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Dimensões.

Dimensões.

| Sally | | 48 comentários em Dimensões.

Eu poderia fazer um texto leve, focado em humor ou sobre um assunto comum, mas como estou cobrindo o Somir, achei mais pertinente falar sobre um assunto difícil, incompreensível e sobre o qual ninguém tem muita certeza, afinal, provavelmente era esse tipo de conteúdo que vocês estavam esperando para hoje. Desfavor Explica: Dimensões.

Para aqueles tem já tem um conhecimento aprofundado sobre o assunto, minhas mais sinceras desculpas pelas inúmeras simplificações grosseiras, é apenas uma tentativa didática. Além disso, seguindo a nossa proposta de sempre trazer um novo ponto de vista, tem opiniões e achismos meus permeados no texto, pois se fosse para dar informação seca eu colava um link da Wikipedia aqui. Então, sejam gentis e não me massacrem. Peguem o que for útil, o que discordarem joguem no lixo.

Tecnicamente, dimensões são parâmetros utilizados para descrever os fenômenos observados. Por favor, não vá embora, eu juro que vou explicar de uma forma mais palatável! Todas as dimensões existem e estamos em todas elas, porém, conseguimos perceber apenas algumas. O que nos faz perceber ou não cada dimensão ainda é muito controverso e polêmico e como só tenho quatro páginas, não dá tempo de entrar nesse assunto.

A primeira dimensão, é como se fosse a ligação entre um ponto e outro, ou seja, é como se fosse uma linha desenhada em um papel, apenas a “largura” de um objeto. A segunda dimensão é o que torna o objeto… bidimensional (dããã). Para se bidimensional, um objeto precisa de duas coisas: largura e comprimento. O cinema comum é 2D tem largura e comprimento, é nossa forma padrão de ver filmes. Perceber a terceira dimensão corresponde ao espaço, ou seja, além de largura e comprimento, o objeto ganha profundidade. Por isso nos filmes 3D as coisas parecem sair do plano e saltar na tela.

Estas três dimensões fazem parte da nossa vida. No geral, se aceita bem que elas existam e todos nós conseguimos percebê-las. São concretas em nossa mente, você consegue ver, sentir, perceber a largura, o comprimento e a profundidade. São conceitos com os quais nunca brigamos, pois sempre nos foram ensinados desde pequenos. Temos consciência delas e estamos aptos para lidar com elas.

Ok. Joinha. Três dimensões é bacana. Mas não parou por aí. Uma quarta dimensão vai dar início a um longo processo de danação mental que nos acompanhará até o final do texto: o tempo. Ou, mais precisamente, a duração do tempo, ou seja, aquela cronologia que te permite ver um bebê se tornar um adulto e depois um idoso, a “ordem cronológica”. E aí entra um complicador: nós, seres humanos (ao menos a maior parte, inclusive esta involuída que vos fala), ainda não temos a total percepção desta dimensão. Ela existe, ela está lá, mas não temos total consciência dela, por isso, não podemos transitar no tempo, estamos presos à ordem cronológica.

Vamos tentar melhorar isso aí, antes que comece a sair fumaça das nossas orelhas: pense em cada dimensão como uma frequência, ou seja, como uma percepção nossa. Quando você não consegue se elevar naquela frequência não consegue percebê-la, tal qual um apito para cães, que você assopra e não escuta absolutamente nada, enquanto cães escutam. Mas, o fato de você não perceber, não quer dizer que não te afete. Se amanhã você entrar sem querer em um lugar radioativo, não vai perceber a radiação, mas pode ter certeza de que existirão consequências. E quanto menos percebemos, menor é o controle que temos sobre a forma em que aquilo nos afeta.

Recapitulando: nós, seres humanos, temos a capacidade de perceber de boa as três dimensões. Estamos equipados (corpo e/ou alma, como quiserem) para perceber e transitar/conjugar por estas três dimensões. Maaaaaas… o fato de conseguirmos ver e sentir estas três dimensões, não significa que não existam mais. Existem e todos nós estamos nelas, só não as percebemos. Estão “acontecendo” neste exato minuto e talvez nos afetando, mais do que a gente imagine. Não é feitiçaria, é física quântica. Sim, eu sei, dá uma taquicardia. Tamo junto.

Como dito, a quarta dimensão está relacionada com o tempo. Hoje, nossa estrutura social é pautada no tempo cronológico, esta porra que nos escraviza. Porém, se o ser humano conseguir transcender (perdão, me falta outro termo) e lograr percepção/consciência da quarta dimensão, ele passará a interagir com esta quarta dimensão como interage com as demais: vendo, percebendo e conquistando a opção da escolha, ou seja, poderá percorrer pelo tempo sem precisar ficar preso a ele de forma linear. Latejou o cérebro?

Vem comigo, outra vez: dimensões = diferentes perspectivas/consciências de perceber a realidade. Temos consciência de 3 dimensões. Não ter percepção/consciência da quarta dimensão nos impõe limites temporais. Se tomarmos consciência da quarta, o tempo cronológico (passado, presente e futuro) deixa de existir, pois podemos transitar pelo tempo sem restrições, “controla-lo”. Pense em um leão que nasceu no zoológico e passou a vida toda enjaulado. Um dia, seu treinador esquece a porta da jaula aberta mas o leão não foge. Foi opção? Não. O leão simplesmente não consegue perceber ou ter consciência de que existe essa possibilidade, esse “mundo lá fora”, pois nunca entrou em contato com ele. Está preso sem saber que está preso, acreditando que aquela sua realidade é tudo que existe.

Então, grosseiramente comparando, isso acontece conosco também. No dia em que conseguirmos perceber a quarta dimensão, não seremos mais obrigados a experimentar o tempo na ordem cronológica obrigatória de hoje. O tempo continua existindo, mas é relativo: não teríamos apenas “uma linha do tempo” como temos hoje (cronologia) e sim uma imensidão de tempo (como se fosse um “tempo 3D”) pelo qual poderíamos transitar sem ficar presos nessa linha. Não me abandonem, por favor, eu prometo que o texto melhora.

Importante: esta progressão de consciência de uma dimensão para outra não tem cerimônia de graduação, baile ou diploma. Ela pode inclusive acontecer por alguns segundos apenas. Você pode estar de boa percebendo as três dimensões conhecidas e, por um instante, por motivos longos de explicar, você tem uma percepção momentânea da quarta dimensão e depois cai novamente para a percepção das três dimensões novamente. Digo mais: pode “escorregar” para uma percepção em qualquer outra dimensão, como por exemplo a sexta dimensão, mesmo sem nunca ter passado pela quarta. Um rompante, vai e volta e não entende ou não sabe explicar o que aconteceu. Existem especulações sobre fatores que desencadeariam esse tipo de experiência, mas não é o tema do texto.

Como na quarta dimensão se transita de uma forma mais ampla no tempo, diversas “realidades” podem coexistir: em uma delas você atravessa a rua correndo e chega do outro lado, em outra não chega a tempo e é atropelado e morre na hora e em outra é atropelado mas não morre. Em uma realidade você pode ser um matador de aluguel, na outra um dentista e em outra um cientista. Tudo depende da infinidade de combinações feitas.

Assim, a cada momento, uma série de variáveis define o que vai acontecer no momento seguinte. Eu escolho o próximo passo sem restrição cronológica, isso me permite criar “vários eus”, pois consigo me deslocar no tempo de forma ampla, criando inúmeras possibilidades. Eu sei que é difícil, pois quebra uma das nossas maiores certezas atuais: o tempo cronológico. Mas depois de algum esforço, você começa a se acostumar com a ideia e conseguir começar a visualizar.

Para desgraçar só um pouquinho mais a sua cabeça antes de começar a melhorar: há teorias de que, além de nós, o planeta também tem um padrão vibracional e dimensões (papo técnico: Ressonância de Schumann) e, vejam vocês, estudos indicam que a frequência energética do nosso planetinha está, assim como nós, na terceira dimensão. Porém, indicam também que ela está migrando para a quarta dimensão. Há até quem defenda que o processo já aconteceu e que algumas pessoas mais sensíveis já sentem alguns efeitos físicos desta transição.

Nós, apesar de nos acharmos muito importantes, somos meros parasitas que vivem no planeta, uma espécie de piolho do mundo. Então, por esta teoria, o campo eletromagnético da Terra influencia diretamente no nosso. Logo, ou a gente se adapta e transcende para a quarta dimensão junto com o planeta ou… vai ficar difícil. Seria como tentar plugar um aparelho 110V em uma tomada 220V. Está comprovado? Não, é controverso. Mas, para quem acredita, já existem sinais de que começou e graças a essa necessidade de reacomodação, muita danação vai acontecer em 2017, 2018 e 2019, para que possamos dar o start de repensar algumas coisinhas.

Existem diversos caminhos para tentar perceber outras dimensões, desde autoconhecimento, religião, meditação, drogas e até o estudo da física quântica. Cada qual tem que descobrir o seu, aquele com o qual entra em ressonância, aquele com o qual se identifica e, nada impede que você use todos, conjugue alguns ou até mesmo crie um novo caminho só seu. Então, se começar a levar uns tapas na cara fortes da vida, reflete aí. Como o caminho não é o objeto deste texto, vou retornar às dimensões.

Recapitulando mais uma vez: Dimensão = perspectiva, consciência, percepção da realidade. Hoje só percebemos as realidades das dimensões 1, 2 e 3, mas tudo indica que caminhamos para perceber a 4, pelo visto, por bem ou por mal. E agora o pior deste texto já passou: temos consciência de que existem outras dimensões/realidades, que não conseguimos ver/perceber, então, o grande perrengue disruptivo, a grande quebra estuprante de paradigma, já começou a ser assimilada. Daqui em diante, o processo é mais suave, pois estamos conscientes de que ele existe, portanto, seu entendimento é menos penoso.

Você pode estar se perguntando quantas dimensões existem. Ninguém pode afirmar. Quer dizer, afirmar, todo mundo pode, mas provar que é bom… No geral, o pessoal mais tradicional acredita que existam em torno de 10 ou 11 dimensões. A maluca aqui tem a plena convicção (fonte: Arial 11) de que são 22. Basicamente depende do que você acredita ser a causa/origem das dimensões. Um dia posso escrever sobre isso se quiserem, desde que prometam que não vão me internar. Vamos ser sensatos e trabalhar com dez dimensões. Bora ver o que tá rolando nas outras sem que a gente perceba?

Como dito, na quarta dimensão relativizamos o tempo, então, vivenciamos vários “eus”, várias possibilidades, certo? Pois bem, a quinta dimensão nada mais é do que uma compilação de todas essas versões. Você tem a possibilidade de observar todos os “eus” que foram criados na quarta dimensão, todas as possibilidades, só que ao mesmo tempo, sem ter um colapso mental. É ter a capacidade de ver e compreender todas estas possibilidades simultaneamente. Eu sei, eu sei, a gente não entende nem a porra do logaritmo na aula de matemática, ainda tem um longo caminho para conseguirmos perceber a quinta dimensão… mas que vai ser legal, isso vai.

Além de perceber tudo, a forma como esse tudo nos afeta pode mudar: ao ver tudo, provavelmente é provável que tenhamos uma nova perspectiva. Ao ter acesso a tudo dessa forma integrada, a tendência é que as coisas possam ser vistas com mais clareza (fonte: Comic Sans): provavelmente não vamos nos descabelar por coisas sem importância, por exemplo. É uma aquisição de conhecimento/informação violenta que abre a mente e se reflete em todos os nossos valores. Tendo acesso a tudo, minha aposta é que as coisas ganham um novo valor, uma nova perspectiva, muito mais neutra e com menos sofrimento.

A sexta dimensão seria todas as combinações possíveis que a quinta dimensão pode gerar. Calma, você vai entender. Na quarta dimensão você experimenta “vários eus”, certo? Pode ter você arquiteto, você astro do rock, você médico. Na quinta você integra tudo isso, vê tudo junto, tem uma visão global do que experimentou na quarta dimensão. É como se pegassem todos esses “você”, colocassem em uma folha de papel. Pois bem, na sexta, olha que legal, você pode dobrar a folha de papel, fazendo uma versão encostar ou se misturar com a outra.

Então, além de possibilidades infinitas do que ser, também teríamos possibilidades infinitas de combinar essas experiências. A realidade se dissolve, você é capaz de criar realidade, então, provavelmente, a matéria se dissolve. Não faz sentido precisar de um corpo com este grau de percepção. Em uma simplificação grosseira, na quinta dimensão podemos ver tudo e na sexta podemos transformar/modificar tudo que vemos/vimos. Sim, a sexta dimensão serve para tunar a quinta. Assim a quinta dimensão seria um passo para uma visão ampla e a sexta dimensão seria um ápice da criatividade e experimentação (Fonte: Calibri 12).

Já na sétima dimensão, existe a percepção de que toda aquela visão da quinta e todas as possibilidades da sexta estão inseridas em um universo. E este universo, assim como você, também tem várias “versões”, suas próprias dimensões, ou seja, assim como existem vários “eus”, também existem vários universos, quem sabe, infinitas versões. Então, a sétima dimensão permite a percepção de todos os seus “eus”, de todas as combinações dos seus “eus” e também de todos os universos possíveis. Haja consciência para conseguir perceber tudo isso sem queimar o fusível!

Na oitava dimensão você pode observar não só todos os universos possíveis, mas também transitar entre eles. Se na quarta dimensão o tempo já foi relativizado, na oitava você relativiza o tempo e o espaço, outra quebra de paradigma difícil de imaginar. Você pode se posicionar em todos os “eus” e em todos os universos. Se quebra uma das últimas amarras e você é livre para experimentar tudo da forma como quiser, e não “uma coisa de cada vez” ou “na ordem certa” como fazemos hoje. É um grau de consciência absurdo.

Na nona dimensão, além de ver tudo (tanto “eus” diferentes, como universos diferentes) e transitar entre eles sem restrições, você ainda ganha um poder bônus: assim como na sexta dimensão se consegue misturar diferentes “eus”, na nona você também consegue misturar os diferentes universos, gerando uma possibilidade infinita de experimentação. Desta nona dimensão muitas religiões puxam a ideia de Deus, principalmente do Deus que está dentro da gente, pois quem a alcança ganha uma prerrogativa quase que divina.

Finalmente, a décima dimensão, que para a maioria, é o fim da linha. Na décima, em tese grau máximo de percepção/consciência (discordo, mas quem sou eu?), conseguimos reunir tudo, tudo, tudo em “uma coisa só”, ou seja, condensar todo esse conhecimento, possibilidades e experimentação: integrá-lo de uma forma onipresente, onisciente e ilimitada. Uma forma de assimilá-lo e vivenciá-lo estilo “tudo ao mesmo tempo agora”. Uma consciência plena, por assim dizer. Pela corrente predominante, ao chegar na décima dimensão você zerou o jogo da vida.

E é com base nisso que muitas religiões ou pensamentos ligados a espiritualidade afirmam a unidade: todos somos um e temos que buscar essa unidade. Por esse entendimento, na verdade, todos nós somos o mesmo ser, mas em tempo e espaço diferente, em dimensões diferentes, vivendo as experiências que escolhemos em algum momento viver. Por isso, quando você faz mal ao outro, na verdade está fazendo mal a você mesmo, só não entende por ter compreensão limitada das dimensões. Acreditar nisso é derivar algo de uma teoria de física quântica, fica a critério de cada um.

Meus amores, para encerrar este estupro mental, lembro que, de acordo com a física quântica (e não com a religião), todo nós estamos em todas as dimensões, vivendo infinitos “eus” em infinitos universos. Já está acontecendo, neste exato minuto. Nós é que não conseguimos ver, perceber, algumas destas dimensões. Não temos consciência/capacidade de perceber todas as dimensões, mas elas estão lá e podem nos afetar. E só de você tomar consciência disso, já te coloca um pouquinho mais próximo de conseguir evoluir nessa percepção. Espero ter me feito entender em um assunto tão complicado e espero que os ajude de alguma forma a se entenderem melhor e entender o mundo.

Para dizer que uma orca falando ou um rato lavando o sovaco não parecem mais tão estranhos, para pedir ao Somir para nunca mais furar ou ainda para dizer que eu vou ter que pagar a aspirina que você teve que tomar depois deste texto: sally@desfavor.com


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