It's peanut butter jelly arm!

Nunca foi tão fácil escrever um Processa Eu. Basta ler qualquer entrevista da nossa homenageada de hoje para perceber que ela é chegada em um tiro no próprio pé. Nunca fiz tantas citações de frases infelizes nem vi tantas celebridades malhando alguém. Inclusive tive dificuldades em criar apelidos criativos, porque todos os que me vinham à cabeça já haviam sido usados: Paquita Neurótica, Mur-Rá – o De Vida Eterna, e etc. Senhoras e Senhores, atendendo a pedidos, o Processa Eu de hoje é sobre Vusana Sieira.

Filha de militar, muito da personalidade repulsiva e arrogante desta bolinha loira se explica em suas raízes: parte da sua infância foi em Buenos Aires, porque apenar de ter pais suíços, eles trabalhavam por lá. Evidente que os ares portenhos contaminaram a pobre criança.

Voltou à Suíça, onde começou a fazer televisão. Eu até falaria da carreira dela, mas a julgar pela forma como conduz sua vida pessoal, ela quer mesmo é que se fale de outras coisas.

Para começo de conversa, seus colegas de trabalho não a suportam. Tudo bem, raramente alguém se indispõe a ponto de bater de frente com ela porque é uma barraqueira do caralho, e no geral, pessoas normais não gostam de ver suas brigas estampadas em capa de jornal. Mas neguinho detesta ela, basta conversar por dez minutos com qualquer funcionário da Rede Bobo. Já vi pessoas levantando uma bandeira para defendê-la algumas vezes. Vamos citar nomes: Puana Liovani, Greta Pil, Ana Maria Brega, Darolina Ciekmann e Daniela Ciscarelli. Ok, ok. Defesa assim depõe contra, né não? Só gente de altíssimo nível.

Uma vez vi uma entrevista desta Senhora Varizenta dizendo que insistem em criar fofoca sobre sua personalidade e que era tudo mentira, que ela jamais causou nenhuma indisposição nem clima ruim. Para não dizer que eu malho os outros de graça, mato a cobra e mostro o pau: Vusaninha foi chamada por um programa dominical lastimável para participar de uma competição de patinação no gelo. Quando um jurado teceu uma leve crítica (e bota leve nisso) ela se descontrolou, rebateu e bateu boca. Faltou humildade a Vusaninha e criou um puta mal estar documentado para toda a Suíça ver.

Vusaninha parecia uma morsa se deslocando no gelo. A crítica que ela recebeu foi muito light. Não contente em bater boca com o jurado (que falta de humildade, não?) ainda atirou para todos os lados, cobrindo de merda seu então amigo e apresentador do programa, Falsão. Disse que participar daquele quadro não se tratava de um desafio pessoal, mas de uma obrigação com seu amigo Falsão. Então valeu. Muito educada.

Na semana seguinte, após voltar toda a opinião pública contra ela, Vusaninha Muchiba se desculpou. Olha o golpeeee! “Quero pedir desculpa porque me descontrolei, fui malcriada e o público não gostou” Ou seja, se não fosse a opinião pública querer comer o rabo enrugado dela, Vusaninha nem mesmo teria se desculpado.

Vusana vive se desculpando, por sinal. Desculpando? Não, se AUTO-DESCULPANDO. O auto-perdão galopante faz com que ela não se dê conta da bosta que ela é: atriz de um papel só, barraqueira, decadente e digna de pena. Ela justifica qualquer cagada com amor como pano de fundo e fala de si mesma na terceira pessoa. Tem sempre uma respostinha para tudo e fica frisando o tempo todo o quanto é feliz e alto-astral.

Quem a ouve falar sobre a visão distorcida que ela tem de si mesma chega até a acreditar que se trata de uma mulher independente e segura. HÁ! No seu primeiro casamento o maridão mandou ela parar de trabalhar e adivinha quem virou Do Lar?

Queria ter espaço para esmiuçar os três casamentos de Vusaninha Lipídica. Não tenho. Falarei sobre o último, com Sarcelo Milva, que foi o mais famoso. Vusaninha deu uns pegas em Sarcelo em pleno carnaval quando ele trabalhava como segurança dela em um desfile de escolas de samba. Não que isso faça diferença, não tenho preconceito, mas Sarcelo era trinta anos mais novo que ela. Apesar de ter experiência de vida (estou sendo gentil, eu quis dizer, apenas dela ter mais de sessenta anos nos cornos) Vusaninha Teletubbie achou bacana se casar com Sarcelo apenas seis meses depois da trepadinha carnavalesca. Vusaninha pagou uma puta festa, onde entrou vestida de noiva (Deus nos proteja, parecia uma Nha Benta).

MENOS DE TRÊS MESES depois do casamento, este já havia falido (Sarcelo superou o Somir… aff). Vusaninha Galhada já estava tomando uns cornos na testa. E não foi qualquer chifre, foi um Chifre Show. Sarcelo pegou o carro de Vusana enquanto ela estava no trabalho, catou uma puta, foi a um motel famoso, comeu a puta, quebrou a puta e quebrou o quarto do motel. E nem ao menos se preocupou em abafar o evento, uma vez que uma coisa dessas, além de humilhar, também prejudicaria a carreira de sua esposa. Pudera, Sarcelo Aspirador de Pó nunca se preocupou com Vusana.

Vejamos… você casa com uma pessoa que não conhece direito. Pouco tempo depois de casada você descobre que:

a) o sujeito te trai;
b) o sujeito come puta;
c) o sujeito é agressivo e capaz de bater em uma mulher;
d) o sujeito não é discreto com sua vida pessoal;
e) o sujeito não tem um pingo de consideração por você;
f) o sujeito é alcoólatra;
g) o sujeito é viciado em cocaína.

O que você faz?

Ele é policial em um dos cantões mais violentos e corruptos da Suíça, cuja polícia local tem uma certa má-fama… e não é que a própria corporação o expulsou? Este ser humano conseguiu ser expulso da Polícia Suíça, aquela mesmo do filme “Trapos de Elite”. É grave a situação, Minha Gente…

Mas Vusaninha perdoou. Frase dela em uma entrevista nas páginas amarelas de uma famosa revista suíça: “Só o perdoei porque jamais imaginei que ele aprontaria de novo”. Não Vusana, não foi por isso, qualquer um veria que ele aprontaria novamente. Porque ela não assume que Teimosia, dependência emocional, imagem de fachada, incapacidade de reconhecer os erros, vocação para mulher de malandro e muitas rugas e varizes são uma combinação explosiva? E ainda ficou abismada com os eventos que se seguiram! Não era previsível?

Mas a nossa Paquita Neurótica continuou justificando o injustificável na entrevista: “Ele era sedutor (isso justifica ficar com alguém?), me amava (sério que você acha que alguém que faz tudo isso te ama?) e a gente transava bem (duas morsas copulando). Aliás, só soube agora que pessoas com deformidade da mente, como ele, transam muitíssimo bem (porque não vai para uma instituição psiquiátrica procurar por sexo então?). Finalizou sua explicação com um argumento contundente: “Sou uma estrela. Não estou nem aí para preconceitos”. É, é bem isso aí, Vusana. Quem fala mal de você fala por puro preconceito.

Rápido parêntesis: acho estranho ela fazer tanta questão de ostentar que faz muito sexo, que ama muito fazer sexo, que tem muito fogo e etc para a imprensa (entre amigos, tudo bem, mas para a imprensa?). Entro em um bolão de dez para um que é frígida.

Quando questionaram porque ela procura homens jovens, ela disse que Sarcelo não era jovem e que “Jovem é o Cauã Reymond (de 28 anos). Mais velho do que ele já é senhor” Anotaram? Macho com mais de 28 anos é Senhor no Lindo Mundo Esquizofrênico de Vusaninha. (argumentos que não se sustentam? Argumentação a qualquer preço? Alou?) e ainda fecha com uma pérola da arrogância e contradição: “não tenho culpa se sou desejada por jovens.” Vusana, experimenta ficar POBRE e me diz se continua desejada por jovens. Mais uma coisinha: pare de colocar as coisas com ar de inevitabilidade, ok? Eu sou desejada por peões de obra e nem por isso saio casando com eles.

Perguntada porque casou com ele com tão pouco tempo de namoro, Vusaninha Gandalf manda mais uma inconsistência “Porque não me casar? Não é pecado nem crime”. Ok, estes são os dois únicos motivos pelos quais não devemos nos casar com alguém: se for pecado e se for crime. Anotaram garotas?

Pois bem, este casamento deu no que tinha que dar. Sarcelo traía Vusana a olhos vistos, na frente de todo mundo e por meses e meses. Além disso, Sarcelo roubava de Vusana. Roubava dinheiro, jóias, perfumes, celular e até mesmo eletrodomésticos. Mas o amor (cof! cof!) impedia Vusana de ver. Pegou o BlackBerry de Vusana e deu para a amante, com a qual manteve um caso fixo por sete meses.

Mas tudo isso era pouco. Quando Vusana saía com o maridão, Sarcelo ligava para a amante e avisava onde eles estavam indo. A amante ia ao mesmo lugar e se encontrava com ele pelos cantos ou no banheiro masculino, onde eles faziam sexo. Não me admira que Vusana não percebesse, afinal, Sarcelo roubava seus perfumes para dar à amante. Plano perfeito, ela nunca sentiria o cheiro de “outra mulher”… hahaha Um gênio esse rapaz, hein?

Sarcelo superfaturava todas as compras para tomar dinheiro de Vusaninha, que em momento algum achou que estivesse pagando para ficar com ele ao lado. Foi tudo por amor. Mesmo quando as coisas na casa dela sumiam sem parar.

Mas Sarcelo fez pior ainda: o desgraçado não filmou ele e Vusana fodendo? (desculpem, fazendo amor). Minha gente… eu tenho um medo que esse vídeo venha à tona… Imagina ter que olhar para aquelas duas morsas procriando? Se for passar, que seja no National Geographic. Os pneus se batendo, a banha reverberando! Sarcelo era mesmo um canalha, isso chega a ser crime contra a humanidade. Se esse vídeo for parar no YouTube não recomendo que olhem diretamente para ele, coloquem um raio-X na frente, como se faz para olhar eclipses.

Tá feio? Ele fez pior (e Vusaninha amando ele sem perceber). O desgraçado não me filma Vusana tomando banho, de touca na cabeça (cuidado com a cuca/ a cuca te pega) e lavando “as partes íntimas”? Parece que tem até close da pata de camelo muchiba. Pior do que fazer isso é Vusana ir contar isso em uma revista de circulação nacional. Porra, o sujeito já não morreu? Ela não conseguiu recuperar o vídeo? A coisa nunca ia estourar, porque ela precisava arregaçar a intimidade dela (sem trocadilhos) assim? Parece um atestado de “Eu mandei matar Sarcelo”. Detalhe sórdido: sabem como Vusana ficou sabendo do vídeo? Um popular de uma barraca na praia foi contar para ela. Aparentemente Sarcelo tinha contado seu plano/crime contra a humanidade para meio mundo. Juro que se tiver que ver as pregas de Vusana eu vomito.

Após tudo isso, Vusaninha Celulítica ainda solta “Se ninguém me contasse, eu podia estar me enganando até agora.” Curiosamente, o título da entrevista é uma frase que ela atribuiu a si mesma: “Ingênua sim, Burra não”. Meu povo, se isso não é burrice… o que seria? O curioso é que ela sempre foca as críticas que recebe como se fossem fruto de preconceito em função da diferença de idade. Não são, são críticas chamando-a de burra, despreparada, descompensada e dependente emocional. Mas ela adora tirar onda de mulher forte. Repitam comigo: “quem ostenta muito uma coisa…”

Ah sim, ela fala dela na terceira pessoa. Tipo uma versão feminina de Lepé, só que mais branca e mais loira (e mais pesadinha também)

Eu não queria fazer tantas citações, mas é inevitável. Aliás, quem escreveu este Processa Eu foi Vusana, eu só colei e cortei o tiro no pé que ela deu. Vejam isto: “(…) Aliás, idade não existe para mim. (uma pena, para o resto da sociedade existe e você está biologicamente velha) Em primeiro lugar, sou uma estrela brasileira (modesta, não?) Calma, vem pior: ” Homem velho tem ex-mulher que vai encher a paciência e filho que vai chatear. (isso é o melhor que você pode conseguir para justificar sua escolha errada? Quem tem preconceito com idade, pelo visto, É VOCÊ!) Envelhecer deve ser horrível, mas, como não envelheço, estou ótima. (é sério, tragam a camisa de força)”. Talvez ela acredite mesmo que não envelhece, a julgar pelas roupas inadequadas que usa. Parece uma salsicha florida embalada a vácuo com as banhas espremidas naqueles vestidinhos cafonas.

Vusana está tentando a sorte com um menino de 24. Nem mesmo eu, do alto dos meus 30, sinto vontade de sair com um menino de 24. Mas tudo bem, como EU não tenho preconceito com idade, torço para que dessa vez dê certo. Ou para que, pelo menos, ele roube, traia e humilhe de uma forma mais fina.

Eu tinha tanto a dizer… e acabou o espaço! Quinta página, Somir vai me matar (ou me editar)

Último comentário: já que Sarcelo fez tudo isso, não podia também ter enchido a Vusana de porrada? Dado, se todos fossem iguais a você…

Para me dizer que eu tenho inveja de Vusana, para dizer que ela parece uma hipopótama de peruca e para sugerir em quem meter o pau: sally@desfavor.com

O reino encantado das Neves: Parte 1

Olá, eu sou o Espelho Falante e a partir de agora serei seu narrador. Se você não se lembra do que aconteceu no capítulo anterior, azar. Meu contrato diz especificamente que só devo contar a história a partir de agora. Bianca, nossa heroína, sente-se sob o efeito de drogas… Quem escreveu isso? Tudo bem… Tudo bem… Como eu ia dizendo, Bianca acabara de sair de um elevador e encontrar em sua frente um local completamente novo, onde uma figura conhecida a esperava:

“Eu sei que eu sou fofinho e encantador… MAS EU NÃO SOU DECORAÇÃO! Eu poderia ter morrido de fome!” – Pamonha, o gato, parece furioso.

“Você… Fala?” – Bianca arregala os olhos.

“Ha! Muito engraçado! A Princesa Negligente agora virou Princesa Boba-da-Corte? Você me prende nessa torre sem NADA para comer por um dia inteiro para fazer sei-lá-o-quê com algum daqueles seus camponeses fedidos e ainda volta brincando com o assunto?” – Pamonha dá as costas para Bianca e bufa. (Gatos bufam em contos-de-fadas, aceite.)

“Torre?” – Bianca finalmente começa a prestar atenção ao aposento no qual se encontra. De formato circular, com as paredes formadas por substanciosos blocos de pedra, todo decorado com motivos medievais.

“Continua brincando mesmo… Um dia desses alguém abre o bico sobre as suas escapadelas e o Rei te manda ser a consorte daquele balofo gasoso do Reino dos Repolhos.” – Pamonha pula sobre a enorme cama no centro do quarto, atravessando o mosquiteiro para finalmente repousar sobre um enorme travesseiro dourado.

“Aquele palmito… Aposto que foi o palmito de ontem. Eu deveria ter escutado a voz do meu bom-senso.” – Bianca divaga, ainda no mesmo lugar.

Depois de notar um grande espelho na parede, Bianca se aproxima para analisar sua situação atual. Surpreende-se com as roupas que veste, algo mais comum em histórias infantis sobre reinos muitos distantes do que intoxicações alimentares.

“O que está acontecendo?” – Bianca move-se para ter uma visão melhor de seu suntuoso vestido.

“Defina acontecendo.” – Eu digo. (Pois é, narrador e personagem. Estraga a história mas dobra meu pagamento.)

“AAAAHHH!” – Bianca cai sentada após o susto de ouvir uma voz sair do espelho.

“Como quiser, Princesa. Neste exato momento Vossa Alteza acaba de cair no chão.” – Um rosto, mais parecido com uma máscara teatral, surge na superfície do espelho.

“Mas que merda! Tudo fala aqui, é?” – Bianca nem se dá ao trabalho de se levantar.

“Princesa, esse palavreado não é digno de sua realeza.” – O espelho diz.

“Pronto, começou a chatice.” – Pamonha rebate.

“É minha função cuidar do desenvolvimento adequado de nossa Princesa.” – Espelho falante.

“É minha função cuidar do nhé nhé nhé nhé nhé…” – Pamonha imita o Espelho.

“Estou acima de suas infantilidades, felino.” – Espelho.

“Também está acima da minha caixinha de necessidades…” – Pamonha.

“Oras, seu animal imundo… Princesa, eu não sabi… Princesa?” – Espelho.

Bianca havia se retirado dali enquanto a discussão acontecia. Depois de passar pela maciça porta de madeira que selava o quarto, Bianca deu de cara com um pequeno aposento cuja saída era uma escadaria espiral para baixo. Mas logo após colocar os pés para fora do ambiente onde se encontrava, foi interpelada por dois homens vestindo pesadas armaduras metálicas. Guardas.

“Vossa Alteza deve permanecer em seus aposentos.” – A voz, abafada pelo capacete, demonstrava seriedade.

“Vossa Alteza? Eu só quero tomar um ar fresco e ver se acordo!” – Bianca tenta avançar, mas é bloqueada pelo outro guarda.

“Ordens do Rei.” – A mesma voz decreta.

“QUE REI? REI DE QUEM? EU QUERO SAIR DAQUI!” – Bianca empurra o homem que impedia sua passagem. Em vão.

“Deixe que eu cuido dela, verifique se ela colocou mais uma trança falsa na janela.” – O guarda que estava quieto faz um sinal para o outro, que se retira rumo à escadaria mais próxima. Bianca fica sozinha com um homem que deveria ter no mínimo dois metros de altura, armado com uma espada maior do que ela mesma. Nesse momento, nem uma agulha passaria… (Se é que vocês me entendem.)

“Princesa, eu já te disse que nesse aí eu não confio. Puxa-saco do Rei. Tinha que ter dado o sinal…” – Levantando seu elmo, o guarda olha ao redor, certificando-se de que não havia mais ninguém por perto.

“De nooovo? Aquele bofe da estrebaria deve mesmo ser mesmo um a-ni-mal! Ui! Vai ter que emprestar! Hahahaha!” – Curiosamente afeminado apesar de suas feições másculas e corpo avantajado, o guarda segue até uma armadura decorativa escorada na parede.

“O que… você… está fazendo?” – Bianca, desconfortável, nota que o guarda coloca a mão entre as pernas da figura, como se estivesse pegando seus… genitais.

“Vou abrir o buraco. Não é isso que você quer, queridinha?” – O guarda continua mexendo no mesmo lugar.

“Abrir o buraco? Isso é alguma gíria para viadagem?” – Bianca, como sempre, sutil.

“Gíria? Viadagem? Que palavras são essas? Andou se atracando com aquele estrangeiro de novo, safadinha? Achei! Rápido.” – O “homem” pega uma grande chave de metal e segue até um pequeno alçapão no chão, que passara despercebido por Bianca até este momento.

Após abrir a portinhola, ele dá uma longa olhada para a Princesa.

“Você vai descer vestida assim? Costuma ser arriscado essa hora. Bom, ele já está acostumado a viver entre cavalos mesmo…” – O guarda parece surpreso.

“Só quero sair daqui. Onde isso vai dar?” – Bianca mal dá tempo para ouvir a resposta e já vai entrando no apertado buraco no chão. Uma escada improvisada com cordas é o meio de locomoção. Não se enxerga nada para baixo.

“No lugar de sempre, a saída do es…” – Um barulho de passos força o afrescalhado tamanho família a mudar o rumo da conversa.

“Desce! Desce! Ele voltou! Quando voltar é só dizer a palavra secreta!” – O guarda diz de forma apressada.

A porta se fecha, deixando Bianca num breu completo. Sem ter outra alternativa, continua descendo. Quanto mais avança, mais sente um cheiro desagradável. As peças do quebra-cabeça finalmente começam a formar uma figura em sua mente.

“Caralho… Eu estou no cano do esgo…” – Bianca é interrompida pelo impacto de um poderoso jato de água acompanhado de alguns detritos sólidos. Juntando coragem, volta a respirar só para constatar o cheiro que já imaginara.

“Não dá pra ficar pior do que isso…” – Bianca, ignorando uma das regras mais básicas de histórias ficcionais, diz as palavras mágicas que desencadeiam os próximos acontecimentos.

“Minha perna está formigando… Acho que estou acordando. Ainda bem.” – Bianca relaxa presa na escada esperando o fim dessa confusão.

“Estranho, parece mais uma cosquinha… E está nos meus braços também… Opa! Chegou na testa… Agora vai.” – Mas nada ocorre. A sensação estranha continua e Bianca resolve sentir sua pele para saber o que estava acontecendo. Seguindo a movimentação em seu rosto, sente alguma coisa sobre sua bochecha. Algo que consegue pegar. Algo que se movimenta. Algo com perninhas.

“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!” – No desespero para se livrar das incontáveis baratas que andavam sobre seu corpo, Bianca se solta e começa a cair.

Queda amortecida pelo seu vestido, que se prende a alguma coisa no caminho e torna a aterrissagem suficiente macia para que ela finalmente perceba uma luz no fim do túnel. Refeita do susto, engatinha por uma estreita galeria rumo à saída.

Encharcada de água de esgoto e semi-nua, Bianca finalmente experimenta as benesses do ar-livre.

“Puta-que-pariu, como isso fede!” – Ainda absorvida pelos seus pensamentos, não percebe que está sendo observada.

“Veja só, tão bela camponesa presa a tão repugnante profissão. Deveriam proibir damas de limparem esgotos.” – Ao levantar os olhos para seguir a voz que acaba de ouvir, Bianca depara-se com mais um homem de semblante conhecido, montado num imponente cavalo branco.

“Júlio?”

Continua… (E dessa vez continua, palavra de Espelho!)

Esperando o telefone tocar...

A postagem de hoje quase que não sai. No presente momento me encontro acordada em plena madrugada consolando uma amiga muito querida que está aqui ao meu lado, se sentindo muito sacaneada por um Zé Ruela. Ela me pediu para escrever sobre o assunto, porque ela tem a esperança que ao menos um homem leia isto e repense essa forma imbecilóide de se portar.

Estamos falando aqui de homens que somem, que te deixam plantada, que prometem e não cumprem. Odeio falta de comprometimento. Seja com um relacionamento, seja com trabalho ou até mesmo com um blog (alou? Siago Tomirrrr?). Acho uma coisa horrível, não lido bem com quem deixa os outros na mão.

Eu sei que imprevistos acontecem, mas também sei que é possível AVISAR com antecedência de eventuais imprevistos. Juro que não entendo porque merda as pessoas não se dão ao trabalho de avisar quando não poderão honrar seus compromissos.

Não é uma questão de “dever satisfação”. É uma questão de respeito e consideração, e isso se deve a qualquer um: namorada, amiga, colega de trabalho, funcionária e etc. O dia que eu não puder postar no meu blog, eu vou deixar uma notinha dizendo “Gente, foi mal, hoje não deu” ou ainda “Gente, foi mal, essa semana ta complicado, não vai dar”. Eu por acaso “devo” satisfações da minha vida para alguém que está aqui? Não, né? Mas é questão de educação, respeito e consideração.

Agora me expliquem, COMO se coloca isso na cabeça de um homem? O que tem de Zé Ruela que diz que vai ligar, some e não dá mais notícias, que marca e não aparece, que promete e não cumpre… Porra, porque merda promete? Será que acha que vai ser menos doloroso para a mulher se ele finalizar a conversa com um “eu te ligo”? Não vai, vai ser pior, vai criar uma expectativa falsa.

A partir do momento que o Zé Ruela marca alguma coisa, diz que vai ligar, diz que vocês vão sair ou qualquer coisa do gênero, ele PASSA SIM a te dever uma satisfação! Porque merda marcou? Não quer dar satisfação? Não marque, porra! E por satisfação, eu não digo ter que ligar e entrar em detalhes, apenas comunicar de forma inequívoca que não vai poder honrar o compromisso, ainda que sem explicar o motivo. Só para a pessoa não ficar esperando feito uma idiota.

Se o homem não quer ver a mulher novamente, por favor, não diga que vai ligar! Não marque dia para ligar, não diga “a gente se vê semana que vem” se na “semana que vem” vai sumir sem deixar vestígios. MAGOA, ok? FAZ MAL DE VERDADE.

“Mas Sally, não seja neurótica, todo mundo sabe que um eu te ligo quer dizer que o homem pode muito bem não ligar, evidente que não é para ficar esperando”. Sabe? SABE? Conta para minha amiga aqui do meu lado que está assoando o nariz na minha fronha! Porra, mulher quando está apaixonadinha não sabe de porra nenhuma, repito, DE PORRA NENHUMA. Acredita em tudo, fica mais vulnerável, fica com esperanças bobas.

Uma mulher encantada com um homem perde parte da sua racionalidade! E que bom que isso acontece, Meu Amigo Cueca, porque só assim para a gente aturar vocês e suas manias irritantes. Haja amor, viu? A mãe natureza sabe o que faz, se ela não cegasse a mulherada de paixão a raça humana estaria extinta porque mulher nenhuma neste mundo aturaria um homem a longo prazo! Puta que pariu! (não reparem, eu não dormi e fico irritada quando estou com sono).

Então, se os Cuecas não sabiam, ficam sabendo agora: se a mulher estiver interessada de verdade em você, por mais evidente que seja que o seu “eu te ligo” ou “Vamos marcar de sair” tenham sido da boca pra fora, no fundo, lá no fundinho, ela vai nutrir esperanças e vai esperar. Não faça mais isso, pode custar muito caro no final.

Custa não dizer nada se não tiver certeza de que vai ligar? Ou então, avisar de alguma forma que está meio enrolado e não vai poder vê-la tão cedo (poder = querer). Foda-se, pode inventar a desculpa que quiser, pode dizer que está com cólica menstrual, se quiser, só AVISE para não deixar a mulher esperando! E se não quiser mais nada com ela, não termine o diálogo dizendo “eu te ligo” e/ou “vamos marcar de sair” e/ou “vamos nos ver”. Simplesmente não diga nada. Vai ser muito menos sofrido!

Quando você ignora um compromisso com uma pessoa, magoa por mostrar que você não está se importando minimamente com a angustia do outro em pensar no porquê da sua ausência. E homem sabe fazer isso como ninguém! Juro que eu não consigo fazer isso com os outros! Marcar e não ir, não avisar e deixar a pessoa plantada. Não consigo mesmo, fico pensando na agonia da pessoa me esperando. Como é que alguém consegue fazer uma porra dessas? Por mais grave que seja meu impedimento, reservo cinco segundos para ligar ou mandar uma mensagem de celular dizendo que não poderei comparecer.

Uma vez tive uma crise de cólica renal. Estava na maca do hospital sendo levada para um exame e enquanto isso, morrendo de dor (quem já teve sabe) digitava uma mensagem no celular “não posso ir. No hospital com cólica renal”. Eu não deixo ninguém plantado por mais legítimo que seja meu motivo, e sinceramente, espero esse comportamento de volta.

Também não consigo estar saindo com alguém e sumir uma ou duas semanas e reaparecer como se nada, dizendo que estava muito ocupada trabalhando. Isso é debochar da inteligência alheia. Não teve tempo nem para um torpedo? Nem para um telefonema? Homens dizem isso! Vão fazer esse joguinho sádico com a puta que os pariu, que tal?

E está na hora de parar com essa cultura de dizer que se importar com esse tipo mínimo de consideração é coisa de mulher maluca, porque estão empurrando esse tipo de coisa goela abaixo faz tempo e a gente acaba aceitando e tendo vergonha de verbalizar que ficou chateada com uma ausência que deveria ser uma presença e nem ao menos reclama ou mostra que se magoou por medo de passar de maluca, sufocadora e etc. Minha gente, TÁ ERRADO SIM, marcar alguma coisa, ainda que seja por alto, e sumir do mapa. É ESCROTO SIM, e vai tomar no meio do cu quem quiser dizer que é coisa de maluca!

Sabem porque eles fazem? Porque a gente aceita. Se cada mulher com a qual um homem furar sem avisar fizer um belo dum escândalo ou der um pé na bunda dele quando ele reaparecer, garanto que em três gerações esse hábito sádico é extinto. Infelizmente, eles precisam ser educados na porrada. Eu prefiro o pé na bunda, e confesso que já dei muitos por esse motivo. O Zé Ruela furava comigo, não avisava, me deixava plantada e depois reaparecia como se nada. Nem atendo. Eu também sei sumir.

O que não pode é a gente continuar se sujeitando a um sofrimento, sem mostrar que é um sofrimento, por medo de perdê-lo (grandes merda a ser perdida, hein?). Chega, né? É tudo muito conveniente para eles, se depender deles, esta situação vai continuar. Cabe a nós mulheres colocar um limite.

Repito, antes que alguém jogue uma cueca suja com freada de moto em mim: homem não tem obrigação de ligar para todas as mulheres com quem sai para sair mais uma vez, a obrigação nasce a partir do momento em que ele se compromete expressamente em ligar, ou quando marca alguma coisa com ela. Não quer? Seja macho e não marque nada nem diga que vai ligar. Não conseguiu ser tão macho? Ok, seja minimamente macho e se você soltou um “te ligo no final de semana para a gente fazer alguma coisa” de forma impensada, comunique a ela que não vai poder ligar nem fazer nada no final de semana. Nem que seja com um maldito SMS dizendo “Foi mal, não vai dar para a gente se ver”. Pronto, já não deixa ela esperando pela sua ligação feito uma idiota, chocando a porra do celular o dia todo e quase tendo um AVC cada vez que ele toca.

Eu não deveria precisar escrever sobre isso. São normas básicas de educação e consideração. Sem contar que é muito feio ficar fugindo de mulher, puta que pariu! Mas, infelizmente, parece estar uma moda baixaroca de homem sumir do nada sem dar explicações, de dar bolo em mulher, de dizer uma coisa e fazer outra, achando que somos todas idiotas. Pois bem, não somos e vamos provar que não somos.

Lanço aqui uma campanha: se um sujeito não honrar com algum compromisso e nem ao menos tiver a cortesia de te avisar, dê um pé na bunda sem dó. E querendo, ainda quebre um barraco com ele para ele aprender o quanto isso chateia. Eu não sou chegada no barraco, mas para quem quiser… Dizem que lava a alma.

Se o próprio homem se colocou em uma situação de compromisso, se comprometendo a ligar, a sair, a te procurar e não o fez, existe sim uma autorização social para cobrar dele aquilo a que ele se comprometeu. Se não quer ou não pode fazer, que COMUNIQUE à pessoa, por consideração. Não precisa se explicar, dar os motivos, basta comunicar!

Essa gracinha babaca de ficar sumindo de tempos em tempos TEM QUE ACABAR, antes que isso se alastre e se torne tão comum, mas tão comum, que seja considerado socialmente aceitável. Cabe a nós uma mobilização para que isso não aconteça. Eles que sumam com as senhoras mães dele, conosco, tem que ter consideração.

Para aquelas que não sofrem nem se importam quando um homem some do nada ou não honra algum compromisso, bem, se não traz sofrimento, não tem porque reclamar. Mas para o resto de nós, mortais e falíveis, está na hora de verbalizar para esses imbecilóides que isso nos faz mal e que não queremos que isso seja feito, independente deles entenderem ou não o nosso sofrimento. Só porque o homem não entende o porquê do sofrimento não quer dizer que o sofrimento não seja legítimo e real. Se a questão for “não entendo porque você fica assim”, eu vou sair chutando sacos, porque juro que não entendo porque tanto escândalo quando eles levam um chute no meio dos ovos.

“Porque dói, Sally” – seria a resposta que eles dariam. Pois bem, a minha resposta é a mesma. Não sumam, não furem, não prometam sem cumprir ou sem ao menos avisar que não vão poder cumprir, PORQUE DÓI.

Para dizer que eu sou romântica de pensar que um dia vou achar um homem que não faça isso, para me falar sobre aquele Homem Jason que some e quando você pensa que ele sumiu de vez volta para te dar um último susto e para sugerir temas: sally@desfavor.com

Eu juro! Namoro firme!

O casal já está junto há algum tempo, se encontram com freqüência e já começam a participar mais ativamente do dia-a-dia um do outro. Mas nunca houve uma verbalização explícita sobre o grau de compromisso. É algo sério? Namoro ou amizade, ooooêêêê?

Tema de hoje: Qual a importância da verbalização de namoro?

Sally e Somir discordam. E explicam aqui e hoje o porquê.

Tenho dois pontos para expor na coluna de hoje. O primeiro é sobre a falta de necessidade de uma verbalização num namoro DE VERDADE, e o segundo é um apelo aos meus colegas do sexo masculino. Obviamente, relacionado.

Começo com o tema da verbalização de um namoro. A não ser que você nunca tenha namorado alguém antes por viver dentro de uma caverna isolada no topo de uma montanha, você sabe o que configura um namoro, certo?

Explicando de um jeito bem seco: “Um namoro é o envolvimento sexual (consentido) entre duas pessoas sem data definida para terminar.”

E, apesar de alguns religiosos (perdoai-os pois não sabem o que fazem) discordarem sobre a parte do envolvimento sexual, é consenso geral que um namoro DE VERDADE sempre começa com a mínima presunção de ser o último das vidas de ambos os envolvidos. Essa coisa de datas, prazos e metas tem mais a ver com o ambiente profissional (entendam como quiserem) do que com o afetivo. Um namoro DE VERDADE só acaba se precisar mesmo acabar.

Faço questão de capitalizar o DE VERDADE quando menciono namoros no meu texto. Se você está envolvido com outra pessoa em termos parecidos com o de um namoro, mas não tem vontade ou coragem de pensar nele como o seu candidato ao último da vida, NÃO É NAMORO. Oras, hoje em dia a maioria das pessoas nem liga mais para o nome que se dá para a relação… A relação com presunção de duração, aquela que está funcionando e demonstra comprometimento das duas partes, não depende mais do nome que se dá. Se for sério, é sério e ambos vão saber. Enquanto houver dúvidas, pode dar o nome que quiser que vai continuar sendo uma relação duvidosa.

Faz mesmo tanta diferença dizer que é namoro oficialmente? Como é de conhecimento dos leitores do blog, eu já namorei a Sally, que (pressupostamente) vai dar um ataque neurótico no texto aqui de baixo. Eu precisei verbalizar claramente que era um namoro no caso dela. E fiz isso porque ela não teria paz no coração até saber claramente que nome daríamos para a relação.

