Skip to main content

Desfavor da semana: Pó Pará!

“Os eleitores do Pará vão às urnas neste domingo (11) para opinar sobre a divisão do Estado em três partes. Os 7,5 milhões de paraenses podem decidir se o Brasil vai continuar com as atuais 26 Estados –e o Distrito Federal– ou se passará a ter 28, com a criação de Carajás e Tapajós. Todos os eleitores com título no Estado são obrigados a votar.” FONTE

Carajás e Tapajós? Sério? Desfavor da semana.

SOMIR

O plebiscito vai custar entre 18 e 20 milhões de reais. Sem contar o dinheiro levantado nas campanhas veiculadas por ambos os lados da disputa. E tudo isso para descobrirmos que muito mais da metade da população mora na região que não tem a menor vontade de se separar.

Pois bem, não temos nenhum risco do plebiscito decidir alguma coisa além da manutenção da unidade paraense, sem mudar porra nenhuma. E já estava bem na cara que isso aconteceria, o que me faz esperar que ao menos isso tenha sido uma tática dos salafrários que queriam criar mais boquinhas/cargos públicos na região.

Porque se todo o plano foi criar o plebiscito, é de uma incompetência dolorosa. Do jeito que o Pará está dividido atualmente, ambas as potenciais regiões autônomas eram basicamente o “quintal” da região de Belém, onde o grosso da população local reside.

É bem claro que eles não veriam nenhuma graça em dividir o estado e perderem uma parte do repasse de verbas públicas. E boa parte dos estados da região norte do Brasil dependem bastante desse dinheiro federal. Pouca gente, pouca atividade “boa de impostos”, a balança fica desequilibrada. Criar mais dois estados com a população de uma cidade de interior de São Paulo seria desequilibrar AINDA mais essa relação entre arrecadação e repasse.

A única chance da turma que queria a separação era convencer o pessoal que estava em Belém. A coisa já nasce errada. E nem estou passando atestado de profundo conhecedor do Pará ou da região norte, estou apenas constatando obviedades. Todo o plebiscito soa como oportunismo, uma tentativa inicial de lucrar com a votação e as campanhas, e uma semente separatista plantada para as próximas tentativas.

Se para o Brasil é um ralo de dinheiro, para os que vão ganhar cargos públicos e repasses injustos de verba federal, é uma mina de ouro esperando para ser explorada. Quando sair o resultado amanhã, os que queriam se separar vão ficar ainda mais “indignados com a opressão de Belém”, e se pensarem um pouco e aumentarem a população dos dois postulantes a novos estados, o próximo plebiscito tende a funcionar.

Sim, porque podem tentar de novo depois de alguns anos. Se não fizessem um logo, existia um risco das pessoas nas regiões de nomes bregas indígenas (não é preconceito, também acho bregas os nomes indígenas aqui no sudeste, ok?) acabarem se acertando com a capital e que o movimento esfriasse.

O plebiscito é uma forma de criar a separação inicial. A capital vira o inimigo comum e logo logo entra na cultura popular que tiveram sua liberdade tolhida. Tem gente esperta por trás disso, e se não dá mais para fazer na canetada, como fizeram com Tocantins (estado-cabide), que se adapte aos novos tempos.

“O problema não é um estado pouco desenvolvido e ocupado de forma desigual, o problema é a ‘injustiça’ da convivência forçada sob a mesma bandeira.”

Se uma dessas cola para o povo, meio caminho andado para a farra dos cargos públicos. Mais deputados, mais senadores… E não podemos nos esquecer que o novo código florestal dá mais poder aos estados para explorar áreas florestais. O que viria muito a calhar para quem estivesse tomando conta de uma área como Tapajós, por exemplo. A bancada ruralista agradece.

Estou apostando que as cabeças pensantes separatistas vão preparar um movimento de “engorda” de população nas áreas que querem separadas, mantendo aquele lance de vitimização que povinho ADORA. É só ir botando a culpa de tudo na unidade forçada e esperar as pessoas agirem da forma esperada numa próxima votação.

Eles precisavam de números e dessa semente da discórdia. Amanhã a semente vai ser plantada, agora é só correr atrás de arranjar pessoas para votar em “causa própria” nos próximos anos.

Não duvido que eu tenha nascido num país com 25 estados e vá morrer num com uns 30 (e olha que eu não devo durar muito com meu estilo de vida), o projeto do Pará é apenas um dos vários propostos para criar cadeiras em Brasília. O Norte e o Nordeste seriam fatiados inúmeras vezes se dependesse apenas da vontade dos caciques regionais.

O desfavor da semana é que estamos vendo os estágios iniciais de um golpe, mas a imprensa e a opinião pública estão enxergando apenas o plebiscito. É óbvio o resultado, e os verdadeiros safados por trás disso sabiam.

Depois não sabem porque a República Impopular do Desfavor se tornou independente, inclusive do Brasil.

Para dizer que eu estou forçando minhas visões de “imperialista do sudeste” pra cima de você, para reclamar que poderiam ter escolhidos nomes menos toscos para os novos estados, ou mesmo para dizer que está no Pará e o grande problema mesmo vai ser a lei-seca: somir@desfavor.com

SALLY

Então… parece que o Pará quer se dividir em três. Falta do que fazer é uma merda. Pior do que a falta do que fazer é esse mau uso do plebiscito, querendo passar uma falsa sensação de democracia. Sério isso? Vão ouvir o povo? Vão ouvir o povo DO PARÁ? Puta merda, hein?
Porque, convenhamos, é uma decisão que afeta o país inteiro. Seja para fins de tributos, seja para o número de políticos que empurrarão proporcionalmente em Brasília. Isso sem contar com o fato estético, porque eu definitivamente não quero morar em um país onde tem dois estados chamados CARAJÁS e TAPAJÓS. Já não basta a porra do Tocantins?

O curioso é que tanto as razões para separar, como as razões para não separar são péssimas. Sei lá, vai ver era melhor implodir o Pará. Um lugar que tem uma barata apelidada de “sapatinho de criança” (graças ao seu tamanho) certamente poderia se completamente asfaltado para o bem da humanidade. Toda vez que comento o assunto com alguém, a pessoa me olha com cara de “who cares?”. O fato é que perdi meu tempo estudando para poder formar um juízo de valor. São horas da minha vida que não voltam mais. Conclusão: o Pará é uma merda de lugar para se viver, mas a separação não vai mudar isso.

Olha, quem quer separar diz que sofre de descaso do poder público por estar situado a uma grande distância de Belém. Meus amores, se vocês acham que fundando uma capital do lado das suas casas o descaso vai ser menor, pensem duas vezes. O descaso vai melhorar quando aprenderem a votar. Se houver mais dinheiro, a única coisa que vai aumentar é o desvio de verbas. Vocês tem dinheiro, o estado tem uma das maiores minas do mundo. O que não tem é vontade política de repassar isso para o povo na forma de infraestrutura e condições de vida dignas.

Além dos argumentos, os separatistas tem Duda Mendonça, o homem que fez o enorme desfavor de colocar Voça Magestadi Çilva I no poder. Vai ver ele tem interesse em criar um estado novo onde, quem sabe, seja permitida a rinha de galos. Ele deve ter desenvolvido um certo temor da Polícia Federal depois de ter sido preso por isso. Quando eu soube que ele estava fazendo a campanha sem cobrar, fiquei um tanto intrigada. Pesquisando, vi que ele tem fazendas de tamanho considerável na região de Carajás. O banqueiro Daniel Dantas (aquele que lavava dinheiro, lembra?) está custeando a campanha. Pelos mesmos motivos. É proprietário de terras no local e a separação lhe convém.

