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Privada privada.

Privada privada.

| Sally | | 63 comentários em Privada privada.

Eu acho cagar na casa dos outros falta de educação. Exceto situações onde você esteja hospedado ou fique muito tempo na casa de alguém, é de uma inconveniência ímpar cagar na casa dos outros. Eu fico puta da vida quando cagam na minha casa. Fico puta mesmo. Não sou uma pessoa egoísta, muito pelo contrário, tendo mais para a generosidade, mas cagar na minha privada me tira do sério.

Vamos lá. Um banheiro após uma cagada nunca fica 100%. Uma cagada contamina o banheiro, ele jamais sairá limpo como estava antes. Convenhamos, a visita não vai limpar o banheiro depois de usá-lo, não teria nem ao menos material de limpeza para isso. Logo, quem caga seu banheiro está te condenando a limpar a merda alheia. Eu não sou obrigada!

Você pode estar pensando que basta dar a descarga que o “problema” vai embora. Mas não é bem assim. Pequenos respingos, a merda que sobe no ar quando se dá a descarga sem fechar a tampa (e muitas vezes se deposita na escova de dentes) e até mesmo o odor desagradável, tudo isso me ofende. Me ofende de verdade, tomo raiva de gente que caga na minha casa. Vontade de deixar um cestinho de produtos de limpeza ao lado do vaso para ver se as pessoas se mancam e faxinam o banheiro depois de cagar.

O que eu não entendo é: qual a necessidade? Porque uma coisa é estar hospedado na casa da pessoa. Outra e passar poucas horas com alguém e, nestas poucas horas, fazer a descortesia de soltar um barro na porcelana alheia. Não tem privada em casa não, filho da puta? Não dava para cagar antes de sair não? Não dava para ir para casa quando sentiu a vontade de cagar? Aparentemente não. Vamos cagar na privada alheia e foda-se a dona da casa, ela que limpe o banheiro com restos dos seus coliformes depois, né? Malditos. Lhes desejo mal. A todos eles.

Graças a esse tipo de pessoa sem noção, com inconveniência anal, sou obrigada a fazer toda uma operação de contenção quando recebo visitas. Primeira providência, tirar a lixeira do banheiro. Porque os filhos da puta de cu frouxo não contentes em cagar no meu vaso, ainda limpam o cu e jogam papel no meu cesto de lixo. Meu cesto de lixo, que até então só vira algodão sujo de maquiagem e potes vazios de creme, é estuprado com um papel cheio de merda.

E como cesto não é auto-limpante, a babaca aqui tem que recolher PAPEL CAGADO. Sabe, a vida já tem desgostos suficientes para que eu tenha que passar por isso. Eu não sou obrigada. EU NÃO SOU OBRIGADA. Eu tenho nojo da MINHA merda, imagina da merda dos outros! Fora que aquele papelzinho cagado que repousa na lixeira vira um sachê do demo com o passar das horas e perfuma todo o ambiente de merda. Um horror.

Pior: quando o intruso ousa cagar no seu banheiro e, não muito tempo depois, VOCÊ, o legítimo dono da casa e da privada sente o chamado da mãe natureza e é obrigado a se humilhar e cagar por cima da merda alheia. Não tem coisa pior nesse mundo do que sentar em uma privada ainda com o assento quentinho, relembrando que recentemente outro cu esteve por ali descarregando seu conteúdo nefasto. É esfregar cu com cu por tabela.
Pior ainda: se calhar de você ter vontade de cagar na concomitância da cagada intrusa. Você, o legítimo dono do vaso, sendo obrigado a passar por um sufoco anal, porque um mal educado está invadindo o que é seu. Se a pessoa não teve a decência de se esvaziar no conforto do seu lar, que ao menos segure a bosta dentro de si até voltar para casa.

E quando o cheiro de merda contamina o banheiro, e às vezes as adjacências? Não sei se você sabe, mas o cheiro de merda se deve a partículas de coliformes fecais que sobem para o ar. Você está inalando micro-merda. Eu sou obrigada a inalar micro-merda alheia? Não sou. Já ficou puta de ter que inalar a minha micro-merda. Espalhar micro-merda na residência alheia é de uma falta de educação e compostura que dói.

Isso quando a macro-merda também não fica de lembrancinha. Porque se o tolete for tamanho GG, pode não ir embora na primeira descarga. Pode perdurar muitas descargas. Você nunca sabe se ele realmente se foi. Periga levantar na manhã seguinte, tranquilamente, para uma defecção matinal e ser surpreendido por aquela criatura monstruosa dentro do vaso. Aquela criatura, que não te pertence, despertando tamanho espanto e asco que faz até sua bosta recuar.

Daí você tem que lidar com aquilo. É quase que como criar um filho que não é seu. Injusto, desleal e revoltante. Ser obrigado a quebrar um tolete que não é seu ao meio é uma das maiores indignidades que um ser humano pode passar. Eu efetivamente choraria se tivesse que passar por isso. Quem faz uma coisa dessas com você não é seu amigo. Não é nem gente, é uma criatura que merece ser afastada do convívio social. Pessoas que cagam e deixam tolete na casa alheia deveriam ser presas.

E não pense você, caro filho da puta que usa o banheiro alheio, que suas táticas rudimentares apagam os rastros da merda (com trocadilho) que você fez. Jogar desodorante para tentar disfarçar o cheiro é deixar um rastro de merda floral muito do desagradável. Ligar a torneira ou o chuveiro para que terceiros não sintam seu cu lambretando não funciona. É óbvio que você não está tomando banho na casa alheia. E, a canalhice das canalhices: entupir o vaso de papel quando o tolete não vai embora, como se ninguém soubesse o que tem por baixo daquele amontoado de papel.

Cagar na casa dos outros é falta de consideração e falta de educação. Merda é como filho, você só atura a sua e olhe lá. Pessoas educadas tem vergonha de cagar na casa dos outros. Abra minha geladeira, coma minha comida, limpe o sapato no meu tapete, coloque o pé na minha mesinha de centro, mas não cague na minha privada. Privada deveria ter reconhecimento biométrico pelas pregas do cu e dar um choque quando um cu estranho sentasse.

Para me chamar de maluca pela milésima vez, para confessar que no fundo também se desagrada quando cagam no seu vaso ou ainda para amadurecer a ideia e começar a sentir um constrangimento em fazer essa monstruosidade que é cagar na casa dos outros: sally@desfavor.com


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