Skip to main content
FAQ: Coronavírus – 13

FAQ: Coronavírus – 13

| Sally | | 18 comentários em FAQ: Coronavírus – 13

Coronavírus novamente? Sim, Coronavírus novamente. Enquanto mandarem dúvidas, a gente devolve respostas. Se estiver de saco cheio, pula o dia de hoje. Não vamos parar de falar no assunto enquanto acreditarmos que um texto tem a real possibilidade de ajudar alguém. Vamos às perguntas.

Que polemica é essa de não pode mais usar certas máscaras?

No Brasil, zero. Se quiser sair com uma calcinha cobrindo a boca, periga de ninguém reclamar. Mas em outros países um pouquinho mais sérios, está sendo proibido sair às ruas com máscaras caseiras ou máscaras menos eficientes. Só sai na rua quem usar uma máscara que filtre pelo menos 90% das partículas que estão no ar.

A França, por exemplo, baniu o uso de máscaras de tecido nas escolas. Se a criança/adolescente não for com uma máscara que filtre 90% das partículas que estão no ar, não entra. Outros países estão inclusive multando quem não usa a máscara indicada, mas, é outro nível, são países que, em sua maioria, distribuem estas máscaras gratuitamente.

Além disso, não tem polêmica, máscaras melhores são de fato necessárias, pois este ano estamos enfrentando cepas mais contagiosas e possivelmente mais letais do vírus, essa precaução maior se faz necessária. Não é que as novas cepas “aprenderam a entrar na máscara” nem nada disso. É que, por serem mais contagiosas, se entrarem, te pegam. Então, os cuidados para que não entrem precisam sim ser reforçados.


A fabricante da Ivermectina veio a público dizer que sua droga não é indicada para tratar ou prevenir covid. Não seria do interesse dela ficar calada, mesmo sabendo que não funciona, já que o Governo brasileiro está recomendando seu uso e as vendas estão aumentando?

Não, não é. Se a Ivermectina for usada como o Governo brasileiro está sugerindo, há grandes chances de isso acabar com o fígado de quem toma o remédio (como de fato já está acontecendo), matando a pessoa ou fazendo com que ela precise de um transplante de fígado.

Então, isso é o laboratório (Merck) dizendo “Não tenho nada com isso, não recomendo o uso, se você usar e seu fígado morrer você não pode me processar”. Não é bondade, não é ética, é se resguardar de processos milionários por ter ficado silente diante de uma mentira. Agora, se alguém tomar Ivermectina como tratamento preventivo para covid e morrer, não se pode fazer absolutamente nada contra o fabricante.

A Merck não foi burra, ela foi bem inteligente. Fez questão de fazer todos os testes e divulgá-los, provando que seu remédio não ajuda em nada contra covid, como ainda pode te matar. Agora, a responsabilidade é só de quem usa. Problema seu, o fabricante avisou que não era para fazer, se fizer e der merda não pode processar ninguém.

Em tempo, Ivermectina é um vermífugo, você só deve usar se tiver vermes e nunca de forma continuada. Não há dúvidas, está provado que não funciona nem como tratamento nem como prevenção para covid. Aliás, não custa reforçar: não existe tratamento preventivo para covid.


Quantas pessoas morreram até agora por causa de vacina?

Zero. Vimos casos de mortes de pessoas depois de tomar vacinas (poucos, muito poucos) mas, depois de avaliar todos os casos, não se relacionou essa morte diretamente com as vacinas. Repito: nenhuma morte até agora pode ser atribuída às vacinas. Se você recebeu outra informação diferente desta, é fake news.

Mesmo em casos famosos, como as reações alérgicas da Noruega, que de fato geraram mortes, quando estudadas com mais calma foram totalmente desvinculadas à vacina (no caso, a vacina da Pfizer). Os estudos mostram que as pessoas que faleceram, além de muito idosas, tinham a saúde debilitada por outras doenças, que, por si só, explicam essas mortes.

O Instituto Norueguês de Saúde Pública divulgou um comunicado onde, entre outras coisas, diz que “É importante lembrar que, em média, morrem todos os dias 45 pessoas em asilos de idosos na Noruega. Portanto não está estabelecido que haja uma mortalidade excessiva ou que as mortes estejam relacionadas com as vacinas”. É a Noruega, é um país sério. Saberíamos se a causa fossem as vacinas.

Deve ser muito decepcionante para os alarmistas e negacionistas de plantão, que estão desde o começo do ano com um “eu disse” entalado na ponta da língua para quando uma das vacinas desse problema, mas, até aqui, o grau de segurança de todas as vacinas está se mostrando extraordinariamente alto. Mas, não se preocupem, cedo ou tarde vai morrer alguém por causa das vacinas, é esperado. Certamente será uma letalidade muito inferior a 1% (que é a letalidade do covid), portanto, o mais seguro continua sendo tomar a vacina.

E, para terminar, sempre vai ter um deficiente mental que vai acreditar que o mundo todo está mentindo ou escondendo algo e que tem muita gente morrendo por causa das vacinas. Não é humanamente possível ocultar algo assim: não só a comunidade científica do mundo todo está de olho, como as fabricantes concorrentes também. No que uma vacina der um problema, vai ter muita gente para apontar. E mesmo que fosse possível fazer um esforço enorme e ocultar isso, não seria um fodido brasileiro quem teria acesso à informação.

Não foi provada nenhuma morte por causa da vacina, assim que for a gente avisa.


Tem um spray desenvolvido em Israel que pode ser um tratamento eficiente para covid?

Não. Para chamar ele de tratamento eficiente falta muito.

É um spray usado para controlar a resposta imune do corpo. Como já falamos em colunas anteriores, o grande problema do coronavírus é que ele faz o nosso sistema imunológico reagir de forma tão exagerada que ele surta e acaba atacando o próprio corpo (papo técnico: tempestade inflamatória). Esse spray protegeria as paredes do pulmão desse ataque desenfreado.

Parece bom, né? Por qual motivo então não devemos confiar nele como um remédio eficiente para coronavírus? Por vários. Primeiro que custa absurdamente caro, logo, só por essa premissa, pouquíssimas pessoas poderiam pagar por ele. Segundo por ser um medicamento indicado apenas para uma fase muito aguda da doença, ou seja, quando você já está internado no hospital, em CTI. Não queremos chegar a essa fase, queremos?

Então, além de não desafogar o sistema de saúde (se todo mundo continuar precisando de CTI, tanto faz ter spray ou não), ele não impede que a pessoa fique muito mal, passe maus momentos e tenha sequelas desastrosas. Cerca de 25% das pessoas que são colocadas no respirador morrem mesmo depois de “ficar bem”, ter alta e ir para casa, com complicações posteriores. Oito em cada dez casos de covid deixam alguma sequela, mesmo que a pessoa não tenha sido colocada no respirador. Então, desculpa para quem está empolgado promovendo esse spray como oitava maravilha, ele não ajuda muito.

Além de tudo isso que citamos, vale ressaltar que o spray está em fase 2 de testes, o que quer dizer que estão conferindo para ver se esse troço pode te matar ou não. E nessa fase dois, ele foi aplicado em apenas 30 pessoas, ou seja, é um resultado preliminar que de forma alguma é conclusivo. Até ele chegar ao mercado, ainda tem muito chão e não sabemos nem se passa pelos testes e chega.

Sua segurança está sendo testada, ainda nem começamos a conversar sobre sua eficácia. Mais um motivo para não criar grandes expectativas. Eu sei que estamos em um período difícil, onde as pessoas precisam de esperanças para se apegar, mas esse remédio não é a resposta. Hoje, a melhor forma de ter esperança é com as vacinas. Tanto é que Israel, que é quem está desenvolvendo esse remédio, não o está usando para controlar a doença, está usando isolamento social e vacina.


Tem alguma novidade das novas cepas?

Temos algumas novidades, mas, sinto muito, não parecem ser muito boas.

A Coreia do Sul seguiu os passos da África do Sul e restringiu o uso da vacina de Oxford, pelos mesmos motivos: temem que ela não seja eficiente contra as novas variantes. Ainda são necessários estudos para confirmar o quanto essas mutações prejudicam o trabalho dessa vacina, mas é uma bandeira vermelha que mais um país esteja impondo ressalvas à sua utilização.

E por falar em mutações, lembram daquela mutação que torna o vírus 70% mais contagioso? Ela está presente nas cepas da Inglaterra, África do Sul e Manaus. Pois é, a Inglaterra resolveu fazer um estudo expressivo com dez instituições diferentes analisando dados de pessoas infectadas por essa nova cepa, e os resultados não são muito bacanas.

Foi unanimidade que pessoas que deram entrada no hospital com esse vírus tiveram uma progressão pior da doença, ou seja, ele ataca o corpo de forma mais eficiente, ou seja… como se suspeitava, ele de fato parece ser mais letal. Ainda não há um estudo publicado, mas, resultados preliminares apontam que o novo vírus seria, no mínimo, 30% mais letal.

Ainda tem um detalhe especialmente irritante: essa variante fica mais tempo no organismo e teve a fase de transmissão por mais tempo, às vezes o dobro. Isso pode nos obrigar a aumentar ainda mais o tempo de quarentena de infectados, viajantes ou qualquer pessoa com suspeita do vírus. A nova quarentena deveria passar a ser entre 20 e 40 dias. Ninguém merece.

Para dizer que vai imprimir todos os textos sobre o assunto, montar uma cartilha e distribuir, para manifestar inconformismo por ignorarmos solenemente o BBB ou ainda para perguntar quando sai o texto com tema escolhido pelo C.U de fevereiro (amanhã): sally@desfavor.com


Comments (18)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: