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Nomes de Candidatos – Parte 2

Nomes de Candidatos – Parte 2

| Sally | | 22 comentários em Nomes de Candidatos – Parte 2

Vamos continuar na nossa jornada pelos nomes mais… curiosos de candidatos para as próximas eleições.

Infelizmente fui leviana em minha última postagem, prometi algo que não posso cumprir. Prometi que na próxima edição veríamos Rio de Janeiro e Bahia, os dois piores lugares do Brasil, talvez do planeta, juntos. Desculpem, não será possível. O grau de aberrações é tanto que teremos que dividir em duas vezes: hoje Bahia, quinta Rio de Janeiro.

Vamos começar pela Bahia, com os candidatos a Deputado Federal, ou seja, pessoas que pretendem integrar o Congresso e criar as leis que vocês terão que obedecer. O que se espera de políticos que ocupam os mais altos cargos de um Estado Democrático de Direito? As respostas podem variar, mas eu te garanto que nenhum dos nomes citados têm essas características.

Vamos começar com a categoria “No que isso ajuda?”, onde entram pessoas que colocaram em seus nomes o ofício, trabalho ou função que desempenham – e que não ajudariam em nada no cargo.

Só posso pensar que Adriana Técnica de Enfermagem, Angela da Farmácia, Cacá Colchões, Claudio da Radio, Dalmo da Pesca, Helen do Posto, Junior do Depósito, Kel Motorista, Leda Cigana, Mandato Coletivo da Enfermagem, Moisés Celular, Neto da Kombi, Nicolau Extintores, Nilton Divisórias, Reinaldo da Gráfica, Ronni da Lotação, Rosildo do Banco de Sangue e Tayrone Fotógrafo vão para Brasília defender a própria classe, o que os tornaria péssimos Deputados.

Na categoria “comestíveis”, temos Abade do Quebra Queixo, Alipinho da Doce Mel, Dega do Danone, Jackie Tequila, Gelson do Mel, Elizeu dos Temperos, Jaci a Tia da Sopa, Josiel Doçura. Ponto positivo: este ano não teve ninguém “do Acarajé”. Ponto negativo: este ano teve Cacete Pão Dividido. Dependendo do estado no qual você esteja, esse nome pode ser ainda mais ofensivo do que o original. Parabéns a quem achou que esse era um bom nome.

Na categoria “informalidade que dói” vemos pessoas que falharam ao compreender o que transmite credibilidade ao eleitor. Pessoas como Amiga Ju, Angelica Legal, Baixinho do Pano, Barrão, Cal Me Ajude, China, Elizio O Gordo, Esmeralda dos Animais, Fabinho Show, Galega Cobradora, Galego da Magna Moto. Seriam nomes bacanas para personagens de desenho animado, mas para Deputado Federal, beira o ridículo.

Na mesma categoria temos também George O Gordinho da Favela, Gilson Gibão (esse pode chamar de macaco?), Guilherme Esperança Pela Bahia, Humberto Kurynga, Jamanta do Parafuso, Joi Pelo Certo, Juarez da Hora, Lidisley Vou Com Elas, Lucas O Sincero, Na Dúvida É Nego Eder, Pantera da Pesca, Preto da Bahia, Saulo de Zé do Galo, Telminha Elas por Elas, Xavier Pato Rouco (imagina o discurso) e Xexeu Beija-Flor.

Na categoria “o pior representa”, temos candidatos que usaram como primeiro nome uma referência ao cargo que ocupam, por exemplo, Professor Fulano ou Bispo Fulano. Como são muitos de cada, escolhemos os nomes mais originais para representar cada categoria.

Entre os Bispos, o melhor é Bispo Onassis, pois ao menos escolheu um nome artístico de rico. Entre os Cabos, ficamos com Cabo Wellingtania, pois representa a essência da escolha de nomes no Brasil quando não há consenso entre pais e mãe: pega um pedaço do nome do pai e mistura com um pedaço do nome da mãe.

Entre os “Capitão”, como sempre, descartamos os “Nascimento” (supera, gente, o filme tem mais de dez anos) e escolhemos Capitão R Bispo de Irmã Dulce, pela diversidade que o nome engloba: é militar, é religioso, é homem e é mulher. Achamos versátil para um militar/bispo.

Entre os “Dr” (onde duvidamos muitíssimo que qualquer um deles seja médico ou tenha sequer formação universitária), ficamos com Dr. Alam Kardecson, pela ofensa que gera ao espiritismo, religião da qual desgosto em particular. Tem toda a pinta de que a mãe era espírita, mas achou Alan Kardec “muito sem graça” e resolveu dar um toque pessoal ao nome. Saiu essa belezura, que, em última instância, prova que espíritos não existem, caso contrário Kardec teria vindo puxar o pé dessa pessoa.

Na categoria “Irmão”, nosso escolhido é Irmão Nery Vendedor, ele não é só religioso, ele também é comerciante! Dois em um! Pelo mesmo critério, na categoria “Pastor”, escolhemos Pastor Sargento Isidório: ele é pastor, ele é militar, ele tem nome de remédio para azia!

Na categoria “Tentei ser gringo”, candidatos que resolveram colocar um nome em outro idioma e falharam miseravelmente, escolhemos como representante Michael Friend Jackson. Não é apenas Michael Jackson, ele também é seu amigo! Nada como colocar uma palavra amistosa para atenuar o fato de ter escolhido o nome de um pedófilo para te representar, não é mesmo?

Por fim, nos resta a categoria “q”, aqueles nomes tão bizarros que sequer compreendemos e, por isso, não conseguimos classificar. Encerrando nossa lista de candidatos a Deputado Federal, os deixo com Atleta Canela de Aço, Bicho Som, Bomba (cuidado com o que você deseja, nós sempre quisemos jogar uma bomba em Brasília), Cartão Vermelho (a foto é impagável), Guiba dos Phocs, Profcarlos da UVPB Tatedeclesê, Teteia do Jegue e Wlawla.

Não, o desgraçamento não acabou. Vamos agora para os candidatos a Deputado Estadual. E, lembre-se, estamos deixando de fora Governador, Vice-Governador, Senador, 1° Suplente, 2° Suplente, Diretório Estadual e Diretório Municipal. Se você odiar a você mesmo o suficiente, pode pesquisar tudo que deixamos de fora aqui. Vamos aos candidatos a Deputado Estadual pela Bahia…

Na categoria “autobulling”, veremos pessoas que, voluntariamente, escolheram nomes humilhantes para si próprias, como é o caso de Adriana Santos A Gorda, Adriano Suíno, Biluzinho, Binho Galinha, Buguelo, Buiu Kannu, Cardosão do Povão, Cecília Maia A Mulher de Ação, Chaveirinha, Cleide Pretas Pela Bahia, Corinthiano, Dani de Toninho, Day a Franga, Dri Vidão, Durval da Êxtase, EdMíssil, Gorda de Britto, Julio Cesar O Gordinho do Povo, Nelson da Dengue, Renata Show, Silvão da Bahia, Sonia Holistica, Sueli Cabelinho e Valentina A Voz do Suburbio.

Também temos a versão estadual da categoria “No que isso ajuda?”, com candidatos que resolveram ostentar qualificações que em nada contribuem para o cargo. É o caso de Alemão da Barbearia, Alex Profeta, André O Cobrador, Antônio da Caixa D´Água, Arlete da Autoescola. Todos seriam ótimos funcionários terceirizados, mas políticos? Difícil.

Temos ainda Beto do Gás, Beto Rifas, Bettu Buzina, Carlinhos dos Remédios, Carlos Armando da Auto Escola, Carol dos Animais, Del do Empréstimo, Dentinho do Sindicato, Edivaldo Cigano, Elias em Combate ao Câncer (só se ele estiver com câncer, pois cientista não é) e Fernando Veterinário.

Para finalizar esta fascinante categoria onde profissionais zero relacionados a política acham que é importante destacar seu ofício temos Herbeti do Táxi, Jamilsson da Emplacadora, Juarci O Optometrista do Povo, Marco Trompete Solitário, Marta do Isopor, Neguinha da Saúde, Nereu do Gás, Paulo da Geladeira, Rony do Andaime, Sabá Metais, Tico Mototaxi e Vado Cobrador.

Na categoria “comestíveis estaduais” temos Bahia do Mingau (não deveria ser ao contrário?), Cesar do Pão, João Baleiro, Nei do Sorvete, Vanda do Café e Zé Carlos da Cebola. Se juntar todos dá um lanchinho bacana, só não sei quais seriam as condições de higiene.

Na categoria “Não precisava ser em inglês” temos André The Big, Brendah Barbiere (nem temos certeza se a intenção era o inglês, mas o nome original era Tiago da Silva), Dra. Tang (certeza que inspirada no suco, pois Marcia Regina não é nome oriental), Hari Burst Filho e Patyys Cakes, assim mesmo, com duas letras “y”.

Na categoria “cosplay” temos Cabo Vandame, Capitão Bolsonaro, Edna Tancredo Neves, Helton Carluxo, Ivo Mandella, Laerte do Vando, Lulinha, Mimito Brasil, Pedro Alvares Cabral, Romário e Romilson Coração de Leão.

Na categoria “q”, aquela não conseguimos compreender e muito menos explicar, temos Carcará do Sertão, Gigante do Povo, Gugu Dadá (que, pela cor da foto parece estar com algum problema com sua candidatura), Jaspion do Catalizador, Joãozinho dos Oito Baixos, Marivaldo Boa Morte, O Homem da Passarela, Pancadinha, Ralado de Gel do Bode, Sangue Novo, Unha Revoada e Washington Sambadinha.

Então, mais uma vez trazemos o argumento que usamos no texto passado: adianta se estapear para eleger quem você acredita ser o melhor Presidente, quando ele e todos vocês estarão vinculados a leis criadas por Michael Friend Jackson e Jaspion do Catalizador? Que esperança há para o Brasil enquanto estas pessoas criarem as leis que regem o país?

“Ain mas Bahia é um estado que não sabe votar”, disse o cidadão de São Paulo, que mandou Tiririca para o Congresso. Meus queridos, vamos admitir, o Brasil é um desastre completo, que não sabe votar e que muitas vezes nem tem candidato que não seja a Presidente, pois é o único cargo que conhece. Certamente a maioria dos brasileiros não sabe o que faz um Deputado Federal ou um Deputado Estadual e acaba votando em qualquer um, ou em um partido, criando essa fauna nefasta que circula pelo Congresso.

Então, parem de se importar tanto com Presidente e comecem a pensar um pouco mais em quem são os Deputados e Senadores que criarão as leis que todos, inclusive o Presidente da República, deverão obedecer. Ou melhor, parem de se importar e ponto. Tracem um bom plano para sair do Brasil, ainda que no longo prazo, e riam da situação cada vez mais patética que o país se coloca.

Quinta-feira tem Rio de Janeiro, conforme prometido. Até outubro já teremos minado qualquer esperança nestas eleições e vocês estarão completamente indiferentes ao que aconteça. Desfavor, te dessensibilizando desde 2008.

Para dizer que prefere achar graça a se aborrecer, para dizer que quer uma edição pós-eleições mostrando quantas dessas abominações se elegeram ou ainda para dizer que a solução para não se aborrecer com política é se tornar político: sally@desfavor.com


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