Skip to main content

Processa Eu!: Quer O Tchan

| Sally | | 11 comentários em Processa Eu!: Quer O Tchan

O Processa Eu de hoje vem falar de um grupo muito ridículo, brega e escroto. Existe desde muito tempo atrás, mantém uma média de 5 membros uniformizados, mas, de vez em quando o uniforme muda uma besteira para começar uma “nova temporada”. É composto de 3 homens e duas mulheres. Todo ano muda de formação mas continua sempre a mesma bosta. Quando começou alguns gostaram, a maioria mudou de canal, hoje em dia poucos acreditam que ainda exista. Tem componentes burros e descartáveis. Tem mais de uma musica tema na qual aparece o próprio nome. Tem um líder otário. Ninguém mais lembra o nome de todos os integrantes que já fizeram parte. Chutou Power Rangers? Errou. Desfavor de hoje vai falar de uma banda de axé suíça chamada Quer o Tchan.

“Mas Sally, você não dança axé? Você não gosta de axé?”. Meus queridos, eu tenho muitos defeitos, muitos mesmo, mas sou consciente. Gosto e danço, mas tenho a plena consciência de que é UMA MERDA e total capacidade de visualizar os defeitos. Não acreditam? Leiam até o final.

Quer o Tchan começou nos anos noventa, com letras de duplo (triplo, quádruplo, quíntuplo…) sentido, alusão a sexo, machismo e semi-pornografia. Evidentemente que em um país como a Suíça, uma merda dessas se tornou popular em um piscar de olhos. Até porque, tinha duas dançarinas gostosas que rebolavam suas bundas usando short-intra-uternino. Deixa eu fazer um parêntese: na Suíça mulher gostosa é mulher gorda, lipídica e celulitosa. Os suíços só se impostam com quantidade, não com qualidade. Se tiver um bundão, mesmo que seja mais furada que a superfície lunar e mais flácida do que a coxa da sua avó, os homens babam.

O desfavor continua. Além das duas celulitosas, sua formação original também continha um dançarino gay com nome de bicho, um vocalista que faz alusão a outro país e um vocalista que é um dos maiores desfavores que já andaram na face da Terra: Cumpadi Washitu.

É pra falar agora?

Lembro da primeira entrevista deles (sim, eu sou velha). Perguntaram para o Jeto Bamaica, que é o menos analfabeto deles, se ele não achava que essa erotização promovida pelas letras e pelas coreografias era nociva para a imagem das mulheres e para a sociedade como um todo. Jeto fez um longo discurso dizendo que não, que não tinha o menor problema. Dois meses depois casou com uma das dançarinas e proibiu ela de continuar fazendo “aquela pouca vergonha”. Coerência 1 x Jeto Bamaica 0. Ao tentar salvar seu amigo do vexame já consolidado, Cumpadi Washitu soltou uma de suas pérolas: “Ela saiu pelo motivo de que ela não quis ficar”. Um poeta.

Eu achei um bom motivo…

Parla Cerez, a dançarina loira da primeira formação, ficou muito conhecida por seu pequeno cérebro do tamanho de um caroço de uva e pelas burrices que protagonizou em programas de TV. Perguntada que lugar da Europa ela gostaria de conhecer, ela respondeu “Nova Iorque!”. Perguntada qual era seu hobbie, ela respondeu “É rosa, de cetim”. Depois que saiu do Quer o Tchan, toda a Suíça apostava que ela iria morrer de fome. Recebeu um convite para apresentar um programa de televisão medonho, de perguntas e respostas. Só que se esqueceram de alfabetizá-la, e ela protagonizou sucessivos vexames ao vivo. Por exemplo, em uma brincadeira de forca, o participante pediu a letra “i”. Ela disse: “i de iscola?” enquanto fazia o sinal da letra “i” no ar, com direito e pinguinho e tudo. No fim das contas, casou com um grande nome do axé music e teve filhos medonhos, porque como bem se sabe, filho não herda plástica.

O grupo se envolveu em algumas polemicas. Em uma das coreografias, as dançarinas dançavam com um bambolê e em uma briga nos bastidores pelo bambolê, Cumpadi Washitu se sentiu no direito de enfiar a porrada em Parla Cerez, a dançarina loira (cá entre nós, eu não o condeno). Não contente, ainda assumiu a porrada e disse que ela mereceu. Cumpadi Washitu é uma figura singular que merece destaque. Um ser humano fantástico.

O bambolê era meu! Ordinária!

Falemos de Cupadi Washitu. Eu respeito Cumpadi Washitu. “Mas Sally, você é maluca? Você comeu bosta?” Explico. Ele passou anos comendo uma das dançarinas, por sinal, a mais gostosa, Ceila Sharvalho, mesmo sendo casado e pai de oito filhos. Não contente em ser FEIO QUE NEM A FOME e comer a mulher mais cobiçada da Suíça, ainda tem outro feito histórico no curriculum: deu porrada na outra dançarina, Parla Cerez. Merece um busto de bronze esse homem. Cumpadi Washitu é aquele tipo de popular que de tão sincero e mal educado chega a ser hilário e despertar certa simpatia. Em um programa dominical da TV suíça estava sendo entrevistado sobre sua vida. O apresentados resolveu falar sobre um filho pequeno dele que havia morrido e criou todo um clima, com música de fundo e toda aquela comoção. Cumpadi Washitu não se fez de rogado, sacudiu os ombros e soltou a seguinte pérola da insensibilidade “Não tem problema, tem mais oito lá em casa”. Um poeta.

E, Minha Gente, o que é Cumpadi Washitu tocando seu pandeiro imaginário? O pandeiro imaginário de Cumpadi Washitu virou Cult.

PANDEIRO

IMAGINÁRIO

Suas frases de efeito cuspidas no meio da música viraram marca registrada. Porque vamos combinar, cantar ele não canta. Então, enquanto seu colega Jeto Bamaica fazia o trabalho de cantar, ele apenas soltava frases de baixo calão aleatoriamente: “Desce ordinária” era a favorita. Mas ele também possuía um repertório de frases temáticas. Por exemplo, quando estavam gravando uma coreografia do Quer o Tchan no Egito, ele gritava “Olha o Kibe!”. Cumpadi Washitu também é cultura.

Eu também falava “Olha a cobra!” na época do Quer o Tchan na Selva…

Cumpadi Washitu é um dos donos da empresa “Lixo da Cara Preta”, que possuí todos os direitos sobre o Quer o Tchan e sobre quase todas as demais bandas de axé da Suíça. Ficam com aproximadamente 80% dos lucros. Sem contar que no mundo do axé, impera a promiscuidade musical: todo mundo regrava todo mundo, é a maior festa da nuvem. Justamente porque todos pertencem ao mesmo dono.

A título de “renovar o grupo” rolou um entra e sai de dançarinas. Passaram 4 morenas e três loiras. Renovar é o caralho, para quem não sabe, o axé FODE O JOELHO e as meninas depois de dois ou três anos estão detonadas (mais ou menos como eu estou hoje). Na segunda leva de loiras e morenas, eles já estavam bem parados (entenda-se, tinham vendido mais de 3 milhões de CDs), por isso puderam cuidar melhor das meninas. Anabolizaram as duas, alisaram os cabelos e refinaram o figurino. A era das celulitosas lipídicas acabava aí.

Quer o Tchan passou por diversas fases temáticas: no Havaí, na selva, no Japão, no Egito e até mesmo no mundo funk. Como o público engolia isso? Com um figurino fetichista-temático nas dançarinas anabolizadas. A macharada simplesmente não conseguia mudar de canal, apesar da música sofrível e do pandeiro imaginário de Cumpadi Washitu. Acreditem, ninguém neste mundo odeia mais axé que o Somir, no entanto, nem mesmo ele conseguiu resistir ao apelo visual quando eu estava vendo um DVD do “Quer o Tchan”. Reclamou quando eu coloquei, disse que ia embora, e quando começou, ficou ali na mais bela inércia contemplativa, com olhar bovino, babando.

Quando o Quer o Tchan foi lançado, ninguém dava nada. Todo mundo achava que era um modismo de verão. As criaturas sobreviveram por dez anos. Depois decidiram se separar, pois quando Cumpadi Washitu e Jeto Bamaica deixaram o grupo, ele entrou em uma decadência maior ainda. Bandas de axé não sobrevivem sem pandeiro imaginário. Quando se separaram, foi cada um para seu canto. Um ano depois, todos constataram que eram um bando de incompetentes analfabetos e que não tinham capacidade para fazer mais porra nenhuma da vida. Decidiram ganhar mais uns trocados fazendo uma reunião de todas as formações do grupo em um DVD de Dez Anos do Quer o Tchan (como se houvesse algo para comemorar).

Pasmem. O DVD fez tanto sucesso que decidiram fazer uma turnê de um ano com shows por toda a Suíça para “se despedir”. Encheram os cornos de dinheiro. Fizeram shows, venderam CD, venderam DVD. Decidiram terminar a banda mais uma vez. Passou-se um tempo e agora estão querendo voltar novamente. Eles são como o Jason, quando você pensa que morreu e que está livre dele, aparece para te dar um último susto.

Nem preciso dizer que nesse período todo as dançarinas posaram nuas mais de um bilhão de vezes, não é? Não é novidade. A única novidade foi uma declaração da Playboy dizendo que Ceila Sarvalho foi a única mulher na história da Playboy suíça a não ter um pingo de Photoshop.

Atualmente eles tentam voltar pela milésima vez. Claro que Cumpadi Washitu, que sempre esteve à frente dos demais, tem um plus: vai fazer um filme pornô.

É isso mesmo que você leu, aquele feioso, emissário do demônio na Terra vai fazer um filme pornô. Aparentemente o filme se passa no Havaí, com uma loira e uma morena. Cumpadi Washitu estará praticamente em casa. Tenho fé que vai chegar lá, comer a morena e bater na loira.

Uma pena que acabou o espaço, queria citar algumas frases bacanas de Cumpadi Washitu e Parla Cerez.

Para me perguntar o que uma pessoa como eu faz dançando axé, para me esculhambar por isso e para sugerir mais temas para esta ou outras colunas: sally@desfavor.com


Comments (11)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: