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Nomes de Candidatos – Parte 1

Nomes de Candidatos – Parte 1

| Sally | | 20 comentários em Nomes de Candidatos – Parte 1

Chegou aquele dia tão esperado! O TSE divulgou o nome de todos os candidatos para as próximas eleições! Vamos começar analisando os candidatos a Deputado, mas sinto que esta coluna terá continuações: na política brasileira falta integridade e honestidade, mas, meus queridos, como sobra nome escroto!

Eu sei que muitos nomes que vocês lerão aqui desafiam a realidade, as leis da física e o bom-senso, portanto, deixo aqui a fonte. Lá vocês poderão encontrar o “Nome Completo”, que é o nome real do candidato e o fascinante “Nome de Urna”, que é o nome que ele escolheu, uma espécie de “nome artístico” de político.

E, que fique claro: eu não saí apenas catando nome escroto, pois nome escroto, no Brasil, é o que mais tem. Quando o nome escroto era o nome de batismo do candidato, eu deixei quieto e nem mencionei, afinal, nesse caso, a culpa é mais dos pais do que da pessoa. Estamos tripudiando apenas daqueles candidatos que, voluntariamente, escolheram uma denominação risível para eles mesmos.

Se você achava que tinha muitos pais dando nome horroroso para os seus filhos, espera só para ver o nome que as pessoas escolhem para si mesmas!

Vamos começar por um grupo curioso que tem muitos representantes nestas eleições: a pessoa que acrescenta, aleatoriamente, o nome de outros políticos ao seu nome. Temos também uma infinidade de Fulano Bolsonaro ou Fulano Lula. Eu não sei o que a pessoa pretende vinculando seus nomes a estes dois sujeitos, ambos com altíssimo nível de rejeição. O meu favorito é Aldney Bruno Enéas Bolsonaro, pois conseguiu reunir dois políticos malucos, só faltou colocar “Nióbio” no nome.

Temos um grupo de candidatos que resolveram limpar a bunda com o Estado Laico, como Adeildo da Igreja, Bispa Ana Campelo, Capelão Jorge, Mãe Andreia das Diversas, Missionária Graça Miranda, Mãe Mary de Xangô. Na subcategoria “Irmão/Irmã” tem dezenas, por isso vou escolher meu favorito: Irmão Ledilson da Oficina. Achei curioso um evangélico mecânico, que tipo de pôster estará nas paredes dessa oficina mecânica?

Na subcategoria Pastor/Pastora também há uma infinidade de nomes, um pior do que o outro, por isso me atenho apenas ao meu favorito para representa o resto: Patora Mana, ela é pastora, mas ela também é da quebrada!

Na categoria “informalidade no lugar errado” temos Aelson da Hora, Amigão Lamarth Pianco, Bené da Pavimentação, Cantor Sandryno Fernandes, Carlinhos da Gente, Ceará das Praias, Cícera é Agora, Conterrâneo Jonas, David Alves Simbora Renovar, Patrícia Viúva, Jaidson O Homem da Cadeira, Elisvaldo Loirinho do Povo e simplesmente um que se denominou O Homem do Povo.

Ainda nesta categoria de pessoas que acharam que informalidade passaria credibilidade, destaque para o curioso caso de “Pedão de Marília”. O nome oficial de Pedão é Pedro, de onde presumo que o animal queria se cadastrar com a alcunha de “Pedrão” mas não teve a capacidade de escrever seis letras de forma correta. Então, além de errar na informalidade, ainda errou na grafia da informalidade!

Prosseguimos com Ró do Bar, Ron Produções, Marco Aurélio Meu Amigo, Kleber Shampoo, Galego de Ibirajura, Humberto Marreta, Leninha Belíssima, Ido Sempre com Você, Jane de Meu Jovem, João Turbina, Joelma Paizinho, Marco Smoke (talvez a intenção fosse smoking), Maria Inês Panelaço, Juliana Popular, e, meu favorito, Joelson O Liso (seria Joelson pobre ou depilado?). Cabe ressaltar que, em matéria de lisura, temos também Rinaldo o Povo Quer o Liso.

Também existem aqueles que nasceram com um nome normal, mas não se conformaram com isso, portanto, resolveram piorar os próprios nomes nas urnas. É o caso de Victor Moraes, que achou sem graça seu nome e pensou “isso pode ficar melhor, já sei, vou mudar para Aglailson Victor, esse sim é um nome bonito” ou de Luciano Oliveira, que achou muito melhor se conhecido como “Bovino”. Andressa Ribeiro era muito comum, então, melhor “Flor da Coletiva”.

Ivanildo Francisco sonhava em ser japonês, então, ele se candidatou com o singelo nome de Chico Takayamma. Talvez seja o mesmo caso de Manoel Silveira, que achou melhor ser chamado de “Manétikin” ou de Severino Barbosa, que virou “Ping da Construção”. Por sua vez, João da Silva optou por “China da Borracharia”.

Isis da Silva claramente tem uma frustração de infância mal resolvida, que se traduziu no nome “Isis Paquita”. Maria Cavalcanti virou “Juntas”. Antônio Souza virou “Manga”, Edvaldo Monte virou “Maraca”. Roberto Ferreira escolheu ser chamado de “Os Professores”, de onde presumo que tem múltiplas personalidades. Severino Sobrinho virou “Samuray Tricolor”, assim mesmo, com “y”. Ediran dos Santos não é um nome bonito, mas é um poema se comparado a “Coelhinho.

Selma Galdino queria um diferencial, por isso ela achou por bem que seu nome apareça na urna como “Selma das Mulheres Articuladas”. Rosilda Pinheiro prefere “Sindicalistas Resistem”. Antônio Batista virou “Toinho da União” (falta um N ou ele preferiu assim? Nunca saberemos, pois tudo é possível) e Antônio da Silva virou “Tony Gel”. Welna Almeida não achou suficiente ter um nome com W e resolveu virar “Welna Dra. Chucu”. E por falar em comestíveis, Edvaldo Santos achou melhor “Amendoim”.

Manoel Neto escolheu “Dorinha do Queijo”. Gilmar Resende achou que passaria mais credibilidade se fosse chamado de “Gilmar Doido”. Juliana Farias escolheu ser conhecida como “Juju Estourada”. Aloísio de Jesus prefere “Melhozinho”, assim mesmo, sem o “r”. Ednalva da Silva virou “Nalva da Orelhinha Dog”. Ildevan dos Santos virou “Professor Pimpim”. E, se Bolsonaro é Mito, Ulisses é Super Mito.

Alexandre Albuquerque preferiu “Xande Bola”, José da Silva optou por “Zé Braz Coletivo Afros”. José Pessoa virou “Zé do Cachimbo”. Washington Cerqueira achou que era mais legal ser chamado de “Coração Valente”. Ângela Araújo achou melhor para sua imagem ser conhecida como “Ângela Empreguete”

Na categoria “meu publicitário é uma merda”, pessoas que resolveram usar nomes que restringem seus eleitores a um nicho, reduzindo suas chances de voto, temos Ana e as Mulheres Sertanejas, Joel da Harpa, Carlos Alberto Causa Animal, Marcelo e o Coletivo Indígena, Astrogildo da Farmácia, Corretor Valmir, Dario Jogador, Cinésio Eletricista, Dinda da Cultura, Bu Barbeiro, Edinalda dos Cuidadores, Lela dos Bichos, Marquinho do Mercadinho e o fascinante “Dr. Antônio Médico”: não basta dizer que é dotô, tem que dizer que é médico no nome!

Também temos Ellinson dos Rodoviários, Lindomar da Defesa Civil, Mundinho de Tamandaré, Enfermeira Bruna Carolina, Fábio do Empréstimo (certeza que é agiota), Ricardo Bombeiro, Ricardo Radiador, Fernandes Concretos, Luciano Rações, Rinaldo Motociclistas Juntos, Delegado Amarelinho, Sandro do Cachorro Quente, Roco Frutas e Verduras, Sandro da Tapioca, Keila Cerqueira A Síndica, Maurício Pedreiro, Michel Vaqueiro, Junior Delivery, Vânia da Lotação, Michele da Bancada do Batom e, o meu favorito, Edson do Uber Boi Bom.

Por fim, na categoria “q”, ou seja, aquelas escolhas que, de tão indecifráveis, não temos nem referência para classificar, temos Ari Abá, Mamulengo das Alagoas, Mônica Coletivo Arco-Íris, Gileno Pao Filho de Zé Cinema, Negona Alessandra Santos (finalmente podemos chamar alguém de “Negona” sem processo!) e Will Concectado Com Você.

Ainda nesta categoria, tem Robeyoncé, Maicon do Rim, Neném da Saúde, Sal (será o vice Açúcar?), SGT Byron Estrelas do Mar, Cleverson Do Bike Roubada, Fabio ET, Coy do Pagode, Dr. Animal, e o meu favorito: Buda Gás. Ele é uma divindade, ele é um estado da matéria, ele é tudo que você precisa!

Estas são as pessoas que vão criar as leis que vocês serão obrigados a cumprir. Estas são as pessoas que vão estabelecer prioridade de gastos, orçamento e logística. Percebem que não faz qualquer diferença quem seja Presidente da República quando quem cria a lei é Kleber Shampoo após um brainstorm com Samuray Tricolor? Percebem que o erro é muito mais profundo e complexo?

Bem, tudo na vida é questão de ponto de vista, então, para encerrar, eu tenho uma notícia que pode ser ruim ou boa, dependendo do olhar do seu observador. Se a gente olhar o copo meio vazio, seria o caso de dizer que estes nomes são apenas os de candidatos a Deputado dos estados de Sergipe, Pernambuco e Alagoas… falta todo o resto do país. Se a gente olhar o copo meio cheio, temos material para muitos textos como este!

Próxima edição: Rio de Janeiro e Salvador, o que há de pior no Brasil.

Para dizer que a única alternativa possível é rir disso, para dizer que se pedisse um Uber e aparecesse o nome Edson Boi Bom cancelava a corrida ou ainda para dizer que quer que esta série prossiga só para ver os candidatos do Rio de Janeiro: sally@desfavor.com


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