Desfavor da semana: O tapinha que dói.
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O Senado aprovou nesta quarta-feira (4) a chamada “Lei da Palmada”, que pune castigos que resultem em sofrimento físico a crianças. O texto segue para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT). A aprovação ocorre depois de quatro anos de tramitação do projeto no Congresso. O texto determina que as crianças sejam educadas sem o uso de castigo físico ou “tratamento cruel ou degradante, como forma de correção, disciplina ou educação”. FONTE
Porque o problema do Brasil é falta de leis, não? Desfavor da semana.
SALLY
Como é difícil escrever sobre um assunto que já foi tema de texto sem ser repetitivo… Mas vamos lá, o projeto está prestes a virar realidade, só falta a sanção da Dilma, que vai acontecer. Lei da Palmada.
Não vou bater novamente na tecla de até onde o Estado pode intervir na escolha dos particulares, porque esse foi um argumento que eu dissequei no texto de 2010, mas, só para constar, continuo achando absurdo. Quem quiser saber mais.
O primeiro desfavor é que o assunto já está em pauta há anos. O outro texto sobre essa lei babaca foi de 2010, ou seja, um assunto supostamente relevante aos olhos de quem o defende (“violência” contra crianças) tramitou por anos até efetivamente ser inserido no sistema jurídico. Se realmente fosse algo indispensável para a sociedade teríamos amargado ao menos 4 anos de barbárie. Gente, não é um calhamaço, é uma porcaria de uma página e meia, sabe? Qualquer país civilizado faz um Código inteiro, com mais de mil artigos, em um ano. O Brasil demorou 4 anos para conseguir elaborar uma lei de uma página e meia!
Outro desfavor: a apelação. A lei foi apelidada de Lei Menino Bernardo. PORQUE? Alguém me explica? O caso do menino Bernardo foi algo BEM DIFERENTE de um castigo, foi um homicídio. Estavam de saco cheio da criança e armaram um plano para mata-lo. Daí pegam um fato absurdo, um crime hediondo, e vinculam uma lei a ele, de modo a abrir as portas para aquele argumento falacioso típico de que se você é contra a lei você é a favor do que fizeram com o menino Bernardo. Por favor, não insultem a inteligência alheia. Mesmo com essa lei em vigor, o caso desse pobre menino seria tratado por outra lei: o art. 121 do Código Penal.
Mais um desfavor: não adianta cuspir lei se o Estado não lhe dá efetividade. A Lei Maria da Penha tá aí para provar o desserviço que isso causa: em tese prevê várias medidas protetivas, atuação multidisciplinar de psicólogos, assistentes sociais, casas para abrigo de mulheres agredidas etc. Na prática as estatísticas comprovam que nunca se bateu tanto em mulher como agora. Sabe porque? Porque a porcaria da lei não saiu do papel mas, infelizmente, estar no papel cala a boca do brasileiro. Então não apenas mulheres apanham mais, como é dada menos importância ao assunto, pois todo mundo acha que agora as mulheres estão protegidas.
Essa Lei da Palmada também prevê uma série de medidas lindas, que não vão sair do papel e criança vai continuar sendo espancada. Não é assim que se coíbe barbárie no Brasil, cansei de falar nos meus tempos de advogada, mas ninguém parece se preocupar realmente com o problema e sim em como calar a boca do povo que reclama do problema. Então, mais e mais crianças continuarão sendo espancadas, mas o problema vai sair de pauta porque já existe uma lei para isso.
A lei proíbe “castigo físico” ou “tratamento cruel ou degradante”. O que vai ter de pai ou mãe perdendo a guarda do filho por causa de um parceiro filho da puta que força a barra de uma acusação em um divórcio… Anota aí: assim como a Lei Maria da Penha hoje é usada para prender ex-namorado, essa lei vai ser usada para chantagear cônjuge. Vai ganhar quem tiver mais dinheiro, melhor advogado ou subornar mais. O problema de ambas, e da maioria das leis brasileiras, são os conceitos abertos. Lei punitiva NÃO PODE ter conceito aberto se não vira instrumento de chantagem.
A lei entende que “castigo físico” é a ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente. Vamos lá: desembaraçar o cabelo de uma criança à força é castigo e gera dor. Em um mundo ideal, haveria bom senso e ninguém seria punido por isso. Mas estamos no BRASIL, onde Desembargador processa condomínio para ser chamado de Excelência, onde quem furta 1kg de arroz para comer está preso e quem rouba milhões está solto. VAI ser usado para sacanear pessoas inocentes. Se seu marido rico se separou de você e quer a guarda da sua filha de qualquer jeito (pessoas jogam sujo nessa hora) e você desembaraçar o cabelo dela à força, pode sim ser punida. Melhor deixar a criança ir com cabelo embaraçado para escola. Melhor não puxar ela pelo braço quando ela estiver fugindo. Melhor nunca mais encostar no seu filho, porque se causar dor… já sabe.
O “tratamento cruel ou degradante” seria qualquer conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou o adolescente. Não tenho filhos, mas quem os tem, coloque a mão na consciência e me diga se dá para criar uma (ou mais de uma) criança, ou pior, um adolescente, sem que seja necessário falar umas verdades que por vezes gere humilhação, ridículo ou ameaça. “Se você fizer tal coisa vai se ver comigo!” está banido para todo o sempre na Terra dos Sem Bom Senso. Esquece o “Você está maluco?”. Esquece tudo que possa ser usado contra você e que dê margem a uma suposta humilhação e ridicularização, pois já sabemos que nem sempre Juiz tem bom senso.
Meu desespero é tanto que não sei se estou conseguindo me fazer entender. Vamos supor que uma pessoa pesa 150kg. Ela vê um vestido lindo para usar na sua festa de aniversário em uma loja. O vestido é PP, aquele tamanho zero, que só cabe em um feto ou em uma Barbie. Daí a pessoa entra e compra o vestido, porque ele é bonito, e o guarda para usar no seu aniversário. Isso vai dar certo? NÃO. Isso não vai dar certo. Não porque o vestido seja feio, mas porque não se ajusta ao corpo da pessoa e ela simplesmente não vai conseguir usá-lo.
A lei é feia? Não, a lei é linda, é bacana, mas não se ajusta à realidade do país. Justamente por fazer toneladas de leis incompatíveis com a realidade do país é que o Judiciário está impraticável e que caminhamos para essa barbárie onde linchamento substituí a prestação jurisdicional. A ordem deveria ser contrária: não se muda um país fazendo lei. Primeiro se muda o país e depois se fazem leis mais adequadas. Querer mudar um país na base da lei NÃO DÁ CERTO, qualquer pessoa que tenha estudado um pouquinho de história do direito vai te explicar porque. Um país se muda com educação, com dignidade.
Adianta ter uma lei linda que não vai ter efetividade? Não seria melhor uma lei um pouco menos idealista mas que de fato coibisse o espancamento de uma criança? Tem uma frase que eu gosto muito e acho que se aplica ao momento que vivemos no Brasil: “Para que tudo continue como está, é preciso que mudemos”. Enfiam essas leis sem efetividade goela abaixo, posam de grandes defensores dos direitos sociais enquanto NADA muda. Só serve para calar a boca do povo: “a minha parte eu fiz, que foi uma lei”.
Mas não pode criticar a lei, se não quer dizer que você é a favor do espancamento de crianças (spoiler: reductio ad absurdum). Porque saber olhar além do imediatismo, além de um palmo do nariz, é uma arte na qual o brasileiro médio está atrofiado, se é que um dia soube fazer. Daí você assiste absurdos como esse calado, no máximo comentando no Desfavor e ainda corre o risco de um dia usarem uma lei protetiva contra você. Isso mesmo, no Brasil as leis deixam de ser protetivas e viram sacaneativas: prender ex-namorado, se dar bem e passar na faculdade, furar fila e tantas outras desvirtuações que o brasileiro médio consegue na base da malandragem.
E, para fechar com chave de ouro, queria ressaltar que os EVANGÉLICOS estão concordando com a gente e fazendo mais ou menos as mesmas ponderações. Corram para as montanhas, o fim do mundo está próximo.
Para dizer que nem precisava argumentar tanto, pois se a Xuxa é a favor você é automaticamente contra, para reclamar que não falamos da Copa e daqui a duas semanas reclamar que só falamos da Copa ou ainda para usar alguma falácia insustentável e me tirar do sério: sally@defavor.com
SOMIR
Já digo que fui eu que teimei com esse tema. Sally já havia feito uma análise bem completa do projeto de lei há alguns anos atrás e compreensivelmente não queria se repetir. Mas como prevejo que outros assuntos ocuparão nossos próximos desfavores da semana nos meses seguintes, era hora de adereçar mais essa asneira do nosso péssimo Poder Legislativo. Se não bater agora…
Como de costume em temas do tipo, o texto dela vem primeiro. Não que a ordem seja realmente importante na maioria das semanas, mas às vezes é melhor que comecemos por quem sabe explicar melhor o que acontece. Eu quero me concentrar em outro aspecto aqui: o arenoso terreno de regular comportamentos humanos.
Em tese não há o que se recriminar numa lei que visa proteger crianças de abusos. Eu mesmo sou muito contra qualquer forma de castigo físico na criação de uma pessoa. Já discutimos aqui o tema e eu mantenho o ponto central do argumento. Crianças não deveriam ter sequer o poder de desestabilizar um adulto ao ponto de serem repreendidas por pura força física. Não conseguir convencer/manipular um ser que acredita em Papai Noel tem que ser contabilizado como derrota.
A imensa vantagem psicológica do adulto sobre a criança deveria dar conta de qualquer correção de curso durante a criação. Eu sei que é muito mais fácil falar, mas eu discordo muito de quem acha uma banalidade se impor pela força contra alguém que normalmente não consegue nem alcançar uma prateleira. Evidente que cedo o ponto para quem já tem filhos sobre chegar num ponto onde não se consegue reagir de outra forma, mas uma coisa é enxergar algo como um mal conveniente, outra completamente diferente é acreditar que essa é a alternativa mais racional.
Há um meio termo entre imposição violenta e complacência, e se ele não for o objetivo, a linha entre erros e acertos começa a ficar borrada. Não é para ser preso ou querer se matar por ter dado um tapa numa criança, mas… se as pessoas não acreditarem que aquilo poderia ter sido resolvido de maneira mais civilizada, estamos nos contentando com pouco demais. Pois bem, como vocês podem perceber eu enxergo méritos em passar a mensagem que violência não é aceitável, mas as coisas não podem ser tão simples quanto assinar um papel e ver o problema desaparecer.
Não existem atalhos nesse tema. Gente brutalizada ou doente da cabeça continuará a se utilizar de violência física ou mental para resolver seus problemas. Ao contrário do que sociedades atrasadas como a brasileira acreditam, não é a existência da lei ou mesmo severidade da pena que coíbe comportamentos criminosos; até porque são justamente essas sociedades que apresentam as piores estatísticas no assunto. Quando se acredita que é responsabilidade do Estado ditar o comportamento das pessoas, é justamente quando elas mais aprontam.
Sinto chover no molhado, mas a verdade é que a única coisa que evita comportamentos “primatas” feito esse de espancar crianças é esclarecimento e qualidade de vida. Aqui mesmo no desfavor teremos exemplos de pessoas que ainda acham que palmadas são uma solução aceitável, mas sabem diferenciar claramente um tapa de aviso de uma surra. A Lei da Palmada, vaga como está, ainda parece estar se dirigindo mais a quem é incapaz de ver essa diferença do que para pais com o objetivo nobre de criar uma criança decente sem nenhuma forma de violência.
E é nessa dicotomia entre idealismo e realidade que não se consegue entender para que diabos essa lei serve. Tem muito chão entre quem acha espancamento algo razoável e quem enxerga as leis como um código de conduta mais elevado. Já é crime – e dos mais sérios – causar tamanho sofrimento numa criança! São cada vez mais restritos (e marginalizados) os círculos sociais onde a própria comunidade não repreende esses excessos. Quem abusa de criança já sabe que está afastado do comportamento aceitável.
Ninguém põe a mão no coração por causa de leis. Aliás, foda-se o coração, ele serve para bombear sangue… ninguém usa mais o cérebro por causa de leis. As pessoas que já fazem o errado hoje não o deixarão de fazer depois da lei sancionada. Se o Estado vai ditar normas de conduta para a sociedade, que pelo menos defina de forma clara o que vai e o que não vai tolerar. Por mais que tenha horror desse tipo de invasão de privacidade do governo, acharia mais razoável que se listassem os tipos de punição física e psicológica inaceitáveis para pelo menos conscientizar a população.
Façam um texto técnico então. O que falta para muita gente é saber onde está a linha entre punição e abuso. Tem quem feche a mão para bater numa criança acreditando piamente que a está educando! Sei que parece muito condescendente dizer para ela como bater ao invés de não bater, mas a tendência é que as pessoas distorçam expressões como “cruel e degradante” para defender suas próprias visões de mundo. Pior, o Estado pode distorcer também e fazer de uma lei assim uma ferramenta de controle ou mesmo um território fértil para abusos e vinganças pessoais.
Se o Estado quer entrar na casa das pessoas, que pelo menos diga o que está fazendo lá dentro!
Será que tal lei será aplicada aos que a criaram? Se o modo como criamos nossos filhos deve sofrer interferência do Estado, como eles educam os seus? Independente da questão de se “deve bater ou não”, acho que que essa lei soa como uma intromissão. Esses legisladores é que devem levar uma boa surra.
Essa lei foi FEITA pensando nos pais, ela vai ser aplicada aos que criam sim.
Essa lei já vai nascer morta, inócua e impraticável. Não vai salvar as crianças espancadas da ignorância e da brutalidade dos malditos pais. Concordo com tudo o que a Sally disse sobre a questão jurídica: essas leis só servem pelo efeito “polêmica” que causam.
Mas não concordo com os que acham justificável bater em alguém mais fraco, que mal sabe falar e se expressar, que não tem experiência de vida para saber o que é certo ou errado. Quem tem raiva de uma criança a ponto de bater nela, ou acha que o único argumento possível é a palmada, é preguiçoso, covarde, incapaz de ler e estudar outros métodos, procurar psicólogos, ser menos incoerente. Enfim, quem bate em criança é covarde. Mas isso não justifica a arbitrariedade do Estado, não justifica essa lei estúpida e inútil. A solução seria investir pesado em educação. E as pessoas que não estão dispostas a terem paciência com crianças, não deveriam ter filhos.
Vai nascer morta para quem realmente precisa dela e vivinha para quem não precisa mas vai usá-la como instrumento de chantagem. Parabéns aos envolvidos, conseguiram uma proeza e tanto!
Marina, vc tem filhos? Se os tem, nunca bateu, nunca baterá? Cuidado, nunca diga nunca. Se não tem, falar é fácil, difícil é fazer.
Vai por mim, às vezes o único método que funciona é a palmada. E pode ter certeza que pra chegar nesse extremo, muitos outros foram tentados. Não foi preguiça não.
E a palmada dói tanto no filho quanto nos pais. Entristece mesmo. Mas, em último caso, pode ser necessária sim.
O problema dessa lei é a caça às bruxas que ela vai gerar. Qualquer pai tentando educar o seu filho corre riscos. E qualquer filho (da puta?), especialmente adolescente rebelde, pode querer sacanear os pais.
Exemplo: fim de semana desses eu estava em Terê almoçando na feirinha. Temos uma cachorrinha, somos loucos por ela, mas a educamos. Ela estava conosco, puxando a coleira, querendo ir de um lado pro outro, dei bronca e por final dei um tapinha na anca dela e falei “me respeita”. Uma senhora que estava numa mesa vira e me fala “precisava bater no cachorro?”.
Detesto isso, que se metam. Estou espancando, maltratando? Não, estou tentando educar, impondo minha autoridade. Virei pra ela e falei “é sua cachorra ou é minha? Se é minha, educo e você não se mete”. Saco, cadelinha tratada a pão-de-ló, toma banho todo dia, ração especial, sobe no sofá, dorme com a gente e etc. Mas extremamente educada, incapaz de fazer suas necessidades fora do lugar certo.
Agora imagina com filho? Fudeu, neguinho chama a polícia, me leva pra delegacia e etc.
Não tenho filhos, mas já trabalhei com crianças como auxiliar de professores em escolinhas. Cheguei a ficar sozinha com turmas de até 15 crianças de 5 anos. Fiquei com menores, também, de 3 e 2 anos, mas eram turminhas menores. Com 5 anos, as crianças entendem muito bem o que é o “não”. Imagina se eu ficasse com raiva cada vez que uma delas me desobedecesse? Imagina se eu desse palmada em uma das crianças, porque ela bateu ou mordeu outro coleguinha (veja a incoerência: bater para ensinar a não bater.)
Professores não podem dar palmada, mas os pais podem, porque o filho é “propriedade” deles? Pais podem bater nos filhos para mostrar quem é que manda, mas professores, com salas de aula muito maiores das que eu trabalhei, não podem? As crianças que apanhavam de palmatória se tornaram adultos melhores? Melhores para quem? Obedientes cegos das autoridades? Incapazes de questionar ordens injustas? Incapazes de dizer “não” para o superior? O que é e para o que serve ser obediente?
Eles são impulsivos, sinceros demais, egoístas e passionais, precisam de muita atenção, são muito sensíveis, mas também são tão abertos ao conhecimento, ao encantamento das histórias, sabem ouvir, são capazes de aprender a dividir os brinquedos e sabem reconhecer a injustiça.
Que fique claro: O fato de eu achar covardia quem bate em criança não me faz uma defensora dessa lei estúpida, absurda, eleitoreira. Não vai salvar as crianças que sofrem espancamento e abuso dos pais malditos. Não vai salvar ninguém. Enfim, não preciso repetir os argumentos jurídicos da Sally: estão perfeitos.
Não acho que ninguém deva bater em uma criança porque qualquer motivo, mas você há de convir que existem situações bem mais graves do que um desentendimento entre colegas. Situações que muitas vezes colocam em risco a vida da própria criança. E existem crianças que não respondem bem ao diálogo.
Tomava uns tapas da minha mãe de vez em nunca… meu pai nunca relou um dedo em mim. Sinceramente, preferia ter apanhado do que ouvir ele falando, falando, falando e falando… mas confesso, foi muito mais eficaz…
Eu apanhei dos 3 até os 14 todos os dias com exceção de 2 dias (pois me lembro bem deles).
Mas não imagino mandando alguem pra prisão assim. Mesmo porque criança não tem muito parametro do que é certo lhe fazerem ou não, se não tiverem com o que comparar.
(Aguardando)
Apanhar todos os dias é crime, é violência, é desmedido sem precisar de qualquer Lei da Palmada para punir quem faz isso.
Mesmo sem a criança ter parâmetros, ela sente a violência, fica um registro daquilo dentro dela e ela pode passar a viver sua vida condicionada à violência como algo familiar. Cria um modo de funcionar ruim, nocivo. Não é legal.
Apanhar de mangueira de ferro de passar, do chuveiro, ser amarrado, ficar trancado num quarto escuro o dia todo sozinho, ser sufocado com o travesseiro, ter os joelhos lixados por uma telha de barro, pois teriam supostamente cascão.
Mas olha só: sou completamente normal!
:)
Não sei se isso te faz necessariamente “anormal”. Tudo depende como conseguimos lidar com as experiências ruins da vida. Sem dúvida uma rotina como essa que você descreveu deixa sequelas emocionais, mas não te condena a ser um anormal.
“E existem crianças que não respondem bem ao diálogo”.
Tenho certa resistência a quem afirma que só tenha sido educada à base do diálogo. Não encontrei, e olha que estou prestes a chegar na melhor idade, alguém que possa afirmar o que tenha se passado na sua vida, por mais prosaico que seja, quando tinha 1, 2, mesmo 3 anos de idade.
Nesse sentido, a regra que aprendi em família foi: palmadas sempre como último recurso, e até os 3, 4 anos só, até porque até essa idade são crianças, como você bem disse, muito menos propensas a serem intelectualmente dissuadidas a sair de riscos sérios e, em certas situações-limite, não dá mesmo para ficar falando, falando e falando, ainda mais meninos, esses seres que não são de GG.
Penso assim: não é tanto o quanto de dor que tenha sido infligida o propósito pedagógico, mas sim atrelar a atitude incorreta ao tanto que o pai ou a mãe saíram do normal por ter trocado amor…por terror, dor ou os dois combinados.
(/chega, chega, esse meu pensamento está muito babycenter pro gosto/)
HAHAHAHAHAHA
Marina, este debate seria mais interessante se você tivesse filhos. Só os pais convivem 24 horas com eles, finais de semana, feriados, férias e etc. Só eles conhecem realmente a prole, sabe como é o gênio de cada um, onde apertar e onde soltar.
Sim, professor não pode, pai pode. Propriedade? É, tomadas as devidas proporções, é algo por aí. É minha cria, e o direito à chegar as vias de fato eu não delego a ninguém, só eu posso.
Traçando um paralelo (tosco) com a Justiça: a escola é a primeira instância, tem poder de castigo, de dar nota baixa, de suspender. Uma hora isso vai chegar a mim, seja por meio de um boletim, de uma ciência de suspensão ou de uma conversa com a coordenação ou orientação. Aí é a minha vez de, como pai, avaliar, julgar e aplicar a minha pena. E dependendo da situação (ou da recorrência desta) posso aplicar um castigo físico. Não será gratuito, não será degradante (pelo amor de Deus, espancar, queimar, deixar lesões, nunca!), será muito bem explicado… mas será aplicado, se necessário.
Do mesmo jeito que você se pergunta se aqueles que apanharam quando crianças se tornaram adultos melhores, eu posso me perguntar: e os que nunca apanharam, se tornaram?
O questionamento é válido sim, mas o respeito à autoridade também. Não se questiona desrespeitando, senão eu vou ali roubar um banco pra depois debater se o crime no qual fui enquadrado é justo ou não. Não vou criar uma pessoa “bovina”, quero que minha filha saiba pensar, argumentar, analisar… mas também saiba respeitar as regras, ser ética e saber as consequências dos seus atos.
EM UM MUNDO IDEAL, onde os pais EDUCAM seus filhos em vez de delegar essa função para a babá, a sogra ou a creche, talvez seja possível ficar só no diálogo. Mas esse mundo ideal está longe de ser a realidade brasileira: pais precisam trabalhar o dia inteiro para sustentar uma casa, os filhos são criados pela TV ou pela creche. Aí fica muito difícil querer resolver no diálogo, quando você só vê seu filho no café da manhã e na janta.
PESSOAS IDEIAS sabem conversar, articular ideias, dialogar. O brasileiro médio NÃO SABE. Então, dizer que pode ser conversado, no Brasil, NÃO É UMA VERDADE, infelizmente. ADULTOS não conseguem conversar entre si, quem dirá educar uma criança. É triste mas é essa a realidade, vamos parar de idealizar.
A lei tem que ser pensada para a realidade do país e não para um mundo e pessoas ideais.
Eu apanhei qdo criança, e isso não me tornou uma pessoa pior. Minha esposa to apanhou, e isso não fez dela uma pessoa pior.
Nós dois apanhamos porque merecemos, porque aprontamos. Não foi nada gratuito, e não teve nenhuma lesão.
Tb ficamos de castigo ou passamos por situações constrangedoras, mas sempre com intuito de educar e colocar limites.
Temos uma filha, e vamos educá-la bem. Vai tomar bronca, se precisar. Vai ficar de castigo, se precisar. E em último caso, se precisar, vai apanhar sim.
Acho que uma bronca, um castigo ou uma palmada devem ser dados com motivo, e que a criança saiba o motivo. Não devem ser aplicados gratuitamente ou num momento de raiva.
É esse maldito conceito aberto: “HUMILHAR”
Quem nunca foi castigado pelos pais e se sentiu humilhado? Castigo pressupõe causar um mal estar em quem está sendo castigado, porra! Quem nunca ouviu um “Você está maluco?” ou um “Vai por bem ou vai por mal?”
Olha, sinceramente, se essa lei “pegar” (porque no Brasil tem disso, tem lei que não “pega”), muita pena dos pais que vão sofrer uma patrulha politicamente correta sufocante.
Esse argumento é muito fraco: “Eu apanhei e nem por isso me tornei uma pessoa pior”. Pior que quem? Pior comparado a quê?
Bater em uma criança que mal sabe se expressar é covardia. E ensina o quê? Ensina que a violência é a força. O forte bate no fraco e o fraco, quem sabe um dia, encontrará um mais fraco em quem bater. Não é pra educar: é pra mostrar quem manda, quem tem o poder.
E tem mais: não há como saber qual será a reação dos filhos, se eles vão se tornar mais obedientes ou não se apanharem. Se fosse fácil assim, não haveria tanta diferença de comportamento entre irmãos. E se violência tornasse pessoas seres humanos melhores, toda criança deveria passar pela Fundação Casa. Ouvi dizer que lá, todos são muito bem educados com palmadinhas.
Ninguém aqui é demente de bater em um bebê, quero crer. Mas a lei fala em criança e adolescente, ou seja, até os 18 anos não pode provocar nenhum tipo de dor ou humilhação no filho se não é preso. Me diz, quem é que convive debaixo do mesmo teto com alguém por 18 anos sem NUNCA provocar dor ou humilhação?
Pois é… desavenças que eu tive como adestradora*: uma era com o pessoal do budismo-hippie “se encostar a mão, seu cão será traumatizado pelo resto da vida”. A outra era com o cara que mandava enfiar porrada para ensinar o “senta”.
A primeira era com gente que ou vivia disso e tinha todo o tempo do universo para ficar insistindo no “não, bebê” até ele parar, ou gente que tinha estrutura para não conviver com o cão, então, encheu o saco, punha no canil. Não é a realidade da maior parte dos pais e proprietários.
O segundo caso era de gente preguiçosa que achava que gerar medo “facilitava” o aprendizado. Ou gente xucra que não quer pensar em novas formas de agir (o famoso “sempre foi assim”/ “comigo foi assim”). Ou gente que realmente desconhecia outros métodos que funcionassem.
Na vida real os pais e proprietários trabalham, tem pouco tempo, tem níveis de frustração e educação variados. Na vida real as pessoas justificam seus atos para sentirem-se melhores. Na vida real um tapa não vai provocar nada demais na esmagadora maioria dos casos. Na vida real um tapa pode até resolver uma situação específica ou pontual. Negar a vida como ela é ou o que algumas pessoas conseguem enxergar “na prática” é dar margem para o resto do discurso cair na descrença (não deveria ser, mas é).
Então esse diálogo branco e preto do tapa = espancamento acaba não afetando de forma séria e significativa a vida real. Esse tipo de discussão pode gerar um enorme sentimento de frustração, culpa e cria sistemas de compensação para o grupo que não quer usar a palmada (mas leva uma vida “real”), e cria uma barreira para quem já usou e percebe que seu filho não morreu (justificativas, justificativas). Além do mais, quem espanca DE VERDADE não vai parar de fazer por causa disso…
A lei é ruim, as pessoas que estão em volta dela também.
*Não quero colocar crianças e cães no mesmo nível, só comparar o sistema de educação que parte das mesmas “bases”.
Quando cachorro tenta fugir, por exemplo, eu acho que tem que apanhar, porque é algo que NÃO PODE se repetir NUNCA MAIS porque ele pode MORRER se fugir de casa. Eu daria uma surra no meu cachorro que tenta fugir para que isso nunca mais se repita, não porque sou sádica, mas pelo bem dele.
Isso também!
Eu não me importo se ele não foge por medo ou porque “entendeu”, assim como não me importo se meu filho não mata o amigo por medo ou porque entende…
Fora isso tem até pequenos atos de dia-a-dia. Minha amiga disse que ficou feliz quando a gatinha a acordou as QUATRO da manhã para brincar. Eu não consigo ser feliz as 4 da manhã e acho um absurdo que um bicho que não trabalha nem estuda dite os horários da casa. Quando isso aconteceu em casa, botei na cama duas vezes, depois deu um chacoalho. Por fim, um tapa e acabou a história. Ninguém ficou traumatizado. Existem outras formas, mas naquele momento, na minha realidade, elas não atendiam.
Existem outras formas, mas que eu tenha certeza que vai funcionar, até então, só uma surra.
“Eu mesmo sou muito contra qualquer forma de castigo físico na criação de uma pessoa. Já discutimos aqui o tema e eu mantenho o ponto central do argumento”
Esse “aqui” poderia ter um hiperlink, não? Essa é uma coisa que eu gostaria que levasse em consideração nas posteriores mudanças do blog: Hiperlinks. Quem é leitor recente perdeu muito conteúdo do Desfavor, volta e meia vocês fazem referências a posts passados, que devido também ao sistema de pesquisa meio complicado, que são difíceis de serem encontrados. “Não disse? 5 anos de desfavor” tem muitas referências e nenhum link esperto no texto pra facilitar. Fica a sugestão, mas entendo se não fizerem por acharem que compromete a aparência dos textos.
Será que não tem a possibilidade dessa lei não ser sancionada? Eu realmente não consigo acreditar que a lei vá funcionar. Os pais que quiserem bater nos pimpolhos, vão bater.
Se já é terrível ir a locais públicos e ver uns anjinhos tocando o terror, com os pais visivelmente sem o controle da situação, imagina depois dessa lei…
E, vem cá: entendo pouco juridiquês, mas se essa lei só coibe as palmadas, então quer dizer que aquelas ameaças bonitas, do tipo “vou te deixar esfolado no chão se tu não parar de mexer nisso a-go-ra” estão ok?
Acho pouco provável. Dilma já se mostrou favorável e tem toda uma comoção em ano de eleição. Xuxa assina embaixo, os BM vão junto. Boa sorte para quem tem filhos, criem eles direitinho para que eles nunca usem essa lei contra vocês em um momento de raiva.
e obrigar crianças a cantarem Cidade Maravilhosa, pode?
um governo de merda agora quer se meter dentro da casa das pessoas!
Pode. Andar no helicóptero de empreiteiro pode. Prometer trem bala e falar que vai voltar a nado para a África se não ficar pronto também pode. PODE TUDO.
Será que precisa fazer lei pra explicar o óbvio?!
Precisa, porque lei cala a boca do BM. O limite entre o castigo disciplinar e a agressão existe desde 1941, na forma de LESÃO CORPORAL. Quando sai da disciplina e passa a ser lesão corporal leve (palmada que deixe marca, etc) já é crime. Mas não, neguinho quer porque quer UMA LEI PARA CADA CATEGORIA. Próximo passo: estipular que bater na mãe não pode.
“Quando se acredita que é responsabilidade do Estado ditar o comportamento das pessoas, é justamente quando elas mais aprontam.”
Pois é, fiquei me questionando exatamente neste ponto: até que ponto é o Estado quem pode interferir no modo como tu educa teu filho? bahh! Também não falo em termos de “universalizar” determinado tipo/modelo de educação, mas acho que em certo sentido, educar alguém, transmitir valores e moral – para além de uma difícil tarefa e belíssima – ultrapassa (com algumas aspas aqui!) quaisquer limites de leis que contribuem para possível convivência ética na sociedade. Em outras palavras e em resumo: acho que em matéria de educar os filhos, quem deveria tomar conta disso são os próprios pais, e não o Estado. Se bem que, infelizmente, tem gente que nem isso sabe direito e acaba caindo na porrada. No mais, concordo com a Sally: é preocupante o estigma de uma lei, apesar de ser bonita, ser mal aplicada e mal intencionada aqui no país em prol de algo próprio como ela bem citou os exemplos no texto.
Ahh, nota breve: podia jurar que o tema da semana seria a greve do metrô de SP! Se bem que eu já imagino o que vocês tem a dizer a respeito…
A gente já falou sobre greve em linhas gerais faz pouco tempo…
O Estado pode coibir excessos, quando a disciplina migra para a lesão corporal. Mais do que isso não é proteção, é desrespeito.
Depende muito da criação… Eu apanhei bastante, mas nunca bati em minha filha… são épocas diferentes, as proibições causam mais impactos do que a surra… Mas cá entre nós… tem coisas muito mais relevantes do que as malditas palmadas… as surras vão continuar e os juízes não vão fazer nada para coibir.
O problema é fazer uma lei que dá arma para a filhadaputagem. Me diz, quantos adolescentes revoltados de saco cheio ou com raiva dos pais não vão parar em delegacia dizendo MINHA MÃE ME BATE ou MINHA MÃE ME HUMILHA. OU pior, quantos deles não vão chantagear os pais dizendo que se não fizerem o que eles querem vão para a delegacia denunciar pela lei da palmada? Até os 18 anos todo mundo vai virar intocável!
Mas isso já acontece hoje… A familia em tese é uma instituição que não se aplica à nossa sociedade em 99,5% dos casos.
O que acontece hoje? Filho adolescente chantageando os pais?
E como! Nos municípios do interior paulista o “conselho tutelar” é a resposta de qualquer filhodaputinha dimenor quando toma uma correção física, chantageiam mesmo! Qualquer coisa é “vou chamar o conselho tutelar”.
O problema é que quem tem dinheiro ou contatos vai foder com quem não os tem. Divorciou brigado? Toma o filho da pessoa acusando de descumprir a Lei da Palmada!
Eu apanhei pra caralho e não adiantou nada. Tenho até um dente quebrado e fiquei pior. Não recomendo e não faria igual com meus filhos. Um adulto precisa ser muito incompetente pra ter que apelar pra porrada em vez de saber se impor pelo respeito.
Vamos lá… Bater até quebrar o dente de uma criança é lesão corporal e não disciplinar
Eu acho que so conversa adianta sim! Bom, funciona com a minha criança, nunca levantei a mã pra ela…
Funciona com país presentes, atentos, com uma boa cabeça e um ambiente familiar saudável. Ou seja, 0,001% dos lares brasileiros.
Falou tudo agora…
Sobre países civilizados ou sobre bater escondido?
Sobre países civilizados. Estava concordando com este comentário: “Funciona com país presentes, atentos, com uma boa cabeça e um ambiente familiar saudável. Ou seja, 0,001% dos lares brasileiros.”
Realmente faz mais sentido do que bater escondido…
eu apanhei e não morri! farei o mesmo com meus futuros filhos se “conversa” e “compreensão” não adiantar!
Cuidado para não ser processada. Bate escondido
A pior coisa é criança desobediente. Se os pais precisam sair para resolver algo, ninguém quer ficar com esta criaturinha. Quando estas oncinhas decidem mostrar para que vieram… A primeira coisa que perguntam é se a criança não tem mãe.
Desejo ao Somir pelo menos dois filhos bem perigosos, daqueles que sobem no armário da cozinha e deixam a mãe de cabelo em pé… Hahahaha (desculpe, Somir). Depois você nos diz que uma palmada bem dada não resolve a situação.
Não tenho filhos, não posso afirmar nada, mas, ME PARECE que no contexto atual, na sociedade brasileira, com a carga de trabalho dos pais, etc, só diálogo não põe limites em uma criança ou adolescente. Claro que não tem que espancar ou machuca, mas por razões, um esporro firme ou uma palmada…
Também não os tenho, mas só quero ter se for para serem como eu e os meus irmãos éramos.
Minha mãe nunca precisou esconder nenhum enfeite. Nós sabíamos que mexer em algo que não era nosso daria numa surra. E na casa dos outros era onde nos comportávamos mais, e nem era necessário nos lembrar sobre comportamento.
Eu nunca apanhei dos meus pais (me julguem), e me dá até arrepios quando leio/ouço comentários de gente que apanhou com chinelo, cinto, vara de goiabeira…
Acho que bater não é um método muito bom, pois a criança está obedecendo por medo, não porque sabe que é o certo. Sou childfree, mas será que é tão complicado assim convencer uma criança com a conversa, como disse Somir?
Ah, esqueci de completar:
Esse negócio de criar leis pra tudo é uma bosta.
E, apesar de eu não ser a favor, não acho que ninguém deva se intrometer na forma que cada um educa sua prole.
Matou o Judiciário. Acabou com o direito. Tá tudo abarrotado, julgado nas coxas…
“Esse negócio de criar leis pra tudo é uma bosta.” Não poderia concordar mais.
Juro para vocês, isso está ACABANDO com o Judiciário e, consequentemente, com a justiça no país. O Judiciário é ineficiente, não julga a tempo, não dá conta. Não é possível que as pessoas não percebam! O BM continua pedindo mais e mais leis para criminalizar e punir…
O judiciário não dá conta de julgar todos os processos com as leis já existentes, esse excesso também compromete a qualidade do julgamento dos processos, aí querem enfiar mais leis (em especiais essas de cunho tão amplo, que dão margem pra muita coisa pra entrar com ação judicial)? Sem contratação e capacitação de mais profissionais no judiciário? Será que o não veem que a conta não fecha? Acho que teve gente cabulando aula de matemática…..
O Brasil incorre em um erro terrível: quem FAZ a lei não CONHECE a lei. Desculpa o elitismo, mas para saber criar uma lei EFICIENTE, ADEQUADA AO ORDENAMENTO JURÍDICO COMO UM TODO, é indispensável cursar uma faculdade de direito e estudar MUITO. Enquanto esse Legislativo “maravilhoso” continuar fazendo lei na base do achismo a coisa só vai piorar.
Elitismo? De forma alguma Sally, você está coberta de razão, isso deveria ser óbvio, onde já se viu representantes escolhidos aleatoriamente pelo povo formularem leis que regem o funcionamento de uma nação? Qual a lógica disso? Tiriricas criarem leis…. só no Brasil, é navalha na mão de macaco. Pra poder se eleger deveria ser obrigatório o cara ter ao menos mestrado nessa área do direito. O poder executivo já me emputece o cara poder ser um populista sem conhecimento técnico e ocupar tal cargo, legislativo eu acho inaceitável.
É como botar para criar instrumentos cirúrgicos uma pessoa que nunca operou nem cursou medicina. Ou botar para preparar o cimento que vai construir um prédio quem não tem qualquer noção de engenharia. Mas vai explicar isso para esse povo… sempre que eu tento levo foras do tipo “só porque você fez direito se acha melhor que os outros”.
Imbecis, quem cursou Direito é sim melhor que os outros falando de legislação. Assim como falando sobre construção civil um pedreiro é melhor que um advogado. As pessoas poderiam tirar seus sentimentos, julgamentos, pareceres e impressões de qualquer coisa que escutam e empregar a lógica no lugar, facilitaria muita coisa.
Acham “antidemocrático” que “qualquer um do povo” não possa fazer leis. Na hora de operar o apêndice ninguém que a Tia Sally com um bisturi na mão, né? Porque na hora de fazer lei pode ser qualquer imbecilóide?
Deve ser foda ver seu ramo da atuação ser estuprado por qualquer zé ninguém sem o mínimo de preparação respaldado pela democracia e pela visão bmista que a sociedade tem a respeito…
Não a toa você apertou o foda-se pro direito, esse é só um caso de desvalorização, deve ter sido pisoteada em muitas outros aspectos. Desvalorização do intelecto, bela mensagem está sendo diariamente transmitida a gerações futuras. Hei de ver o pêndulo virar…. ah como eu quero ver o caos que vai ser….
Se fosse só uns Zé Ruelas fazendo merda por sua conta, beleza. Mas a merda que eles fazem obriga a todos os advogados do Brasil. Ter que seguir as regras burras e ineficientes criadas por esses elementos é insuportável.
Em tempo: Sabadão Loser que nem o meu? Bem vindo o clube… hahaha
hahaha…. acho que sou eu que tenho que te dar boas vindas rs…
Outro em tempo: Quem anda postando em outras linguas no blog? Entende Pt-br e escreve em outra lingua? Bizarro….
