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Ele disse, ela disse: Medida impopular.

| Desfavor | | 167 comentários em Ele disse, ela disse: Medida impopular.

Depois de três postagens seguidas com os comentários bloqueados, o embargo cai momentaneamente para ouvirmos a voz da nação. Somir acredita que o bloqueio ainda se faz necessário, Sally exige a volta imediata dos comentários. Vocês decidem.

Tema de hoje: Os comentários devem ser desbloqueados?

SOMIR

Não. A ideia não era ficar tão pouco tempo assim com a medida em vigor. Estou aceitando abrir essa votação porque Sally usou um argumento para o qual eu não tive resposta: Tratar os leitores feito crianças não é um bom caminho para exigir uma reação adulta. Justo.

Agora, vai ser difícil escapar de uma linha “educativa”, pelo menos para fundamentar a escolha de fechar os comentários em represália a uma série deles cujo nível me deixou preocupado. Eu poderia muito tem fingido que não vi e me escondido atrás de uma postura de “muito elitista para vocês”. Só que essa não foi a minha escolha, eu resolvi tomar uma atitude drástica e pintar um alvo na minha testa. Muita gente não gostou, alguns perderam as estribeiras e saíram ofendendo… Sally virou definitivamente a defensora dos leitores e eu sou o “envejoso”.

Atraí muita animosidade com esse movimento. Tudo bem que ser xingado e tratado como vilão realmente não me afeta muito, o que vai me incomodar nessa situação é ter feito isso e voltarmos à estaca zero logo na sequência. Podia ter poupado o trabalho e tratado como se isso não valesse a pena. É evidente que a maioria de vocês, engajados diariamente em centenas de comentários, não devem ter engolido que alguém viesse dizer que vocês estavam escrevendo muita porcaria. Entendo que o normal é não apontar o dedo para a própria base de leitores, mas espero que vocês entendam que fazer o normal NÃO foi o que criou o ambiente que tantos de vocês gostam aqui.

Podem me acusar de muita coisa, menos de não ser consistente. O mesmo olhar crítico que aplico ao tratar dos temas nas postagens está sendo usado para analisar os comentários. Permita-se olhar os comentários da postagem que foi o estopim do bloqueio com o distanciamento de quem olha um outro site que não o que você sempre participa. Foi isso que catalizou a minha reação: Observar o desfavor como se fosse uma “casa estranha”.

Sobre os comentários daquele Siago Tomir: Não é que eu tenha um ódio irracional por astrologia, acho uma bobagem. O que me assustou foi a falta de vozes dissidentes. Há algum tempo atrás tivemos duas postagens sentando o pau nisso e mesmo com alguns defensores me xingando, o clima era completamente diferente. Não sei se o pessoal ficou com medinho de sacanear um assunto sobre o qual Sally estava falando ou se realmente aquele povo que me ajudou a trollar o Marcelo Dalla ficou no passado… Aqueles comentários poderiam ter ocorrido em qualquer um dos “brogues anuncie aqui” que infestam a internet. É ESSE O DESFAVOR?

E mesmo que meia dúzia de malas estejam em modo “FULL ENVEJA”, achando que eu estou com ciúme ou raiva de alguma coisa, faço questão de dizer exatamente o meu plano ao fechar os comentários. O começo é para jogar merda no ventilador mesmo, o desfavor estava com muito “ruído” e qualquer tentativa de chamar a atenção para o problema seria ignorada ou soterrada embaixo de mais um papo de MSN nos comentários. Reclamem o quanto quiserem, mas ESTAMOS falando disso. Certeza que seria possível no ritmo normal?

Mas essa fase explosiva não é a mais importante. O que realmente faria a diferença é ficar uma semana ou duas sem comentários. As cabeças esfriariam e o ponto central do bloqueio surgiria: Perceber o real valor da sua participação. Um complemento, uma história, uma dúvida… Coisas que atualmente ganham MENOS atenção do que a fofoca do dia ou o esmalte ideal… Duzentos comentários, sendo que bem mais da metade é off-topic ou bate-papo casual.

Vocês acham que todo mundo tem saco para ficar lendo comentário por comentário? Vocês acham que o desfavor é SÓ de quem comenta todo dia? Isso soterra SIM conversas sobre o tópico central. Aquele ser que cai de para-quedas por aqui (você que está lendo já deve ter sido um deles) pode perder o diferencial deste lugar no meio da confusão. O desfavor nem sempre foi assim. Muitos de vocês chegaram numa época onde os comentários eram diferentes e provavelmente acharam que esse lugar era a sua cara. TEM CERTEZA que quem cair aqui no meio de uma discussão de astrologia e esmaltes vai seguir o padrão de qualidade do qual vocês mesmo se aproveitam agora?

Eu entendo que boa parte do povo que fez aquele papo é capaz de se embrenhar por muitos outros assuntos com a mesma desenvoltura, mas o que acontece se esse tipo de assunto acabar mais incentivado do que os tantos outros possíveis? É mais fácil falar bobagem. Todo mundo deve trabalhar, estudar e ter muita encheção de saco na vida, é agradável se render a um papo “leve”. Só que uma “dieta intelectual” não pode ser baseada em “junk info” com pitadas de seriedade. O assunto bobo é engraçado porque não é a regra. Se for, viramos justamente quem vivemos criticando.

Bater papo a gente pode fazer sempre. Falar sobre um assunto inusitado de forma aprofundada, com gente que pensa diferente e se esforça para se comunicar é uma raridade. Os blogs maiores e mais famosos sempre tem esse problema do “first!”, muito espaço utilizado para não falar nada. Porra, nós não podemos mais do que isso?

Sabem o mais curioso? Essa escolha já ocorreu outras vezes na história do desfavor. O meu argumento não variou muito. A última foi sobre os Plantões da Fazenda. A ideia de cuidar da identidade do desfavor para continuar atraindo as pessoas certas é exatamente a mesma. Mas dessa vez eu não estou apontando o dedo para Sally. Estou apontando para vocês. Algo me diz que vai ser a primeira vez onde o elitismo vai perder.

Hoje o equilíbrio entre a popularidade e a erudição pode se romper. E não vai ter volta. Eu gosto de falar das duas coisas da mesma forma que Sally, mas se deixar correr solto, uma delas tende a ganhar mais espaço. Não vou ser popular ao dizer isso, mas é uma das lições mais importantes da vida: Saber se moderar. Vocês exageraram. Não odeio ninguém por causa disso, mas é como as coisas estão se desenrolando. E sim, meu texto está meio paternalista, mas eu só consigo explicar as coisas dessa forma.

De uma certa forma, eu quero que vocês enxerguem o desfavor da mesma forma que eu estou enxergando nessa fase de ausências. O problema que eu estou apontando não vai tornar o desfavor inviável, mas vai matar uma parte dele que eu não sei se vocês estão percebendo ainda.

Se vocês escolherem levantar o bloqueio e seguir em frente como se nada, me comprometo a acatar, como prometido à Sally. E digo mais: Da próxima vez que eu achar que as coisas estão indo pelo caminho errado, fico na minha.

E sim, concordar comigo agora significa uma “punição” de mais alguns dias sem comentários. Não vai ter dessa de caminho mais fácil aqui. Eu faço questão de ser consistente com o que sempre defendi. E você?

(E antes que reclamem: Só vou ter tempo para responder de noite. Gostaria que não fosse assim, mas vai ser…)

Para dizer que está de mal para sempre porque eu disse que alguns dos seus comentários eram inúteis, para provar que é incapaz de separar ideias de pessoas, ou mesmo para dizer que isso é só enrolação por causa da reação negativa: somir@desfavor.com

SALLY

Não me lembro qual era o tema, mas já teve um Ele Disse, Ela Disse onde eu tinha tanta convicção que estava certa que em vez de ficar escrevendo sobre o assunto, coloquei uma receita de uma sobremesa. Eu faria o mesmo hoje, não fosse por um pequeno detalhe: os próprios Impopulares votaram a favor da censura por tema não faz muito tempo. Não era algo como “vocês querem que o blog fale sobre isso?”, era algo “O blog segue com postagens normais mais os Plantões A Fazenda, vocês querem vetar os Plantões?”. Tipo “não quero ler e não quero que mais ninguém leia”. Era para postagem, ok, mas aceitar censura por tema é hediondo, seja na postagem, seja nos comentários. Por isso, nada de receita hoje, vamos aos argumentos.

Para começo de conversa, sempre nos gabamos de falar sobre TUDO. TU-DO. Tentamos ao máximo fugir dessa coisa temática setorizada: “blog sobre maquiagem”. “blog sobre política”, “blog sobre esmalte de unha”, “blog sobre espores” etc. Nós tentamos ser tudo, falar sobre tudo. Do útil ao fútil. Nunca foi a proposta da RID falar sobre ASSUNTOS de elite e sim selecionar PESSOAS de elite (intelectual) para debater. Basta dar uma “zapeada” pelas postagens antigas e ver que por inúmeras vezes falamos sobre assuntos nada intelectuais: merda, peido, pentelhos, Geisy Arruda. Tem de tudo. Se o problema é a relevância do tema, será necessário apagar metade do blog. Inclusive os Plantões da Fazenda 4.

Mas não acho que seja o caso. Não é o assunto que dita a relevância de uma discussão, são os interlocutores. Quantas vezes não falamos sobre um tema aparentemente inútil e superficial e surgiram discussões interessantes nos comentários? Além disso, quem foi que disse que para ser bacana, inteligente e culto SÓ se pode falar sobre assunto densos? Muito pelo contrário, quem realiza diariamente trabalho intelectual exaustivo precisa de um refresco cerebral. Não é demérito apreciar temas fúteis, inúteis e irrelevantes. Demérito é SÓ apreciar temas fúteis, inúteis e irrelevantes.

Se o problema for fugir ao tema da postagem, também vamos ter que apagar muita coisa aí. Quantas vezes o texto não tinha cunho religioso e acabou nascendo uma discussão envolvendo ateísmo nos comentários? Nunca ninguém se incomodou com isso. Até porque, esse papo de “tema fixo” é coisa de redação de colégio, pessoas inteligentes fazem referências, metáforas, criam links com outros assuntos… Por sinal, os comentários da postagem que gerou a polêmica guardavam pertinência temática com o assunto do texto: perguntaram qual era o signo de Siago Tomir e eu respondi que era touro, depois disso diversas pessoas vieram dizer que conheciam taurinos com a mesma personalidade e mesmos hábitos de Somir.

Também não admito que se fale do trabalho em aprovar e responder a comentários supostamente improdutivos, afinal, quem tem esse trabalho sou EU, não Somir, vocês sabem muito bem disso. Eu acho ótimo que encham o Desfavor de comentários, quanto mais melhor. Logo quantidade sem uma suposta qualidade não apenas não é problema como ainda é bem vindo. A gente aprende muito com diversidade. Sem a diversidade não teríamos José Mayer de Sunga, por exemplo, um ícone criado pelos Impopulares.

Depois de dezenas de postagens defendendo a liberdade de expressão, o Rafinha Bastos e metendo o pau em censura de tema, eu não poderia me posicionar diferente. Estupro, aborto, esmalte de unha… tanto faz, temos que poder falar sobre o que quisermos. Não é o tema e sim a postura da pessoa que pode merecer uma reprimenda. É intolerável pensar que “todo mundo que fala de ___________ (complete com um assunto) é idiota e não merece falar”. E arrogante. Se cada qual começar a proibir assuntos que acha “idiotas” vai ficar muito complicado conversar.

É preciso diferenciar o “EU não gosto” do “isso é uma merda e quem gosta disso não merece ser ouvido”. É aquilo que eu sempre digo aqui: não gosta? NÃO LEIA, passa amanhã, porra! Até Deus descansou no sétimo dia, mas a gente trabalha FUCKIN´SETE DIAS POR SEMANA, então, você sempre pode voltar no dia seguinte e ler algo que te agrade mais. Não gostou do que está sendo debatido nos comentários? Muda o assunto, fala sobre outra coisa ou apenas passa amanhã! Muito melhor do que tentar calar a boca de quem está conversando.

Demoramos quatro anos para criar este “grupo de elite”, talvez nem melhor nem pior do que o resto, mas pessoas com um pensamento raro, incomum e difícil de encontrar reunidas em um mesmo espaço. Não faz o menor sentido depois de passar quatro anos garimpando gente que pense mais ou menos como a gente calar a boca do grupo de elite consolidado aqui. Desfavor sem comentários é VAZIO. VAZIO. É vaidade vazia.

Porra, se eu quisesse apenas falar subia em um banquinho de uma praça e falava! Sentava de frente para um espelho e falava! Filmava meus cornos desfocados e colocava vídeo na internet! Eu não quero apenas falar, eu quero CONVERSAR, eu quero a troca, eu quero ouvir o retorno das pessoas, que hoje eu considero as mais inteligentes do meu convívio. Gente que está aqui porque quer, não porque ganha brinde, não porque já fossem meus amigos antes do Desfavor. Gente que escolheu estar. Numa boa? Eu converso com vocês coisas que não posso conversar com a maioria dos meus amigos! Nunca que eu vou abrir mão dessa troca!

Por um acaso Somir acha que todas as discussões travadas por ele nos comentários ao longo dos quatro anos foram de meu interesse? Não, muitas não me interessavam, muitas eu nem mesmo conhecia o tema e muitas eu discordava dele. Nem por isso, por não ser do meu interesse ou conhecimento, eu demandei que o tema fosse vetado. E confesso que muitas vezes discussões minhas aqui, que eu achava serem idiotas, acabaram me trazendo informações preciosas que mais tarde foram determinantes na minha vida e me ajudaram muito. Muitas vezes a gente tira proveito mais para frente de uma frase, uma linha, no meio de um contexto fútil, mas que nem por isso deixa de ser extremamente valioso.

Na pior das hipóteses, serve para conhecer o ser humano Depois de ficar anos aprovando comentários ofensivos a gente aprendeu a conhecer como funciona a cabeça do populacho. Argumentos como “é inveja” ou “você gostaria que fizessem isso com a sua mãe” foram devidamente identificados e dissecados. Isso foi extremamente útil para a minha vida, de verdade. Então, nem que seja para detectar o padrão de comportamento de gente acéfala e ignorante e se precaver dele, é válido permitir todo tipo de comentário.

Na minha opinião, só se justifica silenciar um comentário se implicar em invasão da privacidade de terceiros ou se for uma pessoa que claramente só quer tumultuar e está chateando as pessoas. Censurar argumentos como um todo ou censurar argumento de acordo com tema é engessar o Desfavor, é empobrecedor, é burro. Gente inteligente não fica debatendo um único tema sem passear por diversos assuntos relacionados. Gente inteligente consegue falar sobre tudo de forma inteligente. No fundo, no fundo, o Somir sabe disso.

FODA-SE O ASSUNTO, as pessoas que estão aqui ME ACRESCENTAM quando abrem a boca, seja sobre física quântica, política internacional ou horóscopo! Não abro mão de comentários, não abro mesmo. E se fosse vocês, também não abriria.

E ATENÇÃO: Se vocês escolherem manter os comentários, não quero aquele “cheirinho de merda no ar”, com gente tomando cuidado com o que escreve por medo do Somir. Assim como eu me curvei quando vetaram meus Plantões, Somir vai ter que aceitar o que for decidido hoje. Raramente abrimos espaço para democracia aqui, usem a oportunidade com sabedoria.

Para mostrar ao Somir que os Impopulares não estão do lado dele como ele pensa, para dizer que Somir só abriu uma fresta de democracia porque achou que venceria ou ainda para pedir Desfavor Explica Esmalte de Unha: sally@desfavor.com


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