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Polêmica GG.

Polêmica GG.

| Somir | | 28 comentários em Polêmica GG.

A notícia me chamou a atenção semana passada: é mais uma polêmica de rede social, sim, mas… quando uma mulher como Gabourey Sidibe (a do filme Preciosa) aparece nua numa cena de sexo numa série, é realmente um absurdo que algumas pessoas expressem seu horror na internet? Deu chororô, teve resposta atravessada do planetóide, chamaram todo mundo de hater… mas abrir os olhos que é bom, nada.

Televisão é um meio visual, presume-se que as pessoas vão reagir de acordo com a imagem apresentada. E vão fazer isso com base no que sentirem ao ver uma cena, ninguém escolhe quais elementos visuais acha agradável ou não, a sensação só aparece. E numa sociedade onde se incentiva que todo mundo acredite que suas opiniões são importantes, a tendência é que um desgosto acabe verbalizado. Mesmo que eu tenha minhas restrições com a constante diarréia mental na era das redes sociais, se elas funcionam para as pessoas comunicarem o que “pensam”, não é para ter nada de errado com alguns achando a cena escrota. Não querem participação do público? Está aí!

Até porque ninguém entrou na casa de Sidibe para apontar o dedo, na verdade foi o oposto: a “preciosa” invadiu os lares dos telespectadores com suas banhas de fora. Existe uma diferença considerável entre invadir e evadir privacidade. Quem escolhe se expor deve estar ciente dos resultados disso. Quer aparecer numa cena de sexo numa série vista por milhões? Força para você! Mas pelo menos tenha a decência de entender que você impôs sua imagem no olho alheio. A pessoa que assiste tem o poder de trocar de canal, mas não tem obrigação de fazer. Ela aceita a escolha da atriz e escolhe assistir também, mas daí a querer controlar a reação à cena? Isso sim é absurdo.

E já que estamos falando de escolhas, se quisesse confetes generalizados mesmo pela cena, que ficasse mais aprazível ao olhar dos outros. Ela mesmo argumentou que as pessoas parecem ter problemas com cenas de mulheres negras acima do peso em cenas de sexo, como se o preconceito explicasse tudo. Veja bem, se a Beyoncé engordar 10 quilos e aparecer pelada na TV, eu duvido que teríamos essa reação. O problema não é ser negra e estar acima do peso, o problema é ser o Jabba the Hutt de peruca! Não é preconceito, é pós-conceito! Depois de ver aquilo numa cena de sexo, algumas pessoas expressaram seu desgosto.

Eu sou do time que acha que cada um pode ser como quiser com a aparência, quer ficar gordo até desenvolver órbita própria? Direito seu ter esse visual, mas jamais vai ser direito de alguém ser considerado atraente. Tem padrões de atração na humanidade que vem de muito mais longe que a indústria cultural. Gente gorda vai ser menos atraente em média do que as que parecem que se cuidam mais. E um sonoro “cala a boca” para a turma da banha genética: calorias entrando, calorias saindo, nada mais complexo do que isso. Ninguém É gordo, as pessoas ESTÃO gordas por escolhas que fizeram na vida.

E nada mais justo do que criticar alguém por uma escolha que fez. Se estivessem batendo na cor de pele dela mesmo, seria escroto, não é algo que as pessoas controlem. Mas, ela podia ser branquinha de olhos azuis que daquele tamanho ainda sim seria considerada pouco atraente pela imensa maioria da humanidade. Escolheu ser imensa, viva com as consequências. Se ela respondeu aos “haters” dizendo que choraria em seu jatinho particular, presume-se que dinheiro para ajuda profissional do mais alto gabarito não seja problema. Se ela não quer emagrecer e se conformar ao padrão de beleza médio, novamente: força para ela. Mas, querer que não achem feio?

Porque é isso que vem acontecendo com a falta de foco das feministas de redes sociais: uma expectativa ridícula de mudar a percepção do ser humano sobre beleza do dia para a noite. Gorda, peluda, toda torta… e EXIGINDO que as pessoas elogiem. Não basta mais deixar quieta, tem uma campanha tentando fazer as pessoas terem vergonha de não acharem aqueles visuais dantescos algo sexy e encantador. Não é tentar reduzir as expectativas (muitas vezes irreais) de beleza da mulher na sociedade moderna, é um movimento de valorização do grotesco! Combate o padrão de beleza de modelos esqueléticas (que só mulher acha bonito) com mulheres obesas? Não tem lógica. Se a sua tentativa de convencimento de que mulheres são bonitas de todos os jeitos é ficar empurrando as mais feias na nossa cara, claramente algo foi mal planejado.

Não basta olhar para Sidibe numa cena de sexo e não dar bola, tem que ir na rede social dizer que achou lindo, exemplo para as próximas gerações. Eu talvez irrite muita gente com isso, mas esse tipo de mulher que exige “beleza em todos os tamanhos” é o mesmo tipo de “insegura” que critica por querer se destacar pela aparência, mas sem a vontade de mexer a bunda gorda por aprovação alheia. Eu respeito muito quem toca o foda-se e não se dobra a convenções sociais de aparência, mas não quem tem preguiça de se conformar e fica mendigando e/ou coagindo elogios para se sentir menos deslocado. Quer fazer diferente? Tem um preço.

A pessoa quer o bônus sem o ônus. Um atalho para ser tão valorizado como quem se esforçou para ser atraente. Fat Acceptance meu ovo, Fast Acceptance. É bom que ainda exista gente nesse mundo que diga para o rei que ele está pelado. Gente que talvez nem esteja enfrentando a onda do politicamente correto, mas só dizendo honestamente o que estão vendo. Quando se falava de realidade virtual algumas décadas atrás, eu jamais poderia imaginar que ela aconteceria dessa forma. As pessoas inventaram um mundo de fantasia na internet que não faz muito sentido na vida real e estão se escondendo nele. Não precisa mudar a visão das coisas, basta elogiar as pessoas pelo o que elas cismam ser valioso e está de bom tamanho. Achei que precisaríamos de óculos especiais para simular outra realidade, mas é só logar na sua rede social.

E outra, gente que vê essas mulheres e vai comentar que são lindas… principalmente homens nesse caso… eles pegariam? Porque muito bacana falar que mulher é bonita de qualquer jeito, mas e na hora do vamos ver? Aí a beleza pode ter qualquer tamanho mesmo? Mil vezes mais uma pessoa que é honesta com você sobre o que acha da sua aparência do que a que te elogia só para fazer pose. Vamos ver uma geração inteira de “fêmeas beta” por causa dessa baboseira toda. Os homens foram primeiro por esse caminho de negação da realidade e temos um sonoro grupo de “virgens convictos” putos com a vida sem enxergar o problema na frente de seu nariz. E com esse feminismo mimimi de rede social, vai ter muita mulher achando que o mundo realmente mudou e que dá pra ser do tamanho da Sidibe e ainda ter homem dando em cima. Quando a verdade bater na porta, vão se tocar? Jamais! Vão culpar mais ainda os homens e reforçar a ideia que o problema, pra variar, é tudo menos elas mesmas.

Estamos numa fase perigosa nas relações entre homens e mulheres, com ambos os lados se perdendo numa realidade virtual onde os outros tem obrigação de se interessarem por eles e ficando todo mundo puto da vida porque na “realidade real” não funciona assim. Os betas chorando porque as mulheres são interesseiras, as betas chorando porque os homens são superficiais. E ambos ignorando que enquanto não começarem a conhecer pessoas de verdade e lidar com as exigências e expectativas do “mercado dos relacionamentos”, vão continuar enxergando só esse mundo de fantasia onde ficar sentado num sofá reclamando da vida é uma forma válida de se relacionar com outros seres humanos.

A vida real é o povo comentando que achou horrível ver aquele ser pelado e fazendo sexo “dentro de suas casas”. A vida real é o que sentimos ao ver alguma coisa, não o que nos dizem que é correto sentir.

A realidade tem peso.

Para me chamar de monstro insensível, para dizer que está ofendido porque mulheres muito gordas são seu fetiche, ou mesmo para dizer agora vai começar a notar as fêmeas beta: somir@desfavor.com


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