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Plagia Eu!

Plagia Eu!

| Sally | | 65 comentários em Plagia Eu!

Quer começar um negócio próprio e está sem ideias? Tem dinheiro mas não tem criatividade? Tem tino comercial mas não sabe o que fazer? É empreendedor mas está sem foco? Desfavor te ajuda. Se você tem (ou tem como conseguir) tempo e o capital inicial para começar seu próprio negócio, aproveita que a otária aqui tá dando ideia de graça.

Vamos começar por uma coisa que dá dinheiro hoje em dia: comida. Ramo alimentício dá dinheiro. Ok, também dá um pouco de dor de cabeça ter que lidar com fornecedor, mas minha ideia não te deixa dependente de ninguém: RODÍZIO DE CHOCOLATE.

Cobra-se uma taxa única e a pessoa come tudo que puder em um grande bufê só de sobremesas de chocolate: sorvete, alfajor, brigadeiro, tortas, caldas, mousses, fondue e tudo mais que sua imaginação permitir. Se bem apresentado esteticamente, faria sucesso. Pensa comigo:a sobremesa costuma ser muito cara em restaurantes, por um preço similar o cliente poderia comer o quanto quisesse e ainda teria a prerrogativa de provar um pouquinho de cada coisa. Plus: chocolate enjoa, ninguém conseguiria comer em grande quantidade. O único porém: coloque muitos banheiros no estabelecimento.

Cobra-se preço único pelo rodízio, mas a bebida é paga à parte, naquele esquema bem canalha que churrascaria faz. Alguém consegue comer muito chocolate sem beber nada? Difícil. Pelo menos uma água ou um café vão pedir. Sem contar que pode virar ponto para reunião de pessoas, com um ambiente agradável (recomendo barrar a entrada de crianças, elas vão ficar intratáveis com tanto açúcar). Pessoas frustradas, ansiosas ou infelizes afogarão suas mágoas no seu chocolate.

Outra coisa que dá dinheiro: animais. O mercado Pet vem crescendo cada vez mais. Porém existe um segmento que está mal ou nada explorado: cemitério para animais. Isso mesmo. Foi-se o tempo em que o cachorro morria e você o enterrava no quintal de casa. O quintal está em extinção. Para quem mora em apartamento, se o cachorro morre, o destino é a lixeira. Isso magoa/ofende pessoas apegadas a seu animalzinho. Hora de lucrar.

Basta um terreno. Alguma que outra obra de melhoria e um coveiro. Se quiser ousar, pode colocar uma lojinha dentro oferecendo serviço de cremação, para quem quer manter seu animalzinho para sempre ao seu lado na forma de cinzas e até de taxidermia, para aqueles mais excêntricos que querem empalhar seu pet. Túmulos com todos os tamanhos, formatos e decorações podem ser disponibilizados e adquiridos em definitivo.

Obviamente não seria algo barato, até pelo ineditismo, mas em compensação uma família poderia se reunir e comprar em conjunto um espaço para enterrar todos os pets: o gato da Tia, o cachorro do Avó, a tartaruga do Irmão. Dá até para promover um enterro, velório, visitas, flores. Visualizo um grande espaço verde com estátuas de mármore em formatos de cães e gatos. E tenho convicção plena de que as pessoas pagariam por isso.

Os ganhos extras também poderiam abarcar lojinha de flores, um café do lado de dentro e, se você for muito, mas muito filho da puta, uma pet shop que venda filhotinhos, assim o dono já sai com um novo pet nas mãos para elaborar a perda. Quando morre um animal de estimação o dono diz que nunca mais que ter bicho porque é muito sofrimento quando ele morre e blá, blá, blá, mas a verdade é que poucos resistem quando são expostos visualmente a um filhote fofinho. Ganha o empresário, que tira proveito econômico de uma pessoa fragilizada, ganha o dono que se distrai em um novo projeto de um novo pet.

Vamos capitalizar em um denominador comum dos dias de hoje? Déficit de sono. Você, eu e meio mundo vivem com déficit de sono. Fato: salvo raras exceções, a rotina moderna não nos permite dormir as oito horas mínimas que precisamos. E é aí que entra nosso negócio: você vai viabilizar aquela sonequinha gostosa, aquele soninho da beleza para pessoas que estão muito cansadas.

Funciona mais ou menos como se fosse um motel, mas só pode entrar uma pessoa por quarto, porque sabe como é, se deixar entrar mais de um VIRA um motel. Um quartinho simples, com cama confortável, TV e ar condicionado. Não precisa mais do que isso. A pessoa paga por cada meia hora e dorme o quanto quiser. Assim, se no meu horário de almoço eu quiser tirar uma sonequinha para conseguir encarar o resto do dia, eu tenho onde. Chega de improvisar cafofos na clandestinidade para dormir escondido.

O cliente avisa quantas horas quer ficar e ao fim do tempo programado recebe um chamado telefônico avisando que seu tempo expirou. Ou seja, é uma forma de dormir sem perder a hora. Na pior das hipóteses (algumas pessoas tem sono pesado) um funcionário pode ir acordar o cliente no quarto. Tudo com câmeras, é claro. O cliente deixa seus pertences em um armário com chave dentro do próprio quarto, para sua segurança.

Olha, se isso existisse, eu certamente teria perdido um belo dinheiro. Existiram dias da minha vida onde eu pagaria 30, 40, 50 ou até 100 reais para poder tirar uma ou duas horas de soneca. Requer uma infraestrutura maior, mas você tem a seu favor a verdade inexorável que: a) todo mundo está sempre com sono e b) hotéis e motéis sempre serão mais caros. Vale o investimento, principalmente em grandes centros urbanos. Sono é uma necessidade vital, pessoas pagam bem por ele.

Vamos para mais uma ideia, que hoje eu acordei empreendedora não-praticante! Uma clínica de “rehab” emocional. Explico: assim como tem clínica para te ajudar a largar drogas, deveria existir uma clínica para ajudar as pessoas a se curarem do vício em relacionamentos. Sim, algumas pessoas tratam relacionamentos como vício. Simplesmente não conseguem terminar, cortar contato, se afastar.

Pois bem, esta clínica seria o ambiente ideal para isso. Celulares seriam confiscados, internet seria com monitoramento. A pessoa receberia o acompanhamento multidisciplinar de psicólogos, médicos, profissionais de educação física, beauty spa e outros. Sairia de lá com corpo são e mente sã. Se quiser me contratar para eu dar palestras “Sally Surtada”, aceito propostas. Uma injeção de autoestima para dar um passo à frente cairia bem em muita gente. Especialmente gente rica, porque pobre tem que trabalhar e não tem tempo para ficar stalkeando.

Atividades relaxantes estilo SPA também seriam disponibilizadas: massagens, terapias alternativas e outras porcarias que realizam um efeito placebo fazendo a pessoa se sentir fortalecida. Até coisas de caráter religioso são válidas: tudo que ajude a superar o término do relacionamento ou até, quem saber, a morte de um ente querido (pode fazer parceria com o pessoal do cemitério de animais, fica a dica). Dias inteiros de motivação, embelezamento e desintoxicação emocional devolvem a pessoa pronta para anadar com suas próprias pernas, sem precisar se agarrar a um relacionamento falido.

Adianta? Porra nenhuma, que a raiz da dependência emocional é profunda e para ser resolvida precisa de muita terapia, mas… daria dinheiro? Certamente, porque qualquer coisa com promessa de resultado rápido dá dinheiro hoje em dia. Sem contar que as pessoas andam tão fúteis e superficiais que periga uma aula de maquiagem, uma emagrecida e uma tintura no cabelo realemente elevar sua autoestima.

Um plano B para isso seria uma clínica de “internação” para pessoas que querem fazer concurso público mas não tem força de vontade para estudar. Tranca a pessoa lá dentro e faz um intensivão de aulas, serve comida especialmente pensada por uma nutricionista para otimizar seu rendimento, se impõe as horas de sono necessárias para o bom aprendizado, acompanhamento psicológico e todo o coaching, o incentivo, para manter um ritmo de estudo. Depois de um tempo, se a pessoa quiser, ela sai e continua em casa, sozinha. Porque estudo é como musculação: no começo é muito difícil, mas depois que você toma gosto fica cada vez mais fácil e mais prazeroso de fazer.

Mais uma ideia condizente com os tempos modernos: empresa de vingança. Funciona da seguinte forma: você quer se vingar de alguém, derrubar alguém, se defender de alguém que está filhadaputizando com você, mas não sabe como. Você contrata a empresa. Um grupo bem treinado de Trolls mestres em engenharia social varrerão a vida da pessoa (o que não é difícil em tempos de internet) e farão uma apostila com um perfil detalhado, dando sugestões de pontos fracos, pontos fortes a se tomar cuidado, erros, crimes, enfim, um verdadeiro dossiê. Caso o cliente queira, a própria empresa pode se encarregar da “vingança”, por exemplo, criando um perfil falso de uma mulher dando em cima do cara em alguma rede social (Kelly? Oi?) e depois mandando via e-mail esta prova para a esposa do dito cujo.

Não, não é crime. O que é dito em rede social é público, eu pego e uso como quero. Crime é invadir o e-mail de alguém, crime é espionar alguém. Se a pessoa colocou na internet, ela deu publicidade. Mas, devo te advertir que centenas de processos eclodiriam contra a empresa. Não que isso seja ruim, é bom, porque tem muita gente mal resolvida no mundo que contrataria esse tipo de serviço nefasto, então, os processos funcionariam como propaganda. Gente burra que quer se vingar e não sabe como teria voz.

Se eu falar para vocês que estas são apenas algumas das muitas ideias estranhamente empreendedoras que eu tenho, vocês acreditam? Ahhh se eu tivesse dinheiro… Como não tenho, jogo para o mundo, que alguém se beneficie delas. E tenho projetos detalhados para cada uma delas. Isto é só uma amostra grátis.

E se alguma destas coisas já existir, minhas mais sinceras desculpas. Eu realmente não sabia. Mesmo assim, tirem proveito. Tenho certeza que em vários pontos do país nenhuma dessas ideias está sendo colocada em prática. Pode apostar, depois de cinco anos interagindo intensiva e diariamente com todo tipo de pessoa a gente aprende um pouquinho sobre o ser humano e suas necessidades.

Para me chamar de maluca por ter esse tipo de ideia, para me chamar de maluca por disponibilizar ideias de graça para os outros ou ainda para me chamar para ser sua sócia por ser tão maluco quanto eu: sally@desfavor.com


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