
Pequenos perigos.
| Desfavor | Ele disse, Ela disse | 59 comentários em Pequenos perigos.
Mais uma da não hipotética série “Filhos dos Outros”: imagine-se vendo uma criança desconhecida prestes a fazer algo perigoso em lugar público. Imagine também que você não está em condições de filmar. Sally e Somir discutem até onde o problema alheio é alheio. Os impopulares fazem manha.
Tema de hoje: Intervir se uma criança estranha estiver fazendo algo perigoso em público?
SOMIR
Sim. Ok, provavelmente se eu estiver na situação de única testemunha, sabem como é… difusão de responsabilidade em multidões é uma força poderosa. Mas estando ao meu alcance e eu sendo provavelmente a melhor opção para evitar que uma criança se arrebente ou morra, sim, eu intervenho. Nem que seja um berro.
Trabalhemos com o conceito de imediatismo dessa cena: é reflexivo notar o perigo mesmo se é outra pessoa correndo-o. Lembro de uma vez que estava no alto de um precipício com mais vários turistas, eu estava fazendo o certo deitado sobre a borda apenas com a cabeça para fora, observando a paisagem. Um maconheiro genérico resolveu vir até a mesma borda, mas “corajosamente” de pé diante de uma queda inescapavelmente fatal. Ele parou do meu lado, fez uma graça e perdeu o equilíbrio. Naquela fração de segundo, meu braço pareceu se movimentar por conta própria para tentar segurá-lo. Ele logo se reequilibrou. Eu tenho certeza que a humanidade só ganharia se esse cidadão caísse mesmo, mas naquele momento eu não pensei se era um cretino ou não, eu só tive o reflexo.
Porque essa merda está conosco, querendo ou não. Alguma coisa nos move para reagir ao perigo até mesmo com o outro. Um senso de preservação “genérico” que ignora méritos, só nos faz notar outro ser humano em perigo. E aí entra o conceito de fazer parte da máquina humana: as reações que você teria com o filho dos outros deveriam ser condizentes com as reações que você queria que os outros tivessem com os seus. Eu pessoalmente não quero filhos, mas isso não me exclui totalmente, já fui criança. Não me lembro, mas já posso ter sido protegido por algum adulto estranho na rua.
Pensando na criança, fazer o quê? Assim como eu fui um completo imbecil inconsequente quando pequeno, todos são. Questão de maturidade. Criança faz merda. Não precisa ser muito simpático aos fedelhos, assim como eu nunca fui, mas há de se entender que não é um bêbado barbado correndo no meio da rua, é alguém que tem desculpas muito melhores para colocar a vida em risco, até por não entender ainda direito essa coisa de mortalidade… não acho criança necessariamente coisa linda de deus, mas aceito que se alguém pode ganhar passe livre para fazer merda nesse mundo, que sejam elas! O cérebro em formação explica.
Agora, é claro: cadê os pais que não estão cuidando? Isso é sério. Não faltam pais cretinos por aí que colocam os filhos no mundo para se distrair com todo o resto. Criança é um sacrifício, criança exige atenção. Tem que estar sempre tomando conta ou deixando com quem se acredite responsável. Criança solta é coisa dos meus tempos (no interior) e talvez de criança de condomínio fechado, o resto precisa de supervisão constante. Estão sempre em ambientes pouco controlados. É feio deixar o filho xexelento sair correndo desembestado do nada na rua? É. É ainda pior que sejam aqueles tipos malditos que só berram e nem correm atrás? Muito. Mas, é culpa do fedelho ou fedelha? Se eu tivesse pais assim, também correria.
Novamente, não advogo se jogar na frente de um caminhão para salvar alguém que estatisticamente provavelmente não vai curar o câncer ou desenvolver a dobra espacial, mas, porra, nem que seja para dar um tapa na orelha para distrair. Já está lá, vai tomar a decisão fria de ver uma criança sofrendo? É o quê? Vídeo-cassetada? Isso deve ficar guardado na cabeça por muito tempo. Eventualmente deve pesar a ideia de que a criança pode ter morrido porque você não levantou um dedo! Tudo bem que o problema não é meu, é dos pais possivelmente ausentes, mas… eu não prego omissão na hora de lidar com situações limite assim.
E sempre existe o risco da criança estar sem supervisão por motivos maiores do que mera preguiça paternal. Crianças correm mais que adultos em situações ideais. Elas negociam obstáculos melhor pelo menor tamanho, não cansam por virtualmente nada… e sempre tem a possibilidade de ter acontecido algum problema com os adultos responsáveis que os impossibilita de reagir naquela fração de segundo onde se percebe no dilema do texto de hoje. Ao invés de julgar os pais e decidir se a vida daquela criança merece ou não ser continuada, não seria mais simples dar um berro e avisar que algo está acontecendo?
Eu vivo julgando os outros, até me divirto assim, mas sério que isso é mais importante que vidas? Não importa quem seja, é importante pra alguém. E se você pode resolver esse problema sem ter que mudar muito seu rumo, qual a dificuldade? Ajuda-se a criança. Se quiser, dê bronca nos pais. E mesmo que esses pais sejam efetivamente relapsos e coloquem essa criança em risco outras vezes, sua parte nessa história já acabou. Controlamos o que temos acesso, e é racional não considerar tudo caso perdido antes de ter uma noção melhor sobre os fatos.
Vai pelo reflexo. Vamos manter esse reflexo funcionando, porque um dia pode ser você ou uma criança querida precisando do reflexo. Tem muita coisa da humanidade que eu adoraria mudar, mas esse senso de preservação coletivo não é um deles. Existem outros jeitos de reduzir a população mundial, bem mais úteis do que deixar uma criança virar pizza no asfalto por vez.
Intervenha. Nem que seja para gritar com uma criança com proteção social…
Para dizer que prefere ficar filmando mesmo, para dizer que normalmente você é o perigo para as crianças, ou mesmo para dizer que eu sou um bom samariotário: somir@desfavor.com
SALLY
Ao perceber que uma criança desconhecida, em um ambiente público, está fazendo algo perigoso, você intervém? NÃO.
Mães são bichos complicados. Eu não tenho medo de bandido, eu não tenho medo de barata, mas eu tenho medo de mães. São criaturas que me parecem loucas, jamais vou entender o que acontece com o cérebro de uma mulher quando ela se torna mãe. Justamente por isso, tento não intervirnesse setor: cada um cria e cuida dos seus filhos como quiser, já fiz minha cabeça, isso não é problema meu e eu não vou me meter. Boas intenções não valem de nada, as reações costumam ser as mais assustadoras.
Já me meti para intervir em situações onde eu julgava perigosas para crianças e me arrependi. Mães entendem tudo como crítica à sua maternidade e ficam especialmente sensíveis e histéricas quando se trata de seus filhos (vide o texto sobre o lado negro da gravidez). Colocou no mundo? Vigia, vigia 24h por dia, e boa sorte, pois criança se você vira as costas um segundo, faz merda. Boa sorte vivendo assim, guardiã de alguém sem discernimento por anos. Não tenho a menor intenção de me meter para aliviar uma tarefa que não é minha, para ainda, correr o risco de despertar putez. Filho de conhecidos eu cuido e salvo, filhos de estranhos não. Estranhos que se virem.
Você empresta dinheiro a um estranho quando ele está endividado? Não, né? “Mas é diferente, não tem risco de vida”. Ok, e se o filho de um estranho estiver passando fome, com risco de vida, você empresta dinheiro a um estranho? Não. A pessoa botou filho no mundo, a pessoa que se vire, certo? Pois é, meu tempo vale até mais que meu dinheiro. Não me meto e não sinto um pingo de culpa por não me meter. E acho muita cara de pau de mães reclamar que uma estranha não se meteu a fazer algo que era sua obrigação.
Mais: na hora de exaltar as maravilhas e as delícias da maternidade, as mães enchem a boca. Então segurem o ônus também. Não intervir para corrigir um desleixo da mãe não faz de mim uma má pessoa, faz delas, e somente delas, mães incompetentes, que permitiram que sua cria fique em situação de perigo. Não está em mim essa obrigação. Joguem pedras, hoje eu vim para apanhar mesmo!
A criança efetivamente se machucou? A mãe é tão merda que deixou seu filho ficar em uma situação tão de risco que até uma estranha desinteressada como eu tinha percebido? Beleza. Vou socorrer. Aí não tem encheção de saco, ninguém te perturba por socorrer um ser humano já ferido, muito pelo contrário, te agradecem. Com isso eu posso lidar. Deixar uma criança sangrando até a morte não é algo que eu gostaria de ter no meu currículo. Todos nós temos o dever moral de socorrer uma pessoa que se machuca, mas não acho que tenhamos o dever moral de exercer vigilância paternal sobre uma criança.
Pessoas que tem filhos terão alegrias que eu sequer posso começar a imaginar. Terão um sentimento de amor que eu nunca vou experimentar em toda a minha vida. É a premissa Homem Aranha: com grandes poderes, grandes responsabilidades. O amor e a alegria de ter um filho não são divididos comigo, por qual motivo as pessoas acreditariam que eu vou participar do ônus que essa criança gera? Não vou.
“Mas Sally, você não vai se sentir culpada por deixar uma criança se machucar?”. Não, pois sua premissa está errada. Eu não estou deixando nada, quem está deixando são os pais, ou o irresponsável ao qual erroneamente os pais confiaram a guarda da criança. Não está em mim. Se eu começar a me responsabilizar por estranhos, em breve estarei amargurada por cada problema que acontecer com desconhecidos. Tracei uma linha clara: não me preocupar com aqueles que tem quem zele por eles. A criança tem pai e tem mãe? Mamãe está focada no celular enquanto a criança se pendura da varanda? Na boa? Foda-se.
Eu tenho uma visão mais global da coisa. Se uma criança cai da varanda e vira patê enquanto mamãe estava no smartphone, isso vira notícia e milhões de outras mamães vão pensar duas vezes antes de ficar no smartphone em vez de olhar seus filhos. Essas cagadas evolutivas dão um sacode na sociedade e fazem a mandada correr um pouco mais rápido. Eu vejo uma utilidade na coletividade para uma tragédia assim.
Por exemplo, hoje eu vejo pais mais atentos em não esquecer seus filhos dentro do carro, alguns shoppings até colocam avisos nas cancelas de entrada, na forma de uma gravação, lembrando os pais de não esquecerem seus filhos dentro do carro. Sim, existe um utilitarismo global em uma criança se foder muito, ajuda a prevenir que outras crianças sejam negligenciadas naquela área.
Eu já tenho problemas o suficiente, filho dos outros não é problema meu. Aprendi a cagar baldes para filho dos outros e foi libertador conseguir fazer isso. Culpa eu tenho das coisas pelas quais eu sou responsável, e definitivamente filhos dos outros não são minha responsabilidade. Qualquer coisa que eventualmente aconteça com os filhos de desconhecidos não se tornam culpa minha pelo simples fato de que eu poderia ter evitado mas não evitei. Estranhos não podem contar comigo na equação para cuidar de seus filhos.
E, de mais a mais, Darwin estava certo. Tem que deixar morrer os genes idiotas, para que eles não proliferem pelo mundo. Pronto, acabei. Comecem a me xingar…
Concordo plenamente com a Sally. Tenho meio que uma mentalidade de “seleção natural” nesse caso. Botou filho no mundo e não tem paciência pra cuidar e vigiar? Bem, foda-se, tem gente que só aprende quando se fode, vai aprender na marra que é um pai ou mãe incompetente. Gente relapsa no nível de negligenciar criança não devia nem procriar. Um dos muitos motivos de eu não querer ter filhos é que eu tenho plena consciência que eu não vou dar conta de segurar o rojão e um possível filho meu sofreria com isso.
Como “bônus”, tenho um caso que aconteceu comigo: um dia fui jantar com meus pais num restaurante. Esse restaurante tinha 2 andares e uma área pras crianças brincarem no segundo andar, e MESMO ASSIM as crianças ficavam correndo entre as mesas e fazendo bagunça. Uma delas tava praticamente quase chegando no topo do muro que separava área das crianças do chão…do primeiro andar. Daria uma queda linda de 5-6 metros. Os pais dessas crianças tavam sentados com um pessoal, enchendo a cara, no primeiro andar, numa mesa do lado de fora do restaurante. Ou seja: largaram as crianças à propria sorte e foram se embebedar. Eu tava torcendo praquela criança se esborrachar no chão e fuder pro lado dos pais dela, enquanto meus pais tavam um pouco preocupados e até chamaram um dos atendentes do restaurante pra falar sobre aquilo. Até comentei com meus pais: “Esse moleque podia muito bem cair, pros pais dele aprenderem a deixarem de ser bestas e cuidar direito dos filhos.”. Eles ficaram bem irritados e eu levei uma breve lição de moral. Não me arrependo do que eu falei, tem gente que só aprende se fudendo mesmo.
Escolhas tem consequências. Não entendo qual é a dificuldade de aceitar isso: nao prestar atençao nos filhos gera acidentes
“Intervir se uma criança estranha estiver fazendo algo perigoso em público?”
Sim, claro! Este “algo perigoso” pode ser uma situação de risco de morte. Para mim, esse argumento, usado pela Sally, a saber, deixar a porra acontecer para dar uma lição às outras mães…bem, eu considerei esta ideia, mas me senti como se estivesse sacrificando uma criança para ajudar mulheres incompetentes a serem melhores maes, consequentemente, salvando a vida de muitas outras pimentinhas.
Embora os argumentos da Sally SEMPRE motiva uma boa pesquisa, concordo sem titubear com o Somir.
As vezes, a situacao perigosa independe de educacao. Provavel trate-se mesmo de algo inesperado, sabe, um caso de “segundos”?
Pensando como você, Sally, eu deixaria seu filho, um raro impopular…
Nao. Eu nao deixaria.
Não é para ensinar uma lição às mães, é seleção natural, é Darwin. Genes de gente burra não devem prosperar e reproduzir.
Burrice não é genética. Sinto, Sally, mas seu argumento não tem base biológica comprovada.
Até onde eu sei não se bateu o martelo nem para o sim, nem para o não. Estou enganada?
Mas, de qualquer forma, gente idiota cria idiotinhas, seja pela genética, seja pela falta de estímulos e pelo exemplo.
Se houvesse base genética clara e preponderante, ela já teria aparecido nos N trabalhos sobre o assunto. Nesse caso a ¨dúvida¨, ou o fato de não se ter comprovado uma relação de causa-consequencia, sugere que essa na melhor das hipóteses a inteligencia-burrice é multifatorial, com componentes não genéticos importantes. E se não tem base genética clássica (agora temos a moda da epigenética, mas isso é outro debate) ou pelo menos transmissibilidade comprovada, Darwin e seleção natural não funcionam e não se aplicam. Sugiro a leitura de Stephen Jay Gould , um livro excelente e obrigatório sobre o assunto é The Mismeasure of Man, A falsa medida do Homem em portugues. É um texto acessível e EXCELENTE sobre esse tema.
E o imperativo categórico, caracoles? Vocês estão querendo acabar com a filosofia moderna?
Eles também são filosofia moderna, nem todos os merecedores são tão reconhecidos !
Não gostou ? Não volte !
Eu achei que a ironia estava clara. Vai procurar uma rola! Ou ler Kant, pra ver se entende a brincadeira.
Antes eu agiria como o Somir, mas agora não. A única vez que tentei ajudar uma criança só me fodi. Agora quero mais é se exploda! Só me resta lamentar pelos pais de merda que tem.
Sim, eu também lamento muito pela criança, mas penso na sociedade como um todo: se filho de gente burra não sobreviver, não passa adiante seus genes burros.
Filho sempre é problema. Seja seu, seja dos outros, eles sempre vão causar alguma merda. A pior parte é quererem te responsabilizar porque o diabinho atravessou a rua correndo, foi esmagado por um caminhão e você não impediu, como se isso fosse responsabilidade sua, não dos pais. Quem presume que você teve culpa no processo passa atestado de retardado mental
Ah tá, só faltava essa, eu me colocar em risco por causa de filho de desconhecido…
Estou com Somir. Salvaria a criança. A mãe que se exploda de ódio.
Tô com o Somir, mas tenho que concordar com a Sally de que as mulheres ficam loucas quando se tornam mães. Hj em dia procuro não emitir nenhuma opinião. Outro dia, eu estava na minha, quando uma linda menininha entrou no elevador que eu estava e gostou do meu chaveiro.. assim que avistou-o resolveu pega-lo… A mãe visivelmente não gostou e disse que ela não podia pegar…Eu sei, não pode pegar pq ela considera sujo. Na visão dela eu deveria ter guardado as chaves ou sei la o quê.. Tudo para não deixar o chaveiro ao alcance da rebenta dela….rs
Em outra ocasião, em família, uma mãe não gostou quando falei que não adiantava a criança tomar vitamina D se esta mesma criança não tem o costume de tomar sol pela manhã (falei em um bom tom)… Tive que ouvir que a bebê tinha pediatra para isso e que a médica disse que ela estava muito bem assim…
Cansei.
Mães são xiitas donas da razão hipersensíveis. Acho que o bebê fagocita o cérebro pela placenta durante a gestação.
Adorei a explicação científica!!
Lichia, eu adoro vc, mas vc anda tão engracadinha ultimamente! Hahaha
S2
Não me vejo assim, não é a minha intenção. Mas talvez seja pq estou procurando mais leveza na minha vida. Tenho andado muito ocupada e estressada. Acho que é isso.
E acho que vc tb não me leu nas postagens anteriores.
Eu acho que vc tem senso de humor. Não ligue pro anônimo estraga prazeres.
Ligo não. Acho que as coisas estão tão pesadas… se não tiver humor, lascou tudo.
Realmente não adianta tomar vitamina D sem tomar sol. E também não adianta entupir a criança de leite sem tomar sol pela manhã, pois novos estudos estão mostrando que o cálcio do leite nem é absorvível pelos seres humanos.
Vai falar isso para uma mãe…
Estou com você nessa Sally!
Pode ser egoísta o tanto que for, mas já me fodi muito por tentar ser legal e boazinha com filhos alheios.
Hoje as únicas crianças que eu salvaria são minhas sobrinhas porque as amo MUITO, como se fossem partes pequeninas de mim. Foda-se o resto todo.
Na hora de dar fora em quem “se mete”, as mamães não se fazem de rogadas. Mas quando lhes convém, querem que os outros se metam para fazer o seu trabalho, caso contrário somos “desumanos”. Chama o Boechat e manda procurar uma rola!
Concordo com a Sally, talvez porque eu tenha um certo desprezo por crianças e jamais vou querer ter filhos.
Me lembra uma situação quando trabalhava, no ponto de onibus, ficava uma mulher com uma criança pedindo esmola, dizendo que o filho estava com fome, algumas pessoas até ajudavam, mas eu não, sempre quando recusava dava pra ver as outras pessoas julgando, mas até hoje isso nao me incomoda, colocou filho no mundo tem que criar até o fim, só acho que gente miseravel nao deveria ter filhos…
É uma questão de consciência e responsabilidade não colocar no mundo um filho que não se possa criar com condições mínimas. Nem bicreproduz se estiver no perrengue, só o ser humano que ganha bolsa-família!
Uma vez uma brasileira média também entrou no trem pra pedir esmola com duas crianças pequenas (incluindo um “especial”) e mais uma catarrenta no colo. Uma das crianças passavam uma caixa pra colocarem o dinheiro, mas eu não dei. Caguei para os olhares de reprovação. O máximo que eu faria, se tivesse comigo, era clocar uma camisinha na caixa pra ver se ela para de parir crianças que não tem como criar. Até já contei isso aqui.
HAHAHAHAHAHAHA
Nem sempre a responsa é dos pais. Teve uma vez que eu tava no metrô e tinha uma mãe de mão dada com um moleque. Foi questão de segundos ela soltou só pra abrir o fecho da bolsa e guardar a carteira e o molque saiu voado quase cai no trilho. Se não fosse um cara a barrar já era e seria acidente, não culpa da mãe.
A CULPA É DA MÃE SIM. Uma criança bem educada não faz isso quando se solta da mão da mãe!
não sei se no reflexo faria alguma coisa, mas ontem me diverti vendo crianças aprontando, se batendo pulando na cama elastica enquanto outra estava deitada embaixo da cama elastica e não falei nada, afinal os pais estavam no mesmo recinto só não estavam olhando os próprios filhos… então problema deles…
Infelizmente não deu nenhuma merda
Ahhh, eu não faço nada, ainda por cima se correr o risco de me machucar no processo…
Essas camas elásticas proporcionam momentos gloriosos.
Na última festinha coloquei as minhas sobrinhas para brincar em uma e fiquei por fora vigiando-as, três pirralhos ficaram perturbando e contornando o brinquedo, falei para descerem porque iriam cair dali… Mal fechei a boca um dos pirralhos foi ao chão. O baque foi alto e o choro mais ainda… Quase senti pena. A glória, para mim, foi a minha sobrinha mais nova virar para os outros dois e dizer que era bem feito porque não haviam obedecido a tia dela.
Criança pode falar tudo que quiser, deve ser uma delícia…
Fiquei me lembrando do menino cujo braço foi arrancado pelo tigre. Ele não estava sozinho no zoo, ele foi inclusive foi incentivado pelo próprio pai a ultrapassar a barreira e ir alimentar o felino na área proibida. Mas penso e se o pai dele não fosse um fdp e sim alguém que tivesse apenas se distraído por uns segundos? E se eu estivesse por perto? Talvez um estranho gritando com ele o tivesse poupado de uma vida inteira aleijado.
EU prefiro o risco de arrumar uma discussão ou ouvir xingamentos de um pai BM por ter corrigido a criança que ELE DEVIA VIGIAR, do que o risco de fingir que não estou vendo e depois ter que ajudar a socorrer uma criança ferida . A raiva/confusão passa , mas quero a minha consciência limpa.
Não me sinto responsável por filho dos outros, mas em se tratando de uma criança, basta 2 segundos de descuido procurando uma chave na bolsa pra criança atravessar a rua correndo atrás uma borboleta. Por mais cuidadosos que os pais sejam, acidentes acontecem.
Olha, eu fui criança e jamais, JAMAIS atravessaria a rua, mesmo que meus pais se distraíssem. O problema está na obediência. Uma tristeza pais sem moral.
Porra Janis, durante a leitura lembrava exatamente do acidente com o tigre para justificar uma intervenção necessária. Devemos agir sim para preservar as crianças que não tem noção nenhuma dos perigos da vida. É melhor um pai te olhando com cara de bunda que uma criança sofrendo por descuido.
Ontem fui assistir Jurassic World e minha primeira nota mental foi “que merdas estou fazendo aqui? Nunca mais pego cinema no meio da tarde de domingo. Preciso anotar isso pra não esquecer.”
Crianças descontroladas no cinema, correndo, batendo a fucking perna nos bancos, invadindo seu espaço, deixando o braço invadir seu espaço e pés tb… e quando vc vai chamar atenção das crianças as mães ressurgem do nada te olhando com aquela cara de holograma de peido eterno, por mais delicada e educada que vc fale.
Definitivamente filho de estranhos não rola.
Eu e meus irmãos sempre fomos obedientes, bastava o meu pai olhar para ficarmos quietos. Talvez, por isso, ache um absurdo as crianças de hoje não obedecerem aos pais. Mas eu não me meto não.
Uma colega havia “concluído” a construção da casa e convidou o setor inteiro para conhecer. O problema foi justamente que o único lugar que não estava concluído era o escritório do marido. Não havia porta e as tomadas estavam sem os espelhos… Já imaginaram, não é? A filha de uma colega foi direto para lá. De passinho em passinho a danada chegou lá e ninguém viu. Só ouvimos o grito e depois o choro e a mãe ainda quis colocar a culpa na dona da casa que não tinha colocado porta.
Justamente, quando os pais SABEM educar, SE DÃO OA TRABALHO (educar dá trabalho), os filhos obedecem e tem um certo temor em fazer algumas merdas.
depois que virei pai fiquei 100% paranóico e intervenho sempre… não tiro o olho de minhas crianças, não sento mais em mesa pra ficar conversando, em eventos sociais podem se esquecer de mim que estarei sempre com a anteninha ligada nas crianças (somir ja foi prova disso algumas vezes)…. mesmo que elas estejam em um ambiente dedicados a elas, com brinquedos e monitores, nunca fico em sossego…. como no ultimo aniversario que fomos sabado passado, no ambiente para crianças havia um portao aberto que dava pra onde? onde??? pra rua….. sim, diretamente pro transito…. fui lá e tranquei a porra do portao, enquanto todos os outros pais estavam preocupados em ver o futebol e conversar com seus amigos…. existem maes que nao querem que ninguem fique dando pitaco como a sally disse? sim, mas tambem existe uma espécie de contrato silencioso entre os pais/maes em que todas as crianças devem ser protegidas…. os psicologos chamam isso de “olhos invisiveis da sociedade” e daria um texto proprio ate ser explicado….
Você é exceção. Acho que os olhos invisíveis da sociedade estão míopes!
siceramente to cagando e andando criança é responsabilidade dos pais, se o fedelho se machucar ou até mesmo morrer por que se colocou em uma situação perigosa eu não me importo,não é problema meu
Eu até me importo, tenho pena da criança. Mas, por um bem maior, a seleção natural tem que agir. Darwin neles!
Somir, essa merda está conosco QUEM?
Deixa um hippie maconheiro se desequilibrar do meu lado e observa se eu o salvo…
Sério que você salvou um maconheiro? Somir: me decepcionando desde 2006.
Eu só pensei: “O que ele estava fazendo deitado sobre a borda de um precipício apenas com a cabeça para fora?” E então lembrei que estamos todos.
Nossa, Sally!
Quanto preconceito com o pessoal Paz e Amor e com a turma da marijuana!
Essa sua reação acabou com a minha teoria de que vocês são ligados à revista Superinteressante.
Meu preconceito é contra hippies. Acho que a seleção natural deveria se encarregar deles, mas Somir atrapalhou tudo.
HAHAHAHA…
Só porque o cara fuma maconha, merecia cair e morrer espatifado ao invés de ser salvo apenas esticando o braço?
Foi vc que postou isso mesmo, Sally? Fiquei de cara!
Já tive colegas iguais ou piores que o Alicate, fumando maconha e enchendo a cara direto e essa fase passou. Não acho que eles mereciam morrer.
Não. Só por ser estúpido de chegar perto de um precipício de forma irresponsável. Selecão natural. I love Darwin.
Eu sei que as mães são loucas, mas os filhos não tem culpa. Eu faria alguma coisa sim. Mesmo sabendo que a responsabilidade não é minha , ia me dar nos nervos ficar assistindo quem nao tem nocao de perigo quebrar a cara.
Tem que deixar a seleção natural agir…
Olha, sempre pensei como a Sally. Cada um que arque com suas responsabilidades, eu não tenho filhos. Há alguns anos algo reforçou minha convicção: era um feriado prolongado, a cidade deserta, só eu e uma moça com o filho no ponto de ônibus. O garotinho de uns cinco anos corria até o meio da avenida e voltava, daquele jeito meio cambaleando. A mãe no celular, cheia de sacolas, nem olhava. Justamente pela avenida estar vazia, o perigo dos carros / ônibus vir correndo era maior. A moça era negra e o garotinho bem mais claro. Eu sou gorda e clara, tenho cara de matrona. Nisso chegou uma senhorinha no ponto, chamou a criança pra sair da rua, e disse pra eu tomar cuidado com meu filho, que aquela avenida era perigosa. Falou com toda educação, supondo que o moleque era meu. Foi o que bastou pra mãe fazer um escândalo: gritava que a senhorinha era uma velha racista, “só porque sou negra o filho não pode ser meu?”, que o filho era dela, que ele podia correr na avenida o quanto quisesse que ela estava olhando, se viesse carro ela chamaria. A senhorinha ainda argumentou que ele podia cair e não dar tempo de tirá-lo da rua. A mãe continuou gritando que ela era uma velha racista. A velhinha foi embora chorando. Eu fiquei com muita pena, mas não consegui dizer nada, tava muito assustada com o escândalo da mãe.
Mães são criaturas irracionais que fogem à minha compreensão. Tenho medo delas, procuro sempre manter distância.
Nessa eu sou 100% Somir. Mas felizmente nunca passei por uma situação dessas.