Nomes de Candidatos 2024 – Parte 4

Hoje vamos para a região Norte: Acre e Amapá. Eu era contra as queimadas, até fazer essa pesquisa. Queimou foi pouco, taca fogo em tudo!

Nesta região vemos nomes aberrantes um pouco mais inocentes, interioranos, simplórios. Percebam que a falta de adequação é a mesma, só muda o tom do equívoco. São pessoas que não foram além no grotesco por incapacidade, não por consciência. E eu sinceramente não sei o que é pior.

Na categoria “mudou para pior” vemos candidatos que decidiram não usar seu nome de batismo nas urnas, escolhendo nomes igualmente desabonadores ou até piores. É o caso de Cutiara (se chama Raimundo), Pilique (se chama Jesus), Thyero (se chama Wendell), Zum (se chama Antonio) e Deiwes Cantor (se chama Francisco).

Temos também Poxoca (se chama Francisco), Super Duda (se chama Jesus), Mundin Facundes (se chama Raimundo), Miroldo (se chama Antônio), Cupú (se chama Valbi), Claudiovídio (se chama Claudiomar) e Xerito (se chama Ilcirvanio, acho que podemos considerar um empate).

Temos ainda Butt (se chama Carlos), Pucuiu (se chamar Karlucio), Piranha (se chama Jefferson), Turuta Birimbal (se chama Jeronimo), Palanqueta (se chama Walter), Bebê (se chama João Paulo), Lambança do Cassioporé (se chama Gerson), José Traíra (se chama José dos Santos) e Simpson Bolt (se chama Wanderson Vieira).

Nesta região conseguimos criar uma nova categoria: “Talvez você não seja tão indígena”, para pessoas que tiram foto com cocar, colocam nomes aborígenes, mas, quando a gente olha mais de perto percebe que talvez não seja bem isso. É o caso de Inu Ibã Hunikuin (que se chama Francisco), Txai Shane Hunikui (que se chama Abraão) e Kumã (que se chama Essivaldo).

Temos ainda Charle Yawanawa (que se chama Charles da Silva Luiz), Mana Kaxinawa (que se chama Manoel Gomes da Silva), Cacica Elza (que se chama Elza dos Santos Figueiredo) e Cacique Iaparra (que se chama Gilberto),

Na categoria “alimentos”, temos Lu da Bananinha, Bombom, Anderson Jerimum, Ednon do Inhame, Bener do Leite, Cocão, José Bisteca, Boneco do Açaí, Colorau, Cebola, Mococtó, Flavio do Churros, Roberto da Feijoada, Pipoca, Abacate e Emerson Abacaxi. Não achei nenhum Cupuaçu. Pequenas vitórias.

Na categoria “como isso pode te ajudar?” temos candidatos que escolheram nomes ou apelidos que em nada enaltecem sua pessoa ou uma suposta qualificação para exercer um cargo público. É o caso de Burrinho, Ivanildo das Panelas, Beto Cabeludo, Suzi Esposa do Leno Mecânico e Adevilson Bolsonaro (não é da família Bolsonaro).

Temos também Bolinha das Vans, Lourão do Povo, Louro do Crediario, Cicero Chaveiro, Camelô, Morena do Bar, Baixinha da Água, Tião Zoiudo, Pimpolho, Bolota e Malucão. Nada passa mais credibilidade do que carregar um nome que indica falta de saúde mental, não é mesmo?

Temos ainda Bucho, Nely Faixa Preta, Ronaldo Sucatão, Naty Língua Afiada, Bailarino, Careca Society, Carlinho do Vídeo Game, Rafael Filho do Ceará Taxista, Tirana, Coringa Sá, Leandro Gostoso e Welysson Barros O Covarde, que, por agora, foi considerado inapto mas ainda existe recurso para ser analisado, então, pode ser que ele acabe concorrendo.

Na categoria “animais” temos Sabiá Cunha, Ronco do Porco, Ilaercio Pica Pau, Jacaré, Carneirinho, Ducivan Vaca, Esquilo da Capoeira, Antédio Leitão, Gê do Passarinho e Paca.

Temos ainda Leo Lobo, Burro do Calafate, Canário, Bem Ti Vi (com essa grafia), Nilson Colibri, Tatu do Bem (existem tatus malignos?), Tucano, Coelhinho, Edylaine Cupim de Aço, Aranha, Grilo, Maynard Calanguinho, Lobão, Rato do Bar, Wallass Passarinho, Pinguinzinho do Táxi e Socorro Formiga (é possível que esta última tenha pisado em um formigueiro no momento da inscrição).

Na categoria “Se fosse eu a chamar assim teríamos problemas”, aqueles candidatos que escolheram apelidos que provavelmente despertariam a fúria da militância que supostamente os defende. É o caso de Nega (que curiosamente é branca e ruiva, talvez o nome venha do verbo “negar”), Negão da Churrascaria, Maria do Negão, Preto Moto Táxi e Nego da Obra.

Temos ainda Moça Vítor (até você vai ter problema se comentar), João Pretinho, Chico Preto, Tromba, Negritos Bar, Neguin do Socó, Nego da Loja, Pedro Cabeção, Gordo do Guarani, Alesandro Pitoco, Preto Conceição, Velho, Banha Lobato, Buchudo, Peruano da Internet, Feio, Pretinho do Hotel, Vereador Preto.

Destaque para os Macacos, esta palavra que dói tanto no brazuca: temos Raimundinho Macaco, Paulo Macaco, e simplesmente “Macaco”, puro, sem nada. Eu comentaria, mas sei que é um tema sensível, então, vamos pular essa parte.

Na categoria “Cosplay de Famoso” temos Sr. Smith, Moisés Mãos de Tesoura, Bradock, Madonna, Bozo Bacural, Messi e Menudo Melo. Quase não tem cosplay de famoso, mas tem macaco, então, eu estou feliz.

Por fim, a categoria “q”, aquela cuja bizarrice do nome não nos permite compreender, muito menos classificá-lo. É o caso de Meio Quilo, Lambada da Pisadinha, Marreta, Pantico da Agua, Bé do Zé Durico, Serrote e Totota, Baxim do Céus Aberto.

Temos ainda Da Hora, Kennedy Pingueleta, Cabide, Chumbão da Construção, Enfraxate das Estrelas, Geniglecio O Boneco da Baixada, Railtão Top dos Tops, Zé Motor, Pastor Macarrão, Boa Ideia e Amarelão (eu checaria para malária, nessa região, é uma real possibilidade)

Para finalizar temos Galalau Sales, Entrosado, Judelzinho, Piupiu, O Obreiro de Fé, Profeta, Riva Hulk Som, Azul, Conjaki, Lindo (não, não é), Adriany Claro que É e Loira Pressão Quatro X Quatro (foi considerada inapta, algo sobre não saber ler e escrever, mas ainda cabe recurso).

Meu favorito é, obviamente, Macaco, pois desmistifica essa aura pejorativa da palavra. É só um animal como outro qualquer e, se vocês querem saber, eu acho muito pior ser comparado com um hipopótamo (bicho feio e sujo), com uma lesma (bicho lerdo e inútil) ou com um gambá (bicho fedido). O valor que cada nome tem está na nossa cabeça, e só na nossa cabeça. Espero que Macaco vença e eu possa dizer que um vereador do Amapá é um Macaco.

Me despeço destas inadequações raiz, semana que vem voltamos com Nordeste.

Para dizer que também quer que Macaco vença, para pedir mais explicações sobre Moça Vítor ou ainda para contar seu favorito para um Histórias de Vida: comente.

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Comments (16)

  • Só agora é que eu reparei que, dentre os listados, tem um “Pimpolho”, aquele cara bem legal. Pena que não pode ver mulher…

  • Desculpe eu comentar mais uma vez, mas me chamou a atenção a Adriany Claro que É. Penso que o Somir poderia usar esse nome pra um artigo na seção sazonal “Histórias de vida”.

    Tô achando que é a mesma vibe do(a) Moça Vítor (mas no sentido inverso. Fica a reflexão!)…

  • Só fazendo um adendo sobre o Charle Yawanawa: pode ser que esse seja índio mesmo. Tive certa vez a “oportunidade” de lidar mais de perto com eles (spoiler: não foi muito animador!) e notei que muitos tinham esse “sobrenome” Luiz. Outros usavam “Mineiro” e cheguei a ver até um “Paulista”. Deve ser alguma espécie de tradição tosca/torta juntar ao nome português algo que remeta à origem da tribo ou à do próprio índio como “sobrenome”, daí sai isso.

  • “Nesta região vemos nomes aberrantes um pouco mais inocentes, interioranos, simplórios. Percebam que a falta de adequação é a mesma, só muda o tom do equívoco. São pessoas que não foram além no grotesco por incapacidade, não por consciência. E eu sinceramente não sei o que é pior.”

    É aquilo que eu sempre digo: pra importante função de vereador (que, em último caso, é um gestor de verbas públicas e um supervisor de obras em andamento em cada município no qual está lotado), estão concorrendo pessoas que mal sabem juntar duas frases, concatenar duas idéias ou formular um raciocínio, por primitivo que seja, mas que possuem instintivamente a semente da sacanagem, através da qual vislumbram no cargo só uma chance de se locupletarem, “pensando tanto nos miseráveis como nos seus borzeguins acalcanhados” (trecho de “Germinal”, do eterno Émile Zola, a mais maravilhosa obra literária jamais produzida!).

    Sempre fui defensor de duas coisas: Conselho Federal de Pedagogia (pra regular a fundamental profissão de pedagogo/professor primário e só deixar desempenhar a função quem passasse numa pesada prova técnico-cultural) e exigência mínima de uma gradução + especialização em Gestão Pública pra qualquer postulante a cargo eletivo do Poder Legislativo. Certamente não haveria essa situação revoltante, repulsiva e obscena (mas divertida!).

    • Claro! Aliás, deveria ser requerida renda mínima de 200 mil reais por ano! Quanto mais elitizado e menos democrático melhor!

      • Mimimi. Rico também é retardado no Brasil, vide Pablo Marçal, Deolane e cia. Todo mundo que não é sabe disso e que não é por dinheiro.
        Precisamos de regras rígidas sobre capacidade cognitiva e capacidade técnica de exercer o cargo público, mesmo que eletivo, e aí tem que ser elitista mesmo. O marginalizado deveria ter o DIREITO HUMANO de ser atendido por pessoas intelectualmente capazes de lidar com seus problemas.

  • Macaco veio da linha do tempo de Planeta dos Macacos e faz de tudo pra não ser descoberto – por isso se esconde no Acre!

  • E eis que nos chega mais uma leva de nomes toscos de candidatos! Como sempre, há bastante avacalhação, humor involuntário, escolhas duvidosas, bobajada sem sentido e muita coisa de péssimo gosto. Sobre alguns desses nomes, entretanto, eu quero tecer algumas considerações:

    – “Ilaercio Pica Pau”! Por favor, não me digam que ele imita a famosa risadinha do personagem dos desenhos animado no final de suas inserções no horário político…

    – Falando ainda em imitações, também torço para que tanto o “Ronco do Porco” quanto o “Carneirinho” não comentam o desatino de encerrar suas respectivas aparições na TV e no rádio fazendo com a boca o som dos animais que os inspiraram.

    – Nos tempos do bom e velho VHS, “Claudiovídio” seria um bom nome para uma locadora pertencente a um sujeito chamado Cláudio.

    – Imagino que esse “Careca Society” seja proprietário de uma quadra dessas de grama sintética, que aluga para os peladeiros de final de semana.

    – “Conjaki”, eu acho que foi uma tentativa de homenagear o detetive Kojak, do seriado setentista homônimo, que estava sempre com um pirulito e era interpretado pelo finado ator careca americano Telly Savallas.

    • “Nos tempos do bom e velho VHS, “Claudiovídio” seria um bom nome para uma locadora pertencente a um sujeito chamado Cláudio”.

      Hahahahahahahahahahahahahahahahahaha!

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