Bastou uma leve pesquisa para perceber que em momento algum o bem estar da população está sendo levado em conta. O que objetivou este plebiscito foi o interesse de poucos. E não venham me dizer que é democrático só porque o povão vai lá enfiar o dedo na urna. Pará está longe de ser um estado campeão de alfabetização e formador de cabeças pensantes, então, facultar meter o dedo na urna não é democracia. Duda Mendonça convenceu a região Sudeste a votar no Lula, imagina o que ele não poderia fazer no Pará. Mas por sorte, ele tem competência mas não tem malandragem. Escorregou grotescamente na estratégia usada. E vai perder. Perder um plebiscito no Pará financiado por um banqueiro é como perder para a seleção de Costa do Marfim em casa. Quem mandou não ler a República Impopular do Desfavor? Se lesse, saberia como popular pensa.

A falta de instrução é tanta, que o povo no geral está muito desconfiado e receoso. Burrice cria como mecanismo de defesa a desconfiança, só os burros desconfiados sobrevivem. Quando você não tem inteligência para antever as armadilhas, é obrigado a desconfiar de tudo para se preservar. É extremamente difícil explicar para leigos as conseqüências jurídicas e econômicas desta divisão, imagina só para leigos toscos. Ao não entender porra nenhuma, a cabeça do popular médio costuma rejeitar a novidade, por medo. Talvez isto evite a criação dos dois estados antiestéticos. O fato é que, independente do resultado ser SIM ou NÃO, neguinho embolsou dinheiro pra caralho nessa brincadeira, além do dinheiro que efetivamente gastou. Fazer um plebiscito não é barato. E para que? Para tentar beneficiar uns poucos e iludir muitos, como sempre.

Um dado curioso: a parte que pretende se separar já foi vendida. Consta que em Carajás, apenas 20% dos habitantes são de fato nascidos no Pará.O resto? Fazendeiros de outros estados. Outro dado curioso: os políticos locais que defendem a separação com mais afinco são réus em diversas ações criminais no Supremo Tribunal Federal, em sua maioria, crimes do colarinho branco. Com esse curriculum, você acha que eles querem o bem do povo ou eles sabem que se houver a separação terão mais chances de se eleger Senadores ou até mesmo Governadores destes estados?

Olha, sinceramente, se pegassem a fortuna gasta nesse plebiscito (tanto de dinheiro público quanto particular) e investissem em obras de saneamento básico, infraestrutura e melhoria de condições de vida da população, teria sido muito melhor. Fazer escola e hospital ninguém quer. Não há relevância alguma no tema para justificar um plebiscito. Como pode uma idéia idiota dessas sair do papel e enseja o gasto de rios de dinheiro?

Separatistas por separatistas, eu apóio os do Sul. Estão cobertos de razão, tem mais é que se desligar de um país com o qual (por sorte) não tem a menor identidade. Sugestão: incorporem seu território à Argentina, assim quem sabe fornecem bons jogadores e ela ganha a Copa de 2014. Acho que o povo do Sul deveria se unir e dinamitar as fronteiras com o resto do país. Não separa por bem, separa por mal.

Tem que acabar com esse pensamento bobo-alegre que chamar o povo para votar é sempre bacana, é sempre exercício de cidadania e é sempre válido. Suas mulas, chamar o povo para votar custa MUITO DINHEIRO! Quando chamam o povo para votar eles querem é desviar verba e arrumar propina! Sem contar que é notório que a maior parte dos brasileiros não sabe votar, logo, quanto menos voto melhor. O voto popular no Brasil só serve para ignorante foder com a vida de inteligentes.

É para votar? Aqui vai meu voto. Eu voto que seja criado apenas UM novo estado no Pará, chamado PERDEU PREIBÓIS, constituído de terras de grandes latifundiários como Duda Mendonça, Jader Barbalho e tantos outros. O estado seria formado assim: confisca as terras dos tiozinhos fazendeiros e dá para as pessoas que não tem onde morar, coma condição de que trabalhem a terra de forma produtiva e legal. Depois fiscaliza. Malandro que não estiver trabalhando é retirado debaixo de coice. Pronto, tai meu voto.

Para dizer que por mais que eu tente, o comunismo não me deixa, para dizer que não se importa com nada ligado ao Pará ou para dizer que do Espírito Santo para cima é Babylon 5: sally@desfavor.com

Se você encontrou algum erro na postagem, selecione o pedaço e digite Ctrl+Enter para nos avisar.

Comentários (78)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: