SÉRIE IMPLICÂNCIA

A série implicância da sessão ele disse, ela disse vai tratar de pequenos problemas do dia-a-dia de uma relação entre homem e mulher, e o tamanho que essas coisas podem tomar dentro dos nossos desfavores de cabeças. Tenham em mente que tanto Sally quanto Somir terão a liberdade de exagerar um pouco nas suas opiniões (ou até mesmo inventar) para representar melhor seus gêneros.

Ao invés de temas genéricos, esta série tratará de situações.

Situação de hoje: Sábado à noite, ele recebe uma ligação dos amigos, chamando-o para sair. Ela pergunta onde eles vão, para decidir a melhor roupa. Ele diz que vai sair só com os amigos e não quer que ela vá. Ela não gosta…

Mas é claro que uma mulher não vai gostar.

“Onde já se viu homem com interesses na vida além de mim? Que absurdo!“

Eu vivo dizendo que o maior problema das mulheres é não saber o que querem e vivo tomando pedrada por causa disso. Vou continuar, com muito orgulho! Se eu fizer UMA entender, já terei feito mais do que milhões que tentaram em vão. A resistência continua!

Quase toda mulher vai dizer para você que seu sonho é um homem independente, forte, seguro e confiável. Lindo, né? Mas na prática o argumento não se sustenta… Basta o pobre coitado decidir que vai dar atenção para os seus amigos e magicamente a mulher muda de idéia: Quer um homem que faça só o que ela quer e que só dê atenção para ela.

Pior, começa a desconfiar que está ficando em segundo plano.

“Ele quer sair para beber com os amigos porque não me ama mais…”

Já perceberam a tara que mulher tem por disputar atenção com pessoas/coisas/lugares que NADA tem a ver com a relação que ela mantém com um homem?

Na cabecinha delas é como se TUDO fosse uma ameaça à relação DELAS.

(Sim, meus amigos cuecas, a relação é dela, você é um acessório que pode ser exibido para as amigas e as abraça depois do sexo. Tanto que muita mulher por aí diz que precisa de UM namorado. Só para completar mesmo…)

E essa insanidade gerada pela forma que elas enxergam um rolo/namoro/casamento as colocam em posições ridículas como se dizer preterida pelo seu videogame novo ou negligenciada pela guitarra que você acabou de comprar. O dia que o som que elas fizerem quando tocadas for mais afinado, até se pode conversar.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Mesmo você, mulher, que não tem esses surtos de carência, ainda deve pentelhar seu homem com mais um fator, inconsistente, mas que vocês teimam em não perceber.
Mulher dá chilique se seu namorado sai para jogar futebol com os amigos de madrugada, mas se sente ofendidíssima se esse mesmo namorado diz para ela que ela não pode ir para a praia com as amigas. Direitos iguais no dos outros é refresco…

Isso vai doer mais em vocês do que eu: Os interesses femininos estão quase todos ligados com PEGAR E MANTER HOMEM! A maioria delas está interessada em fazer coisas que as deixem mais atraentes ou que as façam ser mais vistas pelos homens.

Quando um homem comprometido resolve sair com os amigos, ele quase sempre vai fazer coisas que não o ajudam em nada para ser mais bem visto entre o público feminino.

Exemplo: Num bar ele vai beber até ficar zonzo, vai arrotar feito um porco, falar de coisas nojentas, rir das piadas mais toscas do mundo e no pior dos casos vai passar uma cantada ridícula numa mulher que ele mal vai poder identificar se tem todos os dentes.
Quantas de vocês já se envolveram com um homem porco, bêbado, desleixado e sem senso do ridículo? (A maioria, eu sei, mas vocês só descobriram isso com o tempo, no começo ele deveria parecer ótimo!)

Quando uma mulher comprometida resolve sair com as amigas, ela quase sempre vai fazer um programa parecido com o que faria se quisesse pegar homem. Está nos genes dela. (O dia que eu ouvir uma mulher dizer que vai ir no apartamento da amiga fazer um campeonato de pôquer, eu mudo de opinião…)

Exemplo: Numa balada ela vai se vestir muito bem para se sentir poderosa, vai beber para ficar mais à vontade, vai bater um papo tosco mas discreto com as amigas e… Vai dançar MOOOOITO! (Óbvio que vai ser de forma sensual… Já inventaram dança para mulher que NÃO seja?)

Quantos de vocês, leitores, já pegaram uma mulher que estava na balada “só para curtir”? Nunca vi mulher dizer que está num programa desses para pegar homem. Não na cara dura…
A mulher comprometida tem o mesmo jeito e o mesmo discurso da solteira quando está sem seu namorado/marido por perto. A diferença é que depois de firmar uma relação, ela deixa de dizer essas coisas por hipocrisia.

Pensem um pouco… Homem é o primeiro que muda depois de se acertar com uma mulher. Até com uma certa razão, essa é uma das reclamações mais constantes do público que sangra todo mês e não morre. Ele fica mais relaxado, ele sai do modo de “conquista”.

Para as mulheres as coisas continuam parecidas nesses programas. Quantas aqui podem dizer sem medo que seu lazer não é baseado em atividades que envolvam sua aparência ou visibilidade para o público masculino? Nem vou reclamar disso agora, o meu ponto é outro:

De alguma forma, quando a mulher se sente abandonada ou ignorada por causa de algum programa do seu homem que não a envolva, ela imagina que ele vá agir como ela. E considerando que a maioria das mulheres confia muito mais na fidelidade feminina do que na masculina, acha que ele está aprontando alguma.

Fica a dica: Se por um acaso ele não te quer por perto quando sai com os amigos, é porque ele não quer ter que manter aquela pose de homem “pegável” que tem que manter ao seu lado. É tudo muito romântico até ele arrotar o alfabeto até a letra P e completar as letras restantes com peidos.

Ah sim, mais uma dica de ouro: Se você fizer drama e ele não for, ele vai ficar a noite inteira de cara amarrada. Se você fizer drama e ele te levar junto, vai estragar o programa dos outros que conseguiram dispensar as mulheres.

Concluindo: A não ser que ele resolva sair com as amigas, é sempre frescura e drama da namorada. Um belo de um desfavor…

Para tentar me enrolar dizendo que tem interesses diferentes na vida: somir@desfavor.com


Homem que namora pode sair sem a namorada? Claro que pode. Acho muito saudável que um casal saia separado. E isso não é só discurso, eu ponho em prática. Desafio a Madame a contar um único episodio onde eu tenha feito qualquer objeção, desde cara feia até uma verbalização estilo “Não quero que você vá”. Nunca fiz. E espero nunca fazer. Mas, é preciso que a pessoa que está comigo tenha a consciência que está NAMORANDO comigo.

Se um homem quer levar vida de solteiro, que fique solteiro. Namorando comigo ele vai ter sempre uma mulher (em forma) para comer, sempre um jantar gostoso no forno e sempre uma palhaça disposta a fazer massagem. O mínimo que eu espero em troca é que a pessoa me dê seu tempo livre, especialmente no “horário nobre”, que é no sábado à noite.

Talvez as mais novinhas aqui não entendam essa exigência. Explico: eu trabalho dez horas por dia e malho quatro. Saio de casa cinco e meia da manhã e volto dez e meia da noite. Como podem perceber, minha semana é corrida. Durante a semana posso ver meu namorado de forma rápida e superficial. O que se espera? Que passe o final de semana comigo e que utilize o tempo livre durante a semana para sair com os amigos.

Não se trata de competir com os amigos. É só uma questão de bom senso. A maior parte das pessoas que acompanham este blog não são vagabundos sustentados pelo papai e trabalham. Portanto, o único tempo disponível para conviver com qualidade é no final de semana. Em especial no sábado, porque na sexta à noite você está morta por ter acordado cedo e trabalhado o dia todo e no domingo à noite você tem que dormir cedo porque na segunda tem que acordar cedo para trabalhar.

“Mas Sally, você pode encontrar seu namorado durante a semana, na parte da noite também!”. Posso sim, mas não é um encontro com qualidade. É um encontro depois de um dia todo de trabalho, sabendo que tenho que acordar cedo no dia seguinte. Dá para um jantar e umas duas ou três bimbadinhas. E só. Sábado não. Dá para passar o dia todo juntos, conversar, atualizar as novidades da semana, fazer algum programa divertido e ainda dá para fazer uma boa noite de sexo com calma, tempo e disposição.

Tomar chopp em uma mesa de bar a gente pode fazer mesmo cansado, mesmo com sono. Pelo menos uma vez por semana eu saio com as “minhas meninas” (forma como chamo minhas amigas) para tomar um chopp (modo de dizer, porque eu não bebo) em algum barzinho. Mas sair com o namorado cansada e com sono é mais complicado. Por isso eu acho que esse tempo com menos qualidade deve ser utilizado no bar com os amigos e o tempo com mais qualidade deve ser utilizado comigo. Se a prioridade são os amigos, então que não namore.

Eu tenho mil defeitos. Mais de mil. Mas uma coisa que ninguém pode falar de mim é que eu pentelho homem. Não tenho vocação para pentelhar homem. Por isso, o fato de querer que ele passe o sábado comigo não é uma exigência regada a brigas. Eu verbalizo que quero isso, se a pessoa não me dá, não brigo, não bato boca. Aviso novamente que quero aquilo e se continuar não me dando simplesmente vou embora e procuro alguém que possa me dar o que eu quero.

E quando digo que eu quero o sábado para mim, não quero dizer que quero o sábado SÓ para mim. Quero estar presente. Nada impede que seja comigo. Considerando que o bonitão vai estar livre leve e solto durante a semana toda, salvo um cineminha aqui ou um jantarzinho ali, acho justo que dos sete dias da semana o único do qual eu posso dispor 100% seja meu, ainda que seja um “meu também”.

Acho que esse é o tipo de coisa que não se pede. Eu quero que a pessoa QUEIRA estar comigo no sábado, por ela própria. Se eu tiver que ficar pedindo, não tem valor. Vai pro inferno que eu vou ficar implorando para um homem ficar comigo! Eu quero (e mereço) alguém que seja louco por mim e que passe a semana toda contando os dias para chegar a hora de passar um dia inteiro do meu lado.

Infelizmente tem homem que parece escravo dos amigos. Sempre que os amigos ligam ele TEM QUE ir encontrar com os amigos. Não sabe dizer não para os amigos. Pois muito bem, que faça sexo com os amigos então, porque comigo não vai fazer.

Não vejo razão de ser de estar em uma relação onde o homem só está comigo quando os amigos não querem sair com ele. Eu me recuso a ser fonte subsidiária. Não pego resto dos outros, nem de mulher nem de amigos.

E eu acho SIM que quando um homem gosta de uma mulher, quando é LOUCO pela mulher (e eu só fico com homem que seja louco por mim) quer passar o máximo de tempo do lado dela, e QUANDO ELA não pode é que sai com os amigos. Radical? Pode ser. Vantagens de ser bonita e esperta. Quem não topar os termos do contrato que pule fora, homem que tope nunca me faltou e nunca vai me faltar. Mesmo que minha bunda caia, sobrará meu cérebro.

Claro que a MADAME aqui de cima vai fazer um discursinho lindo para me fazer parecer neurótica, maluca e tirana. Novamente eu apelo ao bom senso de vocês, não se deixem seduzir pelas palavras, foco nos ATOS da Madame. Falar, todo mundo fala o que quer (ou escreve, porque papel aceita tudo), perguntem a ele o que ele FAZ quando namora. Perguntem a ele se ele não quicava no calcanhar e dava ataque de pelanca quando EU falava que não poderia passar o sábado com ele. No cu dos outros é refresco, né? Dois pesos e duas medidas.

Relacionamento meio mais ou menos, onde a pessoa se vê uma ou duas vezes na semana, onde faz sexo uma ou duas vezes na semana, não é comigo. Namorar (ou casar, ou morar junto) dá muito trabalho para a pessoa me dar tão pouco em troca. Valeu, muito obrigada, mas essas coisas meia bomba eu dispenso.

Obs: Eu queria escrever sobre Silvio Santos, mas a MADAME não quis.

Para me chamar de chata, pedir para eu não botar mais minhocas na cabeça da sua namorada ou me chamar para passar um sábado inteiro com você: sally@desfavor.com

Traição é um assunto cheio de galhos. Sally e Somir já deram suas opiniões sobre quem seria a maior vítima no caso de uma traição. Você pode conferir clicando aqui.

Agora, mais uma vez os idealizadores deste desfavor de blog vão discordar sobre o assunto. Nesta coluna ambos darão suas respostas para a pergunta:

É possível existir uma relação duradoura sem infidelidade conjugal? (Simplificando: Traição é inevitável?)

Nem preciso ler o que a Sally vai escrever. Nós já discutimos sobre isso várias vezes e caso ela seja honesta ao invés de “fazer refletir”, conheço de cor e salteado os argumentos dela. Por algum motivo que eu não entendo, ela gosta de sofrer por antecipação…

Eu sou ruim, mas não sou tanto. Não vou adiantar o que ela vai escrever ponto-a-ponto, vou defender a minha argumentação e deixar essa frase para vocês pensarem enquanto lêem o que minha CARA escreveu: “Sally concorda comigo, mas não quer admitir.”

Quem lê pensa que eu vou defender o ponto-de-vista mais pessimista. Errado.
É possível sim existir uma relação amorosa SAUDÁVEL sem traição, até porque quase sempre quem diz que traição é inevitável está querendo falar mal de homem. (*apontando para baixo*)

O ser-humano não é instintivamente monogâmico. Ok, eu entendo isso. A tentação de olhar para o lado e descobrir se o gramado do vizinho é tão verde quanto parece vai nos perseguir durante toda a constância de uma relação com presunção de fidelidade.

Não ser instintivamente monogâmico não é desculpa para traição, muito embora vivam dizendo isso para explicar o motivo de tanta infidelidade nas relações amorosas. Assim como vários outros animais (a grande maioria), somos poligâmicos, mas escolhemos o melhor parceiro. E aí que está a idéia principal.

Fidelidade é ESCOLHA. E quando a pessoa escolhe direito e entende o que faz, torna tudo simples a ponto de não ser um sacrifício mantê-la.

“Ah, Somir… Mas e quando a tentação é muito grande?”

A tentação é muito grande quando:

1- Você ESCOLHE deixar a tentação ser grande;
2- Você ESCOLHE a pessoa errada para ser fiel.

A única vítima numa traição é quem é traído. Quem trai SEMPRE fez alguma merda, ou escolheu alguém que não era o melhor parceiro ou escolheu arriscar a relação em troca de prazer.

“Ah , Somir… Mas e quando foi o(a) corno(a) que começou?”

Um crime não compensa o outro. E além disso, se foi a outra pessoa que começou, bela merda você que continuou com ela mesmo assim, hein? Escolheu (palavra-chave) continuar e ao invés de procurar novamente o melhor parceiro, resolve que tem carta-branca para chifrar.
Na minha (nunca) modesta opinião, isso é gostar de chifre.

Pois bem, posto isso eu digo que fidelidade não é obrigatória numa relação.

“Somir, ficou maluco? Está se contradizendo!”

Muito pelo contrário. O que é escolha não é obrigação. Quando duas pessoas resolvem manter uma relação amorosa duradoura, não existe nenhum contrato “cósmico” que as obrigue a serem fiéis sexualmente. Fidelidade é mais do que uma presunção, tem que ser um acordo explícito entre um casal.

Conheço pessoas que não sofrem por saber que seu(sua) parceiro(a) está tendo um envolvimento com uma terceira pessoa. E não tem nada a ver com gostar mais ou menos dessa pessoa.

Conheço pessoas (vejo uma no espelho todo dia) que terminariam um relacionamento para sempre se fossem traídas. E também não é obrigatoriamente por gostar muito da outra pessoa.

Como eu já disse e repito: Fidelidade é escolha. Escolha do melhor parceiro. Escolha se você quer ou não uma relação com esse limite. Escolha no sentido de o quê vai caracterizar traição.

“Tá bom, Somir… Mas é possível nunca ser traído(a) numa relação longa?”

Claro que é. Basta fazer as escolhas certas.
Se você é uma pessoa possessiva, escolha uma pessoa possessiva também. Ambos vão ter prazer em saber que são os únicos. Se você não acredita em monogamia, escolha outra pessoa que pense parecido… Traição é agir de forma contrária do que se esperava de você.

O instinto humano pode jogar de várias formas com o nosso comportamento. Poligamia está nos genes? Ok. Mas o homem também tem nos genes a necessidade de ser O alfa. A mulher tem nos genes a necessidade de procurar O provedor.

Sem precisar racionalizar nem um pouco, já sabemos que não procuramos apenas nos reproduzir, procuramos o MELHOR PARCEIRO POSSÍVEL. A nossa capacidade de continuar desejando outros parceiros depois de nos acertarmos com um não quer dizer que é natural trair. Uma fêmea não larga o macho-alfa até outro tomar o posto.

O natural é termos a liberdade de procurar a pessoa certa caso descubramos que a que escolhemos não tinha o que queríamos. É POR ISSO que somos poligâmicos.

Traição não tem desculpa. Principalmente porque traição não é o simples ato de ter um relacionamento e se envolver com outra pessoa, traição é fazer isso SABENDO que vai fazer mal para seu(sua) parceiro(a). Assim como uma pessoa que não liga para fidelidade pode se sentir muito traída caso seu(sua) parceiro(a) exija isso dela.

Fidelidade só é falta de oportunidade quando se QUER trair.

Se você traiu, você escolheu errado em alguma parte do processo. Eu acredito piamente que é possível uma existir uma relação monogâmica feliz. Quanto melhores foram minhas escolhas até hoje, menos vontade de escolher de novo eu tive. E é assim que a nossa mente funciona.

Traição não é algo absoluto e inevitável. Já temos a morte fazendo esse papel nas nossas vidas.

Escolha direito. E se alguma coisa der errado, aprenda com o erro. Instinto é algo poderoso, mas se fosse do nosso instinto trair, jamais teríamos nos tornado essencialmente monogâmicos.

Para dizer para eu falar isso para aquele safado do seu ex: somir@desfavor.com


É possível ter um relacionamento a longo prazo sem traição? Bem, a resposta que vou dar é pensada tomando por base a regra geral, e como toda regra, comporta exceções. Mas que existe uma regra geral, isso existe. E a regra geral diz que em um relacionamento de muitos anos acaba acontecendo, em algum momento, uma traição.

Não estou falando de um namoro de dois ou três anos. Falo de relacionamentos a longo prazo, que enfrentam o desgaste da convivência. Casamentos de vinte ou trinta anos, por exemplo. Talvez em outra realidade social (afinal, o Brasil comporta várias realidades), como por exemplo, em uma cidade de interior com 500 habitantes onde todos se conhecem, a regra seja não haver traição, mas na minha realidade, na minha geração e na minha cidade a regra é o bom e velho chifre.

Eu costumo classificar as pessoas em dois tipos de infiéis: os infiéis ativos e os infiéis passivos. Os ativos são fáceis de identificar: são aqueles que correm atrás de pessoas para trair seu parceiro. Os passivos são aqueles que não correm atrás, ficam na deles, mas quando surge uma oportunidade tentadora não tem coragem de dizer “Vista-se, não vou ter nada com você, eu amo minha esposa”.

Eu sei que a maior parte das pessoas é infiel passivo. Eu sei que é possível amar muito uma pessoa e ainda assim trair. Eu sei que muitas vezes alguns homens nem querem ficar com a mulher e trair a esposa, mas acabam não conseguindo dizer que não. Um homem bem provocado perde o controle sobre si mesmo. Se os homens soubessem disso e não dessem abertura para flerte talvez não traíssem tanto, mas eles adoram flertar (literalmente) com o desastre.

E nem sempre para trair precisa ser com uma amante fixa (isso é canalhice em último grau). Pode ser uns beijinhos por aí, tomando um chopp depois do trabalho, pode ser uma trepadinha com a secretária na hora do almoço, pode ser um papinho picante com uma ninfetinha no MSN… pode ser de mil formas diferentes. Traição é tudo aquilo que você esconde do seu cônjuge porque se ele souber vai ficar puto.

Atenção mulheres! Vou tentar explicar de uma forma que vocês me entendam: sabe quando você está determinada a fazer uma dieta, diz a si mesma que vai ficar sem comer doce e o diz de uma forma sincera, na real intenção de não comer doce? Sabe quando chega a noite e bate aquela vontade absurda de comer doce? Você sabe que o certo é não comer, que é melhor para você se não comer, mas mesmo assim, você vai e come aquela fatia de bolo ou aquele sorvete! Você não queria comer… mas queria e comeu. Ambivalência. Você come e ao mesmo tempo que se sente satisfeita também sente uma ressaca moral e se acha uma merda sem força de vontade. Pois é. Acredito que com homem seja assim no que diz respeito a traição. Simplesmente não se controlam. Só que nós, quando fazemos dieta, sabemos que não temos que ter doces em casa se não acabamos comendo. Infelizmente, no caso deles, não dá para tirar todas as outras mulheres do mundo.

Toda relação duradoura, por mais bonita e bem estruturada que seja, passa por momentos de crise, momentos onde você acha o parceiro um chato, um babaca ou onde se questiona se quer mesmo ficar ao lado dele. Nesses momentos a relação fica vulnerável. Não tem como negar que se abre um espaço para uma terceira pessoa entrar no meio.

Mesmo que você ame muito seu parceiro (e quando digo “parceiro”, me refiro tanto a homens como a mulheres), ao longo dos anos, é normal encontrar alguém que mexa com você além dele. É uma realidade, ninguém está livre de se apaixonar ou de se sentir muito atraído por outra pessoa . E é difícil resistir, sobretudo quando a relação vai mal, porque o novo deslumbra. A adrenalina na paquera nos faz sentir bem.

Deve ter muita gente se perguntando: “Porra, se quer ficar com outra pessoa, porque não termina?”. Gente, não sejam inocentes. O ser humano quer sempre ter tudo e nunca quer abrir mão de nada. Seria o mais correto a fazer? Seria. É isso que 99% das pessoas faz? Claro que não!

Muitas vezes o homem ama sua esposa, ama de verdade, mas sente um desejo absurdo por outra mulher. Boba da mulher que pensar que amor suprime o desejo do seu homem por outras mulheres! E mesmo que ele seja correto e não faça nada, se essa mulher que desperta esse desejo resolver partir para cima dele com competência, não vejo muitas chances dele conseguir negar. Talvez se não for ao vivo ele resista, mas se for ao vivo e a cores e a mulher for competente, só lamento.

E para quem pensa que mulher não dá em cima do homem alheio, bem, aqui na minha realidade social isso é uma constante! Muitas vezes só dão em cima PORQUE é homem alheio! Acontece e é violento. Certa vez um amigo me contou que estava terminando de resolver umas pendências no escritório, quando sua estagiária (20 anos mais nova que a esposa e muito gostosa) entrou NUA na sala dele, desfilando lentamente e começou a abrir o zíper da calça dele. Vamos ser honestos aqui, quantos homens diriam “Vista-se, eu amo minha esposa”? Ele inclusive chegou a me dizer que tentou dizer isso, que queria fazer isso, mas que na hora simplesmente não conseguiu, tudo se apagou da mente dele: esposa, filhos… Comeu a estagiária, foi uma merda, ele se sentiu um merda, se arrependeu, etc, etc. Mas traiu. Sem contar que tem muitos idiotas que ainda acreditam que se uma mulher bonita dá em cima violentamente, eles tem que pegar se não ficam com fama de viado! (aff)

Somos bicho. Somos uma versão mais light de bicho, cagamos em privada, usamos talheres, mas na nossa essência ainda existe uma carga de instinto muito grande que nós, arrogantemente, fazemos de conta não existir. O mundo não é como a gente gostaria que fosse, ele é como é, e o mundo tem alguns aspectos muito feios. Pessoas traem.

Claro que para todos vocês vai ser muito mais tentador acreditar na versão cor de rosa e hipócrita da Madame aqui de cima, que prega uma coisa que ELE MESMO não conseguiu colocar em prática. Traição é que nem a morte, um dia chega mas é melhor viver a vida sem pensar nisso, se não a gente não vive.

“Mas Sally, você está dizendo que eu tenho que me conformar com um chifre, porque ele vai acabar chegando?”. Nem pensar. Eu, por exemplo, não nasci para ostentar uma galhada na cabeça. Chifrou? Beleza. Acontece. Mas do meu lado não fica mais. NUNCA MAIS. Minhas relações terminam na hora se descubro um chifre. Que seja eterno enquanto dure.

Para me encher os ouvidos tentando me provar que seu marido ou sua esposa é diferente e o que vocês tem é especial e ele nunca te traiu: sally@desfavor.com

Qual o papel da atração física pura e simples numa relação estável? Até onde podemos considerar que a beleza está nos olhos de quem vê? É possível basear um namoro ou casamento apenas pela aparência? Onde eu deixei minhas chaves?

Sally e Somir fazem suas análises, e obviamente não concordam. O que não é tão óbvio assim é de que lado cada um ficou. Confira você mesmo e tire suas conclusões (desfavoráveis).

Coisa rara, um elogio: Sally é uma mulher LINDA. Até por isso ela está eternamente proibida de postar suas fotos aqui. Apesar de nunca ter negado isso quando perguntado, sempre utilizei esse fato para irritá-la.

Como assim?

É que eu sempre digo para ela que ela poderia ser muito menos bonita do que é e eu ainda sim teria namorado com ela. E que as coisas teriam ocorrido de forma bem parecida com que ocorreram. Ela fica furiosa… (E eu me divirto.)

Mesmo considerando minha tara por provocar, eu estou falando a verdade. Beleza é importante, mas é relativa DEMAIS no decorrer de uma relação. Eu não vou começar com um discursinho afrescalhado de como devemos amar as pessoas do jeito que elas são, o meu objetivo neste texto é outro.

Uma relação (saudável) entre um casal é baseada em sexo. Vários outros fatores podem ajudar ou atrapalhar, mas se tem um elemento que precisa funcionar é o sexual. É preciso que exista tesão entre as partes (pudentas?). Pessoas como a Sally vão te dizer que tesão é algo única e exclusivamente físico, que depende apenas do corpo da pessoa com a qual você pretende fazer sexo. Pessoas como a Sally tem TODO o direito de pensar assim. Mas elas vivem esquecendo que as fronteiras do mundo estão bem além de seus umbigos…

Um belo corpo faz maravilhas pela libido. Não só pela do parceiro como pela sua, confiança ajuda e muito na hora de se soltar mais na cama. (No sofá, no chão, na escadaria do prédio, no meio de um parque lotado…)

Mas um belo corpo é atraente per se. Ele conversa diretamente com nossos instintos, ele ignora qualquer necessidade de interação e conhecimento. Um corpo bonito é um corpo bonito e só. Qualquer um pode pode ter um corpo bonito. (Dadas as condições de genética, esforço e poder aquisitivo necessárias…)

Ser bonito(a) faz toda a diferença na hora de ATRAIR um(a) parceiro(a).
Mas é secundário na hora de MANTER.

Porque é nesse momento onde o “tesão intelectual” surge com toda sua força. É ele que mantém qualquer relação, com pessoas bonitas ou não envolvidas.

“Tesão intelectual, Somir? Que merda é essa?”

Explico: Existe um certo momento numa relação onde você deixa de fazer sexo com o corpo do(a) parceiro(a) e começa a fazer sexo com a PESSOA. Quase sempre é o momento definidor para se saber se existe futuro ali.

“É quando você não está mais só feliz por estar comendo uma gostosa (ou outra coisa que não a sua mão…), mas também se sente orgulhoso por estar com aquela mulher.” – Somir

A maioria das pessoas experimenta algumas doses de tesão intelectual antes mesmo desse momento. Mas a realização dessa idéia costuma ser súbita.

O tesão intelectual é a atração pelo conjunto da obra. Qualidades, defeitos… Mentais e físicos.
Muito se engana quem acha que beleza é uma coisa que pode ser separada, catalogada.

Aposto que a Sally deve ter usado alguma teoria nazi-fascista dizendo que beleza é algo matemático, mensurável… Balela! Beleza é muito relativa. Depende não só dos olhos de quem vê como do ambiente onde está inserida. Beleza é basicamente comparação.

Eu gastaria umas 20 páginas para explicar isso direito, mas vou tentar exemplificar:

Entre um carro popular feito numa linha de produção e um esportivo feito sob encomenda, qual você tende a achar mais bonito? Aposto que eu sei o que você escolheu.
E eu já posso adiantar que não é pelo design, já que pouca gente nesse mundo tem o gosto pelo design bem desenvolvido. Duvido que você saiba apreciar a beleza de uma saída de ar muitíssimo bem projetada. Um deles é banal, lento e barato; O outro é raro, veloz e é um sonho de consumo.

Imagine uma modelo no meio de várias outras. Agora imagine essa mesma modelo andando na rua da sua casa. Onde ela seria mais bonita? É a mesma pessoa, mas eu aposto novamente que na sua cabeça ela ficou mais bonita quando comparada com pessoas comuns.

Poderia dar vários outros exemplos, mas o espaço está acabando. E se você que está lendo acha que eu estou saindo do assunto, aqui vem o ponto-chave da minha argumentação:

Beleza física é uma parte do conjunto que é uma pessoa. Sozinha ela é efêmera, descartável.
Vivo lendo relatos de pessoas furiosas por perderem seus parceiros ou parceiras para pessoas mais feias do que elas. Discordo de todas. Quem perde é mais feio do que quem ganha.

Beleza física tem importância na medida que o resto do conjunto que forma um ser humano não é tão bonito assim. Uma palavra, um gesto, uma atitude… Uma idéia pode transmitir muito mais beleza do que a que seus olhos podem captar.

(Se estou sendo muito filosófico, corrijo agora: Uma pessoa bonita não ganha o direito de não tomar banho, certo?)

Todas as relações de sucesso são baseadas em beleza. Mas não naquela beleza absoluta, que todo mundo pode ver… O sucesso está na beleza que só você vê. A beleza do conjunto.
Um corpo bonito ajuda muito numa relação. Mas está fadado a ficar em segundo plano assim que o tesão intelectual se estabelece.

Não é perder o tesão físico que derruba um relacionamento.
Uma pessoa que relaxa com a aparência denota falta de interesse no(a) parceiro(a). E é justamente aí que o tesão intelectual perde força e as coisas começam a dar errado. E ainda nesse argumento: Não adianta MERDA NENHUMA ser bonito(a) se você vai estragar o tesão intelectual do parceiro com o resto do seu pacote.

Beleza física é importante, mas secundária.

E não se enganem com o texto da minha CARA aqui embaixo: Ela é uma barangueira de marca maior. Eu sou a prova viva disso.

Para dizer que eu só disse isso porque sou feio: somir@desfavor.com


Qual a importância da beleza em uma relação? Não vou ser hipócrita, é muito grande. Salvo pessoas em surto de paixão, que estão a um degrau da loucura completa, a beleza é relevante e fundamental.

E não digo só o fato de se sentir atraído pela pessoa, ela tem que ser “socialmente bonita”, ou seja, ele tem que poder apresentar para os amigos e para a família sem passar vergonha. Caso contrário, será um desgaste constante. E que relação sobrevive a um desgaste constante?

E não basta que a pessoa seja bonita. Tem que ser “namorável”. Se for meio vulgar, já não serve. Se usar roupas pouco convencionais, já paira uma dúvida. Tem que estar dentro daquilo que ele e as pessoas que o cercam considerem aceitável. Se um homem fica com uma mulher socialmente reprovável, ele não vai querer encarar as críticas dos amigos e da família. Vai pegar ela na encolha. Está incluído no conceito de beleza a aprovação social.

Mesmo com a relação já consolidada, beleza continua sendo fundamental. Comece a se descuidar e verá. É claro que Madame vai escrever aqui que a mulher não tem que estar sempre linda, ele cansava de me dizer “Acho você linda quando acorda, não sei porque essa paranóia toda, você é linda ao natural”. HÁ! Vai achando que aquilo é “ao natural!”. Aquilo é só “sem maquiagem”. Meu corpo natural não é esse, meu cabelo não é esse, minha pele não é essa, etc, etc. Beleza é um trabalho de manutenção constante e ele nem faz idéia de como eu seria se não me preocupasse com beleza. Perdoem, ele não sabe o que fala.

No caso dos homens é pior ainda, eles são criaturas muito visuais. Eu acho fundamental para que um homem goste de uma mulher e queira manter uma relação com ela que ele a ache atraente e que seu meio social não a ache repulsiva. Dificilmente um homem segura a barra de ser motivo de piada entre seus amigos por causa da mulher baranga que tem do lado! Eu juro que eu nunca vi um homem dizer a frase: “Ela é feia, mas tem outras qualidades tão boas que compensam isso”. Quando um homem está com uma baranga, ele geralmente não a acha baranga e ela também não é considerada baranga no meio social onde eles habitam.

Dá para se relacionar com uma pessoa feia? Dá, claro. Mas as chances de sucesso da relação caem drasticamente. É possível que seja uma relação bem sucedida? É, mas as chances caem drasticamente. É possível que nunca se traia o barango(a)? É, mas as chances caem drasticamente. Não venham jogar exceções na minha cara, porque aqui falamos da regra geral.

E beleza não é importante só no primeiro momento não, mesmo depois de engatar uma relação ela continua importante. “Mas ele já gosta de mim, ele vai gostar de mim de qualquer jeito” HÁ! EU NÃO CONTARIA COM ISSO. Err… continuando, peçam para a Madame aí de cima contar como foi que eu o convenci a me encontrar pessoalmente! (sim, EU tive que convencê-lo). Aparentemente ele não queria, estava na dúvida. Em dez segundos decidiu. Perguntem se foi a minha inteligência que o convenceu. Perguntem! Perguntem!

Uma pessoa procura beleza. Pode até se encantar por uma pessoa feia, pode até casar com uma pessoa feia, mas um dia o senso de estética cobra seu preço. Quando você tem um filezão em casa e outro filezão na rua te dá mole, fica mais fácil resistir à tentação do que quando você tem carne moída em casa e um filezão na rua sorrindo e acenando. Claro, mulher bonita também leva chifre, nada no mundo nos salva do chifre, mas a feia leva mais, muito mais.

“Ah, mas eu amo ele(a), não faz diferença se uma pessoa bonita der em cima de mim”. Será? Será mesmo? Sejam honestos, quem aqui já teve alguém muito, muito, muito bonito dando em cima na constância da relação com um feio e conseguiu dispensar? Digo, uma chance real, não um mero flerte. Beleza deslumbra. Recusar na teoria é fácil, eu mesma tenho discurso pronto para isso, mas recusar na hora da verdade, virar o carão para aquele beijo daquela pessoa linda… é muito difícil. Ainda mais quando você volta para casa e dá de cara com aquela mixaria. Ninguém troca seis por meia dúzia, mas troca seis por oito e seis por dez.

Não sou eu que estou dizendo que a beleza fascina. É a ciência. Foi feito um estudo com bebês de todas as culturas e ficou comprovado que eles olham mais tempo para fotos de pessoas bonitas, de todas as culturas. Beleza é cultural? Não necessariamente, parte dela talvez, mas existe um componente fixo. A beleza está diretamente ligada à estética e à simetria, existe até uma conta matemática que pode ser feita para determinar a beleza de um rosto (seqüência de Fibonacci). Além disso, a biologia nos diz que tendemos a achar bonitos aqueles indivíduos que indiretamente aparentam ser os melhores reprodutores. Gente, a verdade é uma só: nós somos bicho, adoramos negar para nós mesmos que somos bicho, mas no final das contas, se formos pensar com honestidade, agimos como bicho mesmo.

Procuramos pela beleza. A beleza nos seduz. Não tem como vestir uma máscara racional e dizer que estamos acima disso. Todos nós somos, em maior ou menos nível, escravos da beleza. Beleza abre portas, beleza gera melhores salários, beleza decide o destino de relacionamentos amoroso todos os dias. Essa é a regra. Se você vive uma exceção, parabéns, você é um espírito de luz (que nunca deve ter vivenciado uma verdadeira tentação)

E vamos parar com essa merda de querer que as pessoas se sintam culpadas por apreciar o belo (com letra minúscula, porque quem aprecia o Belo tem mais é que se sentir muito culpado!). Está no nosso DNA sentir atração por beleza, não é nada errado, mesquinho, pouco nobre ou pecaminoso! Não nos faz fúteis, crápulas nem vazios. Eu ADORO gente bonita. Sexo é melhor, olhar para a pessoa é melhor, tudo fica melhor! Tendemos até a ser mais tolerantes com pessoas belas! E nada melhor para fazer uma relação durar do que a tolerância.

Não dá para romantizar, beleza é essencial para uma relação. E todo mundo que eu vi lutar contra isso se deu mal. A argumentação é linda, é tentadora de se acreditar, mas convenhamos que na prática, a coisa é bem diferente. Só beleza não basta, isso eu nem discuto. Mas daí a dizer que ela não é essencial… Porra, é essencial SIM. É um dos componentes fundamentais para manter um casal junto. Não adianta tentar tirar onda de civilizados e bem resolvidos, estamos programados geneticamente para gostar do belo e não tem nada de errado com isso. Tentar fazer você sentir vergonha por isso é coisa de gente feia. Vamos apreciar a beleza e deixar a hipocrisia de lado. Vamos verbalizar e assumir com palavras o que os nossos atos já comprovam faz tempo: beleza é essencial em uma relação!

Para fotos de belos homens, revolta das barangas e chororô romântico: sally@desfavor.com

O amor pode vencer todas as barreiras? Quando o assunto é diferenças financeiras entre um casal, Somir e Sally acham que a opinião um do outro não vale nada.

Todo mundo já viu alguma história de príncipe encantado que vem para fazer uma pobre garota feliz para sempre. É o tipo da fábula que povoa a mente das mais diversas pessoas pelo mundo afora.

Mas… você lembra de alguma história onde a princesa encantada vem buscar um pobre rapaz para fazê-lo feliz para sempre?

Se você prestar atenção, quase sempre a personagem rica que ignora todas as dificuldades para ficar junto com a personagem pobre é HOMEM. Essas histórias são ficção, claro, mas mesmo assim, são histórias feitas para agradar o público. Se existia a história do Cinderelo, deve ter sido esquecida com o tempo…

Por que só as histórias onde o homem é magnânimo em relação à situação financeira da mulher que ficam famosas?

Simples: Porque só esse tipo de história consegue apelar para as fantasias de ambos os gêneros. Homens gostam de se sentir feito heróis e mulheres gostam de homens ricos e poderosos. Receita de sucesso.

É fácil perceber como as mulheres valorizam demais a condição financeira do homem com o qual querem ter alguma coisa:

“Fulano é pobre, mas é esforçado e me trata muito bem.”

Ênfase no “mas”. Pobreza precisa ser compensada para uma mulher. Você, leitora, pode até não ter coragem de assumir nos comentários, mas com certeza SEMPRE deve ter usado esse “mas” depois de dizer que um homem é pobre para elogiá-lo. Preconceito é uma coisa muito poderosa, aparece no que falamos e pensamos de forma muito sutil quando é sufocado pelo “politicamente correto”.

Não adianta se enganar: Mulheres consideram a pobreza de um homem um defeito. O que se pode fazer? É algo natural, faz parte do instinto da fêmea procurar um provedor, até mesmo se ela puder se manter sozinha.

A mulher que se apaixona por um homem pobre fica o tempo todo lutando contra sua natureza e achando diversas formas de valorizá-lo em outros campos. Ela se sente mal por ter esse preconceito social GRAVADO no seu DNA e faz o possível para enxergar naquele pobre pretendente o seu príncipe encantado.

“Ele ainda não é rico, mas tem tudo para ser…”

Se você ainda não percebeu por que mulher trata a pobreza de um homem como um defeito DELE, preste atenção em algumas outras manifestações comuns de situações parecidas, como o famoso caso do “quem ama o feio bonito lhe parece”… Quando uma mulher se apaixona por um homem feio, com o tempo ele vai ficando mais bonito, mesmo que só na visão dela.

São defeitos relativos. Beleza depende dos olhos de quem vê, inteligência depende do referencial de quem convive, personalidade depende da adaptação da própria personalidade em comparação.

Mas pobreza… (Que, reafirmo, só é defeito para mulheres.)

Pobreza não é tão relativa assim. Claro que a própria situação financeira influi no referencial sobre quem é rico e quem é pobre, mas não existe o caso de uma mulher se apaixonar por um pobre e começá-lo a achar rico com o tempo.

“Eu comecei a ver a beleza dele com o tempo.”

“Se você prestar atenção, ele entende de muita coisa.”

“Eu sei que ele parece frio, mas a convivência mostrou algo diferente”.

Todas frases comuns, certo? Mas, você nunca ouviu algo assim:

“Tudo bem que ele é pobre, mas com o tempo eu encontrei uma Ferrari na garagem do barraco dele.”

A mulher sempre vai se ressentir da falta de condições financeiras de seu homem. Nunca vai ser uma aceitação completa da PESSOA com quem ela convive. Uma coisa é dizer que pode viver sem queijos e vinhos, outra é viver sem almoço e jantar. Não é da natureza feminina prover para um homem, invariavelmente ela vai ficar frustrada se ele não tomar as rédeas na hora que ela estiver necessitada. E por mais que não seja culpa de nenhuma das partes afeta e muito o amor dessa mulher. O príncipe encantado não apareceu… E agora?

Ah, eu esqueci de falar sobre como os homens pensam:

“Se ela é gostosa, tá ótimo.”

Concluindo: O amor na riqueza é possível para todos. O amor na pobreza é possível para um homem se a mulher for gostosa.

E se você, leitora, já usou um “mas” depois de dizer que um homem era pobre, você já concordou comigo. Simples assim. Claro que todas vão concordar com o que quer que a Sally escrever. Aparentemente as mulheres se sentem muito culpadas por essa característica…

Xingamentos, ofensas e admissões de culpa: somir@desfavor.com


Alguém quer um Plasil? Porque depois de ler o que a Madame aqui de cima escreveu, muita gente deve estar com náuseas. Agora que vocês sabem como é a mente distorcida desta pessoa, podem entender melhor porque não estamos mais juntos. Basta ligar os pontos.

Amor sobrevive à pobreza? Claro. Conheço pessoas pobres casadas por muitos anos mais felizes do que eu na vida afetiva. Aliás, acho que no geral, gente pobre é mesmo mais feliz, são mais simples, menos problemáticos (por falta de capacidade de problematizar, não por mérito) e mais conformados.

Amor de uma pessoa acostumada a boa vida sobrevive à pobreza? Pode ser que sim, pode ser que não. Eu acredito ser POSSÍVEL que sobreviva. Até porque, pobreza não é uma doença terminal, não é uma condição irreversível. Um homem pobre e ambicioso me parece melhor partido que um rico acomodado. Procure-os de volta em dez anos e veja como está cada um.

E não falo por romantismo ou da boca para fora não. Já tive namorados que não tinham nem dinheiro para me levar no cinema. Mas eram batalhadores, esforçados. Uma coisa é um namorado playboy que não te leva no cinema porque porrou o Audi que o Papai deu para ele em um poste e está tendo que pagar o prejuízo, outra muito diferente é o cara que foi morar sozinho com 18 anos e se sustenta desde então, trabalhando 12 horas por dia todos os dias e mal paga as suas contas. O meu era o segundo.

Não sei quanto a vocês, mas eu, quando gosto da pessoa, quero ESTAR COM A PESSOA. O lugar me é indiferente. Pode ser em um restaurante caro ou na casa dele vendo um DVD. Claro que é muito melhor estar em um restaurante caro, mas se isso não foi possível, com certeza não será determinante para o fim do relacionamento. Eu não sou cachorro para ter necessidade de passear e muito menos fico fazendo homem de “amiga” e levando comigo a tira colo para fazer tudo que eu quero. Se eu estiver bem financeiramente e acordar com vontade de comer lagosta, chamarei uma amiga abastada para me acompanhar. Meu homem eu quero para uma coisa só: ser meu homem.

Cada vez que a Madame aqui de cima solta essas pérolas, eu fico me perguntando o que as pessoas vão achar de mim. “Você se importa muito com o que as pessoas pensam, Sally” era o mantra que ele sempre repetia. Pois é. Me importo mesmo. Quem o escuta falar deve pensar que eu sou uma interesseira, mercenária e que fica cobrando presentes caros. Devo parecer uma pessoa muito difícil de agradar e não a babaca que comia macarrão com salsicha, via filme baixado no bit torrente e ia dormir achando que teve o melhor final de semana da vida.

“Mas Sally, geralmente mulher não fica com cara pobre”. Será? Mesmo que seja verdade, não são todas. Não mesmo. Mulher quando gosta é muito mais generosa do que homem. Mulher fica com cara feio e acha ele lindo. Fica com cara pobre e acha várias qualidades nele. O complexo está na cabeça de vocês, homens, que se realizam pelo dinheiro e pelo poder e ficam achando que a cabeça feminina é assim também. Quem aqui não conhece um pobre com uma excelente oratória que pega mulher de montão?

A longo prazo, a pobreza atrapalha qualquer coisa, não só o amor. Atrapalha sua saúde, porque você não come bem, não dorme bem, não vai a bons médicos, por exemplo. Pobreza é uma merda, não nego. Mas daí a dizer que não pode haver amor na pobreza…
Observem bem e vocês vão reparar que geralmente o homem que sobe na vida tem sempre uma mulher bacana e companheira do lado (e depois que ele sobe, costuma dar um pé na bunda desta e trocá-la por outra mais nova e mais bonita). Então, não só o amor sobrevive à pobreza, como ainda é um estímulo para sair dela. Sim, muitas vezes o Zé Ruela não faz por ele mesmo e sim por amor à sua esposa, por querer dar uma vida confortável para ela. É uma forma (tosca) comum dos homens demonstrarem afeto: se matar de trabalhar para poder dar o melhor para suas esposas.

O amor não sobrevive é a gente acomodada. E gente acomodada tem um sentido amplo. Acomodada em qualquer aspecto. Só um acomodado fica com outro acomodado, porque só um acomodado suporta essa inércia contemplativa de ver a vida passar sem fazer nada para melhorar.

As histórias de amor mais honestas que já vi e que já vivi não foram em ambientes de luxo. Até porque, tem gente que realmente não liga para isso. A Madame aí de cima acha que seu jeito de pensar é parâmetro mundial, mas não é. Tem gente que não precisa de muitos bens para ser feliz. Se a felicidade sobrevive à pobreza, quem dirá o amor.

Mulher quando gosta é uma desgraça. Quase nada nos impede de pular de cabeça. Nosso lado racional entra em coma. E se o problema for começar a gostar de um pobre, já adianto que é o que mais se vê: menina rica apaixonada por menino pobre. Nunca impediu ninguém de se apaixonar. Acontece desde que o mundo é mundo. E em alguns casos, dura.

Nem vou usar meu limite de páginas, essa é uma discussão que já nasceu morta. Mesmo a mais esnobe das mulheres (que divulga aos quatro cantos que homem para sair com ela tem que buscá-la de Audi na porta da sua casa) sabe que não está livre de um dia se apaixonar por um pobretão pedestre. Já virou livro, já virou novela, já virou filme (por exemplo, “Um salto para a felicidade”, em inglês “Overboard”). Se fosse tão impossível, não existiria com tanta freqüência no mundo da ficção.

Não se chuta cachorro morto. Vou parar por aqui, porque mesmo antes de começar a escrever, a Madame aí de cima estava mortinho. Só quero que ele me responda se falta de dinheiro já nos impediu de ser feliz nos momentos em que estivemos juntos.
E digo mais: o melhor presente que já recebi de um homem em toda a minha vida, o que mais me fez feliz, custou só um real.

Para convites para comer um cachorro quente na esquina, ir no cinema a pé e dividir um jantar: sally@desfavor.com

SOMIR: Alô?
SALLY: Oi, não te acordei, né?
SOMIR: Não, nem fui dormir.
SALLY: Aconteceu alguma coisa?
SOMIR: Resolvi não dormir hoje.
SALLY: Como assim? Você simplesmente escolhe não dormir?
SOMIR: Sim. Meu corpo me obedece.
SALLY: Aff… Eu quero falar sobre saúde essa semana.
SOMIR: Beleza, assim que passar essa dor-de-cabeça eu escrevo.

Assunto de hoje: Até onde devemos nos preocupar com nossa saúde?

Adoro esses momentos. Eu vou defender o ponto-de-vista realista e politicamente incorreto e minha CARA vai defender alguma dessas baboseiras hippies de “meu corpo é um templo”.
Nem preciso ler o que ela escreveu para saber disso. O tanto de bronca sobre o assunto que eu levei dela durante o tempo que namorávamos é um excelente indicador sobre nossa discordância nesse assunto.

Pois bem: Saúde é o que interessa?

Sim, desde que te proporcione mais anos novos de vida. Vocês vão ver que eu não sou tão relapso e inconseqüente assim por não me importar muito com alguns aspectos clássicos de uma vida saudável.

Mas primeiro eu vou explicar o ponto central da minha argumentação, a diferença entre anos novos e anos velhos. Anos novos são aqueles onde você é uma pessoa que tem seu corpo naturalmente mais apto a aproveitar tudo o que a vida pode oferecer. Já os anos velhos são aqueles onde por mais que você tenha se cuidado, seu corpo não PERMITE que você faça tudo o que quiser.

Normalmente uma pessoa vive da seguinte forma:

Nada contra, um bom aproveitamento dos anos novos e uma sobrevida para ver seus netos crescendo. Perde um pouco de qualidade de vida nos anos velhos, mas mesmo se sofrer um pouco mais, vai saber que aproveitou o que tinha que aproveitar.

Pessoas certinhas, que tratam seu corpo como um templo vivem assim:

Praticamente o mesmo tanto de diversão tanto nos anos novos quanto nos velhos. Sobrevida de mais qualidade em relação às pessoas normais. Boa coisa, certo?
ERRADO! Essa pessoa que deixou de aproveitar vários prazeres de vida não vai escapar do desejo de realizá-los. Já ouviram uma pessoa mais velha dizendo para vocês aproveitarem o máximo que puderem? Acha que é um conselho vazio? Não duvide da sabedoria dos idosos. O desejo NUNCA vai passar. Mas a disponibilidade física vai. Tomara que você ainda tenha tempo!

As pessoas que tratam seu corpo como uma festa vivem assim:

Aproveitamento EXEMPLAR dos anos novos. Pessoas assim entendem que a vida é finita e ninguém fica mais novo. Não há sobrevida, apenas vida. E justo no momento onde até mesmo os que acham que o corpo é um templo começam a sentir os inexoráveis sinais da idade, essas pessoas estão deixando o mundo no auge. Com a sensação do dever cumprido.

Plantas e animais irracionais nascem para sobreviver. Já os humanos nascem para viver.
Vejamos alguns pontos-chave sobre a questão de saúde e seu impacto na qualidade de vida de cada uma das categorias.

Exercícios físicos:
– Anos novos: Importantes para aumentar sua disposição e principalmente sua atratividade sexual. Caso você já consiga diversão sem isso, desnecessário.
– Anos velhos: Longevidade e aquela sensação de que se você fosse um pouco mais novo, poderia fazer o que está querendo.

Alimentação:

– Anos novos: Comer é um dos grandes prazeres da vida. E nosso paladar não nos engana, gostamos justamente do que mais nos faz mal. Seu corpo vai lidar muito melhor com os excessos nos anos novos, mas a sua vontade vai continuar a mesma a vida toda.
– Anos velhos: Longevidade e aquela sensação de que se você um pouco mais novo, poderia comer o que está querendo.

Vícios:
– Anos novos: Evite os que não vão te deixar fazer mais nada, como a maioria das drogas ilegais faz. Os outros são uma delícia, fazem mal e cobram sua conta no futuro, mas não existe prazer sem conseqüência. Ou aproveita logo e sofre depois ou sofre por igual durante a vida. Não fumar não torna seu pulmão eterno… Não beber não evita que você tenha problemas no fígado.
– Anos velhos: Longevidade e aquela sensação de que não teria feito tanta diferença ter aproveitado um pouquinho mais enquanto podia.

Cuidados médicos:
– Anos novos: A medicina só existe porque ficamos doentes. Os remédios só existem porque resolvem a maioria dos problemas os quais se propõe a resolver. O seu trabalho é quebrar e o dos médicos é consertar. Vá quando precisar, cada um com suas atribuições.
– Anos velhos: Vai passar 10% menos tempo no hospital do que quem não se cuidou. Sensação de que não fez muita diferença.

Descanso:
– Anos novos: Quanto mais você dorme… Mais você dorme. Basicamente é isso. Durma o quanto bem entender, dormir pode ser um prazer, mas essa obrigação social chata de dormir oito horas parece turno de trabalho. Perca o quanto de vida você achar melhor…
– Anos velhos: Depois de uma vida inteira regrada nesse aspecto, você vai ganhar… Nada. E para ajudar ainda vai ter mais sono do que tinha antes de qualquer jeito.

Quer viver de forma saudável? Quer se alimentar como um animal de pasto? Quer tratar seu corpo como algo frágil e delicado apenas para viver mais tempo dizendo que na sua época de jovem era tudo melhor?

Direito seu.
Mas não me venha dizer que você vai viver melhor. Vai sobreviver melhor, e só.

Para saber como começar a fumar e que bebida tem mais a sua cara: somir@desfavor.com


Não sou uma pessoa radical com saúde. Nem com a dos outros nem com a minha. Mas acredito que um mínimo existencial deva ser respeitado, não só por você mesmo, mas como um ato de consideração pelas pessoas que te amam e te cercam.

Seu corpo é sua casinha. O lugar onde você vai morar até o fim da vida. É mérito seu o corpo que você vai ter dentro de vinte anos. Ninguém precisa seguir uma dieta macrobiótica para garantir uma qualidade de vida decente, mas puta que pariu, algumas coisas devem ser suprimidas/evitadas ou diminuidas, principalmente por aqueles que fazem uso delas de forma compulsiva.

Não me entra na cabeça uma pessoa que fuma vários maços de cigarro por dia. “É vício”, eles dizem. Beleza. Vício a gente larga. É difícil? É. É possível? É. Tem gente que larga, não tem? Digo o mesmo para a bebida. Gente que bebe a ponto de prejudicar sua vida pessoal e profissional. Não sou psicóloga, mas me parecem pessoas autodestrutivas.

O trio alimentação razoável + 6 a 8 horas de sono + atividade física são um bom começo para uma vida saudável. Não é pedir muito. “Mas eu não tenho tempo, Sally”. Tem sim. Corte alguma outra atividade, porque o que está em jogo não é só o seu bem estar, é também a consideração que você tem pelas pessoas que te amam de não adoecer nem morrer cedo. Sua saúde tem que se prioridade na sua vida, porque sem ela, todo o resto fica comprometido.

“A tia da prima da irmã da minha avó fumou até os 93 anos e não morreu disso”. Ótimo. A véia tinha uma genética fuderosa, vai ver era X-Man, que bom que ela teve uma vida longa, mas você pode não ter a mesma sorte. Vai brincar de roleta russa?

“Mas todos nós vamos morrer um dia”. Sim. Você quer adiantar esse momento? Ou torná-lo mais penoso, para você e para as pessoas que te cercam?

Lógico que todos nós damos vazão a angústias de alguma forma em nosso corpo. Todos nós apresentamos comportamentos destrutivos algumas vezes. Alguns roem as unhas, outros comem compulsivamente… mas o racional tem que se capaz de colocar um limite quando um bem maior como a vida está em jogo.

Além disso, hoje existem muitos remédios para ajudar a superar essas “dependências”. Moderadores de apetite, remédios que ajudam a parar de fumar, etc, etc…

Mas o objetivo principal do meu texto não é convencer você a se cuidar para ter uma vida melhor. Cada um vive como quer, se a pessoa quer terminar seus dias fodido, torto e cagando em uma fralda, sinceramente, tem mais é que passar por isso mesmo. Cada um colhe o que planta. Quem semeia merda, colhe bosta, a vida é implacável.

O grande objetivo aqui é mostrar que isso é uma sacanagem com as pessoas que te amam. Faz pouco tempo vi uma conhecida enterrar o marido depois de um câncer no pulmão e ficar com três filhos de 3, 6 e 9 anos para criar sozinha. O sujeito tinha um histórico de câncer de pulmão na família (pai e avô tinham morrido jovens disso) e nem assim parou de fumar. Francamente, não compro essa frase de que quem fuma só prejudica a si mesmo. Ele prejudicou a esposa e aos três filhos. Quando você coloca um filho no mundo assume uma responsabilidade.

E ainda tem gente que repete: “Qual é o problema? Eu só estou fazendo mal a mim mesmo!”. Aff! Quando se faz mal a você mesmo, todas as pessoas que te amam sofrem. Uma vez perguntei para a Madame aí de cima, depois de ouvir essa frase babaca: “O que você faria se todos os dias eu tomasse na sua frente uma pequena dose de um veneno que a longo prazo fosse me matar?”. A cara de bunda dele foi fenomenal.

E ainda tem os que dizem “Eu prefiro viver assim, a escolha entre viver e morrer é minha”. Ótimo. Bacana. Só que algumas vezes o infeliz não morre, fica no meio do caminho, entrevado, dando trabalho para quem está vivo e saudável. Quem aqui quer um marido com AVC pedindo melão que precisa ter as fraldas trocadas?

Não levar uma vida MINIMAMENTE saudável é falta de consideração com quem te cerca e te ama. É falta de consideração com sua mãe, com seu pai, com sua esposa, com seu marido, com seus filhos, com seus amigos, etc. Quando você se fode, você gera um sofrimento incalculável nessas pessoas. O mínimo que se espera é que você não colabore para isso.

Quem diz que não tem tempo para comer bem, dormir bem ou se exercitar está sendo egoísta. Está fazendo uma escolha errada na escala de prioridades e existem grandes chances de que quem pague o preço sejam as pessoas queridas que o cercam.

E quando a pessoa vive tal qual um intestino (só faz merda) e resolve que não vai ter plano de saúde, mesmo podendo pagar? Em alguns lugares do país, plano de saúde é uma coisa de primeira necessidade, é praticamente obrigatório. Mas a pessoa prefere gastar esse dinheiro com outras coisas e dizer que não tem dinheiro para pagar um plano de saúde. Quando adoece, é a família e os amigos que tem que se desdobrar em um desespero sem fim para achar um leito em algum hospital público que disponha de médicos e aparelhagem necessários, o que freqüentemente é uma missão impossível.

Custa tanto assim fazer três refeições por dia, comendo de forma balanceada, carne, legumes e verduras? Custa diminuir o consumo de frituras, açúcar, gorduras e álcool? Custa se programar para tentar dormir entre 6 a 8 horas por dia? Custa caminhar 40 minutos todos os dias? Foda-se se custa. Faça, por amor a quem te ama e precisa de você!

Não estou falando de radicalismos. Estou falando de moderação.

Se você ama seu filho, vá ao médico uma vez por ano fazer exames para verificar se sua saúde está em dia, em vez de dar aquele brinquedo que ele tanto quer. Um dia, quando ele estiver se formando na faculdade e o pai dele estiver vivo podendo assistir essa momento, ele vai entender que esse foi o melhor presente que poderia ter recebido.

Para críticas, sugestões de temas e ofensas em geral: sally@desfavor.com