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Força vacina.

Força vacina.

| Desfavor | | 14 comentários em Força vacina.

Chega até a ser teórico pela falta de vacinas causada pelo país deixando pra fazer tudo no último minuto; mas caso nosso único problema fosse o povo antivacina, Sally e Somir discordam sobre como lidar com a recusa. Os impopulares se voluntariam.

Tema de hoje: vacinar todos que podem ser vacinados à força (com coerção física) seria mais nocivo ou benéfico para o Brasil?

SOMIR

Nocivo. Burrice e ignorância são duas das piores condições possíveis para um ser humano. Faz tempo que eu digo que eu tenho medo de gente burra, e é por que gente burra não entende o que está acontecendo nem como as coisas ao seu redor se conectam. Gente burra é perigosa porque tem dificuldade tremenda de sequer negociar.

Ou as coisas saem de um jeito que a pessoa burra consegue entender, mesmo que rudimentarmente, ou as reações dela são completamente aleatórias. Pessoas minimamente inteligentes são mais perigosas quando querem, mas até por “falarem a mesma língua” que você, são mais previsíveis.

É mais ou menos como comparar um quilo de dinamite com 10 gramas de nitroglicerina. A dinamite vai causar um estrago gigante se acionada, mas você sabe mais ou menos as condições para que ela exploda. Já a nitroglicerina, embora menos perigosa nessa quantidade, pode explodir na sua mão ou no lugar onde está guardada a qualquer momento.

O brasileiro médio tem um Q.I. muito baixo. Podem não ser pessoas horríveis por querer, podem ter as melhores das intenções, mas falta o material básico para ser minimamente previsível. Podem aceitar um desastre como a pandemia como se nada, mas podem pirar completamente por causa de uma fala errada do presidente. Não adianta usar inteligência para prever um resultado aleatório.

Pode ser que o brasileiro aceite violência para forçar negadores a tomar vacina? Pode ser. Força física é um conceito simples que boa parte dessa gente entende. Mas pode igualmente perder completamente a cabeça e começar a vandalizar o país inteiro. Não é como se estivéssemos lidando com gente que pensa muito antes de agir. Na dúvida, seguem o bando.

E não é elitismo intelectual “o povo assiste o BBB”, é baseado em dados de testes de inteligência básica. A média brasileira é vergonhosa, e toda vez que você pensar em média, lembre-se que metade das pessoas está abaixo disso. O cidadão desse país é burro em média: isso significa que metade da população é ainda mais burra do que essa média.

Se a vacina for interessante para pastores, políticos e celebridades, pode ser que o povo seja convencido que umas porradas aqui e acolá não são o fim do mundo diante de um objetivo maior, mas basta que essa “casta” de influenciadores se divida um pouco que vamos ter uma quantidade enorme de pessoas rejeitando violentamente a violência do Estado.

Uma revolta da vacina 2021, com o ambiente político e social que vivemos? Esse país pode virar um desastre completo. Viraria um convite à tomada do poder à força, afinal, quando a disputa entra no campo da força bruta, basta usar mais força para vencer. E não vão ser intelectuais e epidemiologistas que vão ganhar uma briga dessas, não?

Eu não jogaria esses dados para cima. Mesmo com chances parecidas de sucesso e fracasso, o fracasso é tão perigoso que desequilibra o jogo. Roleta-russa com prêmio de mil reais se sair vivo. O prêmio não é ruim, mas o risco é absurdo em comparação. É responsabilidade de pessoas capazes de pensar um pouco mais à frente que a média fazer uso dessa capacidade.

E tem mais uma coisa que não deixa essas probabilidades sequer serem parecidas: o mesmo povo que rejeita máscara e vacina é o que está só esperando uma desculpa para se rebelar contra uma nova ordem mundial maligna. Forçar as pessoas a se vacinar seria o sinal verde para todos os malucos potenciais agirem como se fôssemos ser dominados por um governo mundial totalitário satanista.

Eles esperam por isso. Seria completar a profecia de todos os tiozões de WhatsApp compartilhando teorias da conspiração de reptilianos judeus que comem criancinhas. E aí não tem mais volta. Se esse povo já teima que está certo mesmo sendo motivo de piada, imagine só se tiverem algo sólido para se apoiar?

Quando os malucos estiverem com a certeza de que começou a distopia com a qual sonham todas as noites, eles vão berrar nos ouvidos do cidadão médio, aquele que se você perguntar se a Terra é redonda fica em dúvida, que é hora de se rebelar. E como religião é basicamente uma teoria da conspiração hoje em dia, vamos ter uma massa de soldados sagrados prontos para matar ou morrer por causa de uma vacina compulsória.

O Brasil acaba. O pouco que sobrou acaba. Sim, eu sei que não dar um jeito no coronavírus é um problema muito sério também, mas não importa o quão merda seja uma situação, com guerra civil sempre fica pior. Não adianta bater nesse povo se o povo não entender por que está apanhando. Burro é complicado assim.

O imbecil que está aglomerando é o imbecil que vai entrar em guerra contra o Estado assim que for forçado a tomar uma vacina. E não sei se vocês perceberam com o recorde de mortes recente: o imbecil que está aglomerando é uma parte considerável da população brasileira.

Se fosse fácil, todo mundo faria. Não é. Demora séculos para um povo desenvolver a capacidade de agir de forma coletiva e pensar um pouco mais no que faz. No Brasil ainda não aconteceu, não adianta adiantar etapas. Temos que matar a burrice, senão a burrice mata a gente.

Para dizer que prefere sonhar com pancadaria, para dizer que burro é quem ainda se preocupa, ou mesmo para dizer que violência é sempre a resposta: somir@desfavor.com

SALLY

Vacinar todas as pessoas que podem ser vacinadas à força, por coerção física, seria mais nocivo ou mais benéfico para o Brasil?

Benéfico. Querem se comportar como animais? Pois bem, que sejam tratados como animais. Na boa? Isso nem tinha que ser tema dessa coluna, não deveria haver controvérsia. Olhem para o Brasil e me digam se há alguma defesa possível.

Podem reclamar, podem chorar, podem fazer o escândalo que for (o que é no mínimo curioso, vindo de pessoas que defendem ditadura), mas se cada pessoa que pode ser vacinada fosse pega pelos cabelos e vacinada à força, o número de mortes cairia drasticamente e o número de novas cepas que afetam não apenas o Brasil, como o mundo todo, também. Talvez se evitasse uma tragédia, como uma nova variante que cague as vacinas já existentes.

É violento? É invasivo? É agressivo? Bem, esperem só o que algumas potências mundiais vão fazer quando o covid estiver quase erradicado em seus países e uma cepinha brasileira chegar lá para burlar a vacina. Eu não estou de brincadeira, eu sinceramente acho que podem “neutralizar a ameaça brasileira” de formas muito mais agressivas e invasivas do que uma injeção. Resolver esse lamaçal no qual o Brasil se meteu sem força bruta não é mais possível, esse trem já partiu.

Se não acham que vacinar à foça valha a pena para que vocês parem de enterrar entes queridos, ao menos tenham a consciência que vale a pena para evitar uma intervenção brusca de outros países de saco cheio de serem recontaminados pelo Brasil. E não estou falando apenas de uma bomba no Brasil, estou falando de sanções comerciais que podem deixar a Banânia na miséria e muitas outras medidas que vão desgraçar o país.

O brasileiro é como um cão que não quer tomar a vacina antirrábica. Não tem discernimento para decidir uma coisa dessa magnitude e não parece ter a consciência de que se não tomar pode vira a morrer de uma doença ou ser sacrificado em nome da saúde pública. Não dá para ter comportamento de símio e exigir direitos de cidadão de primeiro mundo.

Chega, o que está em jogo é muito grave. Não é apenas sobre o Brasil, é o mundo todo se matando para desenvolver vacinas e imunizar pessoas, para que 200 milhões de símios no cio saiam para pular carnaval ou comemorar título do Flamengo, propiciando o aparecimento de uma variante que estrague o trabalho do mundo todo e não seja pega pelas vacinas.

Estamos falando de refazer vacinas e revacinar 8 bilhões de pessoas, de ver o mundo todo reinfectado, colapsando, com milhões de mortes. Quem o Brasil pensa que é para impor esse desgraçamento para o resto do mundo, só por querer sair para bundear na praia ou para assistir ao show do Belo? Não dá para permitir poder de escolha a essas pessoas, tem que pegar na marra e vacinar debaixo de porrada.

Por muito menos do que isso grandes potências invadiram outros países, jogaram toneladas de bombas, isolaram economicamente e fizeram da vida da nação inconveniente um inferno. Se o Brasil não consegue ver o risco que corre por se achar super querido mundialmente (spoiler: não é), eu sinto muito. Hoje, pegar os homens pelo saco e as mulheres pelos cílios e levar para vacinar debaixo de chute na costela chega a ser uma estratégia de sobrevivência para o país.

Em qualquer legislação decente do mundo, direitos e liberdades individuais que implicam em colocar em risco a vida alheia não são aceitos. Se o brasileiro se acha no direito de aglomerar para beber, beijar na boca e dançar ao som de músicas como “xerecard”, lamento, mas não há argumento jurídico que impeça de pegar cada pequeno símio desse pelos testículos e aplicar uma vacina à força. De preferência, no nervo do olho.

Nós sempre fomos muito garantistas aqui, basta ler as postagens antigas. Respeitamos direitos e garantias individuais, mas quando a liberdade do outro mata a sua mãe, o seu pai, a sua avó, o seu filho… aí não. Aí é necessário um limite, caso contrário voltamos à barbárie.

Repito: covid não é um problema do Brasil, não é sobre o Brasil, é mundial. É um problema do ser humano. Não tem espaço para “meu direito de ir e vir”, não tem “eu” em uma pandemia. Tem uma luta desesperada pela sobrevivência e se para não morrer alguém que eu amo tiver que pegar a macacada pelo pescoço e injetar uma vacina, eu não tenho o menor problema com isso.

Radical? Ditatorial? Nazista? É a resposta necessária aos atos suicidas igualmente radicais do brasileiro, que insiste em se matar e, por tabela, matar o resto do mundo. E, cá entre nós, nazista não é, não estou pedindo para dar injeção letal e sim algo que imuniza e salva vidas, o que basicamente é o contrário. Vacina forçada não é ação, é reação, após o brasileiro provar que não sabe se gerir diante da situação.

Por sinal, como sociedade, fazemos isso o tempo todo, não seria novidade. Se uma pessoa não sabe gerir sua vida e coloca em risco não apenas sua vida como a das pessoas que as cerca, nunca tivemos qualquer constrangimento em enfiá-la em uma camisa de força contra a sua vontade, em enfiá-la em uma clínica onde ela é tratada tomando medicamentos contra sua vontade. Se faz isso com quem é uma ameaça para o vizinho, imagina se eu vou pensar duas vezes em fazer isso com quem é ameaça para o mundo todo, inclusive para as pessoas que eu amo.

Até quando vocês vão querer aplicar regras de primeiro mundo a um povo que se comporta como grupo de extermínio? Sério mesmo que acham que ainda dá para fingir que estamos no campo da escolha aqui? Ninguém tem ou deveria ter a escolha de arriscar a vida alheia em nome de uma irresponsabilidade pessoal, é por isso que não se permite que uma pessoa beba e dirija. É por isso que se toma o carro à força de uma pessoa que está dirigindo bêbada e, se preciso for, se enfia o cacete no pinguço para isso.

Eu sei que soa mal, mas o que eu estou propondo a gente já faz como sociedade de forma recorrente. Tem uma resistência a fazer com vacinas, por uma questão cultural, mas quando pensamos nos que está em jogo, eu quero que a cultura, o achismo e o direito individual de negacionista se foda. Não vou pagar com a minha vida ou com a vida das pessoas que eu amo para que um símio retardado possa fazer o que ele quer, quando o que ele quer prejudica a toda a humanidade.

Maluco que é internado toma medicamento à força. Se preciso, enfermeiro segura a boquinha aberta e enfia o comprimido, ou enfermeiros seguram o maluco se debatendo e enfiam uma injeção. Querem se comportar como malucos e colocar a vida de todo mundo em risco? Beleza, vamos tratar como malucos então.

Para dizer que está assustado comigo, para dizer que está assustado por concordar comigo ou ainda para dizer que é melhor deixar soltar uma bomba mesmo: sally@desfavor.com


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