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Capas de Discos

Capas de Discos

| Sally | | 48 comentários em Capas de Discos

Hoje é a última postagem livre do mês de julho, o que significa que é dia de postagem com tema escolhido pelo leitor!

Quer pedir algum tema? Vai lá no link SUGESTÕES no alto da tela e deixa sua sugestão para a gente. É só deixar um comentário pedindo um tema que, mais cedo ou mais tarde, a gente acaba escrevendo sobre ele.

A sugestão de hoje é antiga, porém muito boa: comentar as piores capas de discos.

Confesso que a quantidade de capas de disco tenebrosas que encontrei me surpreendeu. E aqui vale um esclarecimento: não vamos tripudiar de um modismo ou de algo datado que, na época, era bacana. Vamos escolher imagens que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, são aberrantes.

Back to the S**t!
Millie Jackson

O título do disco é sugestivo, algo como “de volta à merda”. É compreensível alguma referência a vaso sanitário nesse contexto, mas, vamos combinar, foi longe demais.

Na imagem vemos a cantora sentada no vaso sanitário com a calcinha arrida e uma cara de sofrimento, como quem está fazendo força. Parece que não apenas se voltou à merda, ela ainda é dura. Recomendo um suquinho de mamão e laranja no café da manhã e reforçar a alimentação com fibras.

Em uma curiosa tentativa de dar algum glamour a uma pessoa defecando, resolveram vestir a cantora literalmente com plumas e paetês. Não ornou, principalmente com essa posição, de pernas extremamente abertas. O cocô obtém uma vista panorâmica de onde vai aterrissar, pois o fiofó da moça deve estar mais aberto do que os braços do Cristo Redentor.

E se alguém puder me explicar qual é o significado de tirar apenas um dos sapatos para cagar, eu genuinamente gostaria de saber. Já fui exposta a pessoas estranhas que precisam remover ambos os sapatos para defecção… não entendo, porém respeito quem tem qualquer problema psicossocial que faz o pé trancar o cu. Mas… um único sapato foge completamente à minha compreensão – e ainda fere meu senso de simetria.

Outra dúvida que me assola é: a tia está cagando de meia-calça. Dando um zoom no seu pé (sim, eu perdi meu tempo analisando as imagens em detalhes) é possível ver uma meia-calça. Teria ela a intenção de coar o cocô antes que ele saia? Seria sua rede de esgotos tão ineficiente que ela precisaria deixar o tolete no modo patê antes de sujeitá-lo à descarga? Questões.

De qualquer forma, parabéns aos envolvidos pelo conjunto da obra: literalizar o título em uma imagem de péssimo gosto foi o menor dos problemas. Eu sinceramente espero que seja um banheiro cenográfico, pois cortina de pano em um ambiente em que voam coliformes fecais com regularidade me parece algo ainda pior do que esse vaso púrpura com flores artificiais que tem no chão.


Beastiality
The Handsome Beasts

Ahhhh… eu tenho tanto a falar… eu podia fazer apenas um texto inteiro sobre isso.

A primeira coisa que chama a atenção nesta capa maravilhosa é o contraste: de um lado um bicho sujo, adiposo, oleoso, desagradável e visivelmente fétido e do outro um simpático porquinho. Confesso que analisei a imagem por bastante tempo e ainda não tenho evidências conclusivas para determinar se quem abraça o porco é um homem ou uma mulher.

Tem uma barba nesse rosto ou são apenas as dobras da obesidade? Nunca saberemos. A pessoa está nua e de cócoras, seria de se esperar ver pênis e testículos pendentes, não? Vamos todos discutir nos comentários!
Tentem compreender: eu não tenho pênis nem testículos e tive a sorte de nunca ver ninguém que os tenha nu, nesta posição, então, estou com dificuldades de entender como estes pedaços de carne se comportariam nessa situação. Usando a ciência e trabalhando com a lei da gravidade, me parece que deveria ter algo dependurado ali.

“Mas Sally, ele pode estar com uma sunga ou cueca”, nunca ninguém dirá. Eu aproximei a imagem e pude notar alguma rugosidade compatível com tecido escrotal no meio das pernas, eu duvido que façam cuecas com textura de saco. Talvez a banha tenha engolido as partes íntimas desse mamute.

Até segunda ordem, eu tendo a achar que é homem, o que é uma pena, pois meu texto teria um potencial muito maior se fosse mulher. Vamos presumir que seja homem então e continuar nossa análise.
Podemos ver uma placa de “não alimente os animais” na frente do homem e do porco. Olha, é esperado que um porco, por sua compleição física, tenha esse layout, então, eu acredito que possam alimentar o porco sim, é só não dar comida para esse gordo filho da puta.

“Ain Sally, por qual motivo você está xingando a pessoa horizontalmente favorecida?”. Pela insinuação que imagem gera. O nome da banda (que significa fazer sexo com animais) torna a capa ainda mais perturbadora: um gordo filho da puta agarrando um animal inocente. Como se zoofilia não fosse ruim o bastante, ainda existe a considerável possibilidade de que, depois de comer o porco, esse arrombado coma o porco novamente, desta vez assado.

Só de bater o olho na foto sinto três desejos incontroláveis: 1) dar um banho de mangueira e escovão (tipo se dá em elefante de zoológico) nesse gordo filho da puta; 2) colocar um sutiã para segurar esse peito maior do que a minha bunda e 3) enfiar esses óculos de Dwight nas narinas dele. Vai tirar foto insinuando zoofilia com a sua mãe!


The Greatest Depression
Wally Tusk and The Film Club

De fato, a imagem é compatível com o título: me despertou amais profunda depressão. Nem sei por onde começar.

É a primeira vez na vida em que eu fico infeliz por encontrar o Wally na imagem. O que fez esse cidadão pensar que ele poderia tirar uma foto nu apenas com o braço do violão cobrindo seu bilau? Passamos do ponto em que isso é excesso de autoestima, parece mais uma enorme vontade de punir a si mesmo e à humanidade.

Não sei o que é mais perturbador nesse corpo: a cabeça do tamanho de um filhote e elefante, os braços gigantes que chegam até o joelho ou o desenho de um cachorrinho que os pelos do peito fazem (depois de ver, impossível desver).

É tudo tão grotesco que estou cogitando que talvez ele seja deficiente visual, portanto, incapaz de ver o corpo que optou por expor. Esse olhar perdido, esses olhos semifechados… Se bem que, mesmo que ele fosse cego, bastaria apalpar seu próprio corpo (e com esses braços ele pode performar até um autoexame de próstata!) para perceber que não é um corpo que deveria ser exposto nu.

Mas não. Fica claro que o erro é reiterado. Ele exibe esse corpo por prazer. Olha a marquinha se sunga que esse arrombado ostenta! A sunga do filho da puta é menor que meu biquini! Parece que quando vai à praia o sujeito cobre o pé, que está assustadoramente branco, mas não as partes íntimas. Olha a cor do pé dele! Agora mentaliza ele na praia de fio dental e meias.

Tudo nessa foto me afronta: os mamilos de Oreo, o shape de peixinho de vala, os bracinhos mais finos do que o braço do violão… Eu sinceramente acho que a capa ficaria melhor com essa exata mesma imagem, só que sem ele. Só a parede, o chão e a porta. Por sinal, o rejunto do chão tá uma merda, cheio de cimento por cima do tijolo. Parece que ele cuida da casa tão bem quanto cuida do corpo.

Francamente, se eu tivesse esse shape de cruza de panda com gibão também estaria deprimida.


The Sex Symbol Of The South
Elmer Fudpucker

Se você não fala inglês, pode pensar que “The Sex Symbol Of The South” significa “Fugi da foto do Ei, Você”, mas na verdade significa “o símbolo sexual do Sul”. Só não falaram do sul de onde. Provavelmente do inferno. Deveriam jogar uma bomba atômica em um lugar em que Elmer Fudpucker foi/é/será símbolo sexual.

Esta imagem foi especialmente perturbadora pois eu tenho uma tia que é a cara do Elmer Fudpucker, mas, vamos tentar transcender essa questão genética e seguir adiante.

Não basta ser feio. Não basta ter cabelinho escroto com uma franja que eu só posso classificar como Mullet Frontal. Não basta usar uma camisa tão escrota que até em preto e branco se nota que é excessivamente colorida. Não. Tudo isso é pouco. Ainda tem que colocar como cor central da capa um laranja radioativo e encher de estrelinhas.

Mesmo sendo uma foto pequena, mesmo sendo uma foto em preto e branco, mesmo sendo uma foto de baixa resolução, é claro e incontroverso que dá para fritar um pastel na oleosidade do cabelo do Sr. Fudpucker. Certeza de que se passar um tornado não sai um fio de lugar. Ele pode andar de moto sem capacete pois a dureza capilar protege o crânio contra qualquer impacto.

Algo nessa foto (além de tudo que já descrevi) me agoniava e eu demorei a entender o que era. Elmer tem uma característica uncanny que me perturba: é aquele tipo de pessoa que tem cara triste até quando ri. Observem seu sorriso: os cantinhos da boca estão para baixo. A pessoa ri triste. Eu tenho medo desse tipo de pessoa, medo de passar vergonha interagindo, pois nunca sei dizer se estão felizes ou tristes e sempre acabo reagindo de forma inapropriada na interação, rindo do sofrimento ou consolando a alegria.

E, talvez, uma das coisas que mais me chocou: o valor desse disco. Percebe-se que não é um lançamento recente, provavelmente foi colocado no mercado assim que o homem inventou a roda, permitindo fazer um disco redondo. Ainda assim custava quase 7 dólares. 7 fuckin´dólares por esse Príncipe Valente do Inferno, com essa boquinha de cu de galinha, se intitulando sex symbol.

Vamos tentar olhar pelo lado positivo: pelo menos esse teve a decência de não tirar a roupa. Imagina isso pelado? Deve ser igual ao ET do Panamá. Continue vestido, Elmer Fudpucker!


É isso, espero que conseguido arrancar ao menos um sorriso seu às custas de humilhar terceiros por suas características físicas e erros estéticos. Se quiserem que continuemos a analisar capas de discos escrotas, é só pedir nos comentários.

Para dizer que ainda está fascinado pela tia cagando com um sapato na mão, para dizer que nem o porco esse gordo oleoso vai conseguir comer ou ainda para dizer que vai ter pesadelos com Elmer Fudpucker: sally@desfavor.com


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