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Me diga com quem jantas…

Me diga com quem jantas…

| Somir | | 82 comentários em Me diga com quem jantas…

O desfavor resolveu fazer algo inédito no Bolão 2016, e quem vencer vai ganhar um jantar com tudo pago na sua cidade ou com a Sally, ou com o Somir. Como fica a critério de vocês escolher com quem, ambos tentam vender o próprio peixe.

Tema de hoje: Jantar com Sally ou com Somir?

SOMIR

Eu devo confessar que não previ exatamente no que estava me metendo quando disse que conseguiria bater vocês no Bolão. Ainda mais com esse prêmio… é uma batalha morro acima transformar sete anos de autismo num bom argumento para ser escolhido por alguém. A primeira coisa que vocês tem que saber se vamos tratar isso na honestidade é que se o vencedor do Bolão for um de vocês e escolher um de nós, o que não foi escolhido que vai arcar com todos os custos.

Se vocês escolherem a Sally, quem paga tudo sou eu. E vice-versa. Então, pronto, está explicado porque eu vou tentar convencer vocês a me escolherem, correto? Por incrível que pareça, não. Sei que pode ganhar alguém de Manaus e eu morrer numa grana considerável, mas pensando bem, até pouco tempo atrás eu até acharia bacana ter que pagar justamente para me livrar de ter que viajar e conhecer uma pessoa nova. Sim, esse é o tipo de pessoa que eu era… (acredito que ainda sou, mas mais sobre isso depois), que preferia PAGAR para não conhecer uma pessoa nova.

E nesse estado mental, seria bem fácil montar um argumento arrogante, dizendo que vocês teriam sorte de me conhecer. Seria psicologia reversa, e daquelas bem transparentes. Mostro-me consistentemente escroto, todos escolhem a Sally e eu na verdade fico com a parte que menos me incomoda: gastar dinheiro. E ainda ia “tirar onda mental” sabendo que escapei de ter que lidar com outro ser humano sem ter a presunção de ter pré-rejeitado todo mundo.

E eu já estava com esse texto escrito. Um tratado de arrogância! Mas aí me veio a realização: se eu tenho que montar esse tanto de mentiras e até mesmo juntar dinheiro para evitar conhecer pessoas que de uma forma ou outra me acompanham a anos e muitas das quais eu já me afeiçoei (mesmo que mantendo uma grande distância), alguma coisa vai mal. Alguma coisa vai muito mal. Estou há sete anos do lado de muitos de vocês e só fiz evitar qualquer proximidade. Seja dando pouca ou nenhuma atenção, seja montando uma forma de pedestal intelectual de onde finjo que ninguém pode me alcançar…

Durante todos esses anos, funcionou. Mas… o que eu ganhei com isso? Qual a minha grande vitória em manter todo mundo afastado? Na verdade, eu só ganhei alguma coisa quando muitos de vocês teimaram contra esse comportamento destrutivo e tentaram conversar algo de volta comigo. Uma concordância ou discordância, um bom argumento, um elogio… várias das coisas que vocês fizeram nesses últimos anos já me fizeram muito bem. Um comentário bacana que salva um dia de merda, uma piada sutil que me faz me sentir menos sozinho e mais compreendido. Nem digo que é um momento de catarse e que minha vida foi uma mentira até agora, mas, não me parece mais benéfico esse resguardo todo. Nem sei porque eu achei que seria. O que pensar de quem depois de sete anos “convivendo” com um grupo de pessoas não conseguiria sequer UMA alma interessada em bater um papo que seja num jantar de graça? É… alguma coisa vai mal. Eu quero fazer diferente.

Mas, quem faz a fama deita na cama, já dizia o ditado. Tenho noção disso e não vai me ser doloroso não ser escolhido. Mas caso alguém tenha a curiosidade, estou me dispondo mesmo a ir. Complicado ter que usar a maioria do meu texto para tentar convencer as pessoas nem mesmo que vai ser legal me conhecer, mas que eu vou mesmo ou que não vou fazer de má vontade (muito pelo contrário). Espero que acreditem. Todo o resto do que eu vou dizer agora depende disso.

Eu vou ser uma boa companhia sim. Muito do que vocês imaginam sobre a minha pessoa vem de elementos construídos numa personalidade “de internet” focada em me manter afastado das pessoas. Até a Sally me ajuda a manter essa impressão, vocês vão ver no texto dela. E foi algo que eu sempre incentivei. Vocês realmente acham que a cara que eu passo aqui funcionaria na vida real? Minha diversão na internet – desde tempos remotos pré-desfavor – sempre foi criar personalidades e atuar em cima delas. Somir calha de ser a mais consistente, e a que vocês conhecem.

Não vou matar o Somir, ele é uma representação de uma parte minha, com certeza. Mas eu não sou só o Somir. De uma certa forma a Sally vocês já conhecem, quem já viu ao vivo sabe do que eu estou falando. Ela sempre foi aberta a conhecer pessoas daqui, e com certeza vai continuar assim. Eu? Eu sou uma oportunidade que só se abre agora. Mesmo que eu esteja começando a mudar de ideia sobre me manter tão afastado de vocês, ainda sim o Bolão é o prospecto mais realista de me conhecer. Eu, não só o Somir. Se algum de vocês ganhar e me encontrar, vai ter algo raríssimo. A prova final de cidadania impopular…

Com o Somir é praticamente impossível criar uma amizade, mas o pacote é mais completo que o Somir. Se você já acha o Somir interessante, só tem mais para conhecer além disso. E apelando um pouco, pensem na Sally… o que foi que ela (que vocês conhecem bem melhor) viu em mim? Muitos de vocês se perguntam, perguntam pra ela… mas, o que será isso que eu tenho que nos manteve próximos por tanto tempo? Psicopatia que não seria, pensem bem…

E, porra, eu sou um bom papo sim. A minha profissão me faz ser muito mais antenado em assuntos menos nerds do que vocês imaginam. O que eu mostro aqui é o que eu raramente consigo conversar na vida real, coisas que eu acho interessantes, mas não as únicas coisas que eu acho interessantes. Tem MUITA surpresa para quem achar que eu só falo de astronomia, física e computadores na vida real (embora eu vá passar horas e horas falando disso se achar alguém que também acha divertido esses temas). Tenho um senso de humor absurdamente elástico, não sou de julgar e morro antes de revelar um segredo. E vocês acham mesmo que quem escreve em média 10 páginas de texto por semana variando de temas vai ficar te olhando com cara de peixe-morto? Pode ter certeza que vai ter alguém te acompanhando na conversa, interessado e disposto. Sim, é bizarro prometer uma coisa dessas, que deveria ser automática, mas só lembrando que eu tenho que desfazer uma fama que me acompanha.

E, isso me é uma surpresa agora, mas… seria divertido. Seria divertido mesmo ir para uma outra cidade e conhecer um dos nossos. Não sei porque eu resisti tanto até agora. Ah, e se você é mulher (ou gay) e está com medo de seu companheiro achar ruim: nerd eu sou mesmo. E com certeza não vou deixar ninguém com ciúmes só de olhar pra minha cara. Homens costumam ser mais abusados, entendo que principalmente as mulheres fiquem com receio, mas eu até perco chances de tão preocupado em respeitar que sou (fui eu que escrevi o texto dizendo que fico com receio de cumprimentar mulheres com beijinhos sem saber se elas estão dispostas a essa intimidade… cabe lembrar). Eu dou todo o espaço que a pessoa quiser, feliz da vida por estar fazendo o que eu acho certo. E vai ser num lugar público, ninguém aqui é demente de marcar algo diferente. E como eu sou homem, seja onde marcarmos, ninguém vai te pentelhar. Sempre uma vantagem estar com alguém que pode te proteger (seja tomando a frente da situação, seja ajudando na briga).

Novamente, não vou ficar chateado se todo mundo preferir escolher a Sally, vou morrer numa grana se não conseguir ganhar o Bolão eu mesmo, mas não é o fim do mundo, quem sabe se com o passar do ano eu mostrar que isso não é só papo alguma coisa mude? Mas, se estiver curioso(a) e quiser ter a experiência mais rara da história do desfavor até hoje, estamos aí. De verdade. A Sally vocês vão ter muito mais chances de conhecer, eu… eu não. Até hoje, só duas pessoas que comentam aqui normalmente podem dizer que viram nós dois ao vivo. Quer entrar para esse clube? Faça o mais complicado primeiro, me escolha no Bolão.

Ah, e como eu vou para a sua cidade, não tem risco do Alicate aparecer.

Para dizer que não acredita em nenhuma palavra disso, para dizer que perdeu a graça agora que eu quero, ou mesmo para dizer que nunca que escolhem um homem: somir@desfavor.com

SALLY

Como vocês viram, no Bolão 2016, o prêmio para o vencedor é um jantar com o Somir ou comigo, a critério do vencedor. O outro, que não foi escolhido, terá que arcar com as despesas, afinal, quem mandou ser um escroto repulsivo? Esse jantar vai ser uma loteria, pois pode ser uma experiência agradável ou chata,ou talvez até uma roleta russa, se um maluco ganhar. Podemos cair nas mãos de qualquer pessoa, em qualquer lugar do país. Por isso achamos justo dividir o ônus: se por um lado um se fode tendo que ir a Manaus, outro se foderá tento que pagar isso.

A pergunta de hoje é bem simples: Quem é a melhor escolha para um jantar: Somir ou Sally?

Evidente que sou eu. Para começo de conversa, eu sou mais sociável, como vocês podem constatar nesses anos todos de Desfavor. Não sou elitista, sou comunicativa e bem humorada. Também sou pequena e fraca, não tem qualquer chance de eu te fazer algum mal. E sou mulher, sempre terei assunto para conversar com qualquer mulher. Boa sorte para a mulher que tentar conversar sobre algo que não seja do interesse do Somir, vai ser um jantar bastante silencioso…

Eu sempre fui aberta a conhecer leitores, conheci vários pelo Brasil e cheguei até a realizar encontros com eles. Eu sempre afirmo que gosto de responder comentários pela troca, para ouvir outras opiniões que me acrescentem. Isso é postura de quem tem interesse pelo ser humano e prazer em interagir com ele. É com esse tipo de pessoa que você quer estar, não com alguém que só mostrou desinteresse pelas suas opiniões durante anos e anos.

Eu não sou monossilábica, o jantar vai ser bacana. Garanto que você vai se divertir, no mínimo, vai rir. Não sei se dá para prometer o mesmo com Somir. Eu tenho muitas histórias para contar, e até detalhes de histórias que vocês já conhecem. Somir não vai soltar uma migalha. Ah sim, importante, eu não me acho melhor do que vocês. Não esqueçamos que só estamos aqui porque o Somir tem a certeza de ser melhor do que vocês…

Ok, ele é mais “difícil” do que eu em matéria de aparições, essa talvez seja a única oportunidade de alguém conhece-lo. Nesse ponto meu passe vale menos no mercado, já que boa parte dos leitores já me conhece. Mas, não é uma caça por um animal raro, é um jantar. Se for para passar algumas horas conversando com alguém, que ao menos seja alguém acessível, contente por estar te conhecendo e feliz em responder suas perguntas.Perguntem a qualquer impopular que me conhece se alguma vez eu banquei a diva e me recusei a responder alguma pergunta.

Fora o fato de ver Somir pagando por uma passagem e um jantar comigo, que ele sempre fez questão de esconder com alguém que ele acabou de chamar de burro. Seria uma lição bacana, não? A suposta pessoa burra ganhou dele no bolão e por isso ele vai ter que pagar para a pessoa me conhecer. Vocês tem noção do quão puto ele vai ficar? Vai ser uma lição inesquecível! Por outro lado, se ele for o escolhido, a derrota não vai doer tanto. Ele vai jantar de graça, comigo pagando.

Jantando comigo a coisa pode não se exaurir em um jantar. Pode virar uma amizade. É notório que eu sou amiga, e sem a banalização da palavra “amiga”, de diversos Impopulares. Já passei ano novo na casa de uma leitora de tão amiga que ela virou. Já contei com apoio, sugestões, aconselhamentos, ajuda e carona de Impopulares em várias jornadas pelo país. Já sentei para tomar café com outros tantos.

O que você quer, uma pessoa com postura de web-celebridade que chega, janta e vai embora ou uma pessoa que pode virar sua amiga? Uma pessoa que tem curiosidade ou interesse legítimo em te conhecer ou alguém que está pagando por sua arrogância em uma aposta?

O vencedor vai ter um privilégio até então inédito. Nossa concordância em dar um tiro no escuro e encontrar um estranho sem qualquer critério de aprovação prévio. Não que nós sejamos grandes merda, não somos, mas até agora isso não foi feito, então, é sim um privilégio. Oportunidades únicas e raras não devem ser desperdiçadas com quem não está na mesma vibe que você: feliz, querendo que isso aconteça, achando legal. É até falta de amor próprio querer ir jantar com um cara que acaba de te esculhambar, nunca respondeu suas mensagens e sempre se achou superior a você. Se amem, jantem comigo que eu sou e sempre fui legal com vocês.

Vocês sabem que comigo o papo vai desde escatologia, até TV ou Holocausto e energia nuclear. Tem variedade aqui. Boa sorte ao jantar com o Somir se não souber falar nerdês e boa sorte com ele te chamando de burro depois. E boa sorte com o que quer que ele decida te trollar, pois eu em todos esses anos de encontro nunca fiz nenhuma pegadinha com ninguém. Bem, não sem antes ter alguma intimidade. Somir é ardiloso e sem limites.

Como o jantar é a sós, indelegável e não registrável (não pode passar seu prêmio para mais ninguém nem registrar o momento), boa sorte se você tiver um namorado, ao explicar para ele que vai jantar com um homem que nunca viu na vida, que ele não pode estar presente e quem nem uma mísera foto você vai tirar. Isso destrói relacionamento, viu? Nem por ciúmes, mas por te acharem uma pessoa louca que está se colocando em risco. Comigo a coisa é mais light, não há risco nenhum, pois além de ser mulher, sou do tamanho de um micróbio, basta me dar um cascudo que me enterra no chão.

Não pensem que vamos enganar vocês. Vocês saberão se somos nós ou não. Basta fazer perguntas sobre o Desfavor. Não tem chances de um impostor conseguir ler e decorar tudo que escrevemos aqui em mais de sete anos. É bem fácil apurar se realmente somos nós. Pensem com sabedoria e escolham a pessoa certa.

Para dizer que se ganhar não quer jantar com nenhum dos dois pois está com medo, para dizer que ainda não está acreditando (sim, está acontecendo, aceita) ou ainda para dizer que agora está mais na dúvida do que nunca: sally@desfavor.com


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