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Tornados.

Tornados.

| Sally | | 8 comentários em Tornados.

Uma coluna de ar que se forma repentinamente e gira de forma violenta, podendo causar estragos, destruição e morte por onde passa. Difícil de prever e impossível de se evitar, esse fenômeno ainda é pouco debatido no Brasil, o que é uma pena, pois por mais que a maioria pense que o país está imune a eles, o Brasil é um dos países do mundo com maior número de ocorrências. Desfavor Explica: Tornados.

Sim, isso mesmo que você leu. Segundo um estudo da UNICAMP de poucas décadas atrás, o Brasil é o segundo país do mundo com maior incidência de tornados, perdendo apenas para os EUA. Mas, por algum motivo, está no inconsciente coletivo que Brasil não tem tornados. Tem sim e seria bem bacana se explicassem o fenômeno e ensinassem as pessoas como agir diante deles.

Dois avisos importantes antes de entrar no assunto: 1) tornados, por sua natureza rápida, repentina e violenta, ainda são um fenômeno pouco estudado, portanto, é possível que as informações que você vai ler sejam repensadas ou desmentidas no futuro, caso o assunto seja mais estudado e 2) este é um texto de caráter meramente informativo, não científico, por isso, em nome da didática podemos cometer algumas imprecisões, mas nada que comprometa a veracidade da essência das informações.

Todos vocês já devem ter visto (nem que seja em filmes) um tornado: aquele vento forte giratório que se desloca de forma errática sugando tudo que encontra pelo caminho. Como o Brasil bebe muito dos EUA culturalmente e eles são os campeões mundiais em formação de tornados, é muito natural que o fenômeno climático esteja presente em sua cultura, filmes e livros.

Um tornado se forma quando uma massa de ar quente e úmido encontra uma massa de ar frio e seco. Simplificando a questão, ar quente sobe (basta observar o vapor) e ar frio desce (basta observar o ar que sai do ar-condicionado), por isso, quando você junta algo que desce com algo que sobe se cria uma corrente de ar, que pode gerar uma rotação, uma zona de instabilidade, uma dinâmica que pode se transformar em um tornado.

Ele se forma nas nuvens e vai descendo para o chão, afinal, uma coluna de ar que gira acaba gerando esse movimento descendente e só para quando encontra um obstáculo, a Terra. Apesar de ser “ar”, que é invisível aos olhos humanos, um tornado, ainda em formação, é visível, pois além de ar tem umidade condensada que lhe dá um aspecto esbranquiçado ou, depois que toca o solo, tem terras e detritos, o que lhe dá uma coloração mais opaca e acinzentada.

Tecnicamente, só é um tornado quando toca o solo. Por isso, ele só costuma surgir quando existem grandes nuvens de tempestade no céu, dificilmente aparecem em um céu azul. Tempestades (e geralmente das grandes) são precondições para um tornado.

Ainda não se entende muito bem como e quando os tornados podem se formar, mas existem alguns fatores que contribuem para sua aparição: tempestades, áreas planas (sem relevo), dias muito quentes ou muito frios e a mudança da velocidade ou direção dos ventos. E todos estes fatores vêm sendo intensificados pelas mudanças climáticas, portanto, é provável que vejamos cada vez mais tornados.

Também existe uma predominância de formação ao final da tarde, por ser um horário que a atmosfera se encontra mais instável (porém não são raros à noite também)

Se você viu o filme “Twister”, sabe que a intensidade dos tornados pode ir de F0 (os mais fracos) até F5 (os mais fortes). Esse “F” faz referência à Escala Fujita, batizada em homenagem ao cientista de tornados, Dr. Ted Fujita.

Essa escala, ao contrário do que muitos pensam, não usa como critério o tamanho do tornado e sim o estrago que ele é capaz de causar. Quando falamos em tornados, tamanho não é documento: existem tornados grandes que podem ser fracos e existem tornados pequenos que podem ser muito fortes e causar um estrago muito maior.

Então, é sobre a força que ele tem, ou seja, a velocidade dos seus ventos. Um F0 tem ventos de até 117 km/h e dificilmente vá causar um estrago significativo. Um F1 tem ventos de 117 a 180 km/h e, apesar de não causar estragos severos, pode danificar uma casa, arrancando suas telhas ou tombar um carro que esteja na estrada. Um F2 tem ventos com velocidades entre 181 e253 km/h e este já começa a causar uma destruição que pode colocar em risco a vida das pessoas, por exemplo, destruindo pequenas casas.

Um F3 tem ventos entre 254 e 332 km/h e vai causar estragos e colocar em risco a vida de quem estiver no seu caminho. Pode, por exemplo, arrancar árvores da raiz e comprometer a estrutura de edificações bem construídas. Um F4 tem ventos com velocidades entre 333 e 418 km/h é catastrófico, jogando caminhões, trens e outros veículos pesados pelos ares como brinquedos e destruindo a maior parte das construções pelo seu caminho.

O maior de todos o F5, tem velocidades de vento entre 419 e 512 km/h e é destruição implacável por onde passa. Dificilmente alguma estrutura construída pelo ser humano ou pela natureza fique intacta, ele é basicamente capaz de derrubar e destruir tudo.

Quando falamos de um tornado maior do que isso, cientistas o tratam como “tornado inconcebível”, pois seria de uma devastação sem precedentes. Porém, existe um tornado que muitos acreditam ter excedido esse limite máximo de 521km/h: o Tornado de Oklahoma.

Ele ocorreu em 1999, obviamente em Oklahoma, e gerou uma discussão sobre merecer uma nova categoria: F6. Porém, a comunidade científica concluiu que, como a escala se mede pelo grau de destruição que tornado provoca, não seria necessário criar uma nova categoria, já que qualquer coisa acima de 521 km/h causa a mesma destruição que um F5 faria: total.

Para a ciência, é a velocidade dos ventos do tornado o que o torna perigoso. Mas, para você, alguns outros fatores devem ser considerados. Por exemplo, o tornado mais furioso do mundo não é um perigo se não passar perto de onde você está. Então, alguns pontos que você deve levar em conta: onde o tornado tocará o solo, qual é o seu tamanho e qual é a sua velocidade de deslocamento.

Após tocarem o solo, os tornados podem atingir pequenas áreas (cerca de 100km) ou grandes áreas (mais de 1000km de extensão). Além disso, podem percorrer pequenas distâncias antes de se dissipar (a média é de 30km) e normalmente tem pouco tempo de duração (entre 10 a 20 minutos). Mas, para toda regra existe uma exceção. Eles podem fazer um percurso maior (um dos maiores percursos registrados foi de 150 km) e durar maios tempo (há relatos de tornados que duraram três horas).

Um tornado pequeno terá menos “área” se sucção, isto é, mesmo que passe perto da sua casa, não vai te alcançar. Um tornado grande, mas que se desloque muito lentamente dificilmente vai chegar até a sua casa se tocou o solo distante, as maiores chances são dele se dissipar no caminho. Todos estes fatores devem ser levados em conta e eu torço para que as autoridades brasileiras sejam capazes de informá-los às pessoas.

Então, para saber se um tornado é perigoso para você ou não, todos estes fatores devem ser levados em conta: 1) qual é a velocidade dos ventos ou sua Escala Fujita (que vai indicar o estrago que ele vai causar ao passar); 2) onde tocou o solo (vai indicar quão perto de você ele está); 3) qual é sua área de extensão (quão grande ele é, que vai indicar quais são as chances dele chegar em você) e 4) qual área ele pode percorrer (o quanto ele tem força para se deslocar, também importante para entender se ele pode chegar até você).

O problema é que, ao contrário de furacões, tornados não podem ser previstos com muita antecedência, então, se você receber um aviso de tornado, provavelmente terá poucos minutos para calcular isso. Sorte que você está lendo este texto com antecedência, então, se um dia acontecer, você sabe que tem que ver no mapa o ponto no qual ele tocou o solo e calcular sua área e a estimativa de deslocamento para entender se ele chega ao local no qual você está. Na dúvida, siga as instruções sobre como se proteger que daremos mais para frente.

“Mas Sally, como sei se é um furacão ou tornado? O tio do tempo falou em ventos fortes”. Vamos lá… Um furacão sempre se forma sobre o oceano, pode ser previsto com vários dias de antecedência, pode ter vários dias de duração e quando chega a terra firme vai perdendo força gradativamente. Um tornado se forma normalmente no solo, é repentino e costuma ganhar força quando toca o chão. E, é claro, o tornado de forma de espiral, é visível, enquanto o furacão é apenas um vento forte.

Se a previsão disse que está se formando no oceano, provavelmente é furacão. Se a previsão foi feita com antecedência de muitas horas ou dias, provavelmente é furacão. Se a previsão afirma que vai demorar para passar, provavelmente é furacão. Infelizmente, quando é tornado, geralmente não dá tempo de previsão formal no jornal da noite na TV, no máximo uma interrupção na programação.

Não vou aborrecê-los com as diferentes classificações de tornado, pois para quem vive no Brasil isso é irrelevante. Vou focar apenas em uma, que você talvez até conheça: a marinha.

Ela é conhecida como “tromba d’água” no Brasil, e sim, é um tornado. Para ser mais precisa, é um tornado que se forma na água ou que se forma na terra, mas se desloca para a água. Ele não se forma apenas nos mares, também pode se formar em rios (há registros em rios amazônicos e em alguns lagos da América do Norte).

No geral, não causam tanta destruição, pois não tem tanta coisa no caminho, só água mesmo. Mas, se por um acaso seu barquinho estiver no caminho, não vai ser bonito de se ver. Por isso, se avistar uma tromba d’água, ainda que bem distante, seja humilde e se retire, volte para terra firme, sem ir na direção dela. E se houver relato ou previsão de tromba d’água, fique em terra firme. Nada de se aproximar para ver, combinado?

A maior parte dos tornados do mundo se forma dos EUA e a maior parte dos tornados dos EUA se forma em uma área chamada de “Cinturão de Tornados”, que engloba os estados de Dakota do Sul, Nebraska, Kansas, Oklahoma, Iowa e Texas. Se você for para esta área ou estiver nela, por gentileza, estude direitinho os protocolos no caso de um tornado, pois na hora em que acontecer, não vai dar tempo de aprender nada.

No Brasil, apesar de uma alta incidência de tornados, os estragos não costumam ser grandes, por uma série de motivos. São Paulo é o estado mais atingido por tornados (maior risco para Vale do Paraíba, Campinas, Indaiatuba e Itu), seguido por Rio Grande do Sul e Santa Catarina (maior risco para o litoral e o no entorno do lago Guaíba). Em São Paulo a maior chance de ocorrência é no mês de maio. no Sul a maior chance de ocorrência oscila entre os meses de outubro a abril.

“Mas Sally, você não disse que os tornados tendem a se formar em áreas planas? Não tem nada menos plano do que São Paulo”. Sim, querido leitor, você tem razão. É que os tornados de São Paulo não são obra da natureza e sim do homem: as construções de concreto e a poluição favorecem a formação de ilhas de calor que aquecem a atmosfera da região e o represamento dos rios gera mais umidade no ar. Tudo isso cria condições propícias para a formação de tornados. Sim, socar concreto e deixar o ambiente muito quente é uma forma de mudar o clima do local.

A boa notícia para quem mora no Brasil é que em qualquer esquina tem algum relevo nessa terra. Isso quer dizer que, por mais que os tornados se formem em áreas planas, rapidamente eles vão encontrar obstáculos que os farão perder força, pois tornados não são bons superando relevo. Isso é motivo para ser um desleixado? Não, claro que não, não sabemos onde a porcaria do tornado vai tocar o solo e existem relatos de tornados que causaram belos estragos no Brasil.

Por exemplo, em 1991 a cidade de Itu, em São Paulo, foi atingida por um tornado com ventos de 300km/h que provocou ao menos 15 mortes e destruiu casas, plantações e torres de transmissão de energia.

Além das vidas perdidas, também causou estragos patrimoniais impressionantes. Para citar um exemplo, um obelisco de 100 toneladas foi derrubado e carros arrastados por 700m.

Poderia ter sido menos catastrófico? Poderia, se as pessoas tivessem sido avisadas com antecedência. Mas, para detectar tornados só com uma tecnologia específica (papo técnico: rede de radares Doppler), e adivinha se existia algo próximo disso no país?

Com a rede de radares Doppler é possível detectar tornados com até uma hora de antecedência. Não dá para fazer muita coisa, mas dá para avisar a população e salvar vidas. Por mais que as pessoas não tenham um bunker, às vezes apenas ficar em casa resolve: a maior parte das mortes no Brasil ocorre pelo chamado “efeito míssil”, quando o tornado arranca objetos (principalmente telhas das casas) e eles colidem com as pessoas.

Você foi ensinado sobre o que fazer em caso de tornado na escola? Eu não fui. Me faziam colar macarrão em caixinha de papelão com purpurina, mas jamais me ensinaram nada sobre sobrevivência e primeiros socorros. E mesmo online, as recomendações em português são “proteja-se em um lugar seguro”. Oi? O que é um lugar seguro? E se a pessoa não tiver um lugar seguro para se proteger?

A seguir, vamos tentar cobrir diversas situações e orientar sobre a melhor forma de se proteger. Desfavor: desde 2008 tentando cobrir o gap educacional do Brasil.

O primeiro conselho você já tem: não espere por avisos de autoridades, pois não vão detectar com antecedência e quando o tornado se torna visível dificilmente dê tempo de avisar. Então, você vai ter que perceber sozinho.

Alguns sinais que podem indicar formação de tornados são: 1) céu escuro durante o dia, geralmente com uma coloração atípica, como esverdeado ou alaranjado; 2) movimentação constante das nuvens; 3) raios e trovoadas seguidos por um tempo aparentemente calmo; 4) trovoadas contínuas com um som diferente mais forte, mais difuso e mais próximo (algo como um avião passando) e 5) pequenos redemoinhos no chão, daqueles que só levantam poeira.

Percebeu algum desses sinais? Não saia da sua casa, ou, se estiver fora de casa, busque abrigo em um lugar seguro. O que é um lugar seguro: qualquer grande construção (um shopping, um restaurante, um cinema) que tenha paredes sólidas. Se enfiar em um viveiro gigante com paredes de vidro é pedir para virar sashimi de gente. Procure por cimento, concreto, construções pesadas. Nada de vidro, tendas ou abrigos móveis como barcos.

Fique ali e acompanhe as notícias. Pode acontecer de faltar luz, o que impede o acesso a televisão e à internet. Nesse caso tente usar algum tipo de rádio: rádio a pilha, rádio do celular ou qualquer meio de tentar entender se realmente tem um tornado vindo.

De fato se confirmou que é um tornado passando? Tem chances dele passar por você? Leia atentamente e faça o que estiver ao seu alcance.

Se sua casa tem um subsolo, vá para o subsolo. Se não tem, vá para o cômodo mais fechado, isto é, com menos janelas e não fique perto de janelas ou de objetos que podem cair, como estantes e armários. Se você tiver cortinas, feche as cortinas, pois elas podem atenuar o impacto caso o vidro se quebre e detritos de fora voem para dentro. Tente se proteger com o que estiver ao seu alcance, por exemplo, uma mesa. Foco em proteger peito, abdômen e cabeça.

“Mas Sally, estou no carro, no meio da estrada, o que faço?”. Tenta dirigir para o mais longe possível do tornado. Se ele está visível, vá para o sentido contrário, se ele não está visível, tente obter informações pelo rádio do carro sobre a localização.

Não deu? Vai ser engolido? Mantenha o sinto afivelado e se abaixe. Se puder, se cubra com algo como um casaco, uma manta. Como já dissemos, o maior número de mortes no Brasil se dá pelos estilhaços do tornado que são jogados contra as pessoas. Ao se manter abaixado você fica mais protegido caso um dos detritos que vem no tornado quebre o vidro e penetre em alta velocidade no carro.

“Mas Sally, estou no descampado e não tem nenhuma construção perto para me abrigar”. Você sabe rezar? Se sim, sugiro que o faça, mas em outra posição um pouco diferente da tradicional: ajoelhe e depois deite seu corpo para frente, por cima da sua coxa, de modo que a cabeça fique o mais rende ao chão possível, se cubra com o que tiver à mão e reze. Se puder vá para longe de árvores e objetos que podem ser quebrados e arremessados contra você.

Quais são os pontos que, se atingidos, podem matar o ser humano rapidamente: coxa (tem uma artéria ali que se cortar, a pessoa morre em segundos), pescoço (idem), cabeça e abdomens (onde estão os principais órgãos vitais). Nessa posição você protege a coxa e o abdômen. Precisamos conversar sobre a cabeça e o pescoço.

Tente proteger a cabeça e o pescoço da melhor forma que puder, e esta dica vale para todos em qualquer cenário: se não tiver nada para proteger cabeça e pescoço, ainda naquela posição do corpo por cima da coxa, entrelace suas mãos com a palma voltada para baixo e coloque-as no pescoço e nuca. Se estiver com uma criança e estiver disposto a sacrificar sua vida por ela, proteja a criança com o seu corpo

Se você está protegido dentro de algum lugar e perceber que a passagem do tornado levantou muita poeira, cubra o nariz e a boca com um pano, nem que seja puxando a própria camiseta. E nada de sair na primeira calmaria, espere um pouco, o intervalo no quebra-quebra pode ser apenas o centro do tornado passando, pode ser que a outra metade ainda esteja a caminho.

Ok, o tornado passou e você sobreviveu. Estamos todos muito felizes, mas ainda não acabou.

Primeira coisa é sair (mas só se tiver certeza absoluta de que o tornado já passou) e verificar como está a estrutura do imóvel. Observe se há rachaduras, se está torto, se há algum indício de danos estruturais. Se houver, você não vai voltar para o lado de dentro nem vai se manter próximo. Aguarde a chegada das autoridades e a avaliação de um profissional.

A construção não parece danificada? Ótimo. Pode voltar para dentro. A primeira coisa que você vai fazer é desligar a água, o gás e a eletricidade da casa, para evitar maiores acidentes que podem afetar não apenas você, mas todo o quarteirão. Por mais que a estrutura da casa não esteja danificada, pode ser que um cano de gás tenha rachado, quebrado ou esteja vazando. Desligue tudo até que um profissional possa examinar e descartar qualquer perigo.

Importante: quando voltar à casa, não acenda luzes, nem use fósforo, nem isqueiro nem nada que possa gerar uma explosão, pois já pode ter vazado muito gás. Se está escuro use uma lanterna (inclusive a do seu celular) ou saia tateando.

Se de alguma forma você ficou preso em algum lugar (um quarto, escombros, um carro) e não puder sair, faça barulho. Não é recomendável gritar, pois você vai se exaurir e gastar uma energia que talvez faça falta. Só grite se tiver certeza de que tem alguém ali que pode te ouvir. Caso contrário é melhor fazer barulho batendo com um objeto em uma superfície dura. Pode ser que os resgatistas não escutem, mas se levarem cães de resgate, eles certamente ouvirão.

Tá imóvel? Tá comprimido nos escombros que não mexe nem os olhos? Ok. Urine-se. Ou defeque. Terrível, eu sei, mas é um caso de vida ou morte. Cães farejadores tem maior probabilidade de te encontrar se você exalar um cheiro forte que se espalha.

A situação é desesperadora, porém, há muitos relatos de pessoas que ficaram soterradas nas mais diversas situações e conseguiram ser resgatas dias depois. Então, dentro do possível, procure manter a calma e não desista.

E se for se mudar para algum lugar, pense bem se quer ir para uma região na qual do nada uma espiral de vento, destruição e morte podem sugar você, sua casa e seus entes queridos. Vale mesmo à pena viver com esse risco?

Para dizer que vive no Rio de Janeiro é ainda mais arriscado (concordo plenamente), para dizer que prefere não ser encontrado, mas não se cagar nas calças e morrer digno (não concordo, mas entendo) ou ainda para contar sua experiência com um tornado: comente.


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