Grande piada…
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+O youtuber PewDiePie perdeu um contrato com a Maker Studios, subsidiária da Disney , após acusações de espalhar mensagens anti-semitas em seus vídeos.
A notícia é essa, a realidade é completamente diferente. A matéria começou no Wall Street Journal e foi copiada milhares de vezes depois disso. Histeria e falência da mídia tradicional: desfavor da semana.
SALLY
PewDiePie é o maior Youtuber do mundo. Youtuber é aquela pessoa que ganha a vida fazendo vídeos que são postados no Youtube, como se fosse um programa de televisão, só que disponível apenas na internet. Estes vídeos são chamados de Vlogs, uma espécie de blog em forma de vídeo. Para quem não sabe, a coisa funciona da seguinte forma: quando uma pessoa decide fazer vídeos regularmente no Youtube, ela cria um canal com seu nome, como se fosse um página dentro do Youtube, que vai armazenar todos seu vídeos, assim, quem for fã pode se inscrever nesse canal e acompanhar o lançamento de cada vídeo novo. O conteúdo fico todo centralizado ali e pode ser acessado pelos interessados.
Hoje, um Youtuber é considerado bem sucedido se tiver mais de um milhão de inscritos. Os Youtubers brasileiros mais bem sucedidos oscilam entre os 10 e os 20 milhões de inscritos. PewDiePie tem mais de 50 milhões de inscritos no seu canal, tamanho é o interesse do mundo todo por ver o conteúdo que ele produz. Seus vídeos tem mais de 15 BILHÕES de visualizações. Mesmo que você não esteja familiarizado com o mundo do YouTube, acho que estes números te dão uma noção do quanto ele é bem sucedido produzindo seu conteúdo sozinho, sem depender de nenhuma rede de TV, de jornalistas ou de qualquer veículo que possa interferir no seu conteúdo.
PewDiePie, sozinho, com uma câmera na mão, influencia mais de 50 milhões de pessoas ao redor do mundo. Não acho que seja possível dizer isso de nenhum jornalista, apresentador ou até mesmo de políticos em todo o mundo. Nunca tanta gente parou, por vontade própria, sem nenhuma influência, para ouvir alguém pelo simples motivo de gostar do que a pessoa diz.
O nome real de PewDiePie é Felix, ele é um rapaz sueco de 27 anos, humorista, que é hoje um dos maiores influenciadores mundiais. Apesar dos milhões que emissoras de TV aberta e a cabo investem para criar novos ícones, novos apresentadores, comediantes e formadores de opinião, apesar de toda a facilidade do jornalismo com tecnologia, propaganda e recursos, ninguém é tão popular mundialmente como PewDiePie. Suponho que isso deva incomodar um pouco. Sabe quem manda no que PewDiePie diz? Ele, e apenas ele. No Youtube os patrocinadores não apitam, não podem mexer no conteúdo. Basta que a pessoa tenha cliques nos vídeos e ela recebe dinheiro por isso. Começaram a entender o contorno do problema? Percebem a antipatia que pessoas com tanto poder e sem tantas amarras causam em grandes veículos de comunicação?
Pois bem. PewDiePie fez um vídeo criticando um site no qual pessoas se dispõe a fazer o que você pede por cinco dólares. Na intenção de mostrar o ridículo que é essa proposta e os absurdos que pode gerar, ele contratou pessoas ali para fazerem as coisas mais absurdas, com a intenção de fazer uma denúncia bem humorada do quão baixo pessoas podem chegar por apenas cinco dólares. Um dos absurdos foi contratar dois indianos e coloca-los para dançar segurando um cartaz escrito “Morte a todos os judeus”. A intenção era mostrar que o ser humano não tem limites e faz qualquer merda, por mais escrota e absurda que seja, por cinco dólares. Colocar um rapaz dando uma flor a uma menina ou uma moça ajudando uma idosa a atravessar a rua não provariam seu ponto. Para mostrar seu argumento, quanto mais bizarro, quanto mais absurdo, melhor.
Deu merda. Não estamos falando de polêmica, estamos falando de merda nível “perdi meu contrato com a Disney”. Não pelo fato em si e sim pela forma como foi vendido na mídia. Jornais conceituados como o Wall Street Journal venderam esse vídeo como um vídeo antissemita, como se de fato PewDiePie estivesse desejando morte a todos os judeus. A Fake News se espalhou e, adivinha, como veio, as pessoas engoliram. Ninguém questionou, ninguém foi lá ver o vídeo para formar um juízo de valor próprio. O maior youtuber do mundo é um antissemita escroto e Youtube é lugar de gente filha da puta. Enquanto isso, Mel Gibson, o maior antissemita já visto, é indicado ao Oscar e ninguém fala nada.
Não demorou muito, a Fake News cresceu. Passaram um pente fino em todos os seus vídeos, descontextualizando trechos de onde se pudesse depreender qualquer sombra de antipatia por judeus. Assim funciona a imprensa, quando acha um judas, malha até o final, pois isso rende cliques, rende audiência. Ainda mais quando é um concorrente direito que tem liberdade para fazer e falar o que quer, com quem a mídia não pode mais competir por estar engessada por seus patrocinadores. Temos aqui uma tempestade perfeita.
PewDiePie se pronunciou dizendo que não era sua intenção ofender ninguém e que entende que talvez a brincadeira tenha ido longe demais, mas repudiando a tentativa de boicote, de relacionar sua imagem com antissemitismo ou ódio. Youtubers do mundo todo, inclusive do Brasil, se uniram para propagar a verdade. Amigos e Youtubers judeus defenderam PewDiePie tentaram falar à imprensa para desmentir essa imagem errada e não tiveram voz. Puderam falar apenas através de seus canais no Youtube. Para a população média, tradicional, PewDiePie é e continuará sendo um antissemita, para quem transita no mundo do Youtube não.
Vejam vocês, que medo, se nem o maior influenciador do mundo escapa da patrulha do politicamente correto e de campanha difamatória, o que será de nós? Reflitam. Qualquer um de nós pode ser esmagado pelo rolo compressor da lacração, ter sua reputação jogada na lama e ter sua explicação, sua defesa, abafada pelos gritos histéricos dos difamadores. Que delícia viver assim, hein?
Mas, felizmente, as pessoas estão lutando de volta. Os lacradores estão encontrando resistência. Se fosse com você ou comigo, perderíamos nossos empregos e seríamos trucidados, mas mexeram com um peixe grande. E, para minha surpresa, os Youtubers do mundo unidos deram um banho na imprensa, na mídia, nos meios de comunicação. O numero de seguidores de PewDiePie até aumentou depois do incidente. Essa nova geração, que não se informa mais pela televisão nem pelo jornal, gritou mais alto e impediu que o Youtuber seja destruído e trucidado. Acha de mau gosto a piada que ele fez? Beleza, sagrado direito seu, mas critique-o por isso, pelo mau gosto, e não dizendo que ele propaga mensagens antissemitas.
Fica o alerta de como o rolo compressor da difamação pode passar por cima de qualquer um, mas também fica o alerta de que pessoas estão começando a reagir, e talvez, esse seja realmente o caminho. Como você que se posicionar? Quer ser espectador ou protagonista desta nova realidade que está se desenhando? Eu quero participar e já fiz a minha parte, já me inscrevi no canal de PewDiePie, mesmo que nunca assista um vídeo, eu quero que o mundo escute o recado: cada vez que escrotizarem uma pessoa injustamente, ela não vai sair prejudicada, ela vai receber apoio em massa:
https://www.youtube.com/user/PewDiePie
Para tirar uma foto de turbante assistindo a um vídeo de PewDiePie, para posar de elitista e dizer que não assiste Youtubers ou ainda para compreender um pouco mais por quais motivos o Desfavor não migra para o Youtube: deixe seu comentário.
SOMIR
Eu nunca fui muito de acompanhar “youtubers”, acho o conteúdo da maioria deles preguiçoso, e não preguiçoso pelo trabalho que deve dar fazer o que fazem, mas pela óbvia “simulação de amizade” que a maioria usa como base de seu material. Gosto daqueles que pesquisam e se esforçam para fazer as coisas caprichadas e trazer conhecimento diferenciado. Por isso, acompanho os mais famosos bem esporadicamente, mais por obrigação profissional de estar antenado no que faz sucesso do que por diversão.
E eu comecei a ver alguns vídeos do PewDiePie justamente por isso: com mais de 50 milhões de inscritos, ele é o rei do Youtube. Começou berrando com jogos, fazendo o lance da simulação de amizade com uma habilidade ímpar. PewDiePie é o exemplo de sucesso mais claro da era das personalidades de internet. E qual não foi minha surpresa quando depois de muito tempo, eu resolvo ver um vídeo dele, justamente o da polêmica. E eu confesso que me surpreendeu positivamente.
A ideia de entrar no Fiverr e começar a pedir coisas absurdas para as pessoas é o tipo de coisa que eu olho e fico com inveja de não ter pensado antes. Pra quem vê o vídeo ao invés de se ofender por esporte, fica muito clara a piada que ele faz. Ele manda um zé ruela que grava vídeos como se fosse Jesus dizer que “Hitler não fez nada errado”, depois coloca dois indianos cretinos para mostrar um papel escrito “morte a todos os judeus”, e pedirem para as pessoas acessarem o canal de outro youtuber que ele queria sacanear. Junto com isso, ele faz vários pedidos cretinos como fazer um gráfico de matemática no formato de um pinto… era humor palhaçada mesmo.
E qualquer pessoa com mais de dois neurônios funcionais entenderia isso do vídeo. PewDiePie faz uma cara de horror honesta quando os malucos do Fiverr realmente fazem o que ele pediu. Obviamente a piada era mostrar como o povo de lá era sem noção e faria qualquer coisa pelo dinheiro. E eu vou até mais longe: era para mostrar também como no fundo ninguém liga de verdade para essa histeria de politicamente correto. Mas foi só ele publicar o vídeo que começou o chororô. Gente que só viu a placa dos indianos achou que ele estava realmente pregando isso e começou um grande drama ao redor do assunto. Acabei vendo todos os vídeos dele explicando o acontecido e reclamando da mídia.
E com muita razão. No mais recente sobre a polêmica, ele mostra como pegaram um vídeo dele tirando sarro de como a mídia distorce o conteúdo dos vídeos dele para conseguir cliques, fazendo uma piada de colocar um uniforme de soldado e vendo vídeos do Hitler como o EXEMPLO de como o pessoal da imprensa tenta pintar ele, e adivinha só? A matéria que sai sobre isso usa os prints do momento que ele faz essa piada como se fosse o conteúdo real do vídeo. A matéria que serviu de base para a linkada aqui é do Wall Street Journal, que está sendo criticado sem parar pela sacanagem que fez, pelo menos por quem sabe o que aconteceu de verdade.
PewDiePie está sofrendo com a mídia tradicional já faz algum tempo, e tudo começou quando ele deu uma virada no seu conteúdo “inocente” de falar só sobre jogos e bobagens para cutucar um pouco assuntos mais sérios. Ele não é um jornalista, ele está mais para humorista: então, quando abordou coisas como a eleição americana, começou a tirar sarro de tudo e de todos. E professou, sem ninguém saber se era sério ou não, uma preferência pelo Trump. Presume-se que um sueco com um pouco de cérebro já esteja muito de saco cheio de imigração e veja pontos positivos no que Trump dizia.
Curiosamente, quando ele sai do grupo de celebridades que ficava babando ovo da Hillary, automaticamente começa a virar nazista pela mídia tradicional. Um youtuber com 53 milhões de seguidores é mais poderoso que a maioria dos jornais do mundo hoje, e isso deve deixar todos desesperados. O público de Felix (seu nome real) é jovem e está claramente cada vez mais de saco cheio dessas acusações de nazismo voando em direção a todos que não partilham da histeria politicamente correta dos dias atuais.
E para tentar conter esse avanço do conservadorismo entre os jovens (spoiler, não vão conter), estão tentando desesperadamente quebrar qualquer expoente carismático desse movimento. PewDiePie não fica falando de política no seu canal, mas tem um poder enorme de ridicularizar o chororô e a vitimização para uma plateia enorme. Posso garantir para vocês que mais pessoas ficaram sabendo das matérias pelos vídeos dele do que pelos sites originais. E isso faz muita gente se cagar de medo. O pêndulo está virando.
Engraçado como a “lei de Goodwin” só fica mais poderosa com o passar do tempo: essa é uma definição feita no princípio da internet, quando ainda se usava BBS, de que a tendência de toda a discussão na internet é chamar o outro lado de nazista. Quase trinta anos depois, isso só fica mais forte. Agora quem fala qualquer coisa fora do script vira literalmente nazista. A direita alternativa é nazista, um gay judeu que defende liberdade de expressão é nazista, um rapaz que fez carreira berrando com jogos de videogame e fazendo piadas bestas na internet… nazista!
Depois não sabem porque a mídia tradicional está perdendo a relevância…
Para dizer que não esperava que eu visse os vídeos dele, para indicar bons canais de Youtube, ou mesmo para mandar o WSJ tomar no cu: somir@desfavor.com
Um exemplo do que acontece quando não usamos a informacao direto da fonte. O famoso telefone sem fio. É a sociedade do rótulo, uma necessidade patologica de sair rotulando tudo. Chega ate o nivel da incoerência: Como o cara vai ser antissmita e ao mesmo tempo gostar de um judeu? O mal entendido é um problema grave.
Perderam a piada, mas não perdem a pose. Que lamentável! Isto é uma piada!
Eu tinha ouvido muito vagamente alguma coisa sobre o PewDiePie e ele ter perdido contrato com a Disney por causa de alguma coisa que ele supostamente tinha dito ou feito. Como nunca fui fã do cara, não me importei em buscar mais informações, mas agora que o negócio ta sendo discutido até por vocês, fiquei curioso e cliquei nesse post. Agora, apesar de ainda não ser fã do cara, pelo menos simpatizo com o lado dele.
Se inscreve no canal dele, mesmo que não assista os vídeos, para dar apoio.
(Era meio que como o Everton : eu só sabia que o PewDiePie era e é – muitíssimo – o principal youtuber do mundo; e, a mais, que achavam questionável ele ter reclamado do tal novo algoritmo…)
Me inscrevi após teu texto, Sally ! :)
Por muito menos só pão com mortadela os BR vão a manifestação pró PT, respondem pesquisa e até votam. Imagina por 5 dólares… O ser humano é burro é nojento. As vezes vc vai criticar uma merda não entendem e vc que se fode.
As mídias que criticaram entendem sim, entendem muito bem. Foi boicote mesmo.