
Aeducados.
| Sally | Flertando com o desastre | 28 comentários em Aeducados.
Tomando um café com uma Impopular, ela levantou uma questão muito interessante, da qual eu me aproprio (com a sua autorização) para escrever o texto de hoje. Assim como existem as pessoas imorais (sabem bem o que é certo e errado e optam por fazer o errado) e amorais (não tem sequer noção do que é moralmente certo e errado), também existem os mal educados e os “aeducados”.
O mal educado é aquele que sabe que seu ato incomoda às pessoas que o cercam e caga e anda para isso. Geralmente, ele até sente algum prazer em incomodar: por se achar coberto de razão (quem se incomoda é fresco, é visto como inimigo, como antagonista e tem mais é que se foder) acentua sua conduta quando vê que alguém se incomoda. Provavelmente é um medíocre, e essa sensação precária de poder o deixa inebriado. Ou então o mero vislumbrar da sua inadequação mexe com suas inseguranças e ele parte para a defensiva reforçando sua conduta. Não importa. Importa que ele percebe que incomoda, ele sabe que causa um mal estar em terceiros quando perpetua sua falta de educação.
O Aeducado não. Ele é tão rudimentar, tão primitivo, veio de um lar tão mal educado que nem ao menos sabe categorizar o que é mal educado e o que não é, socialmente falando. Ele acha mal educado aquilo que o incomoda, como se seu umbigo fosse o centro do universo, e nem sequer cogita que a humanidade toda não seja exatamente como ele. É o tipo de pessoa sem um pingo de empatia, incapaz de se colocar no lugar dos outros, incapaz de parar dez segundos para observar os seres humanos que o cercam e depreender de uma série de indícios que ele está causando um incômodo.
Nessa valiosa conversa, percebi que muitos dos brasileiros médios não são mal educados, são AEDUCADOS. Eles nem ao menos percebem que estão incomodando. Uma pessoa que cresceu em uma casa onde não há qualquer respeito com o sono dos outros, que vivenciou desde a mais tenra infância ser acordado com música alta ou gritos pelos pais, que passou a infância com todo tipo de barulho desnecessário enquanto tentava estudar, quando estava doente, convalescente ou desempenhando atividades intelectuais, vai aprender que isso é normal. Corre um sério risco de achar que todas as pessoas do mundo se determinam assim, sem nunca questionar se existe outra forma de fazer as coisas.
Essa pessoa vai ouvir música no seu celular sem fone de ouvido dentro do transporte público e nem vai cogitar que pode estar incomodando a todos que estão à sua volta. Aquilo é normal, aquilo é a regra na vida da pessoa. Não acende nenhuma luz vermelha, pois sempre foi assim dentro da sua casa. E, justamente por achar normal, nem se preocupa em avaliar o entorno, ter o cuidado e a civilidade de dar uma checada nas pessoas que estão à sua volta para ver se existe algum sinal de incômodo. Quem acredita ser referência de bom senso e bom gosto nunca olha para o lado, afinal, basta o seu parâmetro para ter uma referência universal.
Talvez a pessoa nem esteja aparelhada para perceber o outro e seus sentimentos. Por nunca ter sido percebida dentro de casa, não exercitou a observação dos sentimentos alheios. Na verdade, talvez nem saiba que isso existe. Apenas vive. Come, dorme, trabalha, no piloto automático, com a profundidade de uma colher de chá. Aprendemos a observar quando somos observados. Se a mãe nunca lhe perguntou se estava triste, se o pai nunca percebeu que estava com problemas, se nunca ninguém olhou para a pessoa, essa pessoa talvez nem tenha a consciência de que o normal é viver sempre atento (como se fosse um aplicativo se segundo plano, que está sempre ali rodando) aos outros à sua volta.
Assim, enquanto muitas vezes eu bufava puta com a cara de pau de uma pessoa que fazia algo que eu considerava sem noção, é possível que essa pessoa nem tenha se dado conta da semnoçãozice do ato. Pior, é provável que ela nem tenha se dado conta da minha putez, ensimesmada no seu Universo Umbigo, ela nem cogita olhar à sua volta, e mesmo que olhe, não saberia ler o que vê.
Pessoas que não receberam nenhuma educação, apenas herdaram os comportamentos que viram nos membros mais próximos da família, tal qual um aprendizado símio. Acredito que ninguém aqui tenha pais perfeitos, mas ao menos alguns tivemos pais que, apesar de suas falhas, tentaram nos ensinar o que não era bonito de se fazer, ainda que com palavras fizessem uma coisa e com atos outras (quem nunca?). Quem não teve esse norte, cresceu sem a noção de educado ou não educado, sem compreender esse sagrado direito que temos de reprovar certas condutas por fazerem mal ao grupo. Sem entender que seus atos desdobram em terceiros.
Os Aeducados não compreendem o conceito de incômodo por algo que eles fazempois julgam que tudo que eles fazem é universal. No seu mundinho pequeno, todas as famílias são como a sua família e por isso nem cogitam observar as pessoas à sua volta. O Mal Educado, por sua vez, com frequência sabe sê-lo e não está nem aí, quer satisfazer seus desejos egoísticos, foda-se o mundo, se incomodar alguém, é um preço que ele paga por realizar seu desejo. Percebem a diferença?
E aqui vale um parêntesis sobre o assunto. É mal educado incomodar os outros PONTO. Se você está fazendo algo que incomoda alguém, por mais que seja permitido, por mais que você ache frescura, por mais que pareça mal educado, se aquilo de alguma forma é imposto à pessoa e ela não tem como não vivenciar seu ato, é mal educado prosseguir. Obviamente se a pessoa tiver a chance de se distanciar e não vivenciar seu ato (ou as consequências dele), não podemos falar em falta de educação, pois seria plenamente evitável. Mas se não for, é mal educado sim.
É o tipo de pessoa que coloca música nas alturas e quando a vizinha pede por favor para diminuir o volume pois seu bebê de seis meses está doente e tentando dormir, diz que “a lei do silêncio é só após as 22h”. Ou seja, causar um mal estar nas pessoas à sua volta não basta para não querer prosseguir com uma conduta, se a lei não proíbe, ele vai fazer. Que tipo de pessoa consegue perpetrar um ato com tranquilidade sabendo que está causando um incômodo a outra pessoa? Se a dor do outro não dói em você, se o incômodo do outro não dói em você, reveja sua humanidade. Talvez ela precise de um reforço.
Desta reflexão nasce um problema: como lidar com os Aeducados? Quando uma pessoa compreende a dicotomia entre educação e falta de educação fica mais simples antagonizar e fazer respeitar a obrigação de ser educado, mesmo que seja por constrangimento social.Por mais queos mal educados sejam escrotos e irritantes, eles compreendem o conceito e podem ser pressionados a se adequar a ele. Mas… como explicar um desdobramento de um conceito para quem nem o conceito entende? Como ensinar, na vida adulta, uma pessoa a se determinar por um conceito abstrato que nunca foi apresentado a ela? Talvez esse seja o grande entrave: tratamos Aeducados como Mal Educados, por isso não surte efeito algum.
Muitos anos atrás, a revista Playboy lançou uma promoção para aumentar suas vendas. Era uma edição que tinha a Carla Peres na capa. Sorteariam um leitor para fazer uma puta viagem com tudo pago para uma praia paradisíaca fora do Brasil. O vencedor, para meu espanto, recusou a viagem, disse que não queria ir, pois não saberia como se comportar. Na época, quase morri. Uma viagem dos sonhos, qual era o problema mental desse idiota? Hoje eu vejo.
Esse ser humano era um exemplo comum de um Aeducado na prática. Pessoas que se sentem constrangidas em ambientes ou meios que não são os seus. Se você tem uma noção geral do que é educado e do que é mal educado (ou seja, a percepção de causar incômodo no outro), você transita em qualquer meio. Pode até ficar mais contido em um ambiente novo, observando como repercute cada ato seu, mas sabe o básico do que fazer e do que não fazer.
O Aeducado não, ele copia, tal qual um bonobo: não faz o que vê ser recriminado, repete o que é bem visto, sem entender o conceito geral isso, é apenas seu modo de funcionar automático. Talvez ele nem tenha claro na sua cabeça que se determina assim, apenas faz. Faz sem pensar, faz sem perceber. Quando um Aeducado é tirado do seu meio, sente um pavor enorme: ele realmente não sabe como se portar e não tem discernimento para perceber o que incomoda o que não incomoda. Prefere nem ir, por melhor que seja a oportunidade.
Desde pequeno o Aeducado aprendeu por tentativa e erro. Quando gritavam ou o hostilizavam de alguma forma, ele, aos poucos parava de repetir a conduta. Se ninguém falava nada, a conduta era ok e estava liberada. Tendo o grupo como parâmetro, o meio se tornou uma fonte vital para determinar seu comportamento. Tanto é assim que não raro vemos Aeducados justificando sua falta de educação de forma indignada como um “Mas todos mundo faz!”. Pois é, eles não tiveram uma mãe para dizer “Não me interessa, você não é todo mundo!”.
Tire um Aeducado do seu meio, local onde ele aprendeu por tentativa e erro (e não por premissa) o que pode e o que não pode em matéria de conduta socialmente aceita, e ele paralisa. Ele não foi exercitado a observar o outro desde pequeno, detectar sinais de incômodo e adequar sua conduta a essessinais. Eu, se coabito com uma pessoa, que me é querida, que me é importante, vou me sentir muito mal em lhe causar um incômodo. Eu aprendi e exercitei um olhar constantemente avaliativo sobre quem está à minha volta por tantos anos, que hoje já o faço no automático. Não preciso pensar, uma luz acende quando a conduta do outro me passa sinais de incômodo.
O Aeducado não, ele nunca exercitou esse olhar para o outro e por isso, se tiver que fazê-lo, lhe toma toda sua cognição. Falta de prática é uma merda para atividades, até aquilo que é mais simples monopoliza o cérebro quando não temos prática. Se o Aeducado se obrigar a prestar atenção a sinais de incômodo do outro, periga nem conseguir conversar, de tanto que essa tarefa vai absorver. Claro, como o tempo e a prática, a coisa vai se tornar mais fácil e cada vez mais ele vai decifrar pessoas, mas esse primeiro período será muito difícil. Soa impossível ao Aeducado estar constantemente avaliando sinais de incômodo em todas as pessoas que o cercam. Algo que, de tão alienígena, nem se cogita.
Jogue um Aeducado em um meio que não é o seu (festa da empresa, viagens ou outros) e observe-o calado, estático, no máximo sorrindo para tudo sem opinar. Acredito inclusive que eles próprios sofram horrores com isso, pois se espera que decifrem algo que para eles é indecifrável por não terem recebido as ferramentas para isso quando eram pequenos. Mas, por mais pena que eu sinta, os Aeducados incomodam. Incomodam muito. Às vezes até mais do que os mal educados, que se excedem convictos mais ao menos sabem que existe um limite para aquilo. O Aeducado não tem menor noção de onde estão as placas de PARE.
Como se explica para um cego o que é uma cor? Como se explica para um surdo o que é uma música? Como se ensina um Aeducado a identificar o incômodo que causa em terceiros? A resposta, meus amigos, é muito triste. Se queremos que este povo seja menos mal educado, temos que fazer o papel de pais e educar os Aeducados, ensinando o básico do básico. Não tem paciência? Nem eu. Avalia aí o que você acha pior: educar um Aeducado ou aturar uma falta de educação sem limites.
Um pouco de observação permite detectar se você está diante de um Mal Educado ou de um Aeducado e isso é crucial na hora de lidar com a criatura. Os Mal Educados sabem que estão sendo escrotos, que estão transgredindo, por isso esperam uma porrada e, se ela tiver uma intensidade que intimide, recuam e se dão por vencidos. Os Aeducados não tem a menor ideia do que está ou acontecendo, se receberem uma porrada se sentirão super injustiçados e revidarão ou ficarão profundamente magoados. Então, vale uma avaliação cuidadosa antes de decidir como agir com aquela pessoa que te incomoda.
Isso foi um divisor de águas para mim, que já comecei a colocar em prática (com ótimos resultados). O que antes eu fazia de forma truncada, sem saber muito bem por quais motivos funcionava melhor, hoje eu faço de forma consciente e controlada. Pessoas que me incomodam são devidamente separadas e Mal Educados e Aeducados: os Mal Educados se resolvem no confronto, na intimidação, no medo. Os Aeducados na base da educação ou do adestramento. Recomendo a todos.
Para dizer que também quer tomar café comigo, para não comentar por ainda estar chocado com as frases do Ei Você ou ainda para debater mais sobre mal educados e aeducados nos comentários: sally@desfavor.com
Vamos ao aeroporto!
O Fernando falou que a maioria das pessoas sequer sabem ler direito. Isto parece ser verdade. Estava lendo um livro de uma escritora inglesa sobre a forma correta (na opinião dela) de ler e achei interessante. Por isso, comecei a aplicar e cara, vou lhe dizer. Abriu minha cabeça! De tão bom que achei gostaria de compartilhar aqui.
Sally, quantas paginas no maximo para o Desfavor Convidado?
Sem limite se páginas, liberdade total!
Quanto ao outro assunto, boa sorte tentando fazer com que Siago Tomir faça algo… Eu já não conto mais com ele
Liberdade total, que bacana!
Sera mesmo? Que pena!
ri alto aqui com esta frase”a solução é o aeroporto”,até porque,concordo muuito,mas não tenho a menor condição de correr prá lá!
É tudo questão de planejamento
Segundo sua descrição, acho que eu sou um aeducado. Eu sinto que eu tenho alguma noção de “semancol”, mas também acho que ninguém tem bola de cristal. Se é algo que eu não sinto ou percebo que estou incomodando, se ninguém vier e falar “poxa, cara, cê ta pisando na bola, para com isso, por favor”, eu vou continuar fazendo porque ninguém tá se manifestando. Acho que todo mundo gosta de honestidade, e no meu caso, eu aprecio ela mesmo quando dói: antes assim do que ficar com joguinho de querer que eu entenda as entrelinhas.
Se não é uma conduta exagerada/extravagante demais (como por exemplo música alta ou falar alto), nem sempre dá pra perceber se é incômodo ou se vai incomodar. De cara eu consigo imaginar dois cenários em que fica difícil perceber se incomoda: primeiramente, existem pessoas que por mais incomodadas ou prejudicadas eu elas estejam numa determinada situação, elas engolem tudo porque preferem evitar conflito. A segunda, é quando você lida com uma pessoa passiva-agressiva que na hora aceita tudo, mas depois vira a cara pra você e vc acaba ficando sem entender o que aconteceu.
Bola de cristal ninguém tem. Errar a mão todo mundo erra de vez em quando. A questão é: você é frequentemente advertido por estar agindo de forma inconveniente?
Não, mas já fui prejudicado no trabalho porque estava cometendo erros em relação à minha postura como empregado e ninguém me falou nada, o que me deixou queimado com um pessoal. Isso não teria me deixado tão puto se não fosse parte da política da empresa conversar com os empregados envolvidos no caso de problemas, antes de tomar qualquer atitude mais séria, como uma demissão, por exemplo.
E o que me deixa mais triste é pensar que isso só tende a piorar a cada dia, o que mais vemos são crianças cada dia mais sem respeito pelo próximo e pais cada vez mais condescendentes com isso. Nova geração de Aeducados a caminho e com força total! Que Gzuis Godzilla nos proteja!
A vida se encarrega. Nem sempre essas pessoas terão a sorte de cruzar com gente civilizada como você. Cedo ou tarde, encontram alguém que é tão ou mais mal ou aducado e pagamo preço.
Eu sei que o que vou escrever é quase semântica, mas a sua epifania tem um paralelo na história da pedagogia e ciências sociais. Por muito tempo acreditou-se que qualquer coisa que não fosse estritamente da civilização ocidental moderna não tinha cultura nem educação. Isso freou o avanço teórico e prático no entendimento de outras culturas e em um consenso civilizatório em séculos. O que é irônico é que pensadores brasileiros foram importantes nessa quebra de paradigma e são reconhecidos por isso mundo afora (o mais famoso é Paulo Freire). Infelizmente toda essa teoria bonita não foi colocada em prática aqui, e continuamos com um povo que não sabe nem ler direito, e com estratégias e políticas educacionais patéticas.
Outro pensamento que me surgiu enquanto eu lia é que talvez o movimento importante dessa história é que você empatizou com pessoas que não tem os mesmos valores que os seus. Isso é muito difícil de se fazer.
Quando você reconhece o ato como fruto de uma dificuldade ou limitação da pessoa, em vez de uma afronta ou egoísmo, fica mais difícil sentir raiva.
Eu acho que BM é uma parte aeducado e outra parte “esperto”, naquele sentido burro, das pessoas que sofrem golpes por quererem dar o golpe.
Quando alguém joga papel no chão, e eu recolho e digo “olha, você deixou cair”, pouquíssimas vezes a resposta é um “não, joguei mesmo”. Normalmente a pessoa pede desculpa, fica meio constrangida, pega o papel de volta e joga no lixo ou até leva pra casa mesmo. Tal qual um cachorro velho mijando no tapete, é mais preguiça do que falta de conhecimento. Isso somado a um sentimento de superioridade (porque BM tá sempre postando sobre enveja, olho gordo e coisas afins) e uma ponta dessa espertice burra, faz com que o BM até se autoprejudique para não ter que gastar energia.
Tem também o cara que acha, de verdade, que o problema é do governo/ meu/ seu/ de qualquer pessoa que não ele (obrigada movimentos sociais), como quando jogam sofás e entulho em uma esquina qualquer. Jogam por não conseguirem pensar em uma solução, nem no problema global. Burrice + desconhecimento mesmo. Sempre tem o componente burrice, porque a ignorância sozinha é suprida pela inteligência. Aquele velho “olhar quem está na mesma situação” ou seguir pela lógica (situações similares). A burrice impede essas conexões….
Lidar com essa gente deveria ser curso de faculdade.
Concordo com tudo. É uma mistura nefasta, com pitadas de esperteza, arrogância e vários complexos. BM adora posar de humildão mas nos atos, age com uma arrogância escrota.
“Os Aeducados não tem a menor ideia do que está ou acontecendo, se receberem uma porrada se sentirão super injustiçados e revidarão ou ficarão profundamente magoados.”
Será que isso não acontece também quando se mexe com as convicções, crenças e opiniões de pessoas assim?
Um bom exemplo é o pessoal tão indignado que comenta no teu post sobre gravidez.
Mas na minha postagem eu não dei porrada em ninguém, eu transcrevi trechos de livros de obstetrícia! Aquilo é biologia.
Eu sei, minha dúvida é se essas pessoas não agem de forma parecida nas duas situações, se alguém questiona ou contraria suas convicções, se sentem agredidas como se tivessem levado uma porrada.
Acho que se você ensinar de boa, com carinho, o Aeducado se propõe a escutar e refletir.
Infelizmente a maioria esmagadora dos brasileiros é exatamente desse modo. Desconfio que junto com a Aeducação sempre vem uma necessidade patológica de chamar atenção (fracassados insignificantes geralmente são assim).
É frustrante estar num ambiente público e de repente se deparar com um chimpanzé portando um aparelho de som mais caro que a própria vida dele, tocando o terror em quem está perto. O pior é a sensação de impotência que vem quando se chega à conclusão de que não adianta confrontar. A ralé se sente ofendida porque acha que perturbar os outros é um direito divino.
Por isso que é cada vez mais difícil encontrar pessoas civilizadas. Elas simplesmente fogem e se escondem porque sabem que o poder numérico está do lado dos imbecis.
Não foi necessário um holocausto nuclear para as baratas tomarem conta do planeta.
Eu ri alto. Estamos intimidados por essa maioria sem modos, é mesmo revoltante!
Interessante o assunto! Tentarei separar o joio do trigo.
Outro dia me encontrei em uma situação chata. Uma conhecida da minha mãe agiu como uma pessoa mal educada, mas agora refletindo um pouco mais, vejo que ela parece ser menos instruída e a tratei muito mal no dia.
Acho que terei que aprender a distinguir esse tipo de pessoa para não destratar pessoas que simplesmente não sabem que estão sendo ruins.
Tem gente que realmente não tem a menor noção de convivência nem de perceber o incômodo alheio
Agora consigo perceber o quanto já dei murro em ponta de faca, me estressava e os classificava como ignorantes, o mais interessante é que está além da classe social.
Vou ter que trabalhar isso em mim, me irritam profundamente.
Irritam sim. Muito. Mas se for inevitável conviver, reagem melhor a ensinamentos do que a pancadas
“Pessoas que não receberam nenhuma educação, apenas herdaram os comportamentos que viram nos membros mais próximos da família, tal qual um aprendizado símio. ”
Pior, absorvem os comportamentos que veem nas novelas como sendo o correto, por isso temos tanta baixaria, mesquinharia, falta de amor ao próximo e procriação como solução de todos os problemas (já repararam que as novelas começam e terminam com casamento + parto?).
Eu nasci num desses lares. Fazendo uma análise, acho que nossa vida começou a mudar para melhor depois que meu irmão mais velho se aproximou de um professor do colegial e conseguiu atingir um grau mínimo de verniz social, que depois repassou pros outros irmãos e conseguiu nos influenciar positivamente.
Impopulares fiquem atentos a oportunidades de influenciar positivamente outras pessoas, especialmente jovens em idade de formação de caráter, você pode ajudar a diminuir o número de BMs e aeducados.
Assino embaixo!
Não importa para onde se olhe, pessoas educadas são raras. Pessoas que se preocupam com o bem estar dos outros, em não ser inconvenientes, mesmo às custas de seu próprio bem estar. Hoje em dia, impera o individualismo e reina o foda-se o outro, se eu quero, se ME faz bem, eu vou fazer.
Infelizmente me falta essa veia doutrinadora, a disponibilidade de repreender o mal educado e tentar ensinar o aeducado. Em regra, a pessoa se ofende e quer discutir ou reforçar o comportamento inconveniente pra causar mais incômodo. Algumas pessoas adoram causar incômodo, por alguma razão distorcida, isso faz com que se sintam especiais.
Sério, não tenho forças. Eu evito, procuro sair de perto. Talvez seja a saída mais covarde, mas é a menos trabalhosa.
Eles são a maioria. Falta de educação é a regra. Eles venceram.
Sim, eles venceram, os anormais somos nós, pois eles são maioria. A solução é o aeroporto