faculdades públicas) indo direto para concursos públicos em que nada vão aproveitar os conhecimentos que custaram uma boa grana, seja do bolso dos pais, seja dos impostos de todos. Um total desperdício. Até porque imagino o custo de manter uma faculdade de engenharia em comparação a cursos de humanas…
Mas, pensando bem, segurança? Enfim, mamata é a desculpa dos mal-intencionados, ao passo que a segurança é a desculpa dos bem-intencionados. Talvez se tivesse tido mais coragem, conseguiria sustentar de quem depende de mim sem ter apelado para o concurso. E olha que aplico 100% no meu trabalho do que aprendi nas duas faculdades que cursei.
Não é pecado optar por concurso, o funcionalismo público precisa de boas funcionárias como você. O que a gente condena é gente que NÃO GOSTA, NÃO SABE e NÃO QUER fazer, mas passa no concurso visando apenas o salário e faz um trabalho de merda. A prestação da jurisdição é monopólio do Estado, não é como a educação, que se a escola pública for ruim você tem a opção de uma particular. SÓ o Estado pode fazer. Então, se não for bem feito, a sociedade toda se ferra.
O problema é que essa maioria dos que não gostam, sabem ou não querem fazer acabam minando o nosso tesão no dia-a-dia, tal qual o sapo fervendo aos poucos. Por essas e outras, não me vejo 30 anos trabalhando no mesmo lugar com as mesmas pessoas.
Quando se é obrigado a trabalhar em equipe, coisa pela qual eu já passei, realmente você vai morrendo por dentro…
A mamata é o seguro. A inovação e o empreendedorismo com a apresentação de produtos e serviços agregados é um jogo arriscado. Na dinâmica carniceira que vemos no cotidiano, empresas que pareciam fortes e poderosas foram se apequenando até virar quase pó.
A Kodak (alguém lembra) é um bom exemplo. A Nokia é outra que está tomando o mesmo caminho pelas notícias que obtive. É a lei da selva e se você não sabe jogar bem com a questão das perspectivas, acaba na mão.