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Greve de sexo.

Greve de sexo.

| Sally | | 24 comentários em Greve de sexo.

Toma forma um novo movimento dentro do feminismo: mulheres que propõe “greve de sexo” como uma arma pela luta feminista. Isso mesmo, mulheres que acham que enquanto não existirem direitos iguais, todas as mulheres do mundo devem se recusar a fazer sexo com todos os homens do mundo. Sério mesmo, estou muito irritada e este texto não vai sair nos melhores dos termos.

Greve de sexo sempre me pareceu algo bem bizarro. Se está com vontade, faça. Se não está com vontade, não faça. Usar sexo como chantagem me passa a impressão de que aquela mulher não gosta de sexo, que é um favor que ela faz ao homem, um privilégio que ela suspende quando acha que ele não o fez por merecer. Sei lá, não me entra na cabeça abrir mão de algo que eu gosto para punir alguém. “Fulano, seu babaca, você me desrespeitou, por isso, nesta casa, não se come mais bolo de chocolate por uma semana!”. Eu hein…

Também acho que conseguir as coisas na base da chantagem é pequeno, infantil e mesquinho. Uma mudança de pensamento é o objetivo, e isso não se consegue chantageando. Chantageando, coagindo, pressionando, você consegue que a pessoa apenas diga o que você quer ouvir e continue pensando e agindo como antes. Uma mudança de pensamento se consegue com conversas sinceras e bons argumentos.

Além disso, não faz sentido punir todos os homens do mundo massivamente pelo erro de alguns. Isso é aberrante. É insano. Conseguir as coisas na base da bucetada, usando corpo como instrumento de chantagem, talvez seja uma das coisas mais machistas que eu já vi. Mulheres livres fazem sexo quando querem, com quem querem, não se privam de algo que gostam como chantagem para forçar um comportamento que não é sincero.

Esse movimento já deixou os esgotos da internet e migrou de redes sociais para grandes meios de comunicação. Este mês, em uma famosa revista internacional, uma cantora e atriz soltou as seguintes pérolas: “Até que todos os homens estejam lutando pelos nossos direitos, nós devemos considerar parar de fazer sexo” e “Nós temos que nos dar conta do nosso poder e da nossa mágica”. Desculpa, meu bem, você pode ser uma atriz de Hollywood, e com certeza é mais poderosa do que eu, mas MEU poder não está na buceta. Se o seu está, sugiro que não fique divulgando isso, é mais degradante do que qualquer frase machista que eu já tenha ouvido.

Fazer greve de sexo é um comportamento infantil, imaturo, birrento. O cidadão com o qual você está anda agindo de forma incorreta? Converse, dialogue, se for o caso, até dê esporro. Não melhorou? Amiga, mete o pé… Não vale a pena estar com uma pessoa que emula um comportamento falso só para te comer no final do dia, não é mesmo? Qual é o valor que uma mudança (na verdade, uma simulação) teria, nesses termos?

O mais engraçado é que este movimento vem ganhando um caráter generalista: se você é mulher, se você é engajada, se você quer uma vida melhor, tem que parar de fazer sexo com o homem, até ele fazer o que você quiser. Não era o feminismo que tinha como premissa básica que a mulher poderia fazer e ser tudo que ela quisesse? Agora vão começar com essa palhaçada de que quem não faz greve de sexo está traindo o movimento?

Eu juro, juro mesmo, que faz tempo que eu luto para não simplificar as coisas e aceitar que hoje, feministas são umas barangas com “daddy issues”, mas está realmente difícil não desembocar nesse caminho. Eu juro que eu me segurei para não rir quando vi a filha bebê de um amigo meu o usando um body escrito “amada demais para ser feminista”. Eu juro que por muito tempo eu tentei me manter elevada espiritualmente. Pois é, não deu. Foda-se, volto como besouro de esterco na próxima encarnação.

O movimento se radicalizou a tal ponto que hoje feministas são, em sua maioria, pessoas traumatizadas, que só lutam para derrubar padrões por total incapacidade de se adequar a eles. Faz tempo que feminismo não é mais a noção de que a mulher não é inferior ao homem. Quem é leitor sabe que eu sou contra padrões de estética e de comportamento (inclusive meu comportamento foge absurdamente aos padrões), mas acho cretino se posicionar em sentido contrário apenas por incapacidade de se adequar e não por filosofia de vida.

Mulheres histéricas, traumatizadas, que não sabem se portar perante um homem sem ficarem nervosas, afetadas. Pessoas totalmente desequilibradas que partem para o ataque como melhor defesa. Seres humanos insuportáveis que responsabilizam os outros pelos seus traumas, erros e baranguice. Meus amores, as pessoas só fazem com a gente o que a gente deixa que façam.

Se um homem te tratou mal, querida, olhe para dentro e procure perceber onde você errou em vez de jogar merda nos outros. Não, a culpa não é sua, mas certamente há responsabilidade sua sim, saia do papel de vítima. Talvez tenha faltado limite, talvez você nem deveria ter se envolvido com um filho da puta como esse, mas, é fato: houve um erro seu também. Não adianta dedicar a vida a tacar pedras no homem se você não percebe e corrige sua parte no problema. Foda-se o homem, que continue sendo babaca, mas você, você tem que querer melhorar e nunca mais se envolver com um lixo com pênis. E isso não se consegue detonando o outro e sim avaliando sua parte no problema.

Mulheres não são vítimas indefesas. Podem estar subjugadas quando falamos de força física, mas a pessoa que te bate, não chega metendo a mão na sua cara. Primeiro ela grita, ou te empurra, ou te trata de forma agressiva. Há sinais, sinais suficientes para cair fora antes que o homem escale o próximo degrau da agressão. Mas cadê que as carentonas tem a força de vontade de abrir mão de uma pessoa que gostam em nome de se respeitar? Não. Bora colocar a culpa nos homens, todos estupradores, machistas, agressores e opressores! Meu bem, é você que não soube escolher.

Pouco mais de um mês atrás a Senadora Gleisi Hofmann, líder do PT no Senado, propôs que, no dia da mulher (esta palhaçada midiática) todas as mulheres fizessem greve de sexo, que ela chamou de “abstenção sexual”. Que bosta de país é este onde pagamos (caro) para senadores fazerem esse tipo de sugestão, que interfere na vida privada do cidadão? Quanta titica de sabiá amarelo uma pessoa precisa ter na cabeça para fazer uma sugestão como essa em plenário? Quão esgoto é a cabecinha do brasileiro médio para votar em uma débil mental como essa?

Assim, a greve de sexo vai ganhando força, na boca de mulheres públicas que, bem ou mal, são formadoras de opinião. Mulheres que, supostamente, são bem sucedidas e, portanto, espelho para muita mulher por aí. Não duvido que em breve vire modismo, vire até motivo para ostentação. Nem ao menos duvido que quem resolva não aderir e continua fazendo sexo seja hostilizada. Lamentável. Queridas, francamente, se chegou nesse ponto de não fazer sexo com o homem de vocês, pulem fora. Vão ser felizes, sozinhas ou com outros homens.

Feministas, o meu respeito acabou.

Para me xingar por generalizar quando você diz que homens são estupradores, para sentir vergonha alheia ou apenas para rir do grau de descontrole e insanidade que as barangas com abandono paterno chegaram: sally@desfavor.com


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