Psicopatas.

A lei brasileira não é eficiente para te proteger de psicopatas, como explicamos no texto de sábado passado. Por isso, acreditamos que a melhor forma para te ajudar a se proteger é informação e, com essa intenção, preparamos este texto. Não é exatamente um manual sobre os psicopatas e sim a informação que julgamos necessária para que você tenha ferramentas para se proteger deles. Desfavor Explica: Psicopatas.

O brasileiro costuma ter uma imagem errada do que é um psicopata. Pensam em pessoas violentas, que cometem homicídios, que tem um comportamento social desajustado. Nem sempre é assim. Na maior parte das vezes não é assim. Na maior parte das vezes os psicopatas se apresentam como ótimas pessoas: educadas, gentis e dizendo exatamente o que os outros querem escutar. Então, esqueça tudo que você viu em seriados, vamos recomeçar do zero.

Ao contrário do que muitos imaginam, a psicopatia não é uma doença, é um transtorno, tanto que seu nome técnico é Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA). Uma doença possuí causas definidas, opções de tratamento e até cura. Um transtorno é um funcionamento diferente que não necessariamente está vinculado a uma doença.

Psicopatia (apesar do nome correto ser TPA, vamos usar o termo “psicopatia”, pois é o mais conhecido) é um transtorno de personalidade, ou seja, uma maneira de ser daquela pessoa. Não é algo que possa ser curado, tratado ou atenuado, nem pelo psicopata, nem por ninguém.

Existem graus de psicopatia: leves, moderados e graves. E no Brasil, os casos leves são muito bem tolerados: golpistas, estelionatários e pessoas que tentam se dar bem às custas dos outros não são propriamente uma raridade no país.

É muito difícil utilizar critérios objetivos para diferenciar graus de psicopatia, o correto é avaliação caso a caso, olhando os atos em um contexto. Basicamente não é sobre o que o psicopata sente, pois todos eles são incapazes disso, é sobre o quão destemido ele é, sobre até onde decide chegar e que dano é capaz de causar.

Psicopata se nasce. Descobriu-se recentemente que uma parte do cérebro dos psicopatas responsável pela área do afeto vem com defeito de fábrica e não funciona. Ela está lá, mas está “desligada”. Fisicamente o cérebro é igual, mas essa parte (papo técnico: sistema límbico) não funciona. É como se fosse uma luminária que vem sem tomada: não funciona nem é possível fazer funcionar. Por isso, quem promete tratamento, melhora ou cura para psicopatia mente. Não há qualquer chance de tratamento, melhora ou cura.

Essa constatação se confirmou cientificamente em 2001 através de um exame de neuroimagem chamado ressonância magnética funcional do cérebro, ou seja, um estudo de imagens do cérebro enquanto ele é estimulado. Mostram-se imagens agradáveis e desagradáveis à pessoa que está realizando o exame, enquanto se observa, de acordo com a atividade cerebral, como o cérebro reage a elas.

Isso permite avaliar como o cérebro interage diante de estímulos. Portanto, não é um exame no qual se possa enganar, ninguém tem controle sobre como o cérebro reage, muito menos uma pessoa que tem uma parte dele “desligada”.

Por exemplo, a maior parte de nós sentiria, involuntariamente, medo, pena, repulsa e outros sentimentos no estilo ao ver imagens de filhotes machucados, crianças maltratadas e pessoas mutiladas. Mas, quando seu sistema límbico, responsável pelo amor e pela empatia, está desligado, tanto faz ver uma cena dessas, o cérebro simplesmente não reage. Em muitos casos, dependendo do grau de perversidade, essas imagens cruéis e violentas podem chegar até a estimular a área do prazer.

O grande problema é que os psicopatas, até para conseguir sobreviver em sociedade, não costumam contar a ninguém que não sentem amor, empatia ou afeto. Muito pelo contrário. Quando, na mais tenra infância, percebem que é socialmente reprovável ser assim, escondem. Aprendem a simular esses sentimentos observando os outros. Alguns chegam a mentir para eles mesmos e se convencerem de que sentem isso.

Guardadas as devidas proporções, comparando apenas para fins didáticos, pois um é uma doença e o outro não, seria como pessoas que são homossexuais, mas por infinitos motivos e medo de preconceito mentem para si mesmas e vivem uma vida casadas com o sexo oposto negando sua homossexualidade. Sim, é possível enganar a si mesmo sobre tudo.

Porém, a maior parte dos psicopatas sabe que é diferente e sabe que é preciso ocultar isso de todos. Então, desde pequenos eles aprendem a ocular e a emular os sentimentos que deveriam estar lá mas não estão. E ficam especialistas nisso. Psicopatas são especialistas não apenas em fingir sentimentos, mas também em ler pessoas e dar a elas o que elas querem, para poder manipulá-las como lhes convém.

Por isso esses testes antigos de critérios que a pessoa tem que preencher para identificar um psicopata nem sempre são eficazes. A pessoa pode emular comportamento diferente e, se for um adolescente, os pais podem ter dificuldade em vez a dolorosa verdade e não reportar o que realmente está acontecendo.

O teste mais comum (salvo engano, ainda é utilizado em presídios) é o de Robert Hare. Não vamos nos aprofundar nele, mas se você quiser saber mais, certamente pode encontrar sem dificuldades em uma rápida pesquisa no Google.

Hoje, existe uma forma objetiva de dizer se alguém é psicopata ou não: um exame de neuroimagem chamado ressonância magnética funcional. Mas, além de ser um exame complexo, dificilmente um psicopata vai aceitar que seu cérebro seja escaneado, pois seu disfarce vai ruir. Infelizmente ele dificilmente será uma opção.

Então, é preciso pensar em outras formas de reconhece um psicopata. E geralmente a mídia aponta para direções erradas, sensacionalistas e até enganosas. Vamos tentar um olhar não sensacionalista no assunto, pois o psicopata não é o Dexter, é a pessoa ao lado, o sujeito que ajuda a idosa a atravessar a rua, a mãe que posta foto de família feliz no Instagram o idoso que alimenta os gatos na pracinha.

Cuidado com pessoas que parecem muito perfeitas para você. Principalmente quando você ainda não conhece bem a pessoa. O fato dela ser “maravilhosa demais”, “perfeita demais”, “tudo que você sempre quis” é um alerta. Uma pessoa assim não existe, a menos que ela esteja te lendo friamente (e hoje, com redes sociais isso é muito fácil), te observando e esteja simulando exatamente o que você quer que ela seja, o que você quer escutar.

Um psicopata vai te estudar e vai criar uma personalidade sob demanda para você. Justamente por isso em alguns países de fala hispânica o psicopata é chamado de “camaleão” social, com cada pessoa ele é de um jeito. É assim que ele se aproxima de você, é assim que ele te conquista. Sempre desconfie de quem se apresenta “alma gêmea”, perfeito demais para você. Provavelmente você foi estudado e é uma encenação para te conquistar.

Outro sinal para estar atento é que o psicopata terá comportamento impecável com você (enquanto você ainda puder dar a ele o que ele busca). Ele não será desagradável nunca. Ele será educado, agradável, uma pessoa digna de se apresentar para a família. E, por mais que você provoque, por mais que você diga coisas que feririam os sentimentos de qualquer pessoa que goste de você, ele não vai se abalar nem sair do sério. A menos que lhe convenha fingir o contrário.

O que tira o psicopata do sério é não dar a ele o que ele quer, e você não é o que ele quer, é um meio para ele conseguir o que ele quer. E psicopatas só querem estas coisas: dinheiro, status, poder e diversão. De preferência, todas elas juntas.

Um psicopata não está nem aí para amor e afeto, pois é incapaz de senti-los. Portanto, qualquer fala sua que pegaria uma pessoa nesse campo do amor e do afeto não será sentida. Mas, quando algo ameaça seu dinheiro, poder status ou diversão, aí sim aparece um lado sombrio, infelizmente, tarde demais. A maior parte das pessoas só percebe o lado desagradável de um psicopata quando já foi a vítima dele.

O psicopata só quer poder, dinheiro, status ou diversão. Nada mais. Mas ele jamais te dirá isso. Porém, quando você não puder mais fornecer isso, ele vai te descartar sem dó. Justamente por isso é muito comum ver psicopatas em ambientes de poder, dinheiro e status. Por sinal, desconfie de quem, em redes sociais, usa status para engajamento: fotinho ostentando bens materiais? Boas chances de ter algum grau de psicopatia (ou outros problemas tão complicados quanto). Fuja.

Um detalhe que muitos podem não perceber: fazer o outro se dar mal pode ser uma forma de conseguir status e diversão. Sacanear, humilhar e destruir alguém não precisa ter um ganho financeiro. Se você perceber que uma pessoa está constantemente (e discretamente) sabotando os outros, desconfie. Desconfie muito.

Não convém tentar avaliar se uma pessoa é psicopata ou não analisando se suas emoções são reais, pois psicopatas são muito bons emulando emoções, inclusive emulando emoções personalizadas pensadas em como você quer que ele reaja. É uma vida inteira treinando isso. É depender disso para sobreviver. Dificilmente você vai conseguir detectar, vai parecer real.

Eles são capazes de simular perfeitamente tristeza, desespero, arrependimento e culpa, inclusive chorando, tendo tremedeiras, mudando expressões faciais, ficando sem comer. Em vez de tentar desmascarar sentimentos falsos, observe os outros sinais que não são tão conhecidos, pois com esses eles vão tomar menos cuidado na hora de ocultar.

Talvez você possa reconhecer que tem algo fora de lugar em circunstâncias que não estão diretamente relacionadas a você. Cuidado com quem trata mal pessoas das quais não dependem ou não tem algum interesse. Por ser incapaz de amor, afeto e empatia, o psicopata só trata uma pessoa de forma afetuosa quando precisa dela para alguma coisa (nem que essa necessidade seja não ser descoberto). Desconfie de quem trata de forma rude, ríspida, fria ou inadequada pessoas das quais não depende.

Obviamente, na sua frente o psicopata (se for inteligente, e nem sempre são) tratará todos se forma amorosa e educada, para não ser descoberto. Mas, pode ser que um dia você o veja se dirigir aos outros achando que não está sendo observado – e aí ele vai mudar completamente sua forma de tratamento. Ou pode ser que ele não precise mais de alguma pessoa que está na vida dele e o comportamento mude.

Também é errado pensar que psicopatas são sempre inteligentes. Não são. O que acontece é que os que não são inteligentes não sobrevivem, no sentido de não conseguir se adaptar bem à sociedade. Mas existem e tem seu público-alvo: fatalmente desembocam naquelas pessoas que tem síndrome de salvadores, que pegam pessoas quebradas tentando consertá-las.

Outro erro é tentar identificar psicopatas buscando violência física. A maior parte dos psicopatas vai morrer sem nunca ter matado ninguém e muitos morrerão sem nunca ter agredido uma pessoa. Psicopatia não é sinônimo de violência física, apesar de que muitos cruzam essa linha justamente pela falta de empatia, muitos escolhem não o fazer, pensando em manter seu disfarce.

Por fim, o conselho mais importante de todos: esteja inteiro, se ame, não seja carente. Como diz a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, “o fantasma sabe para quem aparece”. Dificilmente um psicopata vai “dar liga” com uma pessoa inteira, consciente, presente, bem resolvida. Ele detecta pessoas, ele sabe ler pessoas e ele sabe quais são os tipos mais propensos a cair na sua manipulação. É muito provável que ao detectar uma pessoa consciente e emocionalmente saudável ele mesmo pule fora.

Acreditem, todas as pessoas que caem na lábia de um psicopata o ajudaram muito a obter esse resultado, consciente ou inconscientemente. São pessoas que de alguma forma quiseram acreditar, ignoraram sinais de alerta e facilitaram muito a vida de quem as manipulou.

E isso também vale para os pais. Nenhum pai ou mãe quer descobrir que seu filho é psicopata, por isso, a maioria nega evidências. Um indício clássico de psicopatia é maltratar animais, mas os pais se convencem de que a criança não sabia o que estava fazendo. Sabia sim. Tanto é que assim que conseguem ter a possibilidade de mentir (geralmente em torno dos sete anos) fazem as coisas escondido e mentem dizendo que não fizeram.

E crianças comuns são perfeitamente capazes de empatia, dizer que seu filho não tem empatia por ser criança é negação. Exames modernos provam que bebês com meses de vida tem regiões cerebrais de empatia e afeto estimuladas quando são expostas a situações se sofrimento de outras pessoas ou animais. São capazes de perceber quando um animal está com dor ou sofrendo e de se incomodar com isso. Repito: com meses de idade.

Crianças dão múltiplos sinais de psicopatia, mas, como não tem potencial para fazer muito estrago, a maior parte das pessoas apenas ignora, nega ou acredita que vai passar. Não passa, não melhora, muito pelo contrário, o problema fica enorme se os pais deixam chegar na adolescência sem fazer nada a respeito. Não tem cura nem tratamento, mas esses pais podem ser orientados sobre a melhor forma de tentar modular essa criança. Sempre vale procurar um médico.

Como reconhecer uma criança psicopata: geralmente elas mentem muito e são manipuladoras, dentro de suas capacidades. Veja bem, para que uma criança seja manipuladora não é necessário que ela consiga te manipular, basta que ela tenha tentado. Costumam ser impulsivas e apresentar um comportamento que o resto das pessoas classificaria como cruel, mas não entendem por qual motivo os outros acham aquilo cruel. Não raro ficam agressivas e desrespeitosas.

Crianças psicopatas não estabelecem vínculos de afeto, e isso uma mãe atenta percebe até quando a criança está mamando. Se interessam pelo coleguinha apenas quando ele tem algo do seu interesse e seu interesse nunca é na pessoa em si. São crianças que costumam violar regras sociais, se portam de forma arrogante e muitas vezes tem o hábito de destruir coisas ou maltratar quem está perto (colegas, irmãos, animais).

Para adultos, fique de olho nessa dobradinha: 1) atitudes maldosas de forma repetida (maldade nem sempre é violência, pode ser um comentário maldoso, fazer o outro se sentir inferior, fazer o outro se sentir culpado) e 2) encenação se fazendo de vítima, contando uma história triste que pode levar as pessoas a darem um desconto, serem mais tolerantes quanto ao item 1. Psicopatas usam a sua pena como um cheque em branco para fazer o que quiser com você. Quando a coisa aperta, ou vem a manipulação (você é uma pessoa maluca que vê coisa onde nao existe, por exemplo) ou vem a carta da pena (ele conta algo que supostamente justifica sua conduta e te faz sentir constrangido em reprová-lo).

Uma coisa que eu gosto de observar é como a pessoa, adulto ou criança, reage a bocejos. Normalmente, bocejos são “contagiosos” (mecanismo complexo que não vem ao caso) e, lá pelos 5 anos de idade em diante, uma pessoa tende a bocejar se outra boceja do eu lado. Psicopatas não. Veja bem, não vai taxar alguém de psicopata só pelo fato da pessoa não ter bocejado, ok? É apenas mais um indício para estar de olho. E se o psicopata leu isso, agora ele vai emular um bocejo.

Outra dica que merece atenção é a capacidade da pessoa de discernir cheiros. Uma das partes do cérebro envolvida no processo é justamente a parte que não funciona neles, então, eles sentem cheiros, mas talvez não consigam classificá-los nem lembrar deles de forma eficiente. Quando um cheiro não se liga a uma memória afetiva fica mais difícil reconhecê-lo. Como lembrar do perfume da sua mãe se você não ama sua mãe? Possível, porém muito mais difícil.

Observe também quem mente sem motivo. Não falamos de mentira para salvar o pescoço ou para aplacar uma baixa autoestima. Para o psicopata a mentira é uma diversão, é uma forma de reforçar a ideia de que ele é espertão e o outro é um trouxa nas suas mãos. Muitas vezes o psicopata mente sem necessidade, só para se sentir inteligente. Fiquem bem de olho em quem está constantemente mentindo e reage mal, com ataque ou vitimização quando alguém aponta a mentira.

A carreira escolhida também pode ser um indício a ser somado com os demais: psicopatas tem mais tolerância ao estresse e se dão bem em ambientes nos quais a manipulação é tolerada ou encorajada. Daí você observa onde eles mais transitam: advogados, políticos, CEO… é uma longa lista de ambientes férteis para um psicopata florescer.

Nos relacionamentos amorosos, também existem indícios. “Mas Sally, se a pessoa é incapaz de amor, de afeto, por qual motivo se relaciona?”. Porque lhe convém. Para manter seu disfarce. Pelo fato daquela pessoa proporcionar alguma das coisas que ele quer: dinheiro, poder, status ou diversão. Um parceiro bonito dá status. Um parceiro rico dá dinheiro.

Nos relacionamentos, nunca é uma dinâmica de igual para igual. Tem sempre um jogo de controle, se submissão do outro, quase nunca pela força, geralmente pela manipulação. Essa dinâmica de poder diverte o psicopata e aumenta sua autoestima. Ele sempre está em busca dos quatro itens: dinheiro, poder, status ou diversão, então, observe o que a pessoa busca em você. Se você for um meio para obter algum deles, hora de desconfiar.

A forma como a pessoa lida com ciúmes ou rivalidade também pode dar um indício: não é tristeza, não é insegurança, não é nem mesmo tentar ser superior ao rival, a meta é destruí-lo. Provavelmente ele não vai te dizer isso abertamente, mas você poderá ver pelos seus atos.

Mentiras para se manter mais atraente também são comuns. E nem sempre o atraente é sobre físico, a pessoa pode emular valores, pensamentos ou hábitos que sabe serem valorizados pelo parceiro.

Outro dado interessante a se analisar: em tese, psicopatas não broxam, pois o emocional não os abala, a parte do emocional de seus cérebros está desligada. Sexo, não é sobre afeto ou amor, é mais instrumento para envolver o outro. Porém, podem fingir broxar para causar pena, despertar simpatia ou provar que tem sentimentos. Todo mundo deve saber o que fazer para constatar se é fingimento ou não.

Outra coisa bacana de se observar é que os psicopatas costumam cometer sempre os mesmos erros. O que nos impede (ou dificulta) de cometer os mesmos erros é a emoção: fazemos algo, dá errado, uma emoção negativa te relembra isso. Como o psicopata não tem esse recurso, ele perde esse alerta e tende a repetir seus erros. Procure saber sobre a história da pessoa e observe se ela comete sempre os mesmos erros.

Mais um indício: quando o psicopata sentir que tem a pessoa na mão, que está 100% garantido (por exemplo, uma pessoa com dependência emocional que não consegue largá-lo), ele pode começar a tratar a pessoa mal, a criar uma manipulação no entorno para vender a pessoa como maluca, exagerada, não digna de confiança e, não raro, trair a pessoa e dizer que ela está louca por desconfiar dele. Aí a diversão dele deixa de ser sobre a conquista (a pessoa já está conquistada) e passa a ser sobre subjugar, humilhar e demonstrar seu poder.

É de conhecimento público que psicopata não sente empatia, arrependimento, remorso ou culpa. Justamente por isso, é nesses quesitos que eles mais capricham no seu fingimento. Então, não sei se vale usar como critério, pois qualquer psicopata que não seja um idiota completo vai emular muito bem todos eles. Foca nas nossas dicas, que não são tão populares, que é mais fácil de pegar ele com a guarda baixa.

E se você pegar o psicopata na mentira, eu recomendo fortemente não confrontar. Você não sabe se aquilo pode escalar para violência ou não pois, acredite, você não conhece essa pessoa. Você conhece o personagem que essa pessoa criou para se aproximar de você. Melhor não comprar briga e se afastar com a ajuda/orientação de um profissional.

E, que fique claro, tudo que foi dito aqui são indícios, sinais de alerta, red flags para que você procure a ajuda de um profissional com diploma universitário, psiquiatra ou psicólogo. É ele quem pode dar um diagnóstico, não nós, não você. O objetivo deste texto não é que você diagnostique ninguém, é apenas te dizer quando vale procurar um profissional para que e diagnostique alguém.

“Mas Sally acho que meu namorado é psicopata, mas ele nunca iria ao médico comigo”. Você pode ir sozinha e relatar tudo que vê a um médico, para que, se ele achar suficiente, te dê um diagnóstico. Ou você pode, se for seguro, averiguar por conta própria, tirando da pessoa poder, dinheiro, status e diversão que você proporciona e observando a reação. Se for desmedida, agressiva, exagerada, você terá mais um indício.

Se você se amar e se respeitar, não precisa se preocupar com psicopatas na vida amorosa, não existirá terreno fértil para eles se criarem. Porém, se a psicopatia aparecer na vida familiar, recomendo fortemente que você procure ajuda de um psiquiatra (com ou sem a presença da pessoa) para entender se é mesmo psicopatia, se você está correndo riscos e qual é a melhor forma de lidar com o problema.

Para quem quiser se aprofundar no assunto, recomendo a leitura do livro “Mentes Perigosas” da Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva.

Para dizer que isso é psicopatofobia, para dizer que sempre achou que todos esse comportamentos eram normais ou ainda para dizer que tudo fica mais difícil com a sociedade glamourizando atributos de psicopata (concordo): comente.

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Comments (2)

  • “E se você pegar o psicopata na mentira, eu recomendo fortemente não confrontar. Você não sabe se aquilo pode escalar para violência ou não pois, acredite, você não conhece essa pessoa. Você conhece o personagem que essa pessoa criou para se aproximar de você. Melhor não comprar briga e se afastar com a ajuda/orientação de um profissional.”

    Nunca, nunquinha mesmo confronte um psicopata. Na melhor das hipóteses, eles te pintarão como louca e você sai como vilã. Na pior, partem para a violência. Quando convivi com pessoas assim, a forma que melhor funcionou para me afastar foi parecer ocupada e chata. Sempre tinha uma desculpa para nunca ter tempo para elas, dava respostas monossilábicas e me esforçava para parecer a pessoa mais desinteressante do mundo. Me deixaram em paz rapidinho, o que foi um alívio, porque uma dessas pessoas chegou a matar poucos meses depois.
    Ela tinha uma lista de vítimas em potencial, com várias amigas minhas citadas, e eu também me encaixo no perfil físico das possíveis vítimas. Acho que me exporia demais se citasse o nome do caso, mas é curioso observar que, no caso dessa pessoa, o TPA vinha acompanhado de transtorno bipolar, tornando-a ainda mais propensa a violência.

    • Que horror, Paula!
      Ainda bem que você teve a sabedoria de não confrontar e não alimentar o interesse dessa pessoa!

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