Skip to main content
Trump ou Biden?

Trump ou Biden?

| Desfavor | | 26 comentários em Trump ou Biden?

Não é só no Brasil que o povo tem que fazer escolhas trágicas na hora de votar. Nos EUA, Biden e Trump são os candidatos para a eleição deste ano. Sally e Somir enxergam o sofrimento do americano com cérebro, mas discordam de qual o pior resultado possível. Os impopulares, salvo algum engano, não votam.

Tema de hoje: quem seria pior para os EUA, Trump ou Biden?

SOMIR

Trump. Porque o presidente de um país importa. E porque o presidente de um país não importa. Parece confuso e é, mas eu vou tentar explicar a ideia por trás dessas afirmações: em países grandes como os EUA (e até o Brasil) num sistema presidencialista, dá-se muita importância para o maior cargo público do país, mas a verdade é que a máquina estatal é tão grande que existem limites práticos de quanto um presidente realmente manda.

O poder presidencial é limitado pelos outros poderes, pelas leis que já existem e pela inércia inerente a tentar mexer num sistema com milhões de pessoas envolvidas. Não adianta dar uma canetada e não ter mão-de-obra para tocar a ordem. Um presidente não pode mandar prender dez milhões de pessoas na prática: não tem gente para realizar as prisões nem cadeia para manter essa gente toda. Mesmo ditadores tem dificuldade de realizar ações do tipo, é meio como tentar empurrar um elefante.

O que não torna o presidente de uma país democrático totalmente inútil, apenas muda a forma de fazer as coisas: o elefante precisa ser incentivado a se mover na direção desejada, e a voz mais forte do país é justamente a do presidente. A mesma inércia causada pelo sistema composto de milhares ou milhões de funcionários públicos faz com que essa voz seja ouvida e seguida por um bom tempo sem nenhuma discussão.

Presidentes de países democráticos são essa contradição ambulante entre força e fraqueza para dirigir os rumos da nação. E nesse ponto, eu acredito que o velho gagá do Biden seja mais seguro no longo prazo do que o velho maluco do Trump. Às vezes a melhor jogada é não jogar. Biden representa os EUA na sua forma mais tradicional: polícia do mundo, ganância e uma autoimagem hipócrita de defensores do bem contra o mal.

O que é óbvio que eu não acho positivo, mas se a alternativa para guiar esse elefante armado é o Trump, faz mais sentido não mexer nas configurações do sistema. Como o presidente é limitado, boa parte da mecânica de funcionamento do país depende das pessoas que são colocadas em cargos de poder. Com Biden vemos mais do mesmo, com algumas alegorias de lacração aqui e acolá, mas nada muito mais chamativo do que leniência com o consumo da maconha.

Com Trump, vem junto um grupo de pessoas que quer revolucionar a forma como o Estado americano funciona. E considerando como funciona a direita “Jesus com rifle” americana, vem um grupo bem maluco para ocupar o governo americano. No último mandato, a direita americana estava atordoada com a vitória do homem laranja da mesma forma que a esquerda. Trump ficou mais livre para organizar o país, e vimos o que aconteceu: foram quatro anos de aleatoriedade pura, ninguém conseguia entender o que acontecia, nem mesmo Trump.

Mas o tempo se encarregou de organizar as coisas: Trump era apenas um símbolo em 2016 que nem seu partido levava a sério, agora ele é o cavalo de Tróia de fundamentalistas e reacionários americanos. Dessa vez, já montaram um plano de ocupar cargos-chave na estrutura de poder americana, e Trump já sabe que seu trabalho vai ser assinar papéis e fazer pose enquanto organizam o país para ele. Trump de 2024 é muito menos Trump. O projeto de poder é totalmente diferente da última vez.

Eu até entendo quem acha que do jeito que vai, os EUA não tem futuro. O projeto “clássico” dos Democratas não parece mais viável, mas puxar o freio de mão e colocar o partido trumpista no poder é bem diferente de revezar quem está poder com os Republicanos. A direita com cérebro foi engolida pelo fundamentalismo e não vai fazer parte de um possível governo de Trump. Com ele vão vir malucos muito mais organizados do que foram na última gestão.

Por não mandar de verdade, o presidente vai permitir que o sistema seja infestado de gente que não quer saber de fatos, só quer Bíblia, armas e muros. Por ter grande poder de influência, o presidente vai conseguir empurrar os objetivos dessa gente para frente por muito tempo antes de montarem qualquer tipo de defesa.

Gostem ou não, os EUA são uma força moderadora de democracia e direitos humanos no mundo. Mesmo que eles incentivem ditaduras e cometam crimes humanitários, não o fazem com a cara de pau de ditaduras como as que Lula adora defender. O projeto de poder clássico americano se importa com aparência de liberdade e igualdade, e na falta de algo melhor, ajuda o resto do mundo a se controlar um pouco na sanha autocrática. Nunca se sabe quando o maior exército do mundo vai se animar para mais uma guerrinha com fins lucrativos e derramar bilhões em bombas na sua cabeça.

E para evitar ser a próxima vítima, uma das formas mais seguras é evitar guinadas ditatoriais. Eu sei que é feio que seja tudo um jogo de aparências, mas… estamos melhores sem nem isso? No final das contas, isso mexe com a lógica de funcionamento até do Brasil: custa caro instalar uma ditadura aqui fora de sintonia com os americanos. No mínimo eles enfiam sanções econômicas que quebrariam o país, no máximo eles começam a armar grupos rebeldes e jogam a nação numa guerra civil dolorosa.

Biden mantém essa lógica funcionando. Trump não garante nada disso, com o segundo mandato de Trump, joga-se um dado para cima e torce-se para não cair um número ruim. Porque ele consegue manter boa parte da nação em concordância com a turma tresloucada que se formou na sua sombra. Repito: dessa vez não é o Trump e um bando de perdidos, é o Trump e grupos muito bem organizados de cristofascistas que já entregaram o plano pronto. Isso pode causar problemas econômicos sérios para eles, e pode mexer de vez na dinâmica da “pax americana” que controlou um pouco a humanidade nas últimas décadas.

Não é o mesmo Trump. Dessa vez ele é um fantoche. Um fantoche assombrado que faz coisas aleatórias, claro, mas considerando o quanto um presidente manda e não manda ao mesmo tempo, eu ainda acho que os americanos e o resto do mundo ficam melhores se pularem essa oportunidade de mudança e tentarem resolver as suas questões quatro anos no futuro. Com um pouco de sorte, os dois morrem.

Para dizer que eu estou com os comunistas (Biden é mais de direita que o Bolsonaro se você pensar bem), para dizer que o melhor é o circo pegar fogo de vez, ou mesmo para dizer que só Jesus salva (ele teve muitas chances e falhou, hora de tentar outra coisa): comente.

SALLY

Quem é pior para os EUA, Biden ou Trump?

Biden é pior. Por mais que eu compreenda a totalidade da escrotidão do Trump, ter um Tio Paulo no comando da nação que se porta como xerife do mundo é pior.

Percebam que não é sobre o que eu prefiro. Eu provavelmente preferiria ter Biden como Presidente, afinal, se o país não desmoronou nesses quatro anos é por ter alguém competente por trás desse tio puxando os barbantes de “Um morto muito louco”. A pergunta é: o que é pior para os EUA. E para os EUA, Biden é pior.

Quando você se estabelece como uma potência militar do mundo, quando você se comporta como fiscal da democracia, quando você faz inimigos por todos os lados, é melhor ter uma liderança que atue com punho de ferro. Novamente, não é a minha escolha pessoal, é a escolha que eu acho mais compatível com a forma como os EUA se apresentam como país.

Se você conduz a nação na base da dominância, da intimidação e da ameaça, não é legal ter um Tio Paulo no poder. E, que fique claro, Biden, quando estava lúcido, era muito bom nisso. Mas agora não tem qualquer condição de nada. Muito além das montagens que fazem com ele, é visível que ele está completamente senil. Tem muito vídeo verdadeiro provando isso. E, para um país que adota a postura que os EUA adotam perante o mundo, um Presidente senil é um ponto fraco incompatível.

Por mais tosco que seja, Trump intimida. Talvez inclusive por ser meio perturbado da cabeça. Você compraria briga com um tio que contrata prostitutas que sejam parecidas com sua filha e ainda diz isso a elas? Eu não subo nem no elevador com uma pessoa dessas. Mas, para a dinâmica do país, é útil ter um tiozão louco que grita com o gordinho coreano dizendo que o botão dele é melhor, é maior e funciona. Nunca se sabe do que Trump é capaz, melhor não blefar.

Trump é um ególatra ignorante que padece de um seríssimo complexo de inferioridade, ou seja, um barril de pólvora psíquico. Diga a coisa errada e espere consequências desproporcionais. É o tipo de pessoa que eu quero perto de mim? Nem pensar. Mas é o tipo de pessoa que o jogo de poder respeita, cumprindo então seu papel no cabo de guerra internacional. Biden se cagou nas calças em público, pelo amor de Deus, não há qualquer condição.

Além disso temos que considerar o povo americano. A democracia é (ou deveria ser) um líder representando a vontade do povo. A maior parte do povo americano é essa merda mesmo, essa white trash sem saúde mental armamentista ignorante para um caralho que se acha superior. É isso aí, a melhor pessoa para representá-los é o Laranja, não um tio que cumprimenta pessoas imaginárias, trava na pista de dança ou tenta sentar-se em cadeiras imaginárias.

Mais um ponto: o motivo pelo qual escolheram Biden. Não está claro na minha cabeça exatamente qual foi, mas é visível que tem algo de obscuro aí. Existiam outras boias opções. Inclusive poderiam ter sido fabricadas outras boas opções. Era só preparar sua vice, dar destaque a ela, construir uma imagem presidenciável nesses quatro anos que ela ganhava do Trump.

Mas não. Escolheram ir com Jão novamente. Nesse estado decrépito. Algo não cheira bem, e dessa vez não são as calças do Biden. Tem algo obscuro e não dito e eu prefiro a tosquice declarada do que algo obscuro e não dito. Ao menos na tosquice declarada a gente sabe exatamente o que esperar e como lidar.

Também é importante levar em conta que o Governo Biden não foi nenhum fenômeno. Se o tio estivesse gerando resultados incríveis, até teria um ponto a seu favor. Mas não. Não tem nada de extraordinário acontecendo e ele ainda está alimentando a lacrolândia num ponto que vemos gays defendendo o Hamas no meio da rua.

É hora de algum predador para conter essa gente, se não eles começam a passar dos limites. Acho bom para os EUA que esses floquinhos de neve especiais tenham algum limite, aquela história de homens fortes criarem tempos fáceis e tempos fáceis criarem homens fracos e homens fracos criarem tempos difíceis. Neste momento os EUA estão com homens fracos e tempos difíceis. Hora de arrochar, em nome do equilíbrio.

A vitória de Trump também criaria um precedente importante: não dá para escolher um velho decrépito para um dos cargos de maior poder do mundo. Deveria ser óbvio, certo? Mas pelo visto não é, pois Jão foi eleito. Então, seria bem interessante esclarecer que isso não funciona mais, para obrigar os democratas a não cometerem esse mesmo erro novamente.

Na real, para ninguém cometer esse erro novamente. Pessoas, depois de uma certa idade, não tem mais a total compreensão de como o mundo funciona, da dinâmica social e das atualizações tecnológicas. Não digo que tenham que ser excluídas da sociedade, mas não podem ter o cargo de maior poder do mundo. Antes era possível, mas com o crescimento exponencial, elas não conseguem mais acompanhar.

Não fiquem tristes com uma eventual vitória do Trump. Vai ser divertido de se ver: lacrador chorando, Milei feliz e Putin no modo full foda-se batendo de frente com ele. Pense nos Memes.

Para dizer que é a favor de quem for melhor agende do caos, para dizer que é a favor de quem vá prejudicar o Lula ou ainda para dizer que é a favor do Trump só para ver Lula perder as próximas eleições: comente.


Comments (26)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: