
Gaslighting.
| Desfavor | Desfavor da Semana | 20 comentários em Gaslighting.
Por motivos que não nos interessa sequer dignificar com um link, o termo “gaslighting” ganhou destaque na mídia durante a semana.
E a pura existência desse termo é Desfavor da Semana.
SALLY
Tanto covid como guerra estão no mesmo ponto: está quase dando merda, mas ainda não deu, portanto, seria improdutivo fazer qualquer texto sobre o que pode acontecer, pois, neste momento, pode acontecer tudo. Então, optamos por um tema menos global, mas que também foi um tremendo desfavor esta semana: gaslighting.
Se você não sabe o que é gaslighting, você já subiu um ponto no meu conceito. A expressão “gaslighting” foi cunhada para designar um comportamento masculino, onde o homem manipula e distorce fatos e falas para invalidar o que uma mulher diz e convencê-la de que o que ela diz/pede/sente não tem qualquer valor e que ela está sendo maluca ou não-razoável em seus argumentos.
O termo surgiu inspirado no nome do filme “Gaslight”, (no Brasil o nome foi traduzido como “À meia luz”), onde o marido de uma mulher rica faz de tudo para convencê-la de que ela está ficando maluca, com o objetivo de ficar com a fortuna dela. Parabéns, você é um ser humano pior agora que sabe o que gaslighting significa. Desfavor: piorando sua vida desde 2008.
Pois bem, a notícia escolhida é meramente ilustrativa, para mostrar qual é o modismo vitimista da vez: responsabilizar o outro por não saber colocar limites e/ou por ter um autoconceito ruim. Gaslighting nada mais é do que um termo gourmet para manipulação. E manipulação todo mundo faz, seja homem, seja mulher, seja qualquer outro gênero ou atribuição. Mas, Assim como o cupcake é mais caro que o bolo, o gaslighting parece ser mais reprovável do que a manipulação.
Por qual motivo a manipulação, quando parte de um homem para uma mulher, é mais grave a ponto de merecer um termo próprio e tanta divulgação? Fazendo uma comparação, em direito se usa essa ferramenta de especificidade quando a vítima é de alguma forma menos capaz de se defender. Por exemplo, enganar uma pessoa com discernimento diminuído é mais grave do que enganar uma pessoa comum. No geral, qualquer crime contra os chamados “incapazes” é considerado mais grave, pois é especialmente escroto você passar a perna nesse grupo intelectualmente inferior.
Eu sou mulher. Eu não me sinto inferior por isso, portanto, eu não acho que precise de uma proteção especial, de um termo especial, de maior reprovação social caso alguém tente me manipular. Portanto, eu não vejo o menor sentido em ficar gritando “gaslighting” aos quatro cantos. Muito pelo contrário, me soa um pouco paternalista e ofensivo. Manipulação é manipulação, igualmente escroto para homens e mulheres.
Se alguma pessoa, homem, mulher ou outros, tentar me manipular, cabe a mim ter segurança de saber quem eu sou, o que eu disse e da minha sanidade e discernimento, para não desacreditar de mim mesma. Se deixar abalar pelo que terceiros dizem ou acham de você é procurar validação em outras pessoas, uma das maiores ciladas e causas de infelicidade da sociedade moderna. Acredito que quando isso acontece, a correção que precisa ser feita não é no manipulador (para que ele cesse sua conduta) e sim na “vítima”, para que ela não caia em manipulação.
Sejamos realistas: não é possível impedir que todas as pessoas do mundo tentem manipular alguém ou se portem de alguma forma reprovável. Em vez de querer controlar o comportamento de todas as pessoas que te cercam, é mais fácil aprender a não cair em manipulação e não se importar com a opinião de terceiros. Fulano te acha louca? Fulano diz que você é louca? Pau no cu do Fulano, vida que segue. Sim, isso é possível.
Mas, parece nosso pensamento (do Desfavor) vai de encontro a aquilo que, neste momento, se convencionou ser aceitável na sociedade. Acreditamos que existem sim diferenças entre os sexos, por exemplo, no que diz respeito à força: homens são, como regra, mais fortes do que mulheres, pois possuem mais massa muscular. A sociedade diz que não, que trans podem competir com mulheres em perfeita igualdade.
Porém, quando falamos de capacidade emocional e intelectual, acreditamos que homens e mulheres são iguais. A sociedade diz que não, que é mais grave quando um homem tenta manipular uma mulher, tanto é que dá um nome especial para isso e prega sua reprovação de forma muito mais enfática do que quando uma mulher o faz com um homem.
Então, estamos aqui para dizer basicamente isso: você pode discordar do que é socialmente aceitável hoje. Tá tudo bem. Você não é obrigado a concordar. Você não é obrigado a militar. E, o mais importante: você não precisa militar, nem a favor nem contra. Quando se tem convicção de algo, você pode apenas viver a sua vida de acordo com a sua convicção. Quem milita, está mal resolvido em algum aspecto. Essa coisa de precisar ficar dizendo a todos como você pensa, é uma furada. Permitir que uma causa te defina é simplesmente medíocre. Você é muito mais do que isso.
Precisar ficar levantando uma bandeira, vestindo uma camisa, contando aos quatro cantos o que você acha, defendendo o que você acredita de forma passional e insistente, é meio adolescente. Ter uma convicção significa viver conforme ela, não ficar bradando que a tem. Essa é a diferença entre pessoas maduras e imbecilóides: pessoas maduras não precisam panfletar, dar ênfase ao que pensam, tentar convencer os outros. Pessoas maduras não precisam dar publicidade panfletária às suas ideias como se estas ideias definissem quem elas são.
E, vejam bem, não estou dizendo que para ser maduro você não pode falar o que pensa. Pode e deve! A gente faz isso todo dia aqui! A questão é o lugar de onde isso parte. Você jamais vai nos ver indo em outros blogs que pensam de forma diferente antagonizar os autores, isso seria patético. A gente apenas fala, se servir para alguém, pega, se não, que seja descartado.
Compartilhar um pensamento é completamente diferente de panfletar, de militar, de combater. Compartilhar um pensamento é expor de forma madura e equilibrada seu ponto de vista, sem se importar com o que os outros vão dizer a respeito e sem ir na casa dos outros tentando convencê-los. Joga para o universo, quem quiser, pega.
Escutar o que o outro tem a dizer, se for algo que acrescente, é sempre válido. Nos faz refletir, complementa nosso pensamento, nos torna melhores. Porém, escutar não é sinônimo de dar realidade e importância a tudo que dizem e procurar validação no que as outras pessoas pensam sobre você. Quando for algo que não acrescenta, é preciso saber descartar.
Pessoas vão discordar, vão te esculhambar, vão desmerecer. Cabe a você não dar significado a isso, não se importar. Isso quer dizer que você tem que ficar lá parado escutando as bostas que as pessoas falam? Óbvio que não. Se afaste, mute, bloqueie. Ninguém é obrigado a ouvir ninguém. Mas sem se abalar, sem dar importância, sem permitir que te incomodem.
É muito mais realista e saudável aprender a ignorar o outro, conhecer o valor que você tem e não dar importância para aquilo que não é verdadeiro do que pretender que o outro nunca diga nada que te desmereça, que te manipule, que seja injusto. Vive-se melhor quando você passa a ser o único responsável pelo seu bem-estar, felicidade e sanidade. Não dependa da conduta ou do olhar do outro para isso.
No mundo lá fora, gaslighting já está sendo considerado uma modalidade de “violência psicológica”, prevista na Lei Maria da Penha. Muita mulher vai se beneficiar disso, mas, no final das contas, a mulher sai é perdendo. Muito triste precisar desse recurso, sinal de que a pessoa não foi capaz de se blindar sozinha e depende de terceiros para se defender.
Para dizer que eu sou machista, para dizer que eu sou maluca ou ainda para dizer que por um instante achou que falaríamos sobre BBB (não vai acontecer): sally@desfavor.com
SOMIR
O meu primeiro texto solo no Desfavor foi sobre manipulação. Eu escrevia de forma bem diferente, mas a ideia geral eu ainda mantenho: a manipulação está na mente do manipulado, e se alguém tem capacidade de te manipular, vale a pena pensar no que você pode tirar de positivo dessa experiência.
Mais de uma década depois, o tema volta a ter alguma relevância por causa da polêmica da semana. Cidadão é acusado nas redes sociais de estar praticando algo que se chama de gaslighting atualmente: utilizar algumas frases manipulativas para fazer uma mulher se sentir maluca por estar expressando o que pensa.
Veterano da guerra cultural internética, eu me lembro do termo com outra raiz: baseado na forma como o governo americano chamava luzes estranhas no céu de luzes do pântano, fenômenos naturais causados por gases entrando em combustão espontânea em algumas regiões. Era algo típico da turma das conspirações, especialmente as de alienígenas. Segundo eles, chamar “óbvias naves alienígenas” de gases do pântano era uma forma de esconder a verdade e fazer aqueles que “viam a verdade” serem tratados como malucos.
Mas a relativa simpatia dos conspiradores online no começo do século foi se esvaindo com terraplanismo e rejeição às vacinas. Desde então, o termo foi apropriado pelos justiceiros sociais para significar mais claramente homens tratando mulheres como seres insanos dominados por hormônios. Pelo visto, até tem uma nova história de origem do termo. Que seja, o que importa é como ele existe hoje.
E como existe hoje, não só é um tremendo desfavor para as mulheres, como a Sally bem explicou no seu texto, como também é uma forma de reforçar uma espécie de poder sobrenatural das palavras, algo que na prática não funciona tanto assim. A pessoa que se deixa manipular é parte integrante do processo. Não que seja justo que alguém seja enganado e por consequência, explorado; mas essa mentalidade baseada em vitimismo não é nem um pouco útil para reduzir injustiça.
Se mulheres são mais vulneráveis ao gaslighting, não basta dizer para os homens que isso é errado, precisa dizer para elas também. Ser vítima desse tipo de prática é um problema sério, e nem sempre isso vai ser resultado de intenção maligna masculina. Explico: homem não é um bicho que que aceita fácil a opinião alheia. Pode ser questão de criação, pode ser uma diferença genética, seja como for, nós aprendemos que para qualquer coisa funcionar entre nós, precisamos ser incisivos no que dizemos. Às vezes muito além do ponto onde é razoável. Mesmo dois homens muito calmos e educados podem entrar numa discussão pesada de tempos em tempos.
Nós sabemos que as coisas funcionam assim, e raramente nos ofendemos depois de uma argumentação mais agressiva. O que aparentemente muita mulher não percebe é que homens podem jogar em dois campos: o da agressão e o da manipulação. Eu sou mais do segundo time, por exemplo. Como a maioria dos homens tende à agressão, eu aprendi a jogar com isso e desarmar o outro rapidamente para deixá-lo num ambiente desconhecido. Funciona muito bem. E melhor: quando é homem, você pode até dizer com todas as letras que o manipulou depois e ele vai até achar engraçado.
Mas todo esse aprendizado que te faz sobreviver no mundo dos homens pode dar errado quando você está interagindo com mulheres. O exemplo mais claro e conhecido é o da agressão: mulher não está acostumada com agressividade no nível que homem costuma usar, e eu imagino que deva ser assustador mesmo. Mas de uma forma ou outra, todo mundo sabe que isso é escroto e muita mulher já sabe que não é para ficar por perto ou incentivar o comportamento.
Só que quando vamos para o campo da manipulação masculina, as mulheres parecem nem perceber que isso existe. Acham que homem só vai tentar ser agressivo ou contar mentiras estúpidas pra não ter a paciência enchida. Homem manipula sim, e os que se especializam nisso podem ser terríveis de enfrentar se você não estiver esperando isso. Mulher pode usar agressão e manipulação, homem pode usar manipulação e agressão, não faz sentido achar que só tem um jeito de cada sexo agir.
E aí, temos muitas mulheres que começam a acreditar que estão sendo vítimas de algo muito cruel criado especificamente para maltratá-las. Não, é só um homem sendo manipulativo, algo que todos tem o potencial de fazer e nem sempre quer dizer que a pessoa quer fazer mal, só que está disputando um assunto. A vida humana é cheia de conflitos de interesse e vontades. Homens fazem isso com mulheres, mulheres fazem isso com homens.
Ao contrário do que dizemos sobre agressão física, que homens precisam parar de fazer e ponto, a manipulação é algo inescapável. Ninguém vai parar de fazer, porque nem toda manipulação é maligna e nem todo mundo entende o que você quer dizer sem um pouco de pressão. Aliás, quanto mais se controla o instinto agressivo masculino, mais vamos ter que lidar com o instinto manipulativo. Quando mulher faz com homem, ela é esperta e empoderada, quando homem faz com mulher… ele é um abusador? Isso não vai colar na vida real.
Digo mais, isso só vai criar mais pressão evolutiva para o homem médio se tornar mais e mais manipulador. Olha a oportunidade de ouro: mulher acha que não precisa se defender de manipulação masculina por achar que o outro sexo é incapaz. E quando percebem isso, acham que é a mesma coisa que uma agressão clássica. Adivinha o que vai acontecer se a mulher média não aprender a lidar com o resultado dos pedidos que fazem há séculos? Foram as mulheres que pediram menos agressividade masculina, e isso vai ter consequências. Mais homens vão se tornar primariamente manipulativos, e aí, se as mulheres não aprenderem a viver com isso sem se jogar na vala comum do vitimismo, o patriarcado agradece. Cada vez que alguém fala de “gaslighting”, mais um homem aprende que isso é uma possibilidade, e pior: que mulheres são muito suscetíveis em média.
Eu normalmente concordo que o homem deve deixar de fazer coisas horríveis e a mulher tem o direito de se sentir segura, mas nesse caso, o ângulo está totalmente errado: se mulher não aprender a se defender, se continuar achando que está usando uma medalha de mérito por ser vítima de manipulação masculina, vamos criar gerações e gerações de homens que vão deitar e rolar em cima delas. A gente treina sem proteção entre nós.
“Gaslighting” só funciona se a mulher achar mesmo que é maluca. E mesmo que isso seja colocado na conta dos homens, não são eles que vão conseguir resolver o problema. Tirar a agressividade do homem vai criar um monstro manipulador que pelo visto as mulheres não estão prontas para lidar. Prestem atenção nas que sabem se defender e aprendam com elas, jamais coloquem as vítimas num pedestal, elas estão fazendo tudo errado.
Experimenta tentar fazer a Sally se achar maluca, experimenta…
Para dizer que eu sou machista, para dizer que eu sou mangina, ou mesmo para dizer que o mundo precisa de manipulados para funcionar: somir@desfavor.com
Para quem quiser ver o filme Gaslight original, eis aí o link para a versão britânica de 1940:
https://www.youtube.com/watch?v=UYmtzaHwCKo
A versão americana de 1944, estrelada por Ingrid Bergman, infelizmente, só está disponível em serviços pagos.
Obrigado pela dica. Vou dar uma olhada.
Nossa, eu não sabia mesmo o que era gaslighting… primeiro achei que tanto homens quanto mulheres podiam “gaslightar” qualquer um, não sabia que era exclusividade masculina. Machismo isso, também quero fazer.
Depois achei que era baseado no fato de lampiões a gás vazarem gás e te deixarem ‘high’, e você ficar meio sem noção da realidade, e isso ser comparado à pessoa tentando confundir sua noção da realidade. Não sabia que era um termo que foi “feministado”.
Estou cheia de neologismos hoje.
“Machismo isso, também quero fazer.
Rolei. Mas RO-LEI de tanto rir com isso! (sim, é bobo e pode até ser sem sentido, mas rolei de rir mesmo assim!)
Mulheres reclamando de gaslighting? Mas elas mesmas são expert em fazer isso. São as criaturas mais manipuladoras que existem, se deixar elas manipulam seus parceiros, seus filhos, seu dinheiro, sua vida! Puro vitimismo. Homem só consegue manipular mulher burra e carente. Dá pra perceber quando o cara está tentando te manipular, não tem sutileza.
“Gaslight”, é, até onde eu sei, um termo em inglês que deriva da iluminação à base de lampiões de gás, muito comum nas ruas da Inglaterra vitoriana, por volta dos anos 1880, antes da adoção das lâmpadas elétricas, e que deixava as cidades à noite numa característica atmosfera de meia-luz. E o título do filme, “Gaslighting.” – que eu não assisti – , seria, de acordo com o que li depois de uma brevíssima pesquisa online, uma metáfora para a “parca luminosidade” que aos poucos toma conta da mente e da alma da protagonista, induzida pelo vilão a desconfiar da própria sanidade. Ah! E o filme seria ambientado justamente na era da iluminação a gás, ou seja na época do “Gaslight”.
Eu posso estar errado, mas acho que li em algum lugar que o termo vem de uma peça de teatro da primeira metade do século passado.
Pode ser, eu já li várias explicações diferentes. A que as feministas usam é a do filme, mas eu não duvido que venha de outro lugar e elas forçaram a barra para encaixar o nome em um filme onde mulher é vítima.
Se um homem comentar seria gaslighting?
Não, seria Mansplaining… HAHAHAHAHAHAHHA
É mais um da série de neologismos que garotas mimadas de status social de médio para superior usam para silenciar eventuais contrapartes masculinas, só pra provar o quanto são fortes na militância virtual (e real também).
Mas é tudo basicamente isso… Militância. Sem compromisso com nada que não seja sua visão ideológica enviesada.
Concordo 100%.
Pena ficarem martelando esse termo, o filme é excelente… sacanagem.
O que eu acho pior é transformarem esse termo como exclusivo de atos cometidos por homens contra mulheres.
O ser humano pode ser bem filho da puta, independente de sexo. Vamos combater a escrotidão como um todo!
Tem que mandar esse (maravilhoso) texto praquela besta feminazi de nina lemos. Ela é histérica demais!
Pessoas radicalizadas não vão tirar proveito de uma única linha do que a gente escreve: ou vão focar em encontrar “defeitos”, “erros”, “contradições” (ou seja, desmerecer argumentos por não validarem suas crenças pessoais) ou vão cair na boa e velha falácia de atacar os autores.
Tá, mas pra que eu vou aprender a reconhecer manipulação, estudar comportamento humano e me defender ou tomar uma atitude quando eu percebo que fui manipulada? Se posando de vítima e fazendo biquinho, falando dos meus “gatinhos” e traumas todo mundo vai me afagar e mandar abraços virtuais e ficar com pena de mim?
Eu ri… é bem por aí
Olha, nem precisaria aprender sobre nada não, basta ter amor próprio e consciência do seu valor independente do olhar de terceiros que você já fica imune. Mas isso implica em uma série de responsabilidades que muita mulher que posa de empoderada delega para homem, e isso poucas querem.
O homem manipulador sempre diz que você está distorcendo tudo o que ele diz, que te conhece muito bem e sabe que você tá “nervosa”. Você não está sendo racional, mas ele sim, ele está argumentando e você quem não entende. Ele não liga para sentimentos, tenta te desmontar colocando em dúvida sua inteligência ou moral.
Se você se vitimizar, ele vai tomar seu discurso de vítima e ele mesmo usar na mesma discussão, como se te imitasse, de forma proporcional. Ele até chora!
Geralmente ele é um ótimo debatedor, com alguma educação, e “defensor das liberdades”, “mente aberta”. Se faz de autista emocional e “sem querer” assume o que você faria, pensa, etc. quando são decisões que te envolvem. Enquanto você não calar a boca e fazer como ele quer, você “está irracional” ou “não está pronta para essa conversa”.
Já o manipulador chantagista emocional é um pouco diferente. Ele é um péssimo debatedor, se vitimiza de graça, explode, te “lembra de tudo que fez por você” e usa tudo que você confiou a ele contra você.
Ele cobre a sua explosão com uma ainda maior usando sua vida pessoal. Te desarma através dos seus traumas. Depois, quando você, “pessoa difícil” estiver quebrada, se desculpar por ser um monstro insensível que só ele pode consertar (o chantagista emocional mira nas suas emoções, nas suas fragilidades, não nos argumentos ou inteligência), aí sim o relacionamento está indo bem.
Mas, olha como é fácil: é só se afastar desse tipo de homem, não se relacionar com parceiros que façam isso!