Só que eu já conhecia a peça na época da oficialização. Era importante verbalizar pela PRESUNÇÃO DE FIDELIDADE. E acredito que seja esse o problema da maioria das mulheres (que não são umas cretinas) que entram em parafuso nesse momento da relação. Medo de se doar a uma relação onde não terão a intenção explicitada de se manter fiel por parte do seu projeto de namorado.

Respeitei, mas não concordei. Se não soubesse que era importante, jamais teria me preocupado com isso. Por um motivo muito simples: Para mim namoro é uma coisa, fidelidade é outra. E se você começar a pensar “fora” da sua cabeça, vai perceber isso também.

Mesmo que se verbalize um namoro, nada garante a fidelidade da outra pessoa. Nada nunca vai garantir. Ou você acredita nisso até ter motivos para não acreditar… Ou não liga mesmo para o assunto. Tem gosto pra tudo nesse mundo.

O meu, por exemplo, é pra lá de fechado sobre a questão de fidelidade. Se eu precisar explicar para uma mulher que não é para continuar saindo com outros homens para namorar comigo… Eu já cometi um erro, e dos grandes. E quando eu precisei verbalizar para a Sally quer era namoro, só levei numa boa porque a idéia era assegurar a MINHA fidelidade. Quem abomina traição valoriza muito quem pensa parecido. (Já tive minha cota de erros, o que não quer dizer que eu os ache bonitos.)

Eu só consigo respeitar a necessidade de verbalização pela ótica da presunção de fidelidade. E mesmo assim, daria no mesmo dizer que vai ser fiel ou não para a outra pessoa. Não tem a ver com namoro em si. É uma parte da relação que tem importância diferente para pessoas diferentes.

E que atire a primeira pedra quem nunca disse uma coisa e acabou fazendo outra. Se você escolhe errado, as coisas dão errado. Chamando do que quiser a relação… Quando for namoro para você, é namoro. E foda-se o que a outra pessoa pensa… Se não estiver junto com você porque quer nem vale nada mesmo.

Um namoro não é o nome que recebe, e sim as pessoas envolvidas nele. Acerte a pessoa e as coisas funcionam.

E como eu havia dito no começo do texto, farei um apelo aos meus colegas de gênero:

HOMENS, NÃO VERBALIZEM QUE É NAMORO! Pode até maltratar algumas mulheres que prestam, mas na média vai ajudar a ensinar as que não a se portarem melhor. Explico: Para uma mulher (cretina), um namoro é que nem uma pizza para nós.

“Vontade de comer uma pizza… Vou ver onde pedir.” – Homem

“Vontade de namorar um homem… Vou achar um que tope.” – Mulher

Sim, caros colegas. Como eu sempre digo, homens namoram mulheres e mulheres namoram o namoro. Elas tem um projeto onde UM homem se encaixa. Atendendo a alguns requisitos mínimos, está mais do que bom. Se o otário ainda a pede em namoro sem ela precisar apertar, melhor ainda! Livra a cara dela para pressionar pelo casamento. (Que já está planejado nos sonhos dela. O noivo já teve mais rostos do que o seu saudoso álbum de figurinhas do Brasileirão…)

E para as mulheres entenderem: Quando um homem (que não seja um cretino) se vê na posição de pedir uma mulher em namoro, ela já considerou a encheção de saco que vem no pacote e decidiu que valia a pena mesmo assim. Um homem aceita colocar uma mulher específica em sua vida. O namoro é o problema, a mulher é a solução. O exato inverso do exemplo de mulher sobre a qual falo agora.

Quando não se verbaliza o namoro, você frustra enormemente a mulher que só queria namorar “um homem” mesmo. Ela quer que você ache que foi sua idéia, senão o plano dela falha. E ainda ganha de bônus a chance dela desistir por conta própria. Livrou-se um problema e sacaneou uma que não valia nada. Win/win.

A que realmente escolheu você ainda vai dar mais alguns sinais claros que vale o namoro. Seja disfarçando mal e porcamente ataques neuróticos ou mesmo chegando na sua cara e dizendo que precisa saber o que você quer para ficar em paz. Mesmo não sendo o ideal, dá para perceber a intenção de forma bem mais clara.

Além, claro, das que não ligam para isso. Se encontrar alguma, pode escrever um artigo científico e preparar um terno para receber o prêmio Nobel…

Para não me escrever nada, já que eu deveria saber como você reagiu ao meu texto: somir@desfavor.com


Você tem bola de cristal para saber o que se passa na cabeça das outras pessoas? Eu não tenho, por isso, frequentemente me engano quando tento depreender o que outros estão pensando. Acho mais fácil e mais seguro quando as pessoas são claras e honestas, dizendo com todas as palavras o que pensam.

Isso vale também para começo de relacionamentos. O que diferencia um namoro de outro relacionamento menos sério? O compromisso que a pessoa assume em te dar exclusividade, certo? Como é possível ter certeza de que a pessoa assumiu este compromisso sem ouvir da boca dela?

O ser humano é estranho. Muitas vezes as pessoas dão a entender uma coisa e fazem outra na prática. Nem sempre por serem filhos da puta, tem gente que simplesmente muda de idéia com muita facilidade. Eu não tenho a arrogância de achar que sei exatamente o que se passa na cabeça do outro, principalmente quando o conheço faz pouco tempo.

Você começa a sair com uma pessoa, tudo é novo para você. Você começa a sair com mais freqüência. Por mais que o comportamento dela te indique que a intenção é te levar a sério, não acho que seja possível ter certeza disso sem ouvir da boca da pessoa. Até porque, se você começou a sair com a pessoa faz pouco tempo, vamos combinar, você não o conhece bem.

“Mas Sally, eu fui ficando com meu atual namorado e ele nunca verbalizou um pedido de namoro, mesmo assim, estamos juntos faz mais de cinco anos”. Sorte sua. Deu certo. Poderia ter dado errado. Será que ele se manteve fiel a você desde o primeiro beijo? Não se engane, vocês podem ter trocado o primeiro beijo faz cinco anos, mas a fidelidade dele deve ter começado muito tempo depois.

O grande problema de presumir, de deixar o dito pelo não dito, é que se tudo der errado, você não tem como cobrar nada. Ele nunca te disse que era namoro? Bem, eu não me comportaria como namorada nesse caso. Existe o risco de você namorar com ele mas ele não namorar com você.

E quando eu falo na necessidade de verbalização, não me refiro a um pedido formal, a um “Quer namorar comigo?”. Falo de alguma verbalização incontroversa que prove que ele te vê como namorada. Por exemplo, vocês encontram um casal de amigos dele na fila do cinema. O Zé Ruela te apresenta como namorada dele. Está verbalizado. A partir desse momento, ele te deve fidelidade e uma deferência especial.

Existem homens que te tratam muito bem quando estão ao seu lado, como uma rainha, mesmo sem estarem apaixonados por você e mesmo sem ter a menor intenção de firmar um compromisso sério. Sim, existem homens que gostam de tratar mulher muito bem. Apenas isso. Se a mulher depreender que está namorando só porque está sendo muito bem tratada, porque está recebendo muita atenção, pode levar um susto com o passar do tempo.

Sinceramente, custa muito conversar sobre a natureza da sua relação? Não vejo benefício nenhum em deixar as coisas no ar. Cabeça de homem é muito diferente de cabeça de mulher. O que para a gente parece um indício de namoro, para eles pode ser apenas uma gentileza. Porque se arriscar a construir um castelo em areia movediça se dez minutos de conversa resolvem nosso problema?

Eu preciso saber qual é a natureza da relação na qual eu estou para saber como me portar em relação à pessoa que está saindo comigo. Não me refiro apenas a fidelidade, mas também ao grau de esforço e sacrifício que eu vou fazer para manutenção daquela relação.

Sem contar que existem muitos homens que não verbalizam propositadamente para tentar garantir a mulher sem ter que dar fidelidade. Fazem tudo para que ela acredite que é namorada (sem dizer a palavra “namoro”) e continuam levando vida de solteiros. Enquanto isso, ta lá a mulher toda dedicada ao filho da puta. E se forem flagrados com outra, cuspirão sem dó “Eu nunca disse que era namoro”.

Não nego a possibilidade de pactos tácitos entre um casal. São possíveis e eu mesma já fiz vários. Porém, só acredito neles quando já existe uma intimidade e cumplicidade de longa data, que tornam possível depreender exatamente o que o outro quer e pode te dar. Um dito pelo não dito em começo de relação me parece um tiro no escuro.

Meu tempo é sagrado. Odeio perder tempo. Se o que eu quero é namorar com a pessoa, me recuso a deixar as coisas no ar, sem ter certeza se sou correspondida ou não. Não faço roleta russa com meus sentimentos. Não invisto em quem eu não tenho certeza, no mínimo, que quer investir em mim na mesma medida.

Pode ser que a pessoa diga que quer namorar e não se comporte como tal? Claro que pode, desde que o mundo é mundo o ser humano mente. Mas se fizer isso tendo verbalizado uma intenção de namoro, vai me autorizar a cobrar a conta de uma promessa mentirosa. Teremos nosso acerto de contas (e eu cobro caro).

Para me dizer que eu sou insegura por exigir uma verbalização, para me perguntar como foi que o Somir verbalizou e para sugerir temas para o próximo Ele disse, Ela disse: sally@desfavor.com

Recebi muitos e-mails dizendo “Porque vocês não fazem promoções no Desfavor para atrair leitores?”. A todos eles, respondi que não gostamos dessa tática, que nos soa um suborno barato, quase que um biscrock para o leitor. Que venha ler aquele que achar interessante, só quero esse tipo de leitor no nosso blog. Então, desde já deixo claro que não se trata de um brinde, e sim de um instrumento de trabalho, para ajudar a construir um blog ainda mais escroto.

Então, para aqueles imbuídos de espírito de porco, basta clicar no “Divulgue o Desfavor” você encontra dois adesivos com o nome do blog. Sim, eles foram feitos para serem usados como adesivos. Você imprime e cola deliberadamente em um gesto de vandalismo em alguém ou em alguma coisa que você considere um desfavor. Vale tudo: desde um livro ruim até na testa do Presidente da República. E claro, depois você tira uma foto e manda para a gente! Publicaremos as fotos com prazer! Mostre ao mundo o que você acredita ser um desfavor! E viva à participação dos leitores no blog por prazer, sem suborno!

Vale tudo, viu? Vale mentir, vale sacanear… Uma amiga muito querida encontrou um cantor brega que é um tremendo desfavor na noite carioca. Ela se aproximou bancando a macaca de auditório e disse que queria tirar uma foto dele para colocar no blog dela e pediu para ele segurar junto com ela o cartaz do blog – adivinha se não era o adesivo com uma seta enorme escrito DESFAVOR apontada diretamente para ele? Subcelebridades são vaidosas e fáceis de enganar, aproveitem! A foto ficou escura, infelizmente não dá para ver muita coisa. Mas fica a dica.

Pode debochar de tudo: mãe natureza, ecologistas, pagodeiros, aquele quadro horrível que seu marido pintou e insiste em manter no meio da sala… Vocês sabem, nós não temos limites. Sejam criativos e mandem suas fotos. E lembrem-se, o prêmio por mandar as fotos é porra nenhuma, nós não tratamos leitor feito cachorrinho. Manda quem quer se divertir e divertir os outros com um deboche ousado, pelo prazer de participar e denunciar um desfavor.

A campanha vale para qualquer lugar do mundo e tudo e todos podem ser objeto de deboche. Ainda que sejam pessoas desconhecidas, como sua sogra. Como eu já disse, nós não temos limites. Façam uso divertido dos nossos adesivos, estamos aguardando as fotos!

Para me mandar fotos, para me dizer que vai colar um desses na bunda do seu chefe, na bunda da sua professora ou na bunda do seu marido e para me pedir que eu cole um na cara do Somir e poste: sally@desfavor.com