Skip to main content
Subcelebridades nas eleições.

Subcelebridades nas eleições.

| Sally | | 18 comentários em Subcelebridades nas eleições.

A Festa da Democracia já começou, e teve cada convidado…

Não é que a gente tenha algo contra subcelebridades, muito pelo contrário, são pessoas que fornecem diversão gratuita e involuntária para toda a população. Mas, qual é o conhecimento de leis que essas pessoas têm? Se eleitas, serão elas as responsáveis por criar as leis que vocês, brasileiros, terão que seguir.

Pessoas que mal conseguiam seguir a meia dúzia de normas mínimas de convivência e higiene de reality shows se acham capacitadas para estipular alguma norma a alguém? Sim, se acham, e, em alguns casos, acabam eleitas. A urna eletrônica brasileira deveria ter o formato de um penico.

Vamos analisar como performaram as subcelebridades que se achavam preparadas para criar as leis que você tem que seguir.

Thammy Miranda, que estrategicamente se meteu em várias polêmicas este ano, tirando seu nome do esquecimento, ficou entre os vereadores mais votados em São Paulo. Thammy, entre outras coisas, já foi dançarina, apresentando-se em shows da mãe, a cantora Gretchen, posou nua para uma revista, fez três filmes pornôs (“Sádica”, “Thammy & Cia” e “A Stripper dos Seus Sonhos”) e fez novela na Globo. Em 2014 decidiu que era homem e fez cirurgia de redesignação de sexo.

Thammy foi o 9° vereador mais votado de São Paulo pelo Partido Liberal. Considerando seu histórico de bate-boca em redes sociais e sua vasta experiência em programas como Superpop, calculamos que Thammy tem chances de chegar à Presidência da República um dia.

Mas, nem todos que passaram pelo pornô tiveram a mesma sorte. Kid Bengala amargou uma derrota nas urnas: 953 votos. Performou pior do que na tentativa anterior, no ano de 2014, quando teve 1095 votos. Eu compreendo, é hábito no Brasil que os políticos fodam com o povo, a imagem de Kid Bengala na política deve despertar um certo temor na população.

Infelizmente Dr. Rey não teve a votação expressiva que imaginávamos, ficou apenas como suplente. Se você pensar bem, tudo de ruim que vem acontecendo no Brasil e no mundo começou depois que o Bolsonaro recusou o pedido de Dr. Rey para ser Ministro da Saúde. Não é todo dia que uma subcelebridade pega um voo de outro país e bate na porta da sua casa sem avisar pedindo um dos cargos mais importantes do seu governo.

O mais triste é: diante do que estamos vendo, talvez Dr. Rey seria uma opção melhor para o Ministério da Saúde. De verdade. Ele teve apenas 517 votos. Não faz mal, temos certeza de que quando o Pilha for Presidente da República (é apenas uma questão de tempo) ele será o Ministro da Saúde do Brasil.

Verônica Costa, a “Mãe Loura do Funk” se elegeu com 18 mil votos e vai para seu sexto mandato. Vale destacar que, entre as muitas “polêmicas” nas quais ela já se envolveu, ela foi processada e condenada pelo crime de tortura, cometido contra seu ex-marido.

Verônica, segundo a sentença condenatória, amarrou os pulsos e os pés do ex-marido com correntes, corda e cadeado. Depois colocou uma venda na boca e nos olhos do infeliz. Depois jogou gasolina nele e ficou berrando que ia riscar um fósforo e incendiá-lo, com a intenção de fazê-lo confessar a existência de uma amante. Uma pessoa de reputação ilibada.

Tem pessoas que nem chegam ao posto de subcelebridades. Nós as apelidamos carinhosamente de “nanocelebridades”, por isso, vamos falar delas por categoria, e não por pessoa.

Na categoria “Corpo é Tudo que Eu Tenho”, tivemos Raissa de Oliveira (madrinha de bateria da Beija-Flor de Nilópolis), que conseguiu ser suplente na Câmara. Priscila Nocetti, a musa funk da Furacão 2000 também será suplente. Fernanda Lacerda, um panicat genérica conhecida como “Mendigata”, cujo intelecto pudemos observar no reality “A Fazenda”, naquela edição em que o Pilha venceu, será suplente com apenas 143 votos.

Renata Banhara, ex-dançarina do Latino e ex-Banheira do Gugu e ex-A Fazenda (currículo fascinante) não teve a mesma sorte, não conseguiu nada. Andrea Capitulino, rainha de bateria da Acadêmicos do Tatuapé e musa fitness, teve menos de 100 votos e não chegou nem perto de se reeleger.

Na categoria “Esportistas que Acham que Podem Fazer Política”, o jogador Dinei, que também participou da fazenda (“Bom dia, boa tarde, boa noite”) urinando nos pertences de Joana Machado, não foi eleito. Dinei, que é ex-jogador do Corinthians e a perseverança parece ser seu principal mérito: tentou se eleger em 2004, 2008, 2010, 2012, 2014 e agora em 2020. Não foi eleito. Diego Hypólito, ex-atleta de ginástica artística, também não se elegeu.

O jogador Marcelinho Carioca, também conhecido por jogar no Corinthians também falhou em sua missão e não conseguiu se eleger. O ex-jogador Roberto Dinamite conseguiu ser suplente. A atleta olímpica Maurren Maggi pode ter ganhado uma medalha de ouro na competição, mas nas urnas só ganhou experiência mesmo. Outra medalhista olímpica que ganhou experiência foi a jogadora de basquete Kelly. No vôlei também ficou difícil: o campeão olímpico Rodrigão não se elegeu.

Na categoria “Cantores?” (com interrogação) a cantora Pepê e Neném (uma coisa só, a meu ver) não conseguiu se eleger. Quem poderia imaginar que se assumir homossexual e depois apoiar o Bolsonaro fazendo vídeo contra a demonstração de afeto em público por casais gays faria alguém perder popularidade! O cantor Nahim teve uma votação tão expressiva quanto sua carreira: 9 votos. Um dos Fat Family também tentou se eleger, sem sucesso.

Na categoria “Famosos?” (novamente, com interrogação), Chiquinho Scarpa, que não deve ter mais o que fazer da vida, pois não precisa do dinheiro, não conseguiu se eleger. Lembram quando sequestraram o irmão do Zezé di Camargo e Luciano e cortaram um pedaço da orelha para obrigar a pagar o resgate? Pois é, Wellington Camargo, o Van Gogh Tupiniquim, não conseguiu se eleger. Costuma acontecer com quem é preso por não pagar pensão alimentícia: se não cuida bem nem dos filhos, quem dirá do povo.

Mionzinho, aquele rapaz que ficou conhecido por aparições no programa de Marcos Mion sem nunca abrir a boca, foi eleito como suplente. Fica a dica: quanto menos falar, melhor. Valeria Monteiro, jornalista que já apresentou o Jornal Nacional, pensou grande: concorreu como vice-prefeita de Campinas. O resultado? 1,4% dos votos.

O ex-BBB Marcos Harter, expulso do programa por supostamente agredir outra participante com a qual mantinha um relacionamento, também fracassou na tentativa de se eleger e teve menos de 500 votos. Quem poderia imaginar que bater em uma mulher na frente de câmeras que transmitiam o ato para o Brasil todo poderia minar a sua popularidade? Por sinal, não foi uma boa eleição para ex-BBBs, oito deles se candidataram e os oito fracassaram.

Sorria: não importa a merda que você faça da sua vida, não importa o quanto essa merda se torne pública, não importa quão burro você se mostre, sempre existe a possibilidade de tentar uma carreira política no Brasil. E é um plano B onde se ganha bem e se trabalha pouco.

Para dizer que frequentar o Superpop garante mais o futuro do que frequentar uma universidade, para desanimar ao lembrar que quem paga o salário dessas pessoas são vocês ou ainda para rir por perceber que esse sistema está cada vez mais perto de implodir: sally@desfavor.com


Comments (18)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: