Ele disse, ela disse: Discordando em gênero.
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Filhos hipotéticos: O retorno. Imagine que você tem um(a) filho(a) que logo na infância dá sinais muito confusos sobre sua identidade sexual futura. Imagine então como agir até essa criança chegar na puberdade. Sally e Somir fazem esse exercício e chegam a conclusões distintas. Os impopulares se identificam no impasse.
Tema de hoje: É melhor criar uma criança transgênero com gênero definido ou em aberto?
SOMIR
Deixa em aberto, a pressa é a inimiga da perfeição. Vamos entender melhor essa premissa: não estamos falando de um hermafrodita, e sim de uma criança que nasceu com um gênero visível e reconhecível. Enquanto a criança não tem muitas características de personalidade além de chorar e cagar, a tendência é que se siga o roteiro tradicional. Demora um pouco até a transição entre “qualquer coisa que brilhe ou faça barulho” e carrinhos ou bonecas.
É justamente nessa fase que começa o nosso impasse aqui: na percepção dos pais que o roteiro tradicional não está encaixando bem na personalidade que desabrocha na criança. É muito difícil separar o famoso “foda-se” que crianças dão para nossas convenções sociais do delicado processo de detecção de um ser humano cujo cérebro discorda do corpo no que tange sua identidade sexual.
Uma coisa é aqueles casos de meninos que querem dançar balé, outro completamente diferente é um que mesmo sem verbalizar parece se identificar muito mais com o sexo oposto. Não é sobre “coisa de viado”, é sobre “corpo errado”. Vamos entender aqui que não são exemplos isolados, é algo que gera suspeitas razoáveis sobre o que a criança vai ser quando crescer.
Dito isso, o ideal é não pressionar demais uma criança a se conformar às nossas expectativas de adulto. Criança se ensina. Não é à toa que perdoamos delas coisas que jamais perdoaríamos de adultos. E também não é à toa que não damos para elas obrigações incompatíveis com seu grau de desenvolvimento. Crianças não podem dirigir carros, não?
E sim, eu sei que vocês podem estar pensando que aceitar a identidade sexual compatível com o que você tem no meio das pernas passa longe de ser algo impossível para crianças, afinal, a grande maioria de nós tirou isso de letra. Mas a mãe natureza nos colocou no modo fácil. Realmente, eu me adaptei muito fácil ao que se esperava de mim nesse ponto, mas não sou incapaz de imaginar alguém que não consiga nem se quiser muito.
Deve ser complicado todo mundo esperar que você aja de uma forma e tudo em você berrar o contrário. De uma certa forma é como nos sentimos quando usamos o cérebro nesse mar de brasileiros médios, não? Pra quê botar uma CRIANÇA nessa situação escrota? Já basta a vida adulta inteira para fingir ser o que não se quer ser.
Ao invés de tentar achar uma resposta sem sequer saber o enunciado do problema, que tal prestar atenção no que esse pequeno ser humano está fazendo e falando? Para alguns é fácil agir de acordo com a genitália, para outros não. Antigamente mal se tinha tempo de deixar as pessoas estudarem, quanto mais descobrirem qual a sua identidade. Éramos seres funcionais… não dá para parar se tem que casar e ter filhos antes do vinte!
Hoje em dia vivemos mais e melhor. Hoje em dia estudamos mais e melhor. Hoje em dia damos mais tempo para as crianças aprenderem as minúcias desse mundo complexo. Se vivemos na primeira era da humanidade onde pode-se dar o espaço necessário para uma criança decidir sua sexualidade, que façamos isso! Acham melhor o quê? Conformar todo mundo em dois modelos fixos e fingir que não podemos dar esse passo ainda?
A criança vai acabar demonstrando preferências antes mesmo da puberdade. Dá para ir trabalhando com isso… antes da puberdade todas tem basicamente a mesma cara e o mesmo corpo mesmo. Criar com gênero aberto não significa ceder a qualquer capricho de uma criança, significa não cobrar coerência com um papel sexual definido. Se você já identificou que o gênero físico não representa necessariamente a verdade sobre aquela criança, ou você deixa ela aprender sobre ela mesma, ou joga uma moeda pro alto decidindo um gênero para ela.
Se forçar a barra no físico, pode evitar uma pequena parte do sofrimento da criança durante seus primeiros anos “sociais”; mas se você errar, vai simplesmente adiar o problema para uma época onde os outros tendem a ser ainda mais cruéis: a adolescência. Se acertar, nunca vai saber se acertou o chute ou se enfiou um trauma eterno goela abaixo em quem mais confiou em você na vida toda. As pessoas acabam aceitando pressão externa… mesmo que por dentro nunca se convençam. Parabéns por enfiar sua cria num armário.
Se forçar a barra no oposto do físico… pode dar tudo no mesmo. Pode evitar a sensação de “estar errado”, mas se errar você vai ter um adolescente incrivelmente mais confuso do que o necessário. Se acertar, a mesma história: você garante que era a escolha da criança de verdade? Essa sanha protecionista de querer decidir tudo pelo filho transforma identidades sexuais em sentenças.
Acho muito mais racional ir se adaptando às informações que seu filho invariavelmente vai te dar do que brincar de adivinhação com algo tão sério assim. O menino está se dando muito bem com meninas desde muito cedo? Preste atenção. Não é para forçá-lo a conviver com outros meninos, muito menos para enfiar um vestido nele… Pode ser alguém que se identifica muito com as mulheres, mas vai querer fazer sexo com elas no futuro. Pode ser alguém que teve essa fase e depois vai querer explodir coisas e jogar pedras por aí com outros meninos. Pode ser alguém cheio de amigas que vai querer se vestir como homem e fazer sexo com homens. Pode ser também alguém que vai fazer uma operação de troca de sexo e se sentir finalmente no corpo certo em alguns anos.
Tanta coisa pode acontecer. Nem quem está naquele corpo sabe ainda. Se ensinar a criança a ter caráter e coragem de defender as próprias convicções, se der suporte quando precisar, se criticar quando for a hora, se tiver a paciência de observar essa criança e dar a ela o que ela precisa, não vai ser um bando de BMs que vão derrubá-la.
Porque, convenhamos… não tem nada de errado em não ficar preso na dicotomia de homem e mulher, mas de qualquer jeito essa criança vai apanhar muito mais do que devia da vida e dos outros. Não vai ser um disfarce que vai protegê-la, vai ser uma casca pra lá grossa. E não se faz uma pessoa forte sem ensiná-la a escolher o quer e lidar com as consequências…
Para dizer que é tudo lindo até espancarem a criança na escola, para dizer que prefere escolher o mais fácil para você, ou mesmo para dizer que minha opinião foi muito gay: somir@desfavor.com
SALLY
Como criar uma criança trasngênero onde só na puberdade será possível descobrir se é menino ou menina? Difícil responder sem ter formação em psicologia, mas, em um chute de leiga, eu observaria, escolheria um dos sexos e criaria a criança dentro desses padrões. Não acho que seja benéfico criar uma criança com o gênero em aberto, pois acho que traria mais sofrimento do que benefícios. Todas as opções são ruins, ainda não há um caminho para evitar que uma criança transgênero sofra, mas dentre todos o menos pior me parece escolher um sexo (sem qualquer intervenção cirúrgica) e torcer para acertar.
Pode dar errado? Certamente pode dar errado, pode ser inclusive que seja preciso rever a escolha do sexo mais tarde. Mas deixar essa questão em aberto me parece pior, porque se ao escolher um sexo há uma chance de fracasso, deixando em aberto me parece haver certeza de fracasso. Eu acho menos pior um eventual “sexo errado” do que uma coisa ambígua, aberta, aberrante. Acredito que uma criança se sinta menos pior tendo um sexo (ainda que possa se sentir inadequada a ele) do que sendo a única no seu meio que não se encaixa nos padrões “menino” ou “menina”.
Nós, que somos adultos, sabemos que a questão do gênero é relativa e tem cada vez menos importância. Pessoas são pessoas, independente de gênero. Mas não se pode exigir esse discernimento de uma criança. Crianças não tem essa maturidade, essa abstração essa capacidade de aceitar como normal o diferente. Então, por mais que a gente ache um absurdo ter que classificar como “menino” ou “menina”, essa é a atual realidade social. Eu adoraria que isso mude, mas não usaria meu filho como abre-alas para essa mudança, pois o sujeitaria a muito preconceito e sofrimento.
Se nós, que tecnicamente somos “normais”, “comuns”, já sofremos algum tipo de hostilidade quando crianças, imagina uma criança que “não é nem menino nem menina”! Não dá para pedir que outras crianças compreendam isso, nem mesmo alguns adultos conseguem. Porque expor seu filho a algo que certamente lhe trará sofrimento e não será compreendido pelo mundo que o cerca? Eu ficaria com a escolha que trouxesse menos sofrimento para meu filho.
Até porque o fato de criar uma criança como sendo de um determinado gênero não impede que se, posteriormente, ela se mostrar mais inclinada ao outro, isso seja revertido. A situação pode ser conversada com muita delicadeza e cuidado entre quatro paredes. Esse “diferença” que a criança terá para o resto do mundo fica em casa, isso protege a criança. Expor essa diferença a outras crianças e à cabeça bizarra do Brasileiro Médio é pedir para que seu filho vire saco de pancadas. Não importa se ele compreende, se sua família o aceita como ele é, me parece um fardo pesado demais para uma criança carregar ter que dizer “não sei” quando lhe perguntam se ela é menino ou menina.
Podem reparar que nem mesmo adultos deixam seu sexo em aberto. Na nossa sociedade o gênero (infelizmente) desempenha um papel determinante: desde qual o banheiro público você vai usar até no seu documento de identidade. É uma utopia pensar que, na sociedade em que vivemos hoje, seria viável manter um gênero em aberto. Traria uma infinidade de constrangimentos e inviabilizaria atos rotineiros. Reitero: INFELIZMENTE o gênero ainda é essencial para nos definir. Eu não gosto dessa realidade, mas isso não em autoriza a negá-la.
Não custa ressaltar que não falo em jogar uma moeda para decidir ao acaso uma questão tão importante. Até uma criança começar a andar, falar e interagir socialmente os pais terão algum tempo para observá-la e tentar depreender com qual gênero a criança parece ter mais afinidade. É uma tentativa que pode falhar, mas certamente não seria algo aleatório. Haveria alguma observação para tomar essa decisão.
É certeza de acerto? Não. Mas há 50% de chances de um final feliz. Uma criança que vai para a escola dizendo não saber se é menino ou menina é certeza de um tremendo final infeliz. E as marcas disso acompanham para o resto da vida. Eu sei que uma criança criada com um gênero que destoe de seus sentimentos é muito ruim, mas ao menos é um trauma interno. Me parece menos pior do que um trauma externo, algo que expõe a criança ao ridículo em público. É o tipo de discussão/problema que merece privacidade.
Em tese a decisão de manter o gênero em aberto parece mais fácil. Mas, parem para pensar em termos práticos em todo grau de dificuldade e indignidade que uma criança que não sabe dizer se é “menino” ou “menina” passaria, durante sua infância. Toda sorte de crueldade, humilhação e discriminação recairiam sobre esta criança. Não me parece justo expor uma criança a uma carga tão pesada apenas porque em tese essa seria uma decisão racional. Temos que pensar em tese e na prática.
Não levar essa discussão a público não é ter vergonha dela, é ter a consciência de que um assunto assim delicado não deve ser exposto a um povo torpe como o brasileiro. Um povo que parte para agressão física quando um epiléptico convulsiona achando que está possuído pelo demônio ou que acha que homossexualidade é uma doença passível de cura evidentemente não está preparado para lidar com uma criança transgênero, com gênero em aberto. É uma bosta, mas é assim que as coisas são. Eu bateria de frente com as pessoas, mas não colocaria meu filho para fazê-lo, sobretudo se fosse uma criança.
Seria lindo viver em uma sociedade onde fosse possível criar uma criança com gênero em aberto e deixar que ela escolha quando tivesse idade para isso. Mas não me parece possível na atual sociedade, sob pena de expor uma criança ao ridículo, ao preconceito e ao sofrimento. O certo a se fazer é aquilo que é certo em tese ou aquilo que gera o menor sofrimento possível para seu filho?
Essa frase aqui do Somir define tudo o que eu penso a respeito:
“Criar com gênero aberto não significa ceder a qualquer capricho de uma criança, significa não cobrar coerência com um papel sexual definido.”
De fato, há coisas como a definição de papeis sexuais que só com o tempo e maturidade que podemos colocar frente a frente para debater e tal. Colocar isso pra uma criança é um tanto árduo, a não ser que ela tenha maturidade suficiente para tal.
O problema é que a sociedade te cobra isso para uma existência digna. E fazer uma criança peitar a sociedade me parece um tanto quanto cruel…
Vocês estão falando sobre criar uma criança com o gênero em aberto… eu parti para algo bem mais simples. Religião em aberto. Não vai ser batizada. Quando tiver idade suficiente, se quiser ser católica, judia, umbandista ou o que for ela mesma escolhe. E fui repreendido por VÁRIAS pessoas por isso, por enxergarem como uma agressão minha aos valores religiosos. Foda. Imagina com gênero… uma amiga de minha mulher teve um filho que ela mesma disse ser o primeiro bebê gay que ela viu na vida. Hoje o moleque tem seus 15 anos. É surreal, é uma mulher num corpo masculino. Eu nunca tinha visto algo tão natural assim, e o menino não é um homosexual. É uma mulher mesmo.
Um menino visivelmente “menina” eu deixaria se vestir de menina, compraria a briga do meu filho. Se existe um gênero no qual a criança se sente melhor, que seja esse, independente da identidade com o gênero físico.
Mas estamos falando de crianças sem gênero definido, onde elas mesmas não sabem. Complicado, muito complicado. Quando escrevi o texto pensei como você: se crescer sem religião já provocou todo o alarde que foi na minha vida, imagina sem gênero…
O moleque comeu o pão que o diabo amassou. Comprar briga entendo, mas numa sociedade como a nossa eu tentaria direcionar ele pro caminho que o fizesse sofrer menos… mas com aceitação total dentro de casa.
Não vou batizar meu filho… tô sofrendo desde que anunciei isso pros familiares e alguns amigos. :/
Não batize, eu não fui batizada e acho ótimo. Mas faça-o sabendo que isso vai ter consequências para ele. Prepare seu filho para o que ele vai enfrentar por causa disso…
Sim, o pessoal enche o saco com isso, como se por não batizar o moleque não vá receber valores familiares, humanos e éticos. Considerando que os mais filhos da puta que conheço são evangélicos ou católicos… foda. Mas se você falar isso abertamente você vira um monstro filho da puta.
As outras crianças são cruéis com a criança não batizada. Independente dos argumentos serem patéticos, o ato de segregação é real. A criança tem que ser preparada para lidar com isso.
Já chegaram a me falar que se eu não “apresentar ele pra deus” ele vai ficar cheio de doenças. Que vai ter azar e viver doente. .-.
Onde chega a crueldade na mente das pessoas?
Mais: quando a criança efetivamente adoecer (ou algum parente seu), porque né, todo mundo adoece um dia, vão dizer que isso aconteceu porque não tem Deus no coração. Quando qualquer coisa der errado também. Uma professora do primário me disse, quando eu tinha cinco anos, que nada na minha vida daria certo enquanto eu não acreditasse em Deus. É por isso que eu digo, sou super favorável à criar uma criança sem religião, mas tem que prepará lá para o que está por vir e ajudá lá a passar por isso.
Contra fatos nao ha argumentos. Veja como este infeliz episodio te marcou! Nao lembro de nada que me ocorreu aos cinco anos. Eu acho que ao inves da Lei da palmada, deviam criar uma Lei contra imposição forçada de religiosidade nas crianças.
Eu lembro de várias coisas nesse ano, talvez porque eu seja uma rancorosa filha da puta. Mas o fato de usarem ateísmo contra mim na minha infância é sim uma lembrança forte, porque era o tempo todo.
http://globalnews.ca/news/1395508/alberta-gives-new-birth-certificate-to-12-year-old-boy-who-was-born-a-girl/
País avançado é outra coisa. Agora lá não é mais requisito ter realizado a cirurgia para conseguir a nova certidão.
Hahahaha…Sonoro sim. Me chamou atenção por se tratar de um termo novo para mim.
Tema espinhoso hein? Não vejo muitos caminhos pra respostas sem algum exercício de futurologia. Pois bem, se os principais motivos de não criação em gênero aberto forem reações da sociedade média e dos reças defensores dos bons costumes e da família como instituição não vejo muita diferença entre criar com uma sexualidade definida que contraria o padrão ou cria-lo de acordo com o padrão normal mesmo contrariando os sinais que a criança dá (naquele momento de sua vida) de estar fora da linha pré-estabelecida. A sociedade vai encher o saco por qualquer coisa que fuja do padrão, então não terá diferença alguma entre criar um menino-menina ou deixar em aberto; Se é uma exposição dura e desnecessária a uma criança ter de responder que não sabe onde se encaixa, imagina responder sou “menina” sendo um menino? O que quero dizer é que se a reação da sociedade for pautar a escolha da sexualidade de uma criança diferente não resta muito a não ser enfia-la dentro de seu armário interior e falar “você tem saco, é menino e pronto acabou!” É triste e trará consequências dolorosas no futuro, mas é o que resta se for definir a escolha baseado na reação da sociedade.
A criação sem gênero definido parece ser a menos pior em uma criança fora do padrão “carrinho-bonecas”, de acordo com o amadurecimento ela dará cada vez mais sinais e definirá qual caminho seguir, se definir logo a sexualidade e depois ela se encaixar no outro padrão possivelmente teremos um transtorno quase irreversível, tudo por causa de certa época ela ter dados sinais pouco convencionais (para sua idade) sobre sua sexualidade.
Sou translésbica e já aceitei o fato de que nunca serei uma mulher muito menos perfeita nasci homem e hj com quase 20 anos eu tenho o corpo repleto de pelos e barba hormonização a essa altura do campeonato só me traria resultados ruins alem disso a cirurgia tá longe de ser perfeita o aspecto de uma neovagina não se parece em nada com uma vagina de verdade (falta lubrificação natural entre outros defeitos);como se já não fosse complicado o bastante ser trans eu gosto de mulheres talvez por isso eu tenha aguentado esse corpo até agora . o fato é que se meus pais tivessem consciência disso quando eu era criança e a hormonização era eficaz hj eu seria uma mulher pelo menos aos olhos da sociedade tentar me hormonizar agora q eu sou um homem feito me parece no minimo burrice eu teria q fazer varias plasticas pra concertar o que a testosterona estragou seria caro e doloroso e ainda q eu tivesse grana e coragem nunca poderia diminuir meus pés tamanho 44 por isso eu sou a favor da hormonização o mais cedo possivel
Olha que informação interessante! Muito obrigada por compartilhar isso conosco, espero que em algum lugar pais que estejam passando por isso leiam o que você escreveu!
Sinceramente, desta vez, nao consegui formar uma opiniao abalizada. Mas, me veio à mente aquelas maes antigas que costumavam vestir seus filhos com vestidos. Até hoje nao entendo que diabos significava aquilo. O que voce acha disto, Sally,? Adorei esta palavra usada pela Carol: butchaca. Pretendo usa-la durante a melhor hora. Butchaca, butchaca…
Eu acho uma aberração: mães que queriam ter filhas meninas não aceitavam que tiveram filhos meninos e os vestiam com vestidos. Acho caso de psiquiatra.
Então o príncipe George está nesta situação… Só vestem o menino com roupa de menina!
Hahahaha
Ah, entao era isso? Agora tá explicado.
Não é sonoro??? Hahahaha
Faz tempo que eu não comento aqui por motivos de não falar qualquer merda só pra dizer que eu participo. Então eu prefiro agregar uma opinião que seja plausível, ainda que muitos aqui tenham o mesmo ponto de vista que eu, ao lerem o texto de ambas as partes. E eu concordo com o Somir pela mesma opinião apresentada pela Bruna K. de Souza. Aliás, li artigos sobre isso, e põe-se em prática já em certas escolas de jardim de infância na
Suécia. Claro que não se compara ao Brasil por n motivos, mas acho que é uma maneira da criança encarar sua sexualidade com mais facilidade lá pra o período da pré-adolescência.
Enfim, aberta a opiniões divergentes e questionamentos.
Se fosse na Suécia eu também concordaria com o Somir. Mas estamos falando do Brasil, povoado de Brasileiros Médios.
Somir tem razão. Por que? Oras, pq somir sempre tem razão!.
Por que isso daqui anda tão parado? Pessoal tá achando que copa é feriado?
Eu hoje ri pq Portugal tomou sacode. Portugal pra mim é igual a vasco vice da gama. Tem mais que se lascar!
Tem nenhum siago tomar de copa não? Satanás não matou nenhum animalzinho da vizinhança nessas datas? E Alicate?
Dá um gás aí!
Muita pena de quem tiver que encarar a Alemanha
Nossa, que tema bom! Nunca tinha pensado nisso!
Concordo demais com o Somir. Sei que vai ser difícil pra criança responder aos coleguinhas quando perguntarem se ela é menino ou menina, ou o motivo de não usar tal coisa e tudo mais. Mas mesmo assim, acho que deixar a criança ir mostrando o que ela é e a partir disso se guiar para educá-la é o melhor.
Dessa vez eu concordo com o Somir. Eu prefiro agir de acordo com o que meu filho vai me apresentando durante sua evolução, do que “emoldurar” ele num gênero que não faça muito sentido pra ele. Acho que isso evitaria frustrações futuras e prepararia ele pra se defender de possíveis BM’s ignorantes (olha o pleonasmo aí, minha gente). É dífícil falar disso sem experiência, mas acho que seja o melhor a ser feito.
Estou falando tudo no “masculino” porque estou grávida de um bebê que tem pintinho :P
Mas você não acha que colocar o peso de crescer com gênero aberto em um país como o Brasil causaria um sofrimento insuportável para uma criança?
Sally, estando onde a gente está, a criança sofreria de qualquer jeito. Deixando em aberto ou não. Só que, na linha de raciocínio do Somir, eu acredito que ela estaria mais preparada pra passar pelos preconceitos diários.
Acredito que ela teria mais liberdade pra lidar com sua sexualidade, sem precisar “sair do armário”, que eu acho que é a pior coisa que uma pessoa possa passar, nesse caso.
Compreendo
“Estando onde a gente está, a criança sofreria de qualquer jeito. Deixando em aberto ou não.” Perfeita a colocação da Bruna, com a qual eu concordo. O tema é mesmo pra lá de espinhoso e confesso – com um pouco de vergonha – que os dois textos me deixaram “em cima do muro”, já que tanto uma opção quanto a outra tem seus “prós” e seus “contras”. Mas também estou adorando poder aprender mais com os comentários.
Certamente vai sofrer de qualquer forma, mas não saber o que é socialmente me parece um sofrimento maior
Na minha opinião manter o gênero em aberto é uma coisa quase que impossível. Não tenho filhos mas convivo com crianças pequenas e sei que á partir de certa idade (ainda bem pequenos), eles invariavelmente se identificam em determinado gênero.
Ví alguns documentários sobre uma menininha (que nasceu menino) chamada Jessie, e ela se identifica como menina desde que aprendeu que existe uma diferença. Nos vídeos ela diz que odiava usar roupas de menino para ir aos lugares, e que sempre quis usar vestidos, ter cabelo longo e ser, veja só, uma sereia. Ela também diz gostar de meninos.
Os pais, a meu ver, tomaram a atitude certa, deixaram o menino crescer como menina, trataram-na da maneira que ela queria ser tratada, lutaram pelo seu direito de jogar futebol num time de meninas e de usar o banheiro feminino da escola. Ela sabe costurar e costura suas próprias caldas de sereia (para quem não sabe, transgêneros MTF normalmente gostam de sereias já que são personagens que trazem traços femininos mas não apresentam a parte que eles não gostam no próprio corpo, a genitália).
Antes de atingir a puberdade deixaram a menina escolher se continuaria ou não a tomar hormônios femininos (se parasse de tomar, seu corpo voltaria a ser o de um menino normal) e ela escolheu continuar…
Esse é só um caso, mas é bem interessante e acho que reflete bem como um transgênero se sente desde o início da vida. Os pais da menina sempre lhe disseram que a vida como transgênero seria difícil, que ela sofreria preconceito fora de casa, mas nada disso a fez reconsiderar mostrar ao mundo quem ela verdadeiramente é.
Bacana, não conhecia esse caso. Vou procurar saber mais!
Bento, é esse o vídeo? Não é um documentário, apenas um programa de tv https://www.youtube.com/watch?v=HC57MOD4Xqw#t=571
Se não for, mesmo assim achei muito bacana!
http://www.jornalfolhadebuzios.com.br/?cat=3
Que maravilha, o povo e os artistas estão cada vez mais livres pra se sujeitarem as vontades da base governista, pois se manifestar de forma contrária ou contar piada com a presidenta apanha… e ainda tem gente que acha que o problema é um VTNC.
Nesse caso vou concordar com o Somir. Até porque criança é criança, tudo mais ou menos a mesma coisa.
Não precisa vestir de rosa, botar laço no cabelo e dar Barbie se for menina, nem vestir de time de futebol, dar carrinho e rapar o cabelo se for moleque. Dá pra criar no “mais ou menos” até que ele mesmo comece a querer alguma coisa. Não acho que necessariamente a criança tenha que se expôr a humilhação se não for criada nos moldes Barbie x Conan.
Dá para criar jogando bola e brincando de boneca, vestindo camiseta e shorts, independentemente do sexo de nascimento. Nisso os filhosdaputa politicamente corretos até ajudam (vide campanha contra kinder ovo azul e rosa).
Acho menos traumático do que enfiar um moleque em um monte de vestidos e depois na adolescência ele se descobrir heterossexual e só ter foto de criança vestido de menina…
Mas crianças precisam se identificar com algum gênero… ou não? Ela perguntam, elas buscam entender o que são. Será que uma criança tem a abstração de compreender que é um gênero aberto se perguntar “Mãe, eu sou menino ou menina?”
Acho que eu diria um “vc é menino porque tem pintinho” ou “vc é menina porque tem butchaca”. E só. Acho que falaria só o estritamente necessário, igual ao que os médicos recomendam responder sobre sexo.
Acho que eu consigo abstrair um pouco desses questionamentos porque em casa nunca houve pressão por um encaixe em gênero. Eu nunca gostei de rosa nem de bonecas. Gostava de jogar futebol e minha vó me ensinou a subir em árvore e empinar pipa. Fazia guerrinha de mamona, estradinha de lama e pulava muro pra pegar gatos (nós recebíamos pagamento em KitKat de uma americana que resgatava gatos – a cada gato adulto ou a cada 3 ou 4 filhotes ganhávamos uma barra). Isso pra mim nunca teve a ver com gostar de meninos ou de meninas, só fui me preocupar com isso quando já era “pré-adolescente”…
Acho que agiria diferente se ele mostrasse uma “certeza” de ser transgênero, igual o caso que citaram acima (eu tb vi esse programa).
Acredito que a criança vai tendo noção do que quer ser ou o que não é…
Uma amiga pedagoga observou um menino de 4 anos já com jeito afeminado, na creche só brincava de boneca e odiava meninos . Um certo dia o menino disse para ela: ” Tia, não quero ter torneirinha.”
Sim, pode exitir um menino que se sinta uma menina, nesse caso, dou todo apoio para os pais criarem como menina.
Mas o tema do texto são crianças transgênero, aquelas onde não se sabe de qual gêneros são, isso não fica claro.
Fecho com o raciocínio da Carol. Criar escolhendo um gênero, caso a escolha seja errada, pode incorrer em dois conflitos: do filho com os outros e do filho com quem fez essa opção por ele.
O pior é que nem sempre, no segundo caso, o filho conseguirá administrar esse conflito, preferindo até não se sabe quando não querer lutar contra essa escolha imposta. E isso poderá incorrer em um casamento, ter filhos, etc, etc, até a pessoa tardiamente se rebelar contra isso e causar constrangimento e desgaste a um numero maior de pessoas do que na situação original.
O que me fez lembrar de um documentário sobre dois norte-americanos que nunca quiseram chegar a esse segundo conflito: um militar norte-americano, de tropa de elite, veterano condecorado do Vietnã, e um cirurgião conceituado. Ambos tiveram filhos, netos, mas sempre quiseram ser mulheres, o que conseguiram tardiamente ao fazer tratamentos e operação na Tailândia, país tido como o mais avançado nesse campo.
Olha, o cirurgião até passa por mulher, mesmo porque ele me lembra uma tia velha minha, agora o ex-militar…coitado, com o cabelo comprido ficou parecendo o Bruce Dickinson, ainda por cima bombado de vestido. Quem sabe se ele tivesse tomado hormônios desde novo, ele não ficaria com uma aparência tão constrangedora…