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Estagnação política.

Estagnação política.

| Desfavor | | 6 comentários em Estagnação política.

Não vamos falar sobre a polêmica envolvendo idosos que você esperava. Lula e Bolsonaro continuam sendo os polos políticos mais relevantes do país, e ambos não tem mais idade ou saúde para tal.

Vivemos uma estagnação física e ideológica da política brasileira. Desfavor da Semana.

SALLY

Tempo de leitura: 4 minutos.

Resumo da B.A.: a autora demonstra sua transfobia ao não sugerir uma candidata trans como terceira via.

POWERED BY B.A.

Já fizemos outros textos aqui lamentando a falta de renovação na política brasileira, mas este traz um ponto novo: a questão agora é de força maior, é de ordem biológica, e nem assim as pessoas soltam os testículos dos seus políticos de estimação.

Tanto Lula como Bolsonaro estão decrépitos e claramente sem saúde para passar mais 4 anos à frente de um país. E não é segredo para ninguém, pois nenhum dos dois consegue ou sequer tenta esconder. Eu garanto a vocês que ninguém permitiria que um médico opere seu cérebro se soubesse que a condição física e mental do médico se equipara à desses dois, então, por qual motivo permitem que governem um país?

Já era lamentável quando o brasileiro se mantinha estagnado apesar das provas diárias de que ambos eram uma bela porcaria, é ainda mais triste agora, que está visível que ambos, além de corruptos e incompetentes, não tem quaisquer condições físicas ou mentais de conduzir um país. Sequer cogitar votar em Lula ou Bolsonaro nas próximas eleições é chegar a um patamar de estagnação que preocupa.

“Ain mas eu voto em um para que o outro não ganhe”. Ok. Então me explica como, no primeiro turno, com uma dúzia de candidatos, esses dois imbecilóides sempre aparecem na frente. Eu não confiaria nem uma faxina na minha casa a Lula ou Bolsonaro pois tenho certeza de que não teriam condições de fazer um bom trabalho, muito menos algo complexo e desgastante como a gestão de um país.

Devem existir muitos fatores por trás dessa estagnação, dessa resistência em aceitar mudanças, principalmente por esse sentimento de fanatismo e clubismo que se instaurou completamente fora e lugar: a pessoa vai morrer abraçada com seu político de estimação achando que suas decisões são corretas por precisa desse pertencimento.

Mas, uma coisa é apoiar as escolhas de um político, outra é negar uma realidade biológica. Lula está visivelmente senil, com saúde frágil e sem conseguir compreender nuances modernos da vida. Nem usar celular o filho da puta sabe e opina com profunda certeza sobre redes sociais. Bolsonaro, como era de se esperar, está amargando as sequelas da facada que levou, que, na sua idade, são terríveis. Ele pode até se recuperar, mas não com saúde para conduzir um país. Eu não sei o que se fala sobre isso no Brasil, mas, acreditem, a saúde dele não está bem.

O querer do eleitor não faz milagres e não vence a biologia nem muda a realidade. Talvez você queira muito que um dos dois concorra e se eleja, mas a realidade é implacável: nenhum dos dois tem mais condições disso. O que não quer dizer que, eventualmente, ambos tentem, afinal, no Brasil, o que tem limite é município. Se tentarem, ou passarão vergonha ou serão uma marionete no cargo. Ou ambos, como foi com o Biden. E o brasileiro não se importa, ele só quer ver seu político de estimação no poder.

O que preocupa aqui é: além da falta de bom-senso de perceber que políticos devem se renovar em vez de votar sempre nos mesmos, o brasileiro entrou em um patamar de negação seletiva a realidade. Os fãs acham que seu político tem condições de governar, mas o da oposição não. A biologia só pesa de forma negativa contra aquele que a pessoa não gosta. Meus amigos, até a loucura é seletiva no Brasil.

Isso representa uma escalada de mais um degrau nessa escada esquizofrênica, delusória e doentia. Além de negar a falta de caráter, a incompetência, a honestidade, agora o brasileiro vai começar a negar evidências biológicas claras. Curioso é que esse mesmo brasileiro conseguia ver perfeitamente os sinais de declínio cognitivo e de saúde no Biden, na campanha presidencial dos EUA, ou seja, as pessoas têm as ferramentas para perceber. Apenas estão cegas.

Tudo que está acontecendo com o país agora, desde endividamento, favorecimentos e escândalos de corrupção deveria bastar. Tudo que aconteceu durante a pandemia deveria bastar. Mas não basta. Então, por cima disso, a vida jogou senilidade, corpos deteriorados, problemas de saúde e parece que também não basta. Acho que mesmo que um dos dois (ou ambos) morram, vão votar no corpo sem vida e empossá-lo.

“Ain mas não tem terceira via”. Desculpa, mas se tem outros candidatos concorrendo, tem terceira via. Pode não ser a terceira via ideial, a que você mais quer ou a que você mais simpatiza, mas dizer que não é tem é mentira. E, cá entre nós, se você não acha que mais ninguém é melhor do que Sr. 700 mil mortos, do que Capitão Cloroquina, do que Sr. Senil, do que Ladrão do INSS, então o problema está em você, não nos candidatos.

Esses dois nunca vão abrir espaço para uma terceira via, a menos que morram. Se vocês estão esperando “surgir” magicamente uma terceira via bacana, bem, não vai acontecer.

Não vai ter terceira via bonitinha, no padrão em que estão acostumados, porque nesse cenário, quem consegue abrir um espaço à unha tem que ser, no mínimo, um maluco completamente descompensado, tipo o Milei. É isso, ou vocês abraçam uma pessoa exótica, lunática ou longe do ideal, ou vão ficar presos com esses dois por mais 4 anos.

Lula, pelo histórico de vida, pela cachaça e pelo comportamento, claramente não tem saúde para mais 4 anos de um trabalho que demanda uma agenda tão agitada. Bolsonaro, pelas sequelas gravíssimas das cirurgias que fez, também não. Negacionismo científico não é só dizer que vacina não funciona, negar os limites biológicos do corpo e da mente também entram nesse conceito.

SOMIR

Tempo de leitura: 15 minutos.

Resumo da B.A.: o autor fala sobre estagnação política e em momento nenhum considera que uma pessoa trans merece ser presidente.

POWERED BY B.A.

Um dos riscos de inventarem tecnologia capaz de estender a vida humana indefinidamente é estagnação social: se as pessoas que sobem até o topo da nossa organização não morrem, as pessoas que vieram depois não tem espaço para ocupar. Ideias e comportamentos vão ficando travados, os recursos não trocam de mão e quem pensa diferente simplesmente não tem poder de gerar mudanças.

De uma forma bem mais limitada, estamos vendo isso na humanidade atual: a medicina e a tecnologia em geral aumentaram a expectativa de vida das pessoas, incluindo os políticos. Candidatos populares continuam viáveis por décadas e décadas a mais do que no passado. Sobre a parte de ser arriscado depender de pessoas tão idosas como líderes políticos a Sally já falou, então eu vou seguir pelo caminho da estagnação.

O Brasil está girando em falso no aspecto ideológico da política, dois campos se estabeleceram em esquerda e direita em discussões acaloradas em bares e redes sociais, muito embora na prática quem gerencie o dinheiro do país seja um grupo de pessoas que prefere não se alinhar. Para quem não quer mudar nada, as coisas se tornaram muito confortáveis: quanto mais extremos os pontos de vista de quem se diz de esquerda ou direita, mais resistência geram no lado oposto.

E isso impede que as coisas se movam em qualquer direção. Lula e Bolsonaro criaram o ambiente perfeito para os fisiologistas, isso é, políticos que se concentram totalmente em manter seus cargos e controle do dinheiro público independentemente de alinhamento ideológico. O tal do Centrão é uma entidade poderosa e estável não importa os resultados das eleições.

O que eu vejo com isso é um Brasil sem direção, andando puramente pela inércia de milhões tentando ganhar a vida num mesmo território. Curioso, porque se você perguntar por aí, vão dizer que o país nunca esteve tão politizado. Todo mundo tem opinião sobre comunismo, fascismo, relações internacionais… mas nesse clima, eu argumento que elas se anulam num marasmo ideológico. A última grande notícia política brasileira, para ser honesto, foram as palhaçadas do Pablo Marçal na eleição para prefeito de São Paulo.

O movimento da esquerda fala muito sobre pautas identitárias que não impactam tanto assim a vida da maioria, o movimento da direita é basicamente lutar contra o aborto por motivos religiosos. Não tem nada realmente focado em mexer com as estruturas de poder e como o país funciona. Para quem está no topo dos movimentos políticos brasileiros, a vida vai muito bem, obrigado. Dinheiro público rolando solto, eleições garantidas por uma base fanática, vitória retumbante contra os movimentos anticorrupção à lá Lava-Jato…

Lula e Bolsonaro entregaram uma espécie de estabilidade política no país, mesmo com a polarização. Se você souber jogar com os ânimos exaltados dos ativistas de um lado ou de outro, pode fazer mais ou menos o que quiser com seu cargo. É nesse ponto que eu vejo a maior estagnação do país: por incrível que pareça, o grau de conforto dos poderosos só aumentou desde que a dualidade Lula Bolsonaro se estabeleceu.

Por que mudar? Empurra os dois até a vida escapar de seus corpos. Mantenha a divisão e a falsa sensação de escolha o máximo de tempo possível, porque enquanto os dois estiverem impedindo que o país mude de alguma forma, quem já está no poder está seguro. Quando políticos de esquerda mandam desejos de saúde e recuperação para Bolsonaro, é de coração. Quando os de direita fazem isso para Lula, também.

A política brasileira parou, e o povo que terminou sentado quando a música parou lá pela década passada não querem recomeçar a brincadeira. Vida longa, longuíssima, aos dois responsáveis por essa estagnação. Não existe uma terceira via porque ela não tem o que oferecer para quem a tornaria viável oficialmente. Quer algo melhor que o povão discutindo sobre sexo gay compulsivamente e deixando você usar o dinheiro deles como bem entender?

Talvez tenha algo da índole brasileira de tentar resolver no jeitinho mesmo quando o jeitinho não é a melhor solução; subornar o Legislativo começou de forma tímida no governo Fernando Henrique, virou o Mensalão com o PT e desembocou no Orçamento Secreto com Bolsonaro. O brasileiro médio votou para mudar “tudo isso aí” seguidas vezes, e o sistema continuou o mesmo. E quanto mais o povão acha que está participando muito do processo político berrando por esquerda ou direita de costumes (e só), criou-se um paraíso para aqueles que estão no poder. Gaste com o que quiser, quando quiser, e de tempos em tempos fala uma coisa aí sobre aborto ou transexuais para garantir a próxima eleição.

Estamos estagnados. A política profissional achou o lugar perfeito para se aninhar, com todos os benefícios do poder sem a cobrança do povão sobre o seu trabalho real. Renovação política não vai quebrar esse sistema de uma só vez, nem mesmo a sonhada terceira via consegue isso, mas ela pode recomeçar a música, fazer quem está sentado levantar e dar uma chance para tentarmos outras coisas.

Infelizmente, e por isso é Desfavor da Semana, parece que Lula e Bolsonaro vão ter que literalmente morrer para os eleitores sequer considerarem algo diferente. E antes que alguém ache que estou pregando assassinato: a pior coisa possível seria um deles virar um mártir. Pelo bem do Brasil, que nenhum dos dois morra de forma violenta, porque isso pode estender a era da estagnação por muitas e muitas décadas só por causa do espetáculo que vão fazer ao redor. Estamos presos com eles aqui até a natureza fazer seu trabalho.

A terceira via pode ser uma bosta? Pode e o Brasil tem histórico para não nos animar, mas no mínimo mexe com a estagnação, que já está começando a feder sozinha.


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