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Caladinhos…

Caladinhos…

| Sally | | 36 comentários em Caladinhos…

Estão escutando? É o barulho da ficha caindo. Os raivosinhos emocionados que defendiam imbecilidades, estão, aos poucos, se calando.

A realidade é implacável com pessoas que se perdem nos devaneios da própria mente. Os arrogantes e ignorante que, pouco tempo atrás enchiam o saco na vida real e nos comentários estão entrando em extinção, você já reparou? Aqui o número de comentários de gente negando ou minimizando coronavírus e suas consequências despencou drasticamente. Acho que começaram a morrer pessoas próximas, conforme a gente previu.

A primeira categoria de imbecis a desaparecer foram os idiotas que não acreditavam sequer na existência do coronavírus. Pessoas que achavam que era tudo uma grande mentira, uma invenção deliberada, com a participação da OMS, da ONU, do COI, de mais de 300 países, de médicos e cientistas do mundo todo. TODO MUNDO estava mentindo, apenas eles, floquinhos de neve especiais, percebiam o golpe.

Pois é. Ficou insustentável. Daí o grupo saiu de fininho, com o rabinho entre as pernas e agora migrou para defesa da Cloroquina. Impressionante, os mesmos nomes que duvidavam da existência do corona agora vem aqui deixar “provas” de que a Cloroquina funciona e nos mandar “estudar”.

Existem estudos sérios, robustos e não refutados apontam que a Cloroquina não funciona e ainda pode causar sérias sequelas e até morte, mas os floquinhos de neve especiais têm toda uma teoria da conspiração sobre quererem empurrar um remédio muito mais caro em seu lugar. Eu os chamo de “Cloroquiners”.

O mais curioso é que os Cloroquiners juravam de pé junto que a doença não existia e agora defendem com unhas e dentes um remédio para uma doença que não existe. É um grau de esquizofrenia preocupante, não é mesmo?

Bem, se admitirmos que a doença existe, teremos que aceitar que os Cloroquiners têm muito pouca habilidade para antever o que é verdadeiro ou falso, o que está por vir e seus desdobramentos, uma vez que negaram a existência da doença. Se continuarmos trabalhando com a noção de que a doença não existe, os Cloroquiners são apenas loucos mesmo.

Sumiram, mas deixaram vestígios. Todos os comentários reprovados estão salvos. Eu teria bastante vergonha de ter escrito coisas do tipo, dando certeza de que um vírus que já contaminou mais de 4 milhões de pessoas não existe. Sério, eu fico com vergonha só de ter que escrever isso.

Outro grupinho que está tomando no cuzinho é o dos que aceitavam a existência da doença, mas acreditavam que ela seria quase que inofensiva no Brasil. Você pode reconhecer exemplares deste grupo por frequentes ataques à mídia com frases imbecis como “isso a globo não mostra”, acompanhado de imagens do seu pequeno nicho, com se isso correspondesse ao país todo. Alegam que a imprensa só mostra caixão e desgraça para conseguir visualizações e audiência.

Graças a esse grupinho de anencefálicos, se espalhou um boato de que estariam enterrando caixões vazios, para inflar o número de mortos. Também recebi um maravilhoso vídeo onde “provavam” que enterravam caixões com bonecos ou pedras do lado de dentro. O resultado disso é que muitas famílias que são obrigadas a velar seus entes queridos de caixão fechado (devido ao risco de contágio) acabam abrindo o caixão e dando uma olhadinha. Muita gente foi contaminada assim. Parabéns aos envolvidos, sua crença estúpida em um boato matou inocentes.

Esse grupinho especialmente retardado se apegava a dados antigos e a seu próprio medo de admitir que algo horrível estava chegando: diziam que no Brasil o vírus não se espalharia por causa do calor, por exemplo. Só que, ao contrário deles, o vírus evoluí. Em plenos 55° do verão carioca, o vírus se espalhou.

Juravam que era exagero, que no Brasil nunca aconteceria o que aconteceu na Itália pois “são países, diferentes, climas, diferentes, demografias diferentes”. Pois é, no Brasil vai acontecer pior, já tem mais mortos do que a Itália e nem chegou no pico. Juravam que estavam inflando algo que era menor e… de duas semanas para cá, se calaram. Parece que a água bateu na bunda de alguém, não é mesmo?

Lembro bem, quando eu falava que já existiam hospitais comprando containers refrigerados para armazenar o excesso de corpos: “Mentira!”, “Qual é a sua fonte?” (e quando você fala a fonte a pessoa refuta, mesmo que esteja em 500 fontes diversas), “Tudo armado”. Essas pessoinhas tinham certeza de que jamais haveria pilhas de corpos refrigerados no país. E afirmaram isso com uma certeza muito, mas muito vergonhosa. Parabéns, vocês entendem merda de ciência, de realidade e de futurismo.

Hoje, faltam dedos das mãos para contar quantas cidades estão armazenando pilhas de corpos em frigoríficos. Para aqueles que não acreditaram que isso era verdade, que vão me perguntar novamente qual é a minha fonte, se quiserem, posso fornecer dezenas de endereços para que vocês passem lá e confiram. Já que a pessoa decidiu desacreditar da imprensa do mundo todo, não tem fonte melhor do que ir ver com os próprios olhos, não é mesmo?

Um adento, apenas um plus de humilhação: sabe quem riu de mim e disse que “a Globo mente” quando eu avisei que estavam contratando câmaras frigoríficas para guardar os mortos? Sim, ele, o Alicate. Se você também duvidou disso e usou como argumento desacreditar a Globo, parabéns pra você, por mais inteligentão que você se ache, você tem uma mentalidade similar à do Alicate!

Eu nem vou comentar sobre aqueles que desacreditavam qualquer coisa, inclusive a eficácia do isolamento social, atribuindo tudo a um grande plano para prejudicar o Bolsonaro. Eu sei que para muitos infelizes o Bolsonaro é quase que um Deus supremo, mas para o resto da humanidade, ele é um pateta lutando contra inimigos imaginários (e todo dia surge um novo). É inconcebível acreditar que toda a mobilização mundial realizada em função do coronavírus foi apenas para atacar um zé cu de uma republiqueta da América do Sul.

As covas rasas são outro tema que silenciou. Todos os que refutavam enterros massivos em covas rasas, colapso em funerárias, fila de espera para enterro ou cremação, repentinamente se calaram. Os muitos comentários provando por A + B que essas covas rasas não eram no Brasil, não eram destinadas e pessoas ou eram fotos antigas foram sumindo… sumindo… Sim, meus anjinhos, tem gente sendo jogada na vala sem ter sequer certidão de óbito. Está acontecendo.

Mas, mesmo assim, se quiserem, posso passar alguns endereços também. Já que todas as fontes são consideradas falsas, sugiro que passem lá e vejam por vocês mesmos, tal qual terraplanista que se atira amarrado em um foguete para provar que a Terra é plana. Mas vai protegidinho, se não periga de você ir para a cova rasa também, ok?

Nem acho que essas pessoas estejam convencidos da realidade, pois são pessoas cuzonas, frouxas, cagonas, que não conseguem lidar com a realidade sem piripaquear, então, em algum nível, continuam negado. Mas perceberam que tem algo estranho acontecendo. Estão, tal qual o Meme do Homer Simpson, dando um passinho discreto para atrás da moita e torcendo para que ninguém se lembre do que disseram.

Mas a internet lembra. A internet não esquece. E computador tem Print, que imortaliza comentário, postagem, tuíte. Desde o grau mais primal de negação até sutilezas como duvidar de câmaras frigoríficas, tá tudo imortalizado, para arrogante deixar de ser vacilão. Inclusive aqui, no Desfavor.

Acho interessante é ver esses prints vindo à tona diariamente. Sim, me dá prazer ver pessoas que negam a ciência e a realidade sendo expostas e desmoralizadas, de modo a que o mundo aprenda que elas não tem a menor condição de interpretar a realidade graças a seu cagaço do mundo real e percebam que não dá para confiar no que afirmam.

Não por punição, mas por um motivo muito mais importante: negadores causam danos, não tem qualquer pudor em serem agressivos, agredir verbalmente, desmerecer e, em casos mais extremos, causam até mortes.

E não necessariamente a morte de quem é burro de cair na negação, às vezes eles causam mortes de inocentes, que se cuidam, que são conscientes da realidade mas, por um infortúnio da vida acabam convivendo com negadores.

Falta predador para essas pessoas negadoras. Essa tirania da inclusão que vigorou no Brasil fez com que tudo tenha que ser aceito, com que qualquer asneira seja alçada a um “outro ponto de vista que merece ser respeitado”. Não. Não merece. Não, não tem que chamar Osmar Terra para debate. Não, não tem que respeitar quem causa um dano social severo por pura arrogância ou falta de consciência.

Em sociedades onde negadores são escrotizados em praça pública eles tendem a se calar, nem que seja por autopreservação. Sim, todos tem que ter o direito de falar o que querem, mas, igualmente, o direito de ouvirem de volta o que não querem. Se você dá apenas o direito à fala, eximindo as pessoas das consequências dela, dá carta branca para maluco. Quer falar? Tá joinha, fala aí, meu querido, mas saiba que sua fala terá repercussões para você. Somos todos adultos, todos tempos responsabilidade pelo que dizemos.

Por isso hoje eu os convido a esfregar a verdade na cara de cada imbecil que, em algum momento, negou, duvidou ou minimizou algo que a ciência avisou que aconteceria, que nós, do Desfavor, respaldados pela ciência, avisamos que aconteceria, que você aí de casa, respaldado pela ciência, avisou que aconteceria.

Não é um ataque. É uma medida sócio educativa: se forem devidamente expostas, essas pessoas pensarão duas vezes antes de falar contra a realidade e contra evidências científicas. Não é uma questão de tentar intimidar quem pensa diferente e sim de tirar a credibilidade de quem põe a vida de pessoas que nós amamos em risco.

Não estou falando para sair espancando, demitindo ou agredindo verbalmente. Pode ser feito na maior elegância. Um print de uma conversa de WhatsApp seguido de um “a realidade mandou um beijo”, um exposed em redes sociais com print imbecil ou qualquer outro meio que não seja linchamento tá valendo. Responsabilizar não é linchar. As pessoas precisam ser responsabilizadas pelas bostas que falam, se não, cada dia estão bostejando algo diferente e cada vez bostejarão mais.

A pessoa que fala merda precisa se conscientizar de que não é boa avaliando a realidade e que é muito falha ao fazer projeções para o futuro. O resto das pessoas em seu entorno também, assim aprendem que não é para escutar o que aquela pessoa fala, com toda a certeza do mundo – e depois apaga da sua mente.

Sim, essas pessoas imediatamente aderem a uma nova narrativa e esquecem que defenderam a narrativa anterior. Mas a internet não esquece. Palavras o vento leva, mas escrita o print eterniza. Hora de jogar um holofote nas falas e ver quem tem uma boa noção de realidade e merece nossa credibilidade e quem não.

E expor a falha em interpretar a realidade dessas pessoas é bom para elas também, é oportunidade de aprendizado, se elas souberem usar como tal. Inclusive muitas delas escreveram “printe e me cobre”. Mas olha… com o maior prazer.

E vou começar por aqui mesmo, fazendo um “Fala Desfavor!” no meu próximo texto, respondendo aos comentários que Somir e eu jogamos na lixeira, de donos da razão que previram desdobramentos muito errados sobre o coronavírus. Aos autores, recomendo que nem passem por aqui na próxima quinta-feira, pois vão passar a vergonha de suas vidas.

Quem sabe assim, mantendo vivas essas certezas terraplanistas da saúde, estas pessoas ou percebam que precisam melhorar suas cabecinhas de merda ou percebam que é melhor calar a boca por mais que achem que estão certas para não passar vergonha.

E mesmo que elas não aprendam nada, terá outro efeito positivo: ficarão vastamente desmoralizadas no ambiente em que vivem. No caso, no nosso pequeno ambiente que é o Desfavor, eu vou me encarregar disso. Anotem os nomes e pensem dez vezes na próxima vez em que vier um comentário dessa pessoa afirmando algo. E, sugiro que você faça o mesmo nos seus ambientes de convivência. Hora de desmoralizar quem não merece moral.

No que depender de mim, ninguém vai jogar um monte de bosta, questionar a ciência com “opinião” diferente (ciência não é passível de opinião), não vai vomitar um monte de achismo fruto de punhetação mental e sair por isso mesmo. Não, vai passar uma pequena vergonha para se lembrar bem, muito bem, que ao menos aqui no Desfavor não é lugar nem de chato, nem de lunático nem de carente que vem jogar lixinho no nosso quintal. Vamos despejar o lixo de volta na sua porta.

E se você sentir vergonha do que disse ou escreveu, saiba que eu fico muito feliz por você, é sinal de que ainda te resta um mínimo de bom senso e cognição. Aprenda que sua visão é distorcida e trabalhe para melhorar. Aprenda que ficar conjecturando sobre o que você não sabe é fuga da realidade e se corrija. E, acima de tudo, aprenda que o que você fala impacta os outros, portanto, tenha mais responsabilidade antes de propagar coisas que você não tem subsídios para saber.

Se você não sentir vergonha de ter negado ou de alguma forma minimizado o coronavírus, além de chato pra caralho, você é um burro incorrigível. E não é bem-vindo aqui.

Para dizer que vai aderir e promover exposed de “achadores” em suas redes sociais, para dizer que no ponto em que está o brasileiro só com esse aprendizado hard mesmo ou ainda para dizer que todo mundo já conhece alguém que pegou ou morreu de coronavírus no Brasil: sally@desfavor.com


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