Skip to main content
Leitores banidos.

Leitores banidos.

| Sally | | 61 comentários em Leitores banidos.

Já faz tempo, né? Aposto que estavam com saudades. Hoje vamos falar de pessoas tão desimportantes que não merecem sequer individualização. Serão tratadas como gado, uma massa amorfa que insiste em repetir comportamentos doentios, comportamentos estes que durante quase uma década vem repetindo padrões humilhantes que atestam baixa autoestima, confusão mental e sérios problemas sociais. Processa Eu: Leitores expulsos do Desfavor.

Por ser uma semana temática do Dia dos Fracos, pensei em homenagear alguém sem muita autoestima, que dê vexame, que seja motivo de piada, para celebrar o evento. Mas, enquanto avaliava possíveis perfis, me dei conta que ninguém é mais patético do que ex-leitor banido do Desfavor.

Estamos indo para o oitavo anos de postagens diárias e, até hoje, não me lembro de nenhum banido que tenha saído com dignidade. As reações sempre oscilam em uma esquizofrenia de nos xingar, desvalorizar, esculhambar porém sempre acabam voltando, lendo e muitas vezes, pasmem, comentando. Se somos tão ruins, por qual motivo voltar aqui para continuar lendo?

O mais bacana é quando dizem quão merda somos e o quanto o Desfavor não vale a pena, o quanto puxamos o saco de pessoas escrotas e mesmo assim, voltam, voltam e voltam. Voltam para falar mal de quem falamos bem (cada um viver sua vida? Nem pensar) para apontar supostas contradições ou incoerências. Gezuiz de Alpargatas! Porque alguém que nos detesta e despreza o que elogiamos continua voltando? Vício? Solidão?

Mas continuam vindo. E algumas vezes deixam sucessivos comentários dizendo o quanto não se importam conosco. Vou dar uma diquinha: se você se dá ao trabalho de deixar um comentário, isso quer dizer que você se importa, ainda que suas palavras digam o contrário, ainda que o comentário seja para xingar. Voltar a um lugar de onde você foi expulso é pisotear sua autoestima, não importa a que título. Imagino eu que se a pessoa não for doente mental, um dia ela acaba percebendo isso sozinha. Deve bater uma puta ressaca moral pensando no vexame que protagonizou. Claro, existem também os que efetivamente tem problemas mentais. Nesse caso, eu tenho pena e apenas aceito, porque né, a vida se encarrega. Mas porra, quem nasceu normalzinho deveria ter um pouco mais de compostura, né não?

Então, para falar deste animal fascinante que é o ex-leitor expulso do Desfavor, gostaria de pegar emprestado o conceito das cinco fases do luto de Elisabeth Kubler-Ross e fazer uma adaptação para as cinco fases do luto pós-banimento do Desfavor. Sim, eu me acho assim tão importante, graças a centenas de palhaços que, durante oito anos, me deram essa moral achando que estavam se vingando. Não sei se eu sou boa ou má no que faço, mas certamente consigo enfiar o dedo em algum nervinho sensível e fazer a pessoa se importar para voltar, e voltar, e voltar…

A primeira fase é a NEGAÇÃO. A pessoa tenta postar, vê que a postagem não entra, aí começa a mandar e-mail dizendo o comentário não está sendo aceito, ou pior, avisando que tem um bug no blog. Quem lê Desfavor desde 2009 sabe que precisa fazer uma bosta bem grande para ser expulso e geralmente a gente adverte a pessoa duas ou três vezes antes, então, basta analisar o conceito à sua volta que o expulso descobre sozinho se foi banido ou não. De quebra, ainda temos uma Constituição e dezenas de textos explicitando claramente os comportamentos que não toleramos. E, mesmo assim, a pessoa não parece ter a consciência de que infringiu alguma regra. Fascinante.

Ainda assim, neguinho vem exigir (não é pedir, acreditem, é esse o termo: exigir) explicações dos motivos de sua expulsão. Resta revirar os olhos, e ignorar, porque se a pessoa não se deu conta de que dizendo “vou rasgar sua barriga ao meio com uma faca de cozinha e urinar nas suas tripas para você aprender a não defender o Danilo Gentili” ela cruzou uma linha, bem, ela está fora do alcance das mãos de qualquer um. Se a pessoa é tão desimportante que foi descartada com um clique, o que a faz pensar que vamos dar alguma explicação? Uma coisa é alguém, do nada, não conseguir mais postar (esses bugs acontecem). Outra é alguém ameaçar de morte e exigir explicações depois.

Quando finalmente cai a ficha do banimento, geralmente quando a pessoa tenta voltar com outros perfis e é rebanida, vem a segunda fase, a RAIVA. Somos uns filhos da puta, arrogantes, quem pensamos que somos (os donos do blog?) para banir alguém. Tem também o discurso de que somos hipócritas por pregar liberdade de expressão e censurar alguém. Censura, meus caros, é não permitir que uma pessoa fale. Não permitir que uma pessoa fale dentro da minha casa é um direito meu. Só entra na minha casa quem eu quero. Eu não persigo ex-leitor e entro com ação para que o Google apague tudo que essa pessoa escreveu na internet, isso é censura. Eu apenas corto o acesso a mim. EU, Sally, não quero mais ouvir essa pessoa. Não forcem a amizade, isso não é censura.

Ainda na fase da raiva, as pessoas vem nos dizer o quanto nosso blog é uma merda, depois de terem passado meia década dentro dele, comentando e elogiando. Gente, isso é meio esquizofrênico, ok? Não é legal, isso depõe contra você. Ou você é uma pessoa que leu e elogiou merda por anos a fio ou você é uma pessoa recalcada que está chamando de merda por ter sido expulso. Nenhum dos dois é bacana. Melhor não. Tá com raiva? Sai com os amigos e desabafa com eles, xinga bastante a gente para terceiros, assim preserva sua dignidade. Mas não, insistem em vir conversar com ninguém, apontar nossas supostas falhas, nossos supostos erros. Não há chance que um pensamento diferente seja respeitado, a pessoa bate ponto para apontar cada merda que ela entende como tal.

O mais engraçado na parte da raiva são as ameaças (não as de esquartejar, arrancar os olhos e coisas do tipo, essas não são engraçadas). As engraçadas são aquelas que vem revestidas na forma de praga: o blog vai acabar, eu vou morrer sozinha porque sou gorda ou, a minha favorita, que eu sou uma escrota que vai ficar sem leitores quando descobrirem que a pessoa foi expulsa. Sim, porque apesar de me acusarem de arrogância, os expulsos acham que por eles não estarem mais aqui, dez mil pessoas se mobilizarão e não virão mais ler o que a gente escreve. Na verdade, essas dez mil pessoas não vinham aqui pelos donos e autores dos textos, vinham pelos brilhantes comentários dos expulsos. É ou não é de fazer cair o cu da bunda?

Depois da raiva, quando a pessoa já soltou todos os cachorros que podia e já me xingou bastante, muitas vezes nos próprios comentários, passando o humilhante atestado de que voltou depois da expulsão, vem a terceira fase, a BARGANHA. A pessoa se desculpa, diz que estava de cabeça quente, dá aquela sensacional forçada de barra de “nós dois erramos”. É…. não. Só você errou. Isso aqui não é uma democracia. Não tem Judiciário. Os donos fazem as leis e as aplicam. Talvez à luz do direito ou da sociedade onde você vive, sua expulsão seja injusta e exista um erro meu, mas nas nossas regras, ela é justíssima, caso contrário não teria ocorrido.

Nem Somir nem eu somos dados a grandes rompantes de fúria quando se trata de internet. Temos essa saudável mania de não levar internet a sério. Dificilmente alguém nos desestabilize, (ainda mais após tantos anos lidando com todo tipo de bizarrice), a ponto de nos fazer expulsar uma pessoa no calor do momento. Vocês mesmos já devem ter presenciado diversos tumultos que começaram e, ao longo do caminho, eu fui calma e pedi para parar diversas vezes. Então, é negação pensar que foi expulso por um coisa impulso de momento. Até porque, sempre consultamos um ao outro antes de expulsar. Então, desculpa dizer, você não é tão importante, você não nos tira do sério a ponto de expulsarmos em um momento de passionalidade. Foi pensado mesmo.

Na fase de barganha a pessoa promete se comportar, pede chance, ou pede apenas que nós não a trucidemos. Ainda é um mistério para mim a razão pela qual as pessoas se acham tão importantes. Por qual motivo acham que eu vou deixar um texto sobre um tema interessante de lado para trucidar uma pessoa em específico, uma pessoa que eu não achei interessante o bastante nem sequer para comentar no meu blog? O máximo que fazemos é dar satisfação aos leitores quando a coisa se torna grande e pública, quando acusações são feitas. Mas fazer um texto detonando um ex-leitor apenas porque ele foi expulso no estilo “Fulano é isso, Fulano é aquilo”? Você nunca vai ver isso aqui no Desfavor.

Mas o pior tipo de barganha é a pessoa que continua comentando como se nada, apesar de ter seu comentário barrado por meses e meses. Ela é tão carente que se contenta em pensar que fala só com a gente, mesmo que não tenha o comentário aprovado. Talvez a pessoa não saiba que mesmo com um novo IP nós temos recursos para não ler o comentário e ela não está falando com a gente. Nossa lixeira tem mais comentários que todo o blog em oito anos. Preocupante.

Quando a Barganha não dá certo, vem a fase da DEPRESSÃO. A pessoa vai chorar as pitangas em rede social ou então no colo de algum leitor que tem que aturar a loucura alheia. A pessoa choraminga, se sente injustiçada, reclama, diz que somos uns escrotos. Aparentemente custa entender que não são os critérios da pessoa que norteiam MEU blog, são os MEUS critérios. Não, não. Se você não usa os critérios da pessoa, você é um escroto. E vamos reclamar disso em rede social, para o mundo saber o grau de demência: pessoa que perde tempo da sua vida criticando blog.

A pessoa fica triste, passa por um período que mais parece fim de relacionamento: se propõe a não ver mais nada, mas, vira e mexe, em momentos de fraqueza, dá uma espiada. Aí se sente pior. Muitas vezes não se aguenta e entrega que passou para ver. Pelo que me narraram, demoram meses até que a pessoa desapegue. Isso não acontece porque nosso blog é bom, isso acontece porque a sensação de não-pertinência faz as pessoas surtarem se não forem muito seguras. São meses digerindo a ideia de que um grupo lhe virou as costas. Deve ter algum componente evolutivo que explique esse mal estar, suponho que nos tempos das cavernas, se um grupo te virava as costas, você acabava morrendo.

E agora temos algo curioso acontecendo na quinta e última fases: a ACEITAÇÃO. Poucos aceitam, poucos se conformam e param de vir. Sinceramente, não sei onde foi que errei. Quer dizer, até sei, porque Somir joga isso todo santo dia na minha cara, mas reluto em acreditar: não é pelos textos, não é pelos temas, não é por mim. É pela atenção. Eu respondo a todo mundo. Onde mais se tem um lugar em que, se você falar, por mais desinteressante e burro que seja, tem uma resposta garantida?

Isso atrai carentes, malucos, problemáticos e principalmente pessoas com baixa autoestima que nos idealizam e entram em choque anafilático se um dia eu tirar delas o que talvez seja sua única fonte de atenção. Entram em um loop de deixar comentários sempre. Se transformássemos o Desfavor em um blog sem comentários os loucos parariam de ler.

Eu vou parar? Eu não vou parar. Não vou punir os bons por causa dos maus. Mas confesso que cresce cada vez mais a vontade de fechar o desfavor, dando acesso a poucas pessoas. É certo, isso vai acontecer e não vai demorar muito. Talvez vocês não saibam, mas hoje o que é publicado nos comentários corresponde a cerca de 20% do conteúdo existente. Os outros dos comentários 80% são direcionados à lixeira, por serem ex-expulsos tentando voltar nas mais diversas modalidades: sofrência, ameaças, dissimulação, etc.

Como agora compete ao Somir lidar com isso e ele já viu o tamanho do problema, frases como “vou te furar até fazer você gritar como um porco e depois vou escrever SALLY PUTA DO DANILO na parede com seu sangue” ou ainda “estou avisando, se não me aceitarem de volta eu vou me matar esta noite” o incentivaram a agilizar o processo.

Não sei que tipo de mal uma pessoa acha que faz brigando contra quem tem mais poder do que ela, contra quem tem um botão que a silencia. Talvez a pessoa pense que estamos lendo e ficando putíssimos, que isso está nos afetando. Mera projeção, caso ainda não tenham percebido. Podem ter uma certeza: se as coisas negativas que nos são ditas aqui nos afetassem, não teríamos sobrevivido nem ao primeiro ano, pois ninguém aguenta tanta carga negativa se de fato deixa isso entrar por oito anos.

Meus queridos, nós não somos assim tão importantes. Desapeguem da gente, vai ser saudável. Usar a gente como válvula de escape para vir jogar merda nos comentários quando fica ansioso ou frustrado na sua vida pessoal é bem vergonhoso. Se um dia o blog fechar de vez, vão fazer o que? Dependência não é legal, não é saudável.

A aquela minoria que abandonou a gente de vez, que não entra mais nem para olhar, que nos virou as costas totalmente sem dó nem piedade e esqueceu da nossa existência: que orgulho! Vocês são um em um milhão. Continuem assim! Ao resto: vocês são dementes. Voltar aqui depois de ser banido, mesmo que seja só para ler, sem nem comentar, faz de vocês uns idiotas.

Não se prestigia quem não te suporta, quem te acha digno de ser expulso, pois ao prestigiar, ao nos dar sua atenção, ao voltar aqui para ler, está dizendo, por vias transversas, que se merecemos essa moral então você é tão desprezível quanto nós de fato te achamos.

Para jogar lenha na fogueira, para ficar curioso sobre os 80% de comentários reprovados ou ainda para usar seu lado empreendedor e fundar uma seita religiosa contra a gente: sally@desfavor.com


Comments (61)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: