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PopFashionBlackHole – Parte 2

PopFashionBlackHole – Parte 2

| Somir | | 1 comentário em PopFashionBlackHole – Parte 2

Em minha defesa, a Sally também já usou essa coluna uma ou duas vezes… vejam a seguir textos totalmente excelentes do meu… primeiro não porque tive mais uns 10 antes, o único cujo eu ainda tenho material disponível, o PopFashionBlackHole. Sim, tem que escrever o nome assim. Parte 2!

Razzor, o herói do futuro.

No ano de 2554, a estação espacial Wingellion XIII, situada no sistema solar D43H, é a maior e mais populosa colônia terrestre no espaço. Com a superpopulação, o crime começou a proliferar de forma incontrolável, por isso, a polícia espacial designou uma força tarefa para eliminar a ameaça de uma vez por todas. Liderando essa equipe, Razzor, o policial espacial mais condecorado de todos os tempos. Em poucos meses, os criminosos foram completamente erradicados das instalações da estação. Por seus serviços prestados, Razzor foi convidado para ser o chefe de polícia vitalício do local, e agora, contarei suas histórias:

Razzor, o herói do futuro.
Episódio de hoje: A ameaça dos clones.

O vapor d’água confunde a visão nos escuros corredores da instalação 9, a escória da escória se refugia nesse depósito desativado, confiantes de estar fora do alcance da justiça. Razzor, acompanhado de apenas dois soldados rasos, vasculha a região em busca de um mendigo, que segundo a pista que seguia, seria o responsável por vigiar a entrada de um galpão secreto usado pela máfia local.

“Vocês são todos iguais, em busca de alguns trocados, se vendem para a máfia, não percebendo que estão piorando a situação da estação como um todo.” – Razzor, ao se deparar com seu objetivo, tenta enfraquecer as defesas psicológicas do suposto vigia.

“A entrada é ali.” – O maltrapilho responde sem sequer levantar os olhos.

“Deve ser uma armadilha… Ele não entregaria assim tão fácil.” – Razzor começa a se preparar para enfrentar o pior.

“Vamos fazer assim, você vai chamar reforços, e você fica aqui vigiando, vou entrar escondido e tentar descobrir o plano deles.” – Razzor explicava o plano para seus subordinados.

Razzor, que conhecia muito bem o local, acha um duto de ar que o levaria direto ao galpão que procurava. Sem fazer sequer um som, ele chega ao seu destino, observando pelas frestas de uma grade, Razzor observa dezenas de homens trabalhando com tubos de clonagem, naquele momento ele percebeu o que estava acontecendo. Os bandidos pretendiam utilizar os clones para derrubar o sistema policial de Razzor. Ele resolveu voltar e entrar com os reforços. Infelizmente, a grade em que se apoiava caiu, se chocando contra o chão e fazendo um som comprometedor.

“Ei, lá em cima.” – Um dos seguranças internos chama a atenção dos outros para o local de onde o som teria se originado.

“É o Razzor!!!” – Todos as pessoas dentro do galpão olham para a face de Razzor, que agora estava completamente exposto.

“Malditos, agora eu estou em grandes apuros, talvez se eu lançar uma granada sônica e pular em cima de um daqueles tubos, eu tenha uma vantagem e consiga abater um dos seguranças. Tomara que os reforços estejam aí em frente me esperando.” – O plano de Razzor era ousado, mas era a última chance de escapar da situação.

“Nós nos rendemos.” – O grito, em coro, vindo dos funcionários e seguranças, supreendeu Razzor. Ele voltou para e entrada principal e prendeu todos. Logo após as prisões, o reforço chegou.

Razzor está cada vez mais entediado com sua função.


Adhemar e a covardia intermitente.

“Pois bem. Eu deveria ter uma resposta mecânica. Algo que me livraria das pressões tenebrosas da sociedade consumista. Acontece que eu sou muito mais que isso. Você é um produto intrínseco da insegurança social, pontuada fortemente por ilusões doentias de perfeição superior incutidas por seres patéticos que não podem, de forma alguma, apreciar o resultado de sua tirania. A minha opinião nesse aspecto é tão inútil quanto necessária, seria eu capaz, de em um gesto de sinceridade ser capaz de reverter tamanha podridão psicossocial? Não, creio que não.”

Adhemar, eu tô gorda ou não ? RESPONDE!!!


Adhemar e o absoluto inconcebível.

“Posso responder a sua pergunta de duas formas distintas:

Revelando meus mais secretos pensamentos sobre aspectos complexos de minha psique, meus desejos e minhas inseguranças. Mostrando, de uma vez por todas, toda a dificuldade que tenho de conviver numa sociedade castradora e fútil, sendo incapaz de dar vazão aos meus inconcebíveis pontos de vista, do meu desgosto pela ilusão de felicidade instantânea provocada por mentiras valiosas demais.

Ou, expondo minha máscara social, sorrindo e acenando para pessoas que de forma alguma me interessam. Abafando os gritos mais primais do meu ser, para, de uma forma absolutamente pretensiosa, manter minhas escassas chances de interação com um mundo sujo e deprimente.”

Porra, Adhemar! Eu só perguntei se estava tudo bem…


Adhemar e a retórica inigualável.

“Veja bem, minha cara, por algum motivo inconcebível em minhas faculdades elucubrativas, delibera sobre a culpa de minha pessoa baseado apenas em suposições insustentáveis em qualquer uma das faculdades psicológicas conhecidas, pela total e completa impossibilidade de responder às questões primordiais da nossa própria natureza. Pois bem, te digo que o simples ato de tentar destrinchar tamanha impropriedade é condição primordial para a negação da alegação sobre criminalidade presumível. Minha resposta depende então de todas as respostas possíveis anteriormente, chegando ao absurdo de tentar trazer um pouco de luz à uma questão obrigatoriamente obscura.”

Adhemar, eu não entendi nada! A toalha em cima da cama é sua ou não?


O melhor filme pornô do mundo.

Título: Zumbis Lésbicas do Espaço. (Or.: Space Zombie Lesbians)
Sinopse: Estamos no ano de 2439, na estação espacial X-881, orbitando o a Lua Europa, de Júpiter. Capitaneando a tripulação está a Tenente Julie Marx, acompanhada de mais quatro cientistas numa missão altamente secreta. Todas as tripulantes são mulheres, e todas estão sedentas por sexo. A diversão corre solta até um acidente na câmara de contenção bioquímica, que prende todas, menos Julie, dentro de um ambiente de alto risco de contaminação. O que acontece a partir dali põe em risco a segurança da humanidade como um todo. Julie tem que fazer alguma coisa para reverter a situação, e vai usar as suas melhores armas.
Duração: 96 minutos


Sociabilidade.

Raul era uma rapaz adorado por todos. Realmente, vi poucas pessoas nessa vida que agradassem tanto quanto o rapaz. Vivia rodeado de amigos, nunca teve dificuldades em arranjar namoradas, costumava ser se não o melhor, um dos melhores em todas as atividades sociais que se prestava. Essa situação era mais do que comum para Raul, na verdade, ele já havia aceitado de coração sua habilidade no trato social. Era muitíssimo bem tratado, nunca se envolveu em uma briga.

Tudo isso começa a mudar numa manhã de segunda-feira. Já não bastasse o stress comum derivado desse dia, Raul percebeu que as pessoas começaram a tratá-lo de forma diferente. Claro, continuavam cordiais, mas ele sabia muito bem que isso era estranho. Quem se acostuma com “excepcional” não vê “bom” com os mesmos olhos de uma pessoa comum. Ele fica confuso, mas acredita que tenha sido apenas impressão dele, ou um lapso geral. De qualquer forma, ele continua suas atividades sociais comuns. Trabalha, vai para a faculdade, emenda um barzinho… Um dia comum.

No dia seguinte, Raul percebe que seus amigos estão ainda mais frios que no dia anterior. Não que isso seja excessivamente ruim, ele é capaz de se tornar mais produtivo não sendo o centro das atenções, como sempre. Volta direto para casa dessa vez. Quarta-feira. Raul não conseguiu dormir muito bem, imaginando o que poderia ter acontecido. Mas ele sabe que sua atitude positiva tinha sido o que o colocara tão bem aos olhos alheios, e por isso, ele sorri e segue para o trabalho. Chegando lá, ele encontra seus colegas conversando sobre como o happy-hour tinha sido divertido no dia anterior. Confuso, pois não havia participado, Raul pergunta o porquê de não ter sido convidado. Depois de ouvir uma desculpa claramente esfarrapada envolvendo a dificuldade de entrar em contato com ele, resolve relevar e voltar para sua mesa. Não diz uma palavra durante o dia.

Vai para a faculdade, e seus amigos de lá continuam o tratamento. Ele se sente isolado, pela primeira vez em sua vida. Volta pra casa e chora por algumas horas, sozinho. Na quinta-feira, Raul sai de casa com um sorriso estranho no rosto. Chega em seu emprego com uma hora de antecedência, tranca-se no banheiro. Lá, fica por algumas horas. Seu celular toca algumas vezes, e ele vê que o número é da secretária de seu chefe. Claro, para cobrar atrasos, querem falar com ele…

Saindo do mictório, se depara com um dia comum de trabalho. As pessoas começam a gritar, correr, os mais fracos são jogados ao chão e pisoteados. Alguns se ajoelham e começam a rezar. Vítimas fáceis. Raul começa a descarregar sua arma com uma fúria impressionante. Ele conta mais de dez corpos caídos no chão, e sabe que ainda tem mais três pentes de munição. Os seguranças se aproximam, mas são rechaçados pelos disparos constantes de sua arma. Ele sente o cheiro da pólvora impregnando suas narinas, dilatadas pela descarga de adrenalina, que agora faz seu coração pulsar como nunca. A sensação é incrível. Para coroar um momento tão especial, Raul aponta a pistola para a própria testa, e se prepara para completar seu plano. Mas é surpreendido por um grito em coro:

“SUURRRPRESAAAAA!!!”

Bexigas começam a voar pela sala, pessoas vestidas com chapéus de festa riem e dançam ao som de uma música que começara a tocar naquele momento. Raul fica estático. Todos que estavam caídos no chão levantam e batem palmas. A faixa desenrolada pelos amigos continha a inscrição: “Você foi promovido!” Um de seus melhores amigos toca o ombro de Raul e diz que as balas eram de festim. E que tudo isso estava armado faz tempo pelo seu chefe. Eles tiveram até o cuidado de avisar os amigos de faculdade dele sobre a armação. Um plano perfeito.

Raul pergunta como eles sabiam que ele teria exatamente essa reação. É prontamente respondido pelo seu chefe de departamento, que acabara de se aproximar:

“Simples, Raul, você é um psicopata. A psicóloga da empresa já tinha me avisado faz tempo.”

Ele não entende… pergunta por que ele estava sendo promovido ao invés de demitido. Novamente, recebe a resposta prontamente:

“Promovido? Você vai ser preso! É que eu não resisto à uma piada… Segurança, pode levar!”

Raul passou 16 anos na cadeia.
E foi o detento mais popular da cela.

Moral da história: “Tudo pode ser uma festa!”


Assunto: Relatório Mensal

Boa tarde, Sr. Almeida.

Venho por meio deste relatório informar que a filial está com ótimos resultados esse mês. Decidimos mudar o negócio da empresa, pois percebemos que havia uma excelente oportunidade de lucros na nossa região.

Eu sei que somos uma livraria evangélica, e que o nome “Paz Divina” pouco tem a ver com o mercado de pornografia bizarra. Mas é justamente esse nome que deixa os clientes mais à vontade para entrar nas dependências da loja sem serem julgados por pessoas preconceituosas. Sem contar que enviar pacotes com essa logomarca nos ajudou a aumentar as vendas pela internet em 80% esse mês.

Resolvemos fazer algumas alterações no uniforme dos funcionários, agora eles vestem roupas de látex, e com mais mobilidade, vêm fazendo os clientes muito mais satisfeitos.

Falando em funcionários, sua filha de 15 anos finalmente demonstrou interesse pelo trabalho, como o senhor nos pediu ao enviá-la aqui para aprender o valor do dinheiro. Mandamos ela para a Holanda anteontem, onde ela pode estrelar filmes adultos sem se preocupar com entraves legais. Se o senhor quiser, mandaremos uma cópia de “Meu cachorro safado 3”, onde ela deverá fazer uma ponta.

Com esse dinheiro extra oriundo dos lucros, vamos lançar uma grande campanha publicitária na cidade. Pensamos em vários outdoors com fotos de nossos produtos e a frase: “Paz Divina: Libere seus demônios”.

Espero que o senhor esteja fazendo uma boa viagem, e espero que quando volte, daqui a três meses, tenha tanto orgulho dessa empresa como nós.

Que você goze de muita fé.
Marcos “Fistfucking” da Silva.


Para dizer que está muito feliz pela Sally estar voltando: somir@desfavor.com


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