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Colunas

Feminazi X Red Pill

Hoje descobri que existe um grupo de “Red Pill Femininas”. Obviamente nada do que elas dizem faz qualquer sentido para mim, mas pude perceber que elas são muito mais recriminadas socialmente do que as feministas radicais e achei interessante refletir sobre o mal que ambas causam (igualmente) às mulheres.

Eu não entendo que tara é essa que as mulheres têm em desgraçar ainda mais a vida das próprias mulheres. Como mulher, fico indignada. E não apenas com este grupo, mas também com as feministas radicais, que passarei a chamar de feminazi. Ambas não se cansam de foder com o o grupo que dizem defender!

Antes de entrar no assunto, vamos explicar cada um dos grupos. Red Pill é um grupo que se diz detentor de uma verdade que a maior parte da sociedade não consegue ver. Faz parte dessa verdade a ideia machista de que mulheres, dependendo de uma série de atributos e posturas, vale menos do outras. Valorizam mulheres com escolhas de vida mais conservadoras e tradicionais, consideradas “direitas”, que não sejam “vagabundas” e de preferência que tenham algum grau de submissão ao homem.

Sobre feminismo: em seu conceito clássico é óbvio que todos nós somos feministas, afinal, quem é o débil mental que acredita que mulher não tem que ter os mesmos direitos que homens? Alguém acha que, por ser mulher, a pessoa é inferior e, por exemplo, não deve votar? Óbvio que não.

O problema é que o termo “feminismo” foi deturpado, um pensamento radical se apropriou dele, uma cultura de ódio a homens que se consolidou em seu nome. Por isso usaremos o termo “feminazi” aqui, para deixar bem claro que são coisas diferentes. Se você acha que mulher tem direito a voto, é feminismo. Se você acha que todo homem é um estuprador em potencial, você é feminazi.

Feminazis e Red Pills Femininas estão promovendo todo tipo de desfavor para as mulheres e neste texto eu gostaria de mandar o meu mais sincero “vai tomar no cu” para estes dois grupos, que tentam colocar em uma caixinha o que mulher pode e deve ser. Mulher pode e deve ser o que ela quiser, vão cuidar da própria vida e deixem a vida dos outros em paz.

Em um tempo não muito distante, mulher não podia trabalhar, tinha que ficar em casa, cuidando não só da casa como dos filhos e do marido. Em uma luta que supostamente era por liberdade, a mulher conquistou o direito de trabalhar (fora, pois na casa já trabalhava feito um camelo). Seria ótimo, se tivessem realizado uma luta bem-feita, que garantisse à mulher condições de trabalho. Não foi. Agora a mulher tem o maravilhoso direito de trabalhar em casa e fora de casa, fazendo uma jornada dupla terrivelmente desgastante. Parabéns aos envolvidos.

Portanto, seria apenas natural que algumas mulheres não queiram trabalhar fora, pois ninguém deveria ser obrigado a chegar em casa cansado depois de um dia de trabalho e ainda fazer tarefas domésticas. Mas não, as feminazi fazem questão de tornar socialmente execrável uma mulher que não trabalha fora: medíocre, submissa e dependente são os termos mais amigáveis que se usa. Mulher pode ser o que quiser, desde que queira o que as feminazi consideram correto.

O que se espera como contraponto? Que surja um movimento para questionar o radicalismo das feminazi. O que realmente aconteceu? Surgiu um movimento para questionar o… feminismo! O Brasil, meus amigos, é um poço sem fundo coberto por merda até o topo.

As mulheres Red Pill dizem, por exemplo, que a mulher não pode permitir que o homem faça nenhuma tarefa doméstica, pois isso significa admitir que a mulher foi incompetente na sua “função”. É seu dever e delegar isso a outros é sinal de fraqueza, de incompetência, de falha como mulher.

“Mas Sally, é só não se importar com o que esses grupos falam”. Não é bem assim, quando um grupo ganha força para pautar a sociedade, ele ganha poder para estabelecer regras e códigos sociais. Quem aqui nunca se pegou achando uma mulher medíocre pois ela preferiu cuidar casa do que ir trabalhar? Se tornou socialmente reprovável optar por não trabalhar, coisa de preguiçosa, sem ambição, interesseira, encostada. O poder de escolha da mulher acabou muito reduzido, pois o preço a se pagar para fazer essa escolha se tornou muito alto.

O que nos leva ao ponto que eu queria chegar: se a cultura Red Pill Feminina se consolidar, a mulher terá que trabalhar fora para não ser escrotizada por metade da sociedade e também terá que fazer absolutamente tudo que diga respeito a casa e filhos, para não ser escrotizada pela outra metade da sociedade. Impressionante como mulher não se cansa de foder com outra mulher, e ainda colocam a culpa nos homens.

O curioso é que ambos os movimentos se acham muito superiores ao outro e, em essência, são basicamente a mesma bosta e tudo aquilo que sempre se combateu: querem obrigar mulheres e serem isso ou aquilo, a fazerem isso ou aquilo. Mulher pode ser o que ela quiser, nem o que feminazi impõe como correto, nem o que Red Pill Feminina impõe como correto. Ambas, por sinal, podem ir bem à merda, são os dois lados da mesma moeda que estressa e aprisiona mulheres, cada uma com uma alegoria diferente, que as faz sentir superioridade moral.

Quer ser submissa a marido? Seja, você pode ser o que você quiser. Quer ser magra? Seja, você pode ser o que você quiser. Quer ser machista? Seja, você pode ser o que você quiser. Seu limite é a lei, estando dentro da lei, você pode ser o que você quiser. É assim que funciona? Não. Se você não reza pela cartilha de um dos dois grupos, ele vai te escrotizar, inclusive tentando te fazer passar ridículo em público, em redes sociais. Vai tentar te diminuir, fazer você se sentir mal com você mesma.

Percebem quão tóxico é viver sendo constantemente escrotizada, cobrada e criticada por um grupo de mulheres? Ou agrada as feminazi, ou agrada as Red Pill, ou seja, sempre vai ter mulher te detonando. Tá muito errado isso, mulher é um bicho ruim.

E, indo um pouco além da pressão social que ambos os grupos exercerão sobre a coitada da mulher, já hiperatarefada e estressada, esta realidade nos leva a mais um questionamento: o que diabos está acontecendo com a saúde mental das mulheres, para se dividirem nestes dois grupos nefastos?

Ter a convicção de que deve obedecer ao seu marido é tão ruim quanto ter a convicção de que seu marido não deve opinar em absolutamente nada e qualquer opinião dele é uma tentativa de opressão e merece uma reação agressiva. Ter a convicção de que cozinhar é obrigação da mulher é tão ruim quanto ter a convicção de que se te pedirem para cozinhar estão te desrespeitando, te menosprezando e querendo que você seja submissa. Ambos os lados são doentes, não entendo por qual motivo o Red Pill é mais reprovado.

Ter a convicção que mulher vale menos por ser divorciada e com filhos é tão ruim quando impor aos homens que tenham o mesmo interesse por uma mulher com filhos do que por uma mulher solteira. As pessoas têm o sagrado direito de não querer a limitação que uma criança gera em suas vidas, bem como tem o sagrado direito de abraçar os filhos dos outros com muito amor, como se fossem seus. É extremamente babaca presumir que um homem é otário por aceitar criar um filho alheio, da mesma forma como é extremamente babaca acha que um homem é um escroto se não aceitar fazê-lo. É uma escolha individual que todos tem o direito de fazer sem mulher histérica apontando o dedo e julgando.

Às vezes eu penso que todo esse julgamento que mulheres de ambos os lados da polarização acreditam que os homens fazem delas é, em boa parte, uma projeção. Não que homens sejam criaturas evoluídas, não são, mas me parece que eles nem sequer tem o foco de atenção e interesse necessário para ficar julgando mulheres. Tem mulher com a qual eles querem estar e tem mulher que não. As razões flertam mais com preferências pessoais, conveniência (quem vai causar menos problemas) e atração física mesmo.

Quem julga, quem vive julgando, são as mulheres. Por isso, quando eventualmente recebem críticas ou rejeição (algo que homem nasce recebendo e sabe como lidar, mas mulher não), logo projetam que estão fazendo com ela o que ela faz todo santo dia com um monte de outras mulheres. Desculpa aí, mas nós mulheres não somos assim tão importantes para os homens. E, na real, eles também não deveriam ser assim tão importantes para nós.

Nós, mulheres é que damos essa importância exacerbada para homens, falando neles o tempo todo, classificando o tempo todo, julgando o tempo todo. Tem que fazer tudo que ele manda X não pode nem dar opinião pois não tem lugar de fala. Tem que casar e se mãe para ser uma mulher completa x não dá para confiar em homem melhor fazer produção independente. Percebem? Seja para um lado, seja para o outro, essas dementes ainda pautam tudo em função do homem.

Mesmo o lado radicalizado que diz não suportar homens não para de falar neles. Spoiler: se você coloca seu foco em algo, lhe dá importância. E nessa dinâmica, de fato os homens precisam ter muita importância. O que seria da militância sem um macho opressor, não é mesmo? Girl Power virou um constante exercício de vitimização, de vilanização do outro sexo e de responsabilizá-lo por tudo. Qualquer crítica é machismo. Qualquer negativa é sexismo. Qualquer fracasso é culpa do patriarcado. Vão coçar o cu com serrote.

A resposta a isso? Tão ruim quanto. Mongolóidas que dizem que o homem tem mais capacidade que a mulher e por isso devem tomar as decisões da casa. Retardadas que dizem que o homem sabe gerir o dinheiro melhor do que mulher e por isso devem ser responsáveis pelo financeiro da família. Imbecilóides que dizem que o homem biologicamente é o mais bem equipado para ser provedor e por isso mulher não tem que trabalhar, para permitir que a carreira do parceiro desabroche e alcance seu maior potencial. Não tem para onde correr.

E as feminazi indignadas, alegando que as mulheres Red Pill estão “oprimindo” as mulheres. Oi? Minhas queridas, primeiro que essa insanidade de Red Pill Fêmea é obra de vocês, é rebote a todo o radicalismo e escrotidão que vocês vêm destilando por anos. Segundo que vocês também oprimem as mulheres a rezarem pela cartilha feminista radicalizada e extremada que vêm escrevendo ao longo das últimas décadas. A verdade é que faz muito tempo que um grupo organizado não defende o direito das mulheres a serem livres, a serem o que elas quiserem, inclusive esposa e dona de casa.

A verdade é que as mulheres estão é muito fodidas da cabeça, se não nem existiria espaço para Feminazi ou Red Pill Femininas. Chega de apontar o dedo e culpar o outro lado ou culpar os homens. Mulheres: façam uma autocrítica e busquem ferramentas para melhorar a saúde mental, que não está legal.

Existe um motivo muito simples para que não tenha surgido um grupo no meio desses dois, que defenda que mulher pode ser o que ela quiser: em um país polarizado, quem pega o microfone para falar “Seja o que você quiser ser” não só não terá apoio como levará pedrada de todos os lados. Ou você é de um lado, ou você é automaticamente inimiga desse lado. Vai tomar pedrada de mulher Red Pill e vai tomar pedrada de feminazi. Será a primeira vadia do lar do mundo. Periga inclusive de acontecer nos comentários deste texto: ou flopa total e ninguém fala nada, ou vão me esculhambar.

Esses movimentos deixaram de ser sobre a mulher e seus direitos e passaram a ser sobre defender um estilo de vida. Que tal deixar que cada mulher faça sua escolha, e validar todas as escolhas? Que tal parar de cagar regra do que uma mulher tem que ser, fazer ou sentir?

Saco cheio de ver a sociedade pautada por essas doentes mentais. Por causa dessas filhas da puta feminazi eu tenho que trabalhar e por causa dessas filhas da puta Red Pill eu tenho que executar as tarefas domésticas? Vão ambas tomar bem no cu.

Para dizer que sou isentona, para dizer que melhor mudar de sexo e virar homem ou ainda para dizer que que quer ser Blue Pill para homem trabalhar e cuidar da casa: comente.

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feminismo, mulheres, redpill, sociedade

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