
Emprestável.
| Desfavor | Ele disse, Ela disse | 11 comentários em Emprestável.
Pode acontecer com qualquer um… um amigo te pede um empréstimo em dinheiro. Sally e Somir concordam que amigo é para todas as horas, mas discutem a mecânica desse apoio. Os impopulares emprestam suas opiniões.
Tema de hoje: Emprestar dinheiro para um amigo?
SOMIR
Sim. Se não vai confiar no seu amigo, vai confiar em quem? Ninguém aqui está falando de dar o dinheiro, o que eu faria se um amigo precisasse mesmo, até porque eu conheço a Sally e sei que ela concorda comigo nisso. A discussão é sobre empréstimo, ceder o dinheiro com a expectativa de recebê-lo de volta.
E mesmo sabendo de todas as armadilhas que se escondem nessa transação financeira, ainda acredito que valha a pena. Amigos são mais do que pessoas que vão com a sua cara ou te fazem companhia, são uma rede de segurança nessa vida. Nem mesmo solitários convictos como eu conseguem ignorar a importância e a graça de formar relacionamentos com outras pessoas nessa vida.
É difícil – talvez impossível – viver sozinho nesse mundo. E nem estou falando de necessidades emocionais, é algo prático mesmo: tem horas que você precisa de outro ser humano de confiança para fazer o que precisa. Essa rede de segurança que nos protege de intempéries da vida é extremamente valiosa, pode ser a diferença entre a vida e a morte de alguém!
E ela precisa de manutenção. Claro que isso varia de caso para caso, tem quem precise de mais proximidade para se manter entre seus amigos, tem quem exija menos manutenção. De qualquer forma, são suas atitudes em relação aos seus amigos que mantém essa proteção extra que tanto precisamos durante nossa existência.
E como dinheiro é uma parte integrante do nosso cotidiano, não é de se espantar que precisemos da rede de segurança em assuntos relacionados. O ideal é que cada um consiga se manter sem pedir empréstimos, mas nem sempre as coisas são previsíveis o suficiente. Se um amigo pedir um empréstimo, ele está pedindo pela rede de segurança. Mas, é claro, ele acredita que não precisa de uma doação, que vai ser capaz de pagar de volta.
E se ele acredita nisso, eu acho válido acreditar. A pessoa não se torna sua amiga mentindo para você, certo? Presume-se então que ela já provou por atos que seja merecedora de sua confiança. Chamem-me de romântico, mas para mim confiança é algo que não se reavalia caso a caso: se você confia em alguém, faça valer até ter motivos para não confiar mais.
Precisa de um empréstimo e eu tenho condições de dispor do dinheiro (inclusive considerando o período de pagamento)? Tranquilo! Empresto. Se a pessoa me der um calote, aí sim se reavalia a confiança. Eu já passo muito tempo do meu dia com a cabeça abarrotada de coisas, faço questão de não colocar paranóia sobre meus amigos nessa lista. De que adianta ter amigos se você não confia neles? Não é amigo de Facebook, é gente que passou pelas provações de uma amizade junto com você.
E talvez aqui um conselho valioso: se você quer ficar muito rico, é bom ler tudo o que eu escrevo sobre dinheiro com um pé atrás. Eu já cheguei à conclusão que meu conceito de dinheiro não é lá muito compatível com o acúmulo e manutenção dele. Gosto de ser pago pelo meu trabalho, Sally vive me chamando de mercenário, mas depois que o dinheiro está nas minhas mãos, eu não dou muito valor para ele.
Foda-se, é só dinheiro. Não perco o sono por isso, não quero saber se meu amigo gastou tudo com pinga, só me interessa a manutenção da promessa de pagamento, e só pela palavra mesmo. Depois que você passa dinheiro para frente dessa forma, você o perdeu. O mais saudável (pelo menos para mim) é ajustar sua vida à ausência dele. E francamente, a não ser que você esteja enforcado para pagar contas, dinheiro não é muito importante.
Não me incomodaria emprestar porque provavelmente não me incomodaria perder. Até porque eu acredito que a forma mais baixa de desentendimento humano é a briga por dinheiro. Pago caro para não chafurdar nisso. Muita gente me chama de otário por isso, mas sinceramente eu não me importo. Melhor perder um pouco de dinheiro do que brigar por ele.
Sei que muita gente fica preocupada quando empresta dinheiro para pessoas próximas pela possibilidade de estresse no relacionamento, mas eu não tenho medo disso. O máximo que eu perco é dinheiro, jamais vou deixar SÓ isso me afastar de alguém. E se alguém me colocar condições relacionadas a dinheiro para manter essa relação, garanto que a relação não continua (nem se eu puder pagar).
Dinheiro tem um propósito prático, e fora isso, não vale porra nenhuma em comparação com uma amizade, por exemplo. Se você acredita nisso de verdade, nunca vai ter medo de emprestar dinheiro para amigos. E se você pratica o que prega, seus amigos vão entender que isso não é problema para você e vão tentar se manter próximos mesmo em caso de dívida.
Importante: eu não cobro. Quer dizer, só naqueles casos de ter que pagar contas urgentes, mas se eu emprestei dinheiro do qual eu posso dispor, eu não cobro por nada nesse mundo. Devolve quando puder, se puder. Fico triste só de imaginar um mundo onde eu não posso confiar que meus amigos estão fazendo tudo o que podem para honrar suas palavras.
Se eu quero colher confiança, adivinha o que eu tenho que plantar? E outra: não quer ter dor de cabeça com dinheiro? Pare de se preocupar tanto com ele. E eu não estou dando conselho de guru espiritual: isso tem um preço e muita gente pode não aceitar pagá-lo. Esse tipo de visão de mundo muito provavelmente vai te afastar da riqueza. Talvez até te coloque em apuros sérios quando alguém trair sua confiança. Sempre tem dois lados.
Eu escolho confiar e não esquentar minha cabeça. E você?
Para me pedir um dinheiro emprestado, para dizer que sentiu muita vontade de ser meu amigo, ou mesmo para dizer que o pior otário é o otário orgulhoso: somir@desfavor.com
SALLY
Emprestar dinheiro para amigos? Como regra, não. Melhor não.
Não me entendam mal. Não vou deixar um amigo morrer de fome. Eu DARIA dinheiro aos meus amigos se fosse o caso. Mas emprestar não. Emprestar pressupõe que a pessoa vai ter que te devolver, mesmo que seja dez anos depois. Isso pode destruir uma amizade. Isso coloca o amigo em uma situação de dívida, compromete a dinâmica da relação.
Não me refiro ao risco do amigo não pagar, pois se a pessoa é caloteira a ponto de passar a perna no amigo, tem mais é que se afastar dela mesmo. O grande problema é que as coisas não são preto no branco, há uma enorme área cinzenta de subjetividade que complica o pós-empréstimo. Cria um desconforto, uma desigualdade, travas, amarras.
É inevitável questionar algumas atitudes de uma pessoa que te deve dinheiro. Eu, por exemplo, ficaria extremamente injuriada se uma amiga que me deve dinheiro viajasse. Para viajar tem dinheiro, para me pagar não? Eu observaria sim seus gastos. Não perseguiria, mas repararia em eventuais extravagâncias que eu julgo incompatíveis com uma pessoa endividada. Se me deve dinheiro e aparece com uma bolsa que custa cinco mil reais eu ficaria muito chateada.
Como a subjetividade é enorme (o que mais tem é gente priorizando a aquisição de bens supérfluos), prefiro não deixar uma amizade nas mãos do conceito pessoal de prioridades de cada um. Se uma amiga minha passar dificuldades e eu tiver condições de ajudar, vou ajudar deixando muito claro que não é um empréstimo. Pessoas decentes pagam quando tiverem dinheiro, independente da obrigação do empréstimo formalizado.
Dinheiro destrói famílias, casamentos e amizades. Todo mundo acha que seu relacionamento é a prova de conflitos envolvendo dinheiro até que acontece. Amizade é algo muito importante para colocar a prova por causa de dinheiro, principalmente no meu caso, onde o pensamento destoa da regra geral. Admito minha inadequação social para os padrões vigentes, aliás, confesso que nem sei exatamente o que é considerado socialmente adequado hoje. Logo, grandes chances de eu me ofender ou chatear por valores meus e só meus que ninguém tinha a obrigação de abraçar ou conhecer. Eu sou aquele tipo de pessoa que não troca de telefone celular se o telefone em uso estiver funcionando. Pra que vou trocar se está ligando?
Acho que o resumo do meu pensamento é: quero me poupar. Cheguei a um ponto em que aprendi a antever alguns problemas e evita-los. Eu me dou esse direito. Quero me poupar. Não quero passar pela tensão implícita que emprestar dinheiro gera em um relacionamento. Prefiro perder dinheiro a passar por isso. Se é amigo de verdade e eu puder ajudar, dou o dinheiro e ponto final. Em algum momento, de alguma forma, isso vai voltar para mim, se não na forma de dinheiro, de qualquer outra forma.
É arrogância pensar que é capaz de lidar com os eventuais sentimentos de injustiça, traição, decepção e similares sem comprometer em algum grau a amizade. É arrogância pensar que é 100% garantido que esses sentimentos não darão as caras, ainda que ninguém cometa uma falta de ética. Onde o subjetivismo está presente, acontecem mágoas e mal entendidos com muita facilidade. Como o que está em jogo é algo muito precioso, uma amizade, que tal não coloca-la em risco?
Da mesma forma que sou contra cagar de porta aberta para não matar o amor, sou contra emprestar dinheiro para amigo. O princípio é o mesmo: vai que estraga o sentimento! Esse papo que se o amor (ou a amizade) for de verdade, nada separa é mentira. Mentira deslavada, devaneio romântico, história mal contada. Desentendimentos acabam sim com amizades. Mal entendidos geram sim mágoas irreparáveis. Não existem nem amor nem amizades eternos, que não precisem ser cuidados e cultivados para durar.
Sim, a Disney mentiu para você. O mais sincero, o mais puro e o mais profundo sentimento pode morrer. Sim, sentimentos de verdade acabam. Sim, uma pequena discussão pode se agravar e desembocar em uma grande mágoa incontornável. Aceita que dói menos. Aceita e cuida das suas amizades, não expondo a um risco desnecessário.
Vou além: mesmo que a pessoa seja super correta, pague assim que puder, um empréstimo continua afetando e comprometendo uma amizade. Com que imparcialidade um amigo que te deve dinheiro vai te dar um esporro naquele momento em que você está merecendo? A pessoa está em dívida com você. Isso afeta o que se fala e como se fala. Isso cria amarras que não deveriam existir em uma amizade.
Dinheiro gera animosidade. Tira a naturalidade de uma relação. Coloca amigos em condição de desigualdade, um em dívida e outro com crédito. É muito difícil não levar isso para a relação. É muito difícil que pelo menos UM dos envolvidos não leve isso para a relação. Você pode falar por VOCÊ, talvez você não leve isso para a relação, mas é bem arriscado falar por terceiros. Gosta da sua amizade? Preserve-a. Não a coloque em risco.
Se as pessoas soubessem discernir a diferença entre ACHAR que não vai dar merda de efetivamente não dar merda, a humanidade faria menos cagadas. Se as pessoas soubessem ouvir advertências, em vez de desvalorizá-las por lhe serem desagradáveis com o rótulo de pessimismo, a humanidade faria menos cagadas. Mas não, todo mundo se acha diferente, especial, acima dos problemas padrões. Adivinha só? No final do dia, acontece com a gente aquilo que a gente achava que só acontecia com os outros. Sabe o motivo? O motivo é que você não é especial porra nenhuma, somos todos mais ou menos a mesma merda. Aceita que dói menos.
Dinheiro causa problemas por onde passa. Quando é inevitável, beleza, tentamos lidar com eles da melhor forma possível. Mas quando é evitável, por gentileza, deixem dinheiro o mais longe possível de qualquer relacionamento se prezam por ele.
Só se for um amigo fiel, daqueles que pagam em dias. Como saber? Emprestei a primeira vez, nao devolveu, nao empresto mais. Ah, tambem evito pedir, pois fico angustiado quando devo, mesmo que seja 40 centavos. Mas, a partir de agora, caso alguem me peça dinheiro emprestado, vou seguir à risca esta idéia do Mokvwap:
“…invento
uma despesa imprevista que tenha
comprometido meu orçamento do
mês.”
Excelente dica! Obrigado, meu caro!
Até certa quantia (que pode variar muito em cada situação) e apenas para certas pessoas, eu não empresto; simplesmente dou (mas tenho que ser muito bem convencido). De resto, sequer insinuo oferecimento.
Dinheiro até é emprestável. O que eu não empresto em hipótese alguma, sob nenhum argumento, são:
a) Livros (principalmente técnicos);
b) Discos de vinil;
c) Mídias ópticas em geral (CD, DVD e BD, sejam com música, jogo, filme ou software);
d) Outras mídias;
e) Gadgets (celulares ou jogos portáteis de qualquer natureza).
A experiência mostrou que qualquer uma dessas coisas, emprestadas, ou não volta ou volta escangalhada (quebrada, rasgada, amassada, riscada ou fodida de algum modo), sem exceção.
Não! Me lembro da fuckin única vez que precisei duma grana urgente na sexta pra devolver na segunda e cometi o maior erro aceitando de um amigo. O cara ficou na fissura que ia tirar da poupança e perder 3 dias de juros. Pra que ofereceu, porra? Isso que não entendo, oferece, eu nem pedi e passou o fim de semana enchendo o saco: Vai pagar na segunda? Amanhã, né? Posso pegar logo cedo?
Agora quando preciso vou no banco e pago juros, ninguém aporrinha minha vida e quem quiser faz o mesmo. Eu não empresto! Vcs podem até dizer que amigo merda eu tenho ou eu sou, mas o fato é que meteu dinheiro na jogada, caga toda a relação!
Não gosto de emprestar, mas acho legal fazer gentilezas do tipo pagar o café, ou até mesmo pagar a conta, sendo que em outras vezes a pessoa pagou a conta toda sem me comunicar.
Acho que misturar dinheiro com amizade abre uma porteira pra todos esses problemas que a Sally elucidou, e vamos ser francos, pessoas que são desreguladas com dinheiro possuem exatamente esse comportamento de dever e viajar, pedir dinheiro pra uma coisa e gastar com outra, que muitas vezes envolvem luxo.
Melhor coisa do mundo é cada um ter o seu, e não estabelecer esse tipo de dependência com seu ninguém. Acho angustiante uma situação dessa de dependência.
Sempre que alguém me aparece pedindo dinheiro emprestado invento uma despesa imprevista que tenha comprometido meu orçamento do mês. Infelizmente o HUEzileiro quando está devendo pensa que a outra parte não está com pressa nenhuma para reaver o dinheiro (afinal, tava sobrando tanto que até emprestou) e quando devolve, acha que está fazendo um favor, de cara feia ainda.
E quando o HUEzileiro é o cara que emprestou, é capaz de passar décadas pedindo favores, sempre desenterrando o fatídico empréstimo.
Por isso nunca empresto, e se precisar fazer um empréstimo emergencial (porque pra mim empréstimo é só quando se precisa pagar uma despesa absolutamente necessária que tenha aparecido sem previsão, não pra curtir férias ou comprar alguma traquitana), vou para um banco.
Não gosto da palavra empréstimo. Não pego nada emprestado, como também não empresto nada (tenho fama de ruim).
Penso como a Sally, se eu gosto mesmo daquela pessoa que está passando por dificuldade financeira, (e eu não estiver precisando do dinheiro) dou a quantia e não se fala mais nisso.
“Se é amigo de verdade, e eu puder ajudar, dou o dinheiro e ponto final.”
Hoje (finalmente!) concordei com a Sally nesta coluna. Não emprestaria dinheiro aos amigos, porque os problemas acabariam aparecendo inevitavelmente. Mas daria (se pudesse dar.)
Sim, a Disney nos traiu! Não somos especiais, não somos mais importantes do que os outros 7 bilhões, vamos todos morrer no final, absolutamente tudo é uma questão de sorte e a vida não dá garantias para nenhum de nós (nem para os poucos bilionários. Não importa o quanto eles sejam sortudos, vão acabar mortos a longo prazo).
“Você pode falar por VOCÊ, talvez você não leve isso para a relação, mas é bem arriscado falar por terceiros. Gosta da sua amizade? Preserve-a. Não a coloque em risco”.
Tenho um circulo íntimo de amigos com 20 a 50 anos de amizade e passei boa parte da vida na potencial ponta devedora da situação em relação a eles.
Conviver tanto tempo com esse pequeno círculo, com pessoas (bem) mais abastadas do que eu, foi uma lição valiosa para quem, hoje, se vê numa posição de vantagem em relação até mesmo a alguns desses amigos.
Isso pois, em suma, tirando a questão de heranças, atrás de cada prosperidade há invariavelmente muito tempo e esforço investidos, muitas vezes envolvendo ter que abrir mão de uma coisa ou outra para chegar a um patamar elevado. Esses sábios amigos, em estágios bem mais avançados do que eu na vida e na carreira, anteviam minhas dificuldades e procuravam me ajudar de toda a forma que não fosse dinheiro, até porque sabiam que não aceitaria essa ajuda, por respeito ao esforço e tempo investido para construir o que tinham.
Tanto que preferi ralar no Japão a pegar uma linha fácil de crédito com eles quando a pindaíba chegou ao auge…Ainda assim, eles me ajudaram a renegociar as dívidas que deixei aqui, que eram pagas com o aluguel da minha casa e com os yens que remetia para cá. Voltei e eles prestaram contas de cada centavo gasto. Enfim, há mil e uma alternativas para tentar ajudar um amigo de verdade. Dinheiro é, e sempre deverá ser, o último recurso.
Hoje, superadas as dificuldades e prestes a amarrar o burro na sombra, procuro ajudar, digamos assim, preventivamente. Dando dicas para concursos, comprando livros por conta para ajudá-los, usando do networking para (tentar) encaixar um ou outro, mas jamais dando simplesmente dinheiro.
Até porque, nas poucas vezes na vida em que fui besta em emprestar dinheiro, o devedor chegou ao ponto de se ressentir da minha ajuda…
É o tipo de coisa que dificilmente dá certo, melhor não arriscar
“Você pode falar por VOCÊ, talvez você não leve isso para a relação, mas é bem arriscado falar por terceiros. Gosta da sua amizade? Preserve-a. Não a coloque em risco”.
Tenho um circulo íntimo de amigos com 20 a 50 anos de amizade e passei boa parte da vida na potencial ponta devedora da situação em relação a eles.
Conviver tanto tempo com esse pequeno círculo, com pessoas (bem) mais abastadas do que eu, foi uma lição valiosa para quem, hoje, se vê numa posição de vantagem em relação até mesmo a alguns desses amigos.
Isso pois, em suma, tirando a questão de heranças, atrás de cada prosperidade há invariavelmente muito tempo e esforço investidos, muitas vezes envolvendo ter que abrir mão de uma coisa ou outra para chegar a um patamar elevado. Esses sábios amigos anteviam minhas dificuldades e procuravam me ajudar de toda a forma que não fosse dinheiro, até porque sabiam que não aceitaria essa ajuda, por respeito ao esforço e tempo investido para construir o que tinham. Tanto que preferi ralar no Japão a pegar uma linha fácil de crédito com eles quando a pindaíba chegou ao auge…Ainda assim, eles me ajudaram a renegociar as dívidas que deixei aqui, q
Hoje, superadas as dificuldades e prestes a amarrar o burro na sombra, procuro ajudar, digamos assim, preventivamente. Dando dicas para concursos, comprando livros por conta para ajudá-los, usando do networking para (tentar) encaixar um ou outro, mas jamais dando simplesmente dinheiro.
Até porque, nas poucas vezes em que fui besta em emprestar dinheiro, o devedor chegou ao ponto de se ressentir da minha ajuda…
Curioso que eu sempre emprestei dinheiro e me devolviam logo. Em geral já falavam: me empresta tanto até dia tal. Sei que poderia dar muito errado, tive foi sorte mesmo.