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Bullying da Semana: Turma Mônica LGBT+

Bullying da Semana: Turma Mônica LGBT+

| Desfavor | | 19 comentários em Bullying da Semana: Turma Mônica LGBT+

Para comemorar o Dia Nacional do Bullying aqui na República Impopular do Desfavor, hoje a coluna se chama Bullying da Semana. E isso faz diferença: durante anos, tentamos analisar diversos temas recentes sob um olhar crítico, mas construtivo. Uma das maiores dificuldades que temos é não cair só para a pancadaria e virarmos histéricos de rede social.

Mas hoje é dia de bullying, bebê. Sally e Somir vão só reclamar. Será que vocês notam a diferença?

Após cobrança de leitores, agora a publicação de quadrinhos mais popular do Brasil, a Turma da Mônica, vai contar com um conteúdo mais colorido. Isso porque as historinhas irão abordar temas LGBTs. Em entrevista ao jornal Extra, Mauro de Sousa, filho do cartunista Maurício de Sousa, revelou que ele e o marido, Rafael Piccin, irão ficar à frente de todo o processo de criação do projeto. LINK


Mas que caralho, não conseguem deixar nada em paz? Tem que fazer alarde do que faz com o cu em TUDO? TUDO? Bullying da semana!

SALLY

Se você discorda de qualquer iniciativa da Turma do Alfabeto (LGBTPQP) você é automaticamente taxado de homofóbico. Não é uma reunião de pessoas para tentar conscientizar e acabar com o preconceito, é um grupo de desempoderados que pela primeira vez experimenta algum resquício de poder e, como bom desempoderado, faz péssimo uso dele, dando um tiro no próprio pé e passando vergonha.

A velha tática de ganhar no grito persiste: quem questionar, discordar ou fizer qualquer objeção a qualquer situação ou evento envolvendo a causa LGBT será automaticamente jogado na vala da homofobia. Preferencialmente aos berros, para fazer bastante alarde e atrair mais desempoderados que terão, por dez segundos na sua vida, a oportunidade de trocar de papéis, passando de oprimidos a opressores. No fim do dia apanham na rua, ganham menos e sofrem todo tipo de estigma? Sim, mas deixa isso pra lá, o importante é atacar o macho branco cis.

É por isso que notícias como esta precisam ser lidas em silêncio no mundo lá fora. A Turma da Mônica terá conteúdo LGBT. Leia e mantenha-se em silêncio, caso contrário você será homofóbico, Bolsominion, nazista e muitas outras coisas sem a menor pertinência. Leia e mantenha-se em silêncio, se não periga aparecer o Felipe Neto berrando na porta da sua casa. Não ter preconceito contra gays e cia significa nunca criticar, discordar ou contraditar nada do que este grupo infalível decida fazer. Eles não erram, você é que é homofóbico!

“Mas Sally, você nem viu o conteúdo, como pode criticar?”. A crítica vem da premissa: “conteúdo LGBT+”. Impressionante como as pessoas não percebem que ISSO sim é preconceituoso. Colocar estas pessoas à parte, como um adendo, como algo especial. Trata a questão com naturalidade, porra! Sem fazer anúncio, sem separar por categorias!

Vamos fazer um exercício mental rápido. Imagina que esse anúncio fosse relacionado a outros grupos, por exemplo: “Será produzido conteúdo para negros na Turma da Mônica”. Soa bem? Ou desce arranhando seu ouvido? Durante muito tempo era inexistente ou muito raro ver personagens negros nos quadrinhos, até que eles foram aparecendo, com naturalidade, sem estarem embrulhados em um rótulo, em um grupo segregado.

“Filho de Maurício de Souza vai produzir conteúdo para judeus na Turma da Mônica”. Soa ok? Judeu por acaso não é uma pessoa como outra qualquer, que pode consumir o conteúdo geral dos quadrinhos? Precisa colocar essas pessoas na cerquinha da sua religião? Não, né? Não é a religião o que define uma pessoa, assim como não é a sexualidade.

Da mesma forma, não precisa colocar pessoas presas na cerquinha da sua orientação sexual, mas Deus nos livre de apresentar publicamente qualquer oposição a uma iniciativa (ainda que burra) supostamente pró-LGBT+. Em dez segundos a opinião pública te execra, o Felipe Neto faz um vídeo aos berros te xingando e o Ministério Público bate à sua porta.

Não dá para tentar falar isso abertamente, pois jamais será compreendido por cabecinhas de merda que estão sempre procurando o erro alheio para apontar de modo a se sentirem nobres, que estão sempre em busca de um drama para se sentirem especiais. Mas aqui eu posso falar: vocês acham mesmo que quadrinhos da Turma da Mônica é lugar para discutir qualquer coisa relacionada a sexualidade?

Não tem absolutamente nada a ver com o fato de ser gay. Minha crítica seria exatamente igual se fosse sexualidade hetero, campanha educativa pelo uso de camisinha, campanha em defesa dos assexuais, campanha contra zoofilia… Foda-se. O tom das revistinhas da Turma da Mônica nunca foi esse, não cabe discussão de sexualidade ali. Mas, o filho do dono é gay e resolveu brincar de militância, então, vai acontecer.

Em parte, eu entendo a necessidade desesperada de público. Mídia em papel está cada vez mais perto da falência, quase ninguém da nova geração lê algo em papel. Eles devem estar desesperados por cativar mais público, chamar a atenção e conquistar esses debilóides da “resistência” como Felipe Neto e Kefera, que atraem hordas de crianças e adolescentes. Mas porra, faz de uma forma que não contribua para a segregação, para a “desnormalização” do grupo.

Outro ponto importante é: desde onde se faz algo. É mais importante avaliar o lugar de onde vem do que o ato em si. Rápido exemplo: uma mãe que dá um chute em uma criança e a derruba no chão. Absurdo? Depende, se a criança estava escalando uma janela e ia cair do décimo andar, é um gesto nobre. Se a mãe apenas estava irritada por ver a criança chorando, é uma barbárie.

O filho de Maurício de Souza deixou bem claro de onde parte isso: “Não pudemos mais esperar quando vimos o que foi feito na feira literária”. É revanchismo. É lutar contra. É surfar em uma polêmica. Quando você faz algo movido por atos de pessoas que você despreza, além de dar uma importância enorme a essas pessoas (que elas não merecem) ainda deixa subentendido que, por amor à causa não foi capaz de fazer, só levantou a bunda da cadeira quando se sentiu afrontado. Não é pela causa, nunca foi. É em resposta ao que o “inimigo” fez. Isso faz da pessoa alguém altamente manipulável, chega a dar pena.

Joguem pedras, eu não acho que crianças (muitas começam a ler as historinhas com 5, 6 anos) devam ser expostas a qualquer conteúdo de orientação sexual (gay, hetero, alienígena, o que for). Precocidade não faz bem, independente do lado para o qual se penda. E eu deveria ter o direito de achar isso sem ser taxada de homofóbica. Os pais dessas crianças deveriam ter o direito de achar que elas são muito novas para serem expostas a orientação sexual. Mas pelo visto não terão.

Além disso, tratar a coisa como um “lado” é tenebroso. Se conteúdo LGBT+ é conteúdo diferente, que merece um tratamento fora do comum, então quem é LGBT+ é uma pessoa diferente, que demanda um tratamento fora do comum. São todos seres humanos, caralho. Independente do que cada um faz com seu cu, são todos seres humanos exatamente iguais. Segregar pela orientação sexual (ainda que para exaltar) é um tremendo desfavor!

Não é assim que se educa, não é assim que se aborda o assunto. Isso não ajuda nem aos LGBTPQP nem às crianças. Podem ter a melhor das intenções, mas estão cegos pelo lacre, investindo em uma atitude contraproducente que, além de não ajudar, ainda vai jogar a opinião pública contra eles.

O Brasil não é a rinoceronta de cabelo azul ou o maltrapilho rico maconheiro da faculdade de humanas. O Brasil é a tia do Zap, o pai de família que trabalha 14h por dia e muitas outras pessoas que não vão gostar de ver os filhos pequenos lendo “conteúdo LGBT+” (que termo merda e segregador, pqp). Não é assim que se conscientiza, não é assim que se educa, assim só se cria ainda mais resistência.

Querem criar mais e mais resistência? Tá joinha, vai lá. Não sou eu quem vai apanhar no final do dia na rua.

Para dizer que aposta cenzão que tiram o Franjinha do armário, para dizer que não vão poder explicar com riqueza de detalhes e vai sobrar para os pais ou ainda para dizer que você também não concorda mas não pode expressar sua opinião: sally@desfavor.com

SOMIR

Eu não gosto de gente muito aberta sobre o que vai fazer dentro do banheiro, que avisa quando vai cagar, que conta de que cor saiu sua urina ou que está com diarreia. Tudo bem, todo mundo faz isso, mas eu não preciso ser incluído nessa parte da vida delas. Eu não quero pensar em alguém expelindo urina ou fezes dentro de uma privada, não me acrescenta em nada. Não precisa me contar nada disso, não precisa dividir esses detalhes, porque eles não contribuem para uma maior intimidade. Eu me sinto especial quando alguém me conta algo único sobre ela, não quando sou informado sobre algo absolutamente banal que todo ser humano do planeta faz. Mas aparentemente o ser humano médio é tão retardado que acredita que isso é uma interação relevante!

E quando o tema é sexo, a coisa parece ainda pior. As pessoas parecem fascinadas com a ideia de ficar discutindo sua intimidade e a de terceiros como se fosse o tema mais fascinante do mundo. Parecem crianças que acabaram de descobrir as sensações geradas pelos seus genitais. Bando de imbecis que não percebem que sexo é absolutamente banal e todos os “segredos do sexo” estão sendo repetidos há milênios. É só você passando atestado de imbecil por não ter aprendido coisas básicas até aqui. Basta você pensar meio segundo sobre as coisas para notar que você não tem nada de novo para trazer à mesa. Por mais bizarra que seja sua história sobre sexo, já tinha gente cagando na cara uma da outra desde as primeiras civilizações. Ninguém é obrigado a saber sobre isso. Não é um segredo tecnológico que vai salvar a humanidade, é você tendo o mesmo instinto que outras bilhões de pessoas e sendo tão sem graça em qualquer outro aspecto da sua mente que precisa colocar isso em primeiro plano numa conversa. Todo mundo caga, todo mundo mija, todo mundo faz sexo. O que você tem de interessante para me contar?

E isso me leva para questões de sexualidade “modernas” como LGBTPQPSEILÁOQUÊ, é literalmente essa mesma fascinação infantilóide com o sistema excretor e genitálias travestido (trocadilho intencional) de questão socio política importante. Não, não é: é você sendo um saco de merda tão inútil em tudo na sua vida que precisa falar sobre o que fica dentro da cueca ou calcinha a porra do dia todo. Foda-se sua sexualidade, seu cabeça-oca! A única discussão política válida nessa história toda é a de direitos humanos universais: pessoas precisam ter garantias básicas para viver uma vida decente, e isso NADA tem a ver com o que você faz ou deixa de fazer com seus buracos. Cretinos! Tratamento igual significa IGNORAR a sua sexualidade, raça ou religião para te considerar o menor denominador comum entre todos nós: seres humanos.

Orgulho Gay? Orgulho Hetero? Vão se foder! Vamos fazer parada para Orgulho da Diarreia? Orgulho da Azia depois de Comer Fritura? Orgulho de Precisar Mijar de Madrugada? Cacete, ninguém percebe que politizar funções fisiológicas é uma burrice imensa? Você tem que se esforçar para ser especial, e estar vivo e ter uma sexualidade não conta nesse sentido. Querem acabar com homofobia? Parem de criar grupinhos! Entrem naturalmente no mundo das outras pessoas.

O mal do mundo é gente burra. Gente burra não consegue criar nada de especial, então tem que olhar para dentro da calça para tentar ser importante. As igrejas são obcecadas por sexualidade exatamente por isso: porque reforça essa mentalidade estúpida de se definir pelo o que faz dentro de um quarto ou banheiro ao invés de exercitar o cérebro. O ativismo LGBT+ está virando uma religião, não porque querem ou planejaram isso, mas porque religiões são o caminho óbvio para quem quer se organizar e não tem gente inteligente o suficiente nos ranques. Aí, ao invés de entender a realidade e lidar com ela, o objetivo principal passa a ser “pregar” a palavra da sua religião. Afinal, se mais pessoas concordarem com você, aquela pulguinha atrás da orelha te dizendo que você é um completo desperdício de oxigênio que só pensa em genitálias desaparece na validação do grupo.

E como essa religião se tornou popular depois da degeneração completa do ativismo por direitos iguais, agora temos que fazer a Mônica e o Cebolinha juntarem as mãos e rezarem juntos para esse deus da mediocridade genital! Sexualidade não é mais só uma função fisiológica que não define uma pessoa, é tão importante que exige seu próprio departamento de criação dentro da companhia! Abram uma área LGBT+ e escrevam história para crianças que as ensinem a JULGAR PESSOAS PELA SUA SEXUALIDADE! Puta que pariu! Se eu tivesse poder de verdade, passava uma lei proibindo que pessoas com menos de três dígitos de Q.I. pudessem participar de qualquer processo político, votar ou mesmo ter cargos que gerem exposição pública em geral.

Gente burra SEMPRE acaba falando só de órgãos excretores e sexuais. É a única coisa que eles entendem. É o único valor que experimentam na vida. Caralho! Era só incluir uma personagem gay como se nada na história para passar a informação certa para as crianças. SÓ ISSO! Mas não, os imbecis precisam dessa masturbação infinita, se diferenciando do resto da humanidade para manter o preconceito em dia. Afinal, quem é ativista precisa de inimigo, né? Malditos. A gente aqui querendo que essa merda de homofobia e afins desapareçam logo para o mundo seguir em frente, mas as madames PRECISAM disso para se validar. E os gays, lésbicas, bissexuais e transexuais inteligentes vendo essa merda toda acontecer, querendo só um pouco de paz para viver suas vidas.

Porque gente que não se define pela sexualidade é gente capaz de ser valorizada por outras coisas, eles só precisam que o resto da humanidade siga a porra da obrigação de tratar seres humanos como humanos. Eles vão se dar bem só com isso, não precisam ter orgulho e receberem elogios pelo que fazem na sua vida sexual. Não são retardados! Eles são MUITO mais do que isso! Mas não, esses filhos da puta que querem tornar LGBT+ numa religião não vão dar paz para eles, porque a vida de quem é tão limitado ao ponto de precisar implodir o movimento pelos direitos humanos só para se sentir especial por causa do que coloca ou tira do cu não vão deixar.

A turma da Mônica precisa de conteúdo especial para a religião deles para que eles se sintam validados na sua burrice infinita, e foda-se todo mundo no processo. Bom, eu estou enxergando além disso. Religião é veneno. E se vier me falar de família tradicional e valores cristãos do ocidente, vai tomar bem no meio do seu cu também, porque isso é só outra religião de gente imbecil focada em sexualidade do mesmo jeito, mas cuja tara sexual é repressão. Se você não tem capacidade de entender a lógica da realidade e a obviedade do funcionamento social, só cale a boca e escute até aprender.

EU ODEIO GENTE BURRA!

Para dizer que textos agressivos realmente são mais divertidos, para dizer que seremos presos dessa vez, ou mesmo para dizer que nem percebeu a diferença: somir@desfavor.com


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