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Sistema Eleitoral.

Sistema Eleitoral.

| Sally | | 24 comentários em Sistema Eleitoral.

Cansei de reclamar do quanto estas eleições estão um lixo, os candidatos imprestáveis e a democracia cada vez mais deturpada. Em vez de reclamar, hoje resolvi tentar encontrar soluções. E conto com vocês para isso. Podem começar a colocar seus cérebros impopulares para pensar, porque hoje a gente sai daqui com um sistema representativo de voto muito melhor do que o vigente para a realidade do Brasil. Legislar para primeiro mundo é fácil, quero ver é sentar a bunda na cadeira e achar solução para o caos que está este país!

Atenção, como eu disse, as propostas tem que ser pensadas PARA A REALIDADE DO BRASIL. Não me venham com sistemas ideias, justos, evoluídos. Esta não é a realidade do Brasil. A atual realidade é eleitor trocando voto por dentadura, é eleitor tendo que fotografar seu voto para provar a miliciano que votou no candidato imposto para seu bairro e coisas do tipo. Estamos longe de uma situação ideal e civilizada, a realidade pede uma medida emergencial compatível.

Para começo de conversa, uma das primeiras alterações que eu faria seria na forma de computar votos em branco e nulos. Hoje, no Brasil, não temos o direito ao “não voto”, você sempre contribui para a vitória de alguém, não importa se vota em branco ou nulo, como já expliquei neste texto.

Gostaria de um sistema eleitoral onde eu pudesse votar de forma que meu voto nulo não fosse computado para beneficiar ninguém e com uma regra específica dizendo que se um percentual X de pessoas (por exemplo, mais de 50% dos eleitores) anulassem seu voto, deveria ser organizada uma nova eleição com novos candidatos e vices. Afinal, se mais da metade da população não quer votar nenhum dos candidatos, esses candidatos não representam o povo.

Os votos brancos iriam para o candidato mais votado, como uma forma de permitir que se possa optar pelo que a maioria decidir, enquanto que os nulos não seriam computados para nenhum fim. Hoje, se temos 100 eleitores, um candidato precisa de 51 votos para se eleger, mas se 10 pessoas anularem o voto, ele precisará apenas de 46 (100 – 10 = 90, 90/2 +1). No caso de um voto realmente nulo, o candidato continuaria precisando de 51 votos, não importa quantos nulos existam. Sagrado direito do não-voto sem beneficiar quem está na frente!

Outro fator importante, e aqui vão os créditos para o Murilo Gun, uma das cabeças pensantes e criativas que eu mais admiro neste país: rejeição deveria barrar candidato. Deveria existir um voto positivo e um veto para cada eleitor. Quero votar em Fulano e não quero que Beltrano seja eleito. Cada voto negativo anularia um voto positivo, assim, não bastaria um candidato ser muito votado com voto de cabresto, bolsa-voto ou sei lá qual artimanha. Se ele tivesse uma rejeição enorme, não se elegeria, independente de quantos eleitores pudesse comprar.

E se qualquer candidato tivesse mais de 50% de rejeição, não poderia ser eleito também, mesmo que ao final tivesse mais votos. Porque se mais da metade da população rejeita esse candidato, vai desculpar, ele não representa o povo. Novamente, seriam convocadas novas eleições, com novos candidatos e vices. Custaria caro? Certamente, mas gastam rios de dinheiro com coisas menos importantes. Posso assegurar que dinheiro para isso TEM.

Sobre os eleitores: voto facultativo, vota quem quer. Porém, quem vota vai ter seu sigilo fiscal e bancário quebrado pela Receita Federal seis meses antes e seis meses depois das eleições, não apenas para coibir supostas propinas, subornos e incentivos, como também para ter certeza que quem vota é uma pessoa honesta. Porque grande parte dessa cambada de filho da puta que vota em corrupto o faz porque também o é.

Sonegadores, gente com rabo preso, gente que esconde lucro de ex-mulher, gente que usa laranjas, gente que, basicamente, COMETE CRIME, teria receio em votar, porque teria suas finanças vasculhadas. A Receita Federal teria que submeter o resultado do pente fino a um tribunal especialmente designado para esses casos, através de processos públicos onde o acusado tivesse direito à ampla defesa e contraditório. O funcionário da Receita Federal que acusasse em falso algum eleitor para tentar prejudicá-lo seria punido com exoneração imediata. Chega de palhaçada.

O voto continuaria sendo secreto e as pessoas seriam revistadas, passando inclusive por um detector de metais antes de ir para a urna, de modo a que não possam levar celular ou qualquer outro aparelho. Quem de alguma forma documentasse seu voto pagaria uma multa equivalente a dez vezes seu rendimento mensal e ficaria proibido de votar nas duas próximas eleições. E a urna eletrônica seria abolida. Papelzinho, como se faz nos EUA e na Europa, que se invadem o site da CIA e do FBI, podem muito bem alterar resultado de urna cacareco loading usada no Brasil.

Ao final da apuração, seriam divulgados os resultados de cada urna em jornais de grande circulação, para que quem ali votou possa conferir se o resultado é compatível com seu voto. Ex: Eu votei no Rafael Pilha, minha mãe votou no Pilha, meu pai votou no Pilha. Se no resultado final da minha urna houverem apenas dois votos para o Pilha, saberemos que algo de muito errado aconteceu.

Crimes eleitorais seriam punidos todos com multa, nenhum com prisão. Mas multa pesada, daquela que se a pessoa não pagar, confisca todos os bens e vende em leilão. Qualquer pessoa envolvida e condenada por crimes eleitorais ficaria automaticamente impedida de se candidatar ou trabalhar nas eleições e sofreria uma investigação daquelas de revirar tudo pela Receita Federal, perdendo também o direito a qualquer subsídio governamental. Quero ver quem ia arriscar seu patrimônio por candidatozinho que dá dentadura.

Para fechar, não haverá censura eleitoral, TSE decidindo o que pode falar e o que não pode. Carta branca total, quem é ruim se destrói sozinho. Cada um que fale o que quer, para que o eleitor não vote enganado, achando que seu candidato é alto nível, quando na verdade ele só não despencou o nível porque o TSE não deixou.

Essas são as minhas sugestões. Quais são as suas?

Para me acusar de interferir no processo democrático, para dar uma sugestão útil ou ainda para lamentar não poder contribuir por estar nauseado e saturado do tema eleições: sally@desfavor.com


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