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Café – Parte 2

Café – Parte 2

| Desfavor | | 30 comentários em Café – Parte 2

Desfavor Convidado é a coluna onde os impopulares ganham voz aqui na República Impopular. Se você quiser também ter seu texto publicado por aqui, basta enviar para desfavor@desfavor.com.
O Somir se reserva ao direito de implicar com os textos e não publicá-los. Sally promete interceder por vocês.

Desfavor Convidado: Café – Parte 2

Depois que escrevi aquele texto sobre café, e diante de tantas perguntas e questionamentos sobre diferentes marcas, fiquei curiosa, e me senti desafiada por vocês para experimentar mais cafés, e mais formas de preparo. Quero esclarecer antes de iniciar meus relatos que não sou nenhuma especialista no assunto, simplesmente eu gosto de café. E ao dar minha opinião, estou apenas dando minha opinião. Sou consciente de que gosto é que nem rego, cada um tem o seu, não sou de ficar impondo o que penso. Outro ponto que quero deixar mais que claro, é que o que eu for colocar de novidade significa que foi novidade para mim nesse tempo. Em nenhum momento me acho a descobridora da pólvora, por favor.

Alguns leitores me fizeram perguntas sobre o que eu achava de algumas marcas ou formas de preparo. Então faço um breve resumo:

  • Eduardo me apresentou o “infarto engarrafado” (Melitta Tradicional + 200g de Café Gourmet, em 500ml).
  • O sabor fica muito bom, mas não tive coragem de tomar 500 ml.

  • Daniela me questionou acerca do Café Solúvel do Café do Ponto, não lembro o nome exato.
  • Onde eu moro não vende desse, não achei em canto nenhum.

  • Felipe falou do Café Illy (Italiano).
  • Quero agradecer, Felipe, por ter me apresentado um café tão gostoso, eu já tinha visto nas prateleiras de supermercados, mas nunca tinha me dado essa oportunidade. Descobri uma cafeteria que só serve desse café, virou um dos meus pontos de encontro. Dessa mesma marca existe o descafeinado. Um espetáculo esse café!

  • Ainda Felipe e Suellen, sobre o Café Jacú eKopiLuwak.
  • Não tive coragem e acho que nem terei.

  • Ainda Suellen, perguntou sobre o Ice Coffee.
  • Descobri uma cafeteria que vende desse, gostei bastante, mas ainda prefiro o quente.

  • Thaisa perguntou sobre o Café Três Corações.
  • Continua muito bom e eles agora estão com uma versão Gourmet também. Não sei se naquele padrão de qualidade rígido, mas gostei muito. Usei dele muito para fazer as misturas com Melitta, Santa Clara…

  • Priscila perguntou sobre o expresso do McCafé.
  • O grão julgo ser muito bom, no entanto, percebi que eles pecam,E MUITO, na forma de preparo, o que prejudica o sabor. Achei frustrante, dependendo da loja.

  • Daninha perguntou sobre o café São Braz.
  • Não gostei. Para o meu gosto achei muito forte na intensidade da torra, muito amargo.

  • Ainda Daninha, indicou a loja Delta Expresso.
  • Outra grata surpresa, gostei muito mesmo, descobri dele em minha cidade e o forte dessa franquia são as variedadesde cafés das mais diferentes regiões. Uma sorte de safras… Obrigada pela dica!

  • Anônimo Procurando/Achando, sobre um café gourmet que comprou.
  • Não posso afirmar se a culpa é do adoçante, provavelmente sim. Mas você sentiu diferenças que são muito valorizadas, como corpo e retrogosto. No entanto, não fez diferença ou o surpreendeu. Me pergunto se você gosta realmente de café, ou se é uma pessoa de gostos mais simples mesmo, o que isso não significa que você esteja equivocado. Enfim, gosto é gosto, talvez sua expectativa foi alta também.

    Outros que experimentei e gostei muito foram os cafés da marca “Arte Café” e “Café Cristina”.

    Dentre algumas coisas que estavam na minha lista de experiências e aquisições era a Moka. “Moka Express” é uma cafeteira italiana criada pelo engenheiroAlfonso Bialetti em1933.Mais tardeo modelo foipatenteado por Luigi De Ponticom o nome de seu criador, Alfonso Bialetti. “Bialetti”, inclusive, é o nome de sua empresa que continua produzindo o mesmo modelo até os dias atuais. Seu modelo original é de alumínio e possui vários tamanhos diferentes, dependendo da quantidade de porções. Outras fábricas produzem também essa cafeteira, com a vantagem de serem feitas de outro material, como o aço inoxidável, por exemplo.

    Basicamente essa cafeteira é uma mini panela de pressão, onde a mistura de água e vapor alcançam temperaturas superiores aos 100 °C. Assim, se extrai uma quantidade maior dos óleos e essências do café, e dependendo de sua qualidade, tipo de torra e moagem, o café extraído será mais encorpado, cremoso e com sabor mais apurado, comparando ao café coado.

    Outra descoberta pessoal nesse tempo foi o Café Grego ou Café Turco.Ele recebe essas diversas denominações, pois é um tipo de café mais antigo na sua forma de preparo, tradicional da Turquia ede diversos territórios que foram do Império Otomano. E cada um desses países onde o café é preparado desta forma atribui a si próprio este método de preparação. Desta forma, existem tambémas designações, Café Armênio e Café Árabe.

    Esse tipo de café é feito a partir do café moído com consistência de farinha fina, ele não é coado, é decantado. Para o preparo, utiliza-se o Ibrik que é uma cafeteira/bule feito de cobre, estreito nas bordas e com um pegador fino para o manuseio. Na Turquia temperam com Cardamomo e, apesar de teoricamente ser a mesma coisa para esses países, senti muita diferença na forma como preparam o Café Grego. Posso afirmar sem dúvidas que foi o melhor café que já tomei em toda a minha vida. Também muito saboroso, encorpado, pude jurar que era feito com chocolate, porém me garantiram que não. Uma pena que ainda estou apanhando para aprender a fazer.Para quem tiver interesse, alguns cafés especializados vendem desse. E para quem gostar, acredito que vendem o material e o pó nessas lojas de produtos árabes.

    Como não é coado, depois de preparado, é aconselhável aguardar cerca de um minuto antes de consumir o café para que os grãos se depositem no fundo da xícara. Uma vez servido, não se deve mexer o café, para evitar que os grãos se espalhem na bebida. Por isso ele é adoçado antes do preparo e deve-se parar de beber quando sentir os grãos na boca, deixando a borra resultante no fundo da xícara. Essa borra também pode ser utilizada para fazer a leitura da sina, como um oráculo… Mas essa parte eu pulo, não é o foco aqui.

    Muito se questionam sobre o nível de cafeína do café produzido por esses tipos de preparo que relatei hoje, e como falei no texto anterior (não querendo ser repetitiva), mas existe a ideia equivocada de que o café expresso também, por ser mais encorpado, com mais saborpossui mais cafeína.Curioso, que fui informada por pessoas de Atenas que o Café Grego é o único café autorizado pelos médicos aos pacientes que possuem restrições com cafeína, consideram esse tipo de café o mais saudável de todos.O fato é que a cafeína é hidrossolúvel, e o café coado ao ter maior tempo de exposição do café à água, também extrai uma quantidade importante de cafeína. Por isso expliquei tantas vezes que quanto mais você coar o café, mais cafeína extrairá para a sua bebida. Uma pequena comparação: em 30 ml do café do McDonald’s, possui 9,1 mg de cafeína. A mesma quantidade de café da Starbucks contém 20,6 mg da substância.

    Alguma coisa nos fez acreditar que por ser mais escuro e ter mais sabor e corpo, esse café teria mais cafeína. Acho que ao pensar em café deveríamos pensar como se estuda química, nos inversos, pois nem sempre o mais concentrado e o mais escuro significa maior concentração da tão temida cafeína. Isso se dá porque no processo da torrefação há a queima dessa substância, então temos outra ideia equivocada, que é o café de torra clara ter menos cafeína que o de torra escura.

    Para o café coado ser valorizado em todo seu aroma e sabor, além da qualidade do café, não deixe a água ferver. Na primeira bolha o fogo deve ser desligado. Em seguida, ao despejar a água no coador com o café, você deve tentar simular uma máquina de café expresso, derramando lentamente de forma que o pó fique todo molhado, após essa etapa com o pó todo molhado, você poderá despejar o restante da água num ritmo normal (se assim desejar) para não esfriar. Ao fazer isso você extrai os óleos do café com mais eficiência, pois você promove uma homogeneidade no momento da extração, sem agredir o pó. Quando você não faz isso, você coa o café de maneira heterogênea, extrai menos essências e coa mais em outros pontos do coador.

    A parte técnica de como trabalha o barista, instrumentos, e todos aqueles outros detalhes, deixarei para outro momento, gente. Que honestamente não sei se terei esse tempo. Mas espero novamente ter contribuído para o seleto e refinado paladar dos senhores, agora que também temos postagens sobre vinho e whiskies… CÓF, CÓF, CÓF…

    Lichia Saad


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