
Amigo oculto.
| Sally | Flertando com o desastre | 52 comentários em Amigo oculto.
Chegou a época mais bipolar do ano: todo mundo tá super feliz mas os índices de suicídio aumentam absurdamente. Todo mundo fala de amor e perdão mas se endivida fazendo compras em vez de cultivar o lado espiritual. Todo mundo faz promessas de ano novo que provavelmente não vão sobreviver ao carnaval. É natal, porque no Brasil, é natal durante todo o mês de dezembro.
Além da abjeta obrigação de estar feliz nível Teletubbie com Fluoxetina, vem também a hedionda obrigação de perdoar cada filho da puta que te prejudicou, se não, você será a má pessoa. É essa (i)lógica católica: pode fazer a bosta que for, se houver arrependimento e pedido de desculpas, tudo vai ser zerado. E uma das muitas formas hediondas nas quais isso se materializa é o Amigo Oculto de final de ano.
Isso mesmo. Essa introdução carinhosa é só para falar de um dentre os muitos desfavores desta época de falsidade e felicidade da boca para fora: hora do desagradável amigo oculto. Sim, 99,9999% das pessoas acha amigo oculto uma merda, se dependesse da maior parte das pessoas, não se faria amigo oculto, mas sempre tem um pau no cu com alguma hierarquia que sugere fazer a bosta do amigo oculto. “Sugere”, por assim dizer. Justamente por essa hierarquia, todo mundo trata bem esse Pau no Cu levando à falsa sensação de que todo mundo é seu amigo. Como as pessoas são queridas quando são chefes, né? Gente que normalmente neguinho cuspiria na cara ou não daria nem bom dia ganha sorrisinhos diários. Sinto náuseas, mas são esses falsos que se dão bem na vida.
Então, essa pessoa pau no cu, para a qual todos sorriem, acredita que o ambiente é bacana, que todo mundo é legal, que tem clima para essa desgraça de amigo oculto. Pode ser seu chefe, pode ser uma matriarca da família, pode ser um professor, não importa. Sempre tem um iludido a respeito da natureza humana, que não consegue ou prefere não ver o que é dito a seu respeito na sua ausência. O ser humano, esse negador por natureza, que prefere acreditar no que lhe é mais favorável. Utilizo uma cena real para ilustrar: pessoa que, tamanha putez, cuspiu no recipiente de bebida da chefe mas na sua presença achou muito legal a ideia de um amigo oculto e foi o primeiro a aderir. Desculpa, não suporto ser cúmplice disso. Me dá náuseas, de verdade.
Fica bem fácil para o Pau no Cu jogar essa ideia no ar: além de todo mundo sorrir para a pessoa (na frente, é claro), o Pau no Cu também é muito bem remunerado, não lhe dói gastar com um presente para alguém que não gosta e/ou mal conhece. Além disso, pega bem, dá um ar de empresa/família/grupo unido, amigão, harmônico. “Olha como eu conduzo esse grupo com sucesso, todos se gostam, todos confraternizam”. Um spoiler para você que é chefe: funcionário quer ficar com a família, quer ir para a noitada, quer fazer tudo, menos passar mais tempo da sua vida com as pessoas com as quais trabalham e passam no mínimo oito horas por dia, cinco dias por semana. Na boa, deixem seus funcionários em paz, se o clima não é de mais profunda e verdadeira amizade, é agressão impor um Amigo Oculto.
Não se trata apenas de tempo e dinheiro, é saco também. Vai ter que comprar um presente para alguém com quem você dificilmente tenha intimidade. Vai ter que pensar em um presente, vai ter que deixar de fazer algo pessoal para ir comprar presente para a pessoa. Nem dá para comprar coisa em promoção, pois geralmente não se permite a troca e dar um presente que não pode trocar é, no mínimo, mal educado. Não dá para comprar nada muito barato pois todos vão te julgar e vai depor contra você. Fora, é claro, o risco de ofender, pois hoje todo mundo se ofende com pouca coisa, muito cuidado ao presentear minorias.
Você pode ter uma certeza cósmica: seu presente vai ser uma merda. Às vezes, mesmo com lista de presentes seu presente consegue ser uma merda. A pessoa provavelmente vai comprar em cima da hora e nem sempre vai encontrar com facilidade o que está na sua lista. Se não encontrar, foda-se, vai o que ela achar melhor. O princípio geral que norteia o Amigo Oculto é a cara do Brasil: querer parecer mais pelo menor esforço possível. Tentarão comprar um presente que pareça mais caro do que foi, tentarão gastar o mínimo possível aparentando o máximo possível. Isso incluí falsificações, produtos em promoção que não poderão ser trocados e até passar adiante um presente que a pessoa recebeu e não gostou.
Você sabe que vai ser uma merda, mas tem que ir e tem que sorrir. Tem que parecer uma pessoa feliz e participativa, caso contrário “não tem o espírito da empresa” ou “é a ovelha negra da família” ou ainda “vive de mal com a vida”. O Pau no Cu que organiza e detém algum tipo de poder sobre os outros se esquece de quantas vezes fez coisas piores com todos os presentes, como chilicar, brigar, gritar, abusar da boa vontade ou ser injusto. Não. Apagou. Porque a vida é assim, quem bate esquece, que apanha não esquece nunca.
Esse mesmo Pau no Cu que por tantas vezes foi escroto com os presentes, cai matando em cima de você se não estiver sorrindo no evento. Cobra felicidade e animação de todos com uma faca imaginária apontada para seus pescoços: se você não se empolgar com o maravilhoso Amigo Oculto, você será rotulado de forma negativa. Tem que ir e tem que gostar, ou melhor, fingir. Foda-se que todo mundo ali fala mal de todo mundo, você tem que fingir tá tudo bem, que tá tudo lindo, que tá tudo certo. Se não topar entrar nesse trem de hipocrisia coletiva, você passa a ser um perigo, logo, um alvo. Pessoas que não topam o pacto social vigente sempre foram hostilizadas, desde os primórdios da humanidade.
E, para fechar com chave de merda, como quase tudo no Brasil, Amigo Oculto também tem corrupção. Pessoas trocam escondido de amigo oculto, contam umas para as outras e até fraudam sorteios. É um tal de papelzinho marcado e até mesmo recursos mais modernos, como um site em que, pagando, te ajuda a escolher quem você quer que seja seu amigo oculto mesmo com sorteio automático online. Corrupção e fofoca. O que seria em tese para unir o grupo (em um mundo retardado onde pessoas sem estrutura precisam se refugiar e se enganar) acaba é causando mais fofoca e discórdia: comentários sobre cada presente, sobre a forma como cada pessoa presenteou, mágoas sobre como foi descrito para que todos adivinhem seu nome… tem de tudo em um grande caldeirão de animosidade.
O constrangimento… é impressionante como o Pau no Cu que impõe o Amigo Oculto não se dá conta do constrangimento no ar. Pessoas loucas para que aquilo acabe, dando seu melhor na encenação de que estão se divertindo para, no segundo em que o Pau no Cu vira as costas, falar mal do evento, de quem organizou e de metade dos que participam. Fica a dica: um bom gestor é o que deixa os funcionários livres para participarem apenas do que não lhes é uma violência. Uma boa mãe idem com filhos e familiares no geral. Essa pressão carente de se ofender (ainda que silenciosamente) com quem não aceita seu maravilhoso evento é filhadaputagem da mais pura e egoísta. Ninguém sai ganhando com um evento forçado onde não havia clima para fazê-lo, parece aqueles casais com um casamento em ruínas que decide ter filho para “salvar” o casamento.
Obviamente, tudo isso se passa nas costas do Pau no Cu que organizou. Na frente do organizador, é só sorrisos. Acho feio, muito feio, mas infelizmente o Pau no Cu que impõe essa marretada no saco que é o Amigo Oculto vive em negação. Dói perceber que seus funcionários, amigos ou familiares te acham um pé no saco. Poucas pessoas tem estrutura para perceber isso e, graças a essa negação, morrerão Pau no Cu, pois ao não abrirem espaço para críticas, jamais saberão onde tem que melhorar. O curioso é que esses Pau no Cu sempre acham que dão super espaço para críticas e que são super queridos. Só que não. Ouvem mas não escutam. Descarta tudo que não concordam, a prova é que te obrigam a essa excrescência de Amigo Oculto. Liberdade para falar não é sinônimo de abertura para ouvir.
Lá vai você, que não tem mais forças para se indispor no trabalho, no relacionamento, na família ou sei lá em qual ambiente exista um Pau no Cu Fluoxetina que acha que sua ideia de felicidade, lazer e aproveitar a vida tem que ser válida para todos. Lá vai você participar dessa perda de tempo que não te acrescenta nada mas faz o Pau no Cu e seu grupo passarem uma (falsa) imagem de felicidade e união para os outros. Lá vai você se violentar e participar de um teatrinho infantil onde em um segundo todos se abraçam e em outro, falam mal uns dos outros. Lá vai você refém dessa mentira, tendo que ouvir pessoas esculachando quem não faz trinta segundos abraçavam. Numa boa, isso não se faz. É ruim demais ser obrigado a ser cúmplice de tanta baixaria.
Eu equiparo o Amigo Oculto a um sequestro. Um sequestro intelectual. Você fica obrigado a participar de algo que, se tiver um pingo de caráter, acha nojento. Não, não somos pessoas amargas nem de mal com a vida, somos pessoas que não gostam dessa falsidade galopante, pessoas que sentem náuseas em fingir e ver fingir descaradamente gostar de pessoas nas quais meteram o pau o ano inteiro. Eu entendo como uma violência contra minha pessoa me obrigar ou coagir a participar de uma coisa dessas. Sim. Obrigar e coagir, porque se não participar, há presunções negativas e, às vezes, até consequências negativas. E hoje venho aqui para desabafar: não participar de Amigo Oculto não me faz pior, me faz melhor que a média, pois eu não pactuo com essa falsidade nojenta.
Infelizmente, sabemos que sinceridade quase nunca é bem vista. Faça dois perfis no Facebook, um dizendo apenas sinceridades e outro falsidades e observe o que a sociedade quer. Vivemos uma inversão de valores: quem tem estômago para ser extremamente falso e abraçar quem detonou o ano todo é bem visto e quem não quer participar desse esquema… bem, não tem o perfil da empresa. Boa sorte com esse perfil: falsidade, mentira e intriga, por isso ano sim, ano também, caem uma penca de gestores nas empresas, se certam DESSE tipo de funcionário. Quem tem valor é quem se sente mal, quem se constrange com um evento visivelmente artificial e cretino, onde todos estão sendo mais falsos que uma nota de três.
Tenho muita dificuldade em entender esse conceito distorcido que o brasileiro chama de “perdão” (mas nem fodendo que é!). Essa coisa de duas pessoas se metendo o cacete de forma recíproca que depois apagam tudo e agem como se nada tivesse acontecido. Para cristão deve ser ótimo, é isso aí que manda a religião: faz a bosta que for que se disser que se arrependeu, o perdão é garantido, por premissa. Não compreendo. Se uma pessoa me provoca um mal, quebra o pau ou me agride de alguma forma, não há perdão que faça as coisas voltarem como eram antes. Não há nada possível além de uma relação cordial e distante.
Não é nada cristão, eu sei. Na verdade, isso se chama autoestima. E gente com autoestima fica puta da vida de ser obrigada a pactuar com mentiras como essa reunião babaca entre pessoas que fingem se gostar. E gente com autoestima irrita gente sem autoestima, pois lado a lado, ressalta sua deficiência. A solução é detonar quem tem autoestima, revestindo a pessoa em um manto de arrogância, baixo astral, rancor e qualquer outra característica negativa, assim, a contrario senso, quando comparada com essa pessoa, não se verá uma baixa autoestima e sim o inverso positivo de todas as características negativas atribuídas.
Se você não suporta Amigo Oculto mas se sentia mal por isso, graças ao bullying social e presunção negativa que isso desperta, saiba hoje que você não está errado. Se incomodar com um ambiente de falsidade é sinal de caráter e não de inadequação. Se sentir violentado por um ambiente hipócrita é sinal de ética, não inadequação. Não querer socializar com pessoas que não te sejam queridas, de confiança e que você tenha afinidade não é ser antissocial, é não ter vocação para falsidade. Não deixe que te convençam que tem algo errado com você por não suportar essa grande convenção social babaca e hipócrita que por medo e acomodação ninguém ousa questionar.
Se você tem repulsa por Amigo Oculto onde os participantes falam mal um dos outros e não quer fazer parte disso, você não é escroto, você apenas tem caráter.
Para contar sobre o Amigo Oculto da sua empresa, para dizer que ao menos no Amigo Oculto da família dá para se embebedar ou ainda para aproveitar o ambiente seguro e desabafar: deixe seu comentário.
Não sou nenhum dos anônimos dos comentários anteriores, mas também me livrei de amigo secreto.
Faz parte da minha “lista de coisas que não faço mais”, aprendi muito com aquele post do Desfavor ;-3
Eu escapei me negando mesmo, e aguentando as reações.
Hoje até me antecipo avisando em público que não quero, e tem gente que ouve e toma coragem de se negar a participar também.
No começo é difícil e tem que “ter opinião” mesmo:
Na primeira vez que me neguei a tomar parte, avisei que não era para colocar meu nome, uma fulana pagou para ver, colocou meu nome e fez o sorteio em um horário em que eu não estava por perto. Quando eu apareci, me entregaram um papelzinho dizendo que “era o nome da pessoa que eu havia tirado”. Caramba, a fulana não precisava fazer isso, eu avisei bem antes, o chefe até estava junto na hora em que eu avisei e disse que entendia porque ele também não gostava.
Eu até repeti a negativa no dia decidido para o sorteio e tudo… Além disso tinha bastante gente participando, não precisavam de mim.
Enfim, me deram o papelzinho, e na hora já devolvi sem abrir, e falei que eles que se virassem e sorteassem de novo, sem meu nome.
Eu já me nego há alguns anos e aviso antes.
Percebo que no fim ninguém se importa muito, às vezes podem ficar com umas caras feias, mas depois de uns dias passa.
No meu caso, a falta de vontade de participar é maior do que o risco de ter de agüentar as conseqüências de dizer não.
quis dizer, na verdade: “A falta de vontade de participar” é maior do que o medo das conseguências de dizer não
Meu Deus, esse é o melhor texto EVER! Eu estava aqui super angustiada, porque vou ter que participar de um Amigo Oculto nesse fim de ano aqui na minha empresa, e as pessoas bem como a situação é exatamente igual a TUDO, absolutamente tudo que acabei de ler.
Eu ri muito da forma como o texto foi escrito, a linguagem que foi utilizada, e de como a verdade foi dita. Mas no fundo, fico triste de saber que é tudo verdade.
Obrigada por essa declaração maravilhosa, com certeza vou conseguir passar por esse obstáculo com maior destreza e humor ♥
Samantha, não se sinta mal por se sentir mal: quem não gosta de amigo oculto na verdade não gosta de hipocrisia – e eu acho mérito não gostar de hipocrisia.
Tenho “sorte” de trabalhar numa área em que a escala não permite que os funcionários façam amigo oculto (escala 12×36, ninguém nunca se encontra), mas a empresa sempre faz uma puta festa de confraternização no fim do ano em um dos hotéis da rede em São Conrado (crise pra quem?).
Ano passado eu estava com viagem marcada pra data da festa e consegui escapar, este ano estarei de plantão e escapei de novo, mas tive que ir nos 2 anos anteriores e só o que vi foi um bando de gente que se odeia fazendo vexame, enchendo a cara de álcool e espalhando os causos pro hotel inteiro no dia seguinte.
Nunca soube como me portar num ambiente assim, fico extremamente desconfortável porque sei que no dia seguinte serei julgada por qualquer reboladinha até o chão que eu der ou por simplesmente ter ficado na mesa apreciando a paisagem. Tem que confraternizar, tem que ser feliz, tem que abraçar o coleguinha que te escrotiza pro chefe! MEU CU!!!!
Apesar disso, trabalhar na madrugada me livra de todas as reuniões familiares porque sempre tenho o argumento de estar de plantão mesmo quando estou de folga (ninguém vai saber mesmo, foda-se).
Festa de final de ano de empresa é justamente isso que você descreveu: gente que se odeia bêbada dando vexame. Você é feliz de não ter que passar por isso!
Pior é que eu tenho que fazer cara de que estou desolada por não poder comparecer senão me queimo.
Um supervisor até se ofereceu pra segurar o plantão até meia noite pra eu dar uma passada na festa, mas fiz a simpática e falei que era melhor ele ir porque será a primeira dele.
Já que é pra ser falsa, que pelo menos seja ao meu favor, né?
Ah sim… se for mentir, seja profissional!
Não existe nada mais cafona, abjeto, inadequado, falso e vil. Chega Dezembro e você é coagido a compactuar com essa baranguice que não te pertence! E outras infinitas situações ridículas da época. Janeiro já penso em comprar uma passagem sozinha pra longe para idos de Dezembro de 2017. Não suporto, então me mando! Aff
Meu sonho: viajar para bem longe dia 1 de dezembro e voltar só depois do carnaval
Quando participo de um amigo oculto( ou sou obrigado a partipar), nao fico dando dica de quem é, ficar falando como a pessoa é , o q ela faz, etc. Falo o nome do meu amigo oculto direto ” meu amigo oculto é fulano de tal”, é mais rapido, simples e nao precisa pensar no que falar da pessoa
As pessoas não se chateiam com sua praticidade?
Acredito que nao, como sou uma pessoa quieta e nao converso muito, as pessoas ate acham engracado essa praticidade e ainda continuam me convidando para participar.
Não fazemos amigo secreto há muito tempo. Trocamos esse desperdício por fazer vaquinha para as funcionárias terceirizadas da faxina e da copa. Porém, os colegas que se detestam e os que se toleram ainda são obrigados a conviver em almoços e jantares de confraternização, imposto por superiores carentes…
Se eu fosse dona de uma empresa ia dar um vale de cem reais para cada funcionário jantar com quem quisesse. Isso seria um bom termômetro para ver como anda a felicidade da pessoa com a empresa…
Mandei o foda-se pro amigo secreto da família há tempos. E quando as pessoas vão entender: não se tem amigos no trabalho.
Eu vivo repetindo isso: não se tem amigos no trabalho. Mas as pessoas são carentes…
Nunca vou me cansar de falar mal de amigo oculto. Por sorte este ano vai ser um brechó oculto e sem sorteio (menos mal).
Ao menos é assumido, já vi tanta gente passar adiante coisas que não usa em Amigo Oculto normal…
Uma amiga já deu um livro pra outro amigo nosso. O livro tinha uma dedicatória para ELA e ela colou uma carta em cima pra disfarçar, só que ele reparou.
Sério mesmo, pra que fazer um evento tão cagado?
Detesto essas festas.
Sally, tirando o foco do assunto, quando é que haverá um próximo Processa Eu?
Sugestão de nomes?
Que tal um (também retorno ?) do tema “(pseudo) música(s)”, como aquele tal “gênero” world music ?
(A seguir, há trecho sobre essa preferência do David Byrne…)
http://combaterock.blogosfera.uol.com.br/2014/07/07/chegando-aos-50-anos-mutantes-permanecem-superestimados/
Queria ver o nome do Jô Soares. Acho ele um ser prepotente. Não tenho outros nomes no momento. :(
Já teve do Jô Soares!
Meu grande problema é esse, a falta de nomes: quem merece hoje é tão merdinha que na verdade não merece
Sou sempre aquele que não participa desses “eventos” por motivo de: falta de paciência, e vergonha alheia. Esse ano encheram tanto o saco que me senti obrigado a participar. O tema? Havaianas… já estou me preparando psicologicamente para horas de tédio e o famoso momento da “descrição do amigo oculto”. Ah sim, é em família… e já estou sofrendo por antecipação.
Você bebe? Dizem que beber ajuda nessas horas. Eu infelizmente não bebo…
não bebo mas acho que, nessas horas, deveria!
Pois é, acho que devemos começar a beber em 2017…
(Também, infelizmente, continuo praticamente contra beber…)
Tenho sorte de de nunca ter passado por outro(s) “amigo oculto” depois da infância…Porém, apesar do (mais um) cancelamento de “dezembrino” no trabalho (que eu até queria voltar a participar), haverão os outros : aqueles confirmados, de família…
Fim de ano é um inferno! Esse ano minha estratégia é dizer que estou viajando… Como eu moro em uma cidade bem distante de onde a minha família mora as pessoas estão caindo…Difícil mesmo é escapar do amigo secreto da família, aí não tem jeito é encarar e chorar.
E bom mesmo são os grupos do whatsapp..tooodos estão organizando amigo secreto! Na dúvida estou viajando…haha
Já viajei muito nesse esquema… hahahaha
Já usei bastante essa estratégia de dizer o “tô viajando” também..
Faz apenas 8 meses que estou no meu atual emprego (a crise no setor automotivo cortou meu posto na empresa anterior, onde estava havia 4 anos). Será o primeiro natal que passo com esse pessoal. Meu setor de trabalho é isolado dos demais colegas (trabalho sozinho na minha sala e pouco interajo com as outras pessoas. Por assim dizer, o paraíso dos antissociais).
Agora imagina, a galera tá querendo armar a porra de um amigo secreto. Algumas pessoas são inimigas declaradas, e não se cruzam muito. Já anunciei que não quero participar, afinal não conheço ninguém direito, devido à pouquíssima interação, e não saberia descrever a pessoa sorteada. A não ser fisicamente, e aí vira um campo minado: o que dizer que não ofende alguém hoje em dia? E é exatamente isso que você falou, Sally: a confraternização/revelação do amigo secreto vira um banho de falsidade e hipocrisia, geralmente ignorado pelo maníaco que organizou essa porra. Os caras devem ter uma tara em ver desafetos se rasgando em elogios e se abraçando/presenteando, só pode
Tem vaga para mim nesse emprego dos sonhos? Meu sonho é trabalhar e não precisar lidar com gente!
(É o sonho de quase todos nós !)
Também pode ser uma vaga que me interesse, se houver mais outra…(risos)
Parabéns pela tuas partes de sorte, Guilherme (!), ainda mais nessa recessão !
Às vezes o movimento aumenta a ponto de se fazer necessário um assistente hehe…interação com gente, é realmente pouca mesmo – a ponto de ter acontecido um jantar em outubro e eu ficar sabendo apenas 2 dias depois…
O lado bom de trabalhar em empresa merreca e cheia de pobre é que às vezes amigo oculto não rola por falta de grana hahaha. Sabe como é pobre, ano passado não conseguiram decidir sobre datas nem valores ou sobre quem confirma presença. Quando resolviam caixa de bombom eu até curtia, mas outros anos estipulavam dar havaianas, quase fiz coleção hahaha Eu to rindo mas também sou pobre!
Pobre não é conta bancária, é estado de espírito.
Primeira vez que vejo empresa pobre onde as pessoas não são surtadas para fazer esse tipo de confraternização. Parabéns para sua empresa.
Eu sou um refém ao contrário. Não gosto da festa de fim de ano, mas as pessoas da minha equipe organizam. Fica muito chato se eu não prestigiar. É bem hipócrita mesmo, as pessoas cagam umas pras outras o ano todo, mas chega no fim tem que ter a porra da festa. Pelo menos este ano eu me enfurnei na churrasqueira e não precisei conversar com (quase) ninguém. Bom, também não tem amigo oculto.
Não ter amigo oculto já é um alívio!
Não tem coisa pior do que presentear alguém por obrigação. Não dá vontade de comprar o presente.
Já participei de amigo secreto e, ficou na cara que a pessoa que me sorteou só estava me dando um presente por obrigação mesmo, a gente mal se falava.
Odeio muito fim de ano, odeio fingir que estou feliz, odeio confraternização pq tudo é muito falso.
Você é uma pessoa melhor por isso. Pessoas que não se incomodam com falsidade, ou que se iludem achando que ela não existe são coitadas.
Amigo oCUlto e festeenhas de fim de ano são uma merda, eu odeio muito, não participo.
O que maia detesto é quando começa a falar” o meu amigo oculto é uma pessoa mimimi mimimi mimimi. Pra tentarem descobrir…aff.
Só se me dessem dinheiro eu ia curtir!
Meu presente eu compro!
Mas isso não te fecha portas?
Esse ano eu estou tentando organizar o amigo secreto (pasmem) e ninguém na produtora quer participar. Redações de jornal, redes de TV (mas só os bastidores, já que os atores e apresentadores precisam fazer média social) e agências de publicidade são oásis para nós antissociais, fica aí a dica para quem quer arranjar um novo emprego sem necessariamente ter que ser sociável.
P.S.: Eu às vezes tenho lapsos sociáveis, uma dupla personalidade que quer ser o amigão da galera, o legalzão do networking, o cara com 1 milhão de amigos no facebook. Aí meu lado negro ressurge e mando todo mundo pro pqp, me enfurno na ilha de edição e desisto de tentar agradar gregos e troianos….
Que bom que as pessoas tem a liberdade de dizer “não gosto, não quero”. Muita inveja.
Imagino se a possibilidade de fraudar o sorteio digital do amigo secreto não faça com que alguns chefes Pau no Cu organizem sorteios deliberadamente controversos, só para verem desafetos sendo obrigados a se abraçarem e trocarem presentes.
Por sorte não sou mais obrigado a lidar com amigo secreto, nem no trabalho, nem na família, mas lembro que quando ainda participava era bem como a Sally disse. Da última vez que participei cada um podia colocar numa lista o tipo de presente que gostaria de receber. Coloquei um livro de ficção ou terror. A pessoa que me sorteou sabia que eu não tinha religião nem acreditava em vida após a morte, e resolveu me dar o livro A Cabana, sensação da época, pra “me iluminar”. Daí eu, que já estava com uns chopes na veia, quis fazer um comentário “espirituoso” e pisei no tomate.
“Puxa, obrigado! Você lembrou que eu tinha sugerido um livro de ficção.”
O que você fez para não ter mais que participar de Amigo Oculto?
Eu não gosto de amigo oculto , mas se não tiver como escapar sempre peço meu o valor do presente em raspadinhas. (Sei que é vergonhoso, mas eu adoro ) . Mesmo assim tem elementos que me dão sabonetes, hidratantes ou chocolates. Esse ano eu escapei das falsidades do trabalho e da família. Férias !
Como você conseguiu escapar?