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Dá pra mim.

Dá pra mim.

| Sally | | 52 comentários em Dá pra mim.

Ontem tive um insight. Percebi que durante anos Somir (obrigado) e eu (por prazer) criticamos a fina nata do lixo musical nacional mas estávamos deixando passar em brancas nuvens obras primas que não podem cair no esquecimento. De que me serve falar sobre Bonde das Maravilhas ou Tom Produções se estou negligenciando aquele que venero? Pilha, você está e estará sempre conosco, e para começar a série de análises dos clipes do Polegar, o maior sucesso da banda: “Dá pra mim”.

O clipe começa com o Pilha e o resto (porque Polegar tem basicamente essa composição: o Pilha e o resto) de pé no que parece um Jardim Botânico rudimentar, segurando aqueles instrumentos maiores do que eles, que visivelmente não tocavam. Um laguinho xexelento ao fundo me trouxe preocupações com o mosquito da dengue, mas a sequência de imagens cortadas distraiu minha atenção.

A imagem fixa em uma moça toda de preto dançando de um jeito que eu não faria nem se colocassem pulgas na minha calcinha. O corte de cabelo da moça mostra que ela foi uma vítima dos anos 80: parece que tem um algodão doce no topo da cabeça. Ainda é cedo, mas, mais para frente, veremos que ela é uma espécie de Lindamar loira. Só pode ser a filha do produtor, só isso explica. Duvido que os três pregos pegassem mulher e Pilha não era fraco, pegava a Juma Marruá.

Ele aparece, meio que de perfil, revelando sua beleza infinitamente superior à dos outros. Meu coração bateu forte novamente e reacendeu todo meu amor. Pilha era muito lindo, não era pouco não, ele era muito lindo. Não que ainda não seja, ele é tão lindo que pode se dar ao luxo de parecer que tacaram fogo na sua cara e apagaram com um tamanco que continua lindo. Ele tem uma margem de beleza tão grande que nem essa aura de Niki Lauda apaga. Quase que fez valer a pena o Ricardo Resto abrindo a boca exacerbadamente na cena anterior.

Aparece uma legendinha na parte inferior da tela: “Dá pra mim – Guillermo M. Guiu”. Quem tem Google não dorme com a dúvida. Lá fui eu atrás de Guillermo. Guillermo Méndez Guiúé um compositor e cantor mexicano, autor da versão original de “Dá pra mim”, que tem o terrível nome de “Amame hasta conlosdientes”. Nem vou traduzir para que os homens não se encolham. Não recomendo que cliquem, mas se quiserem ver a versão original

É isso. Polegar não compunha nem melodia, nem letra e também não tocava. Como foi esse sucesso estrondoso? Escorado no carisma de Rafael Pilha. Está claro, só não vê quem não quer. Tanto que quando ele saiu do grupo a coisa afundou. Mas voltemos à análise, esta obra não pode deixar de ter seus detalhes esmiuçados.

Alex Resto começa a cantar daquele jeitinho de sempre: berrando. Ao lado dele a Lindamar loira dança feito uma louca com uma hedionda calça semi-bag que vai quase até o peito. Parece que a fábrica da Levis vomitou na menina. Calça e jaqueta jeans com um pedacinho da barriga de fora. Reparem na manga com franjas e sintam a compaixão por quem, assim como eu, era obrigado a usar as roupas que seus pais compravam na década de 80. A década de 80 foi a década da indignidade.

Em um teleférico rudimentar, Pilha ofusca Ricardo Resto com seu carisma e luz própria, mandando um beijinho para a câmera. Fiquei preocupada, o teleférico parece colado com cuspe, parece que vai cair. Ricardo o abraça de uma forma suspeita, dá para ver o misto de homossexualidade com inveja nessa alma sem luz. Seguem-se cenas do Pilha e o resto com a Lindamar loira: passeando, descendo por um escorregador… eu senti a aura de suruba. Não bastava o Gugu Liberato sodomizar esses meninos,a putaria tinha que ir mais longe. Acharam adequado colocar crianças para flertarem de forma coletiva.

Ver o Ricardo Resto magro me emocionou. Quase não o reconheci sem a adiposidade padrão. A carinha de favelado é a mesma, mas naquela época tinha um queixo só. Ele abre uma boca desnecessária para cantar, isso me irritou muito durante os três longos minutos. Parece aqueles filhotes de passarinho quando vão ser alimentados pela mãe. Destaque para uma cena com todos eles em uma charrete. Começo a achar compreensível o Pilha se drogar, eu também não saberia levar uma vida sóbria se existisse esse tipo de registro meu.

Corta para o Pilha e o resto entoando o refrão de pé, na porta do que parece ser uma estufa. Alan com aquele teclado brega, Pilha e Alex com guitarras. Sabemos que nenhum deles tocava porra nenhuma além de órgão (do Gugu), mas porra, ao menos tenham a decência de colocar os instrumentos lá para os meninos fingirem! Alex está com duas baquetas tocando bateria imaginária! E Ricardo lá, mostrando as amídalas a pretexto de cantar.

Alex Resto está todo agasalhadinho de um jeito que pare ter sido vestido pela avó antes de ir gravar. A roupa de todo o resto está sofrível. Pilha não. Pilha já demonstra sua vertente rock n’roll de jaqueta de couro preta. Vou dizer uma coisa triste agora: Pilha se vestia melhor na década de 80 do que hoje. Isso é grave, minha gente, muito grave. Tinha calça de moletom? Não. Tinha boné enfiado na careca? Não. Pilha estava arrumadinho.

Aparecem todos na fonte, berçário de mosquito da dengue. Dá para ver a sujeira no fundo da água parada. Ricardo Resto continua sem instrumento, desta vez fazendo da sua perna uma bateria e mostrando os dentes compulsivamente. Em um close, Pilha e Alex finalizam o refrão cantando a frase “dá pra miiiim”. Pilha canta de forma visivelmente sensual, com a experiência de quem passa o pinto na atriz mais cobiçada da época, enquanto Alex Restocanta feito um maluco, olho esbugalhado, sacudindo a franja. Pilha era sexy mesmo quando criança, certas coisas vem de berço.

O auge dos efeitos especiais na época: uma tela mostra duas imagens, a vergonhosa charrete e Pilha e o Resto correndo em um gramado. Toda a cara de terem mandando esses meninos para um hotel fazenda qualquer e gravaram essa bosta em um final de semana. Se você paralisar a imagem em 1, 32 min pode ver Pilha quase que beijando a Lindamar loira.Depois,na charrete humilhante, Alan Resto e Ricardo Resto parecem roubar um beijo da Lindamar Loira e, ato contínuo, Ricardo mostra os dentes, como um cavalo caricato. Moral da história, Lindamar loira é tipo uma smurfete do Polegar: a única fêmea entre eles, ninguém escancara, mas provavelmente todo mundo come.

Alex volta a cantar, ritmando o pescoço para frente e para trás, feito um pombo neurótico. Um misto de cenas deles interagindo com certa intimidade com Lindamar loira passa pela tela. Bem piranha Lindamar loira, pensar que ela, com sua vulgaridade, seu nariz de tomada e seu algodão doce capilar teve acesso ao Pilha e eu não. Depois querem que eu acredite em Deus. Cada vez que vem o refrão fazem questão de mostrar o Ricardo abrindo aquela boca enorme, que desgosto.

Destaque para a cena em que Pilha desce do teleférico se benzendo. Não falei que essa porra era rudimentar e perigosa? Ele desce e rouba a cena, ofusca Ricardo Resto, não tem pra ninguém. Curto muito que a benzida do Pilha termina com um beijo e um joinha para a câmera. Quem nasceu para brilhar nasceu para brilhar. Fé em Deus? Sim, mas o show não pode parar.

Aos 2:15 min podemos ver de perto Lindamar loira. Quando ela vira de perfil percebemos os traços sindrômicos de suas feições. Parece um pug albino de peruca loira. Nasceria isso se o Chitãozinho comesse um buldogue francês branco. Ela aparece sentada na beira do criadouro de mosquito da dengue com uma roupa de paquita erótica e ao fundo, inexplicavelmente Alan Resto e Pilha estão ajoelhados. Ricardo Resto sempre deslocado, sem seu instrumento.

Vemos uma cena onde os polegares pegam a Lindamar loira e a carregam em direção a um lago, como quem vai atirá-la. Tá frio pra caralho e eu torci até o último segundo para que jogassem essa macaca albina no fundo do lago, mas infelizmente não acontece. Acho que estou vendo muito Game of Thrones. Na cena seguinte, peço que prestem atenção na camisa social de cor berrante + o colete de Alex e Ricardo. Fica difícil, pois o imbecilóide do Ricardo fica mostrando os dentes sem parar e isso quase que te obriga a desviar o olho da tela. Não sei quantos dentes esse rapaz tem na boca, mas devem ser, no mínimo, o dobro de pessoas comuns.

Aos 2,43 min vemos quem nasceu para brilhar. Pilha finge tocar sua guitarra com todo o empenho que a ocasião exige, enquanto que Alex Resto passa vergonha. Explica para ele que aquilo não é um pandeiro nem um piano? Pilha ainda dá uma olhadinha com desprezo para ele, mas ele continua batucando com os dedinhos no instrumento. Alex não tem a menor ideia de como funciona seu instrumento, não me surpreenderia se quando fosse fazer sexo com uma mulher enfiasse o cotovelo na sua axila por falta de informação. Aparentemente Alex só tem um neurônio: ou mexe a boca, ou mexe a mão. Coitada da esposa dele hoje em dia.

Quem é o mais bonito? Quem é o mais bem vestido? Quem é o único que emula tocar o instrumento direitinho? Não tem pra ninguém, Pilha é o Pilha e essa porra teria dado certo mesmo que tivessem colocado três orangotangos batucando em baldes vazios virados de cabeça para baixo no fundo. Esse vídeo mostra quem manda, um homem à frente do seu tempo, um carisma avassalador desde a mais tenra infância. Não sei que tipo de favores sexual Alex fazia para o Gugu para ser vocalista, mas foi uma péssima escolha. Se o Pilha fosse a primeira voz, Rolling Stones estaria abrindo show do Polegar hoje em dia!

É isso, peço que reflitam e tenham muita compaixão por quem cresceu na década de 80. Somos sobreviventes.

Para dizer que está cagando para o Pilha e só quer saber do Pai do Alicate, para se surpreender pela beleza do Pilha quando ele ainda tinha forma humana ou ainda para pressionar o Somir a não permitir mais esse tipo de coisa: sally@desfavor.com


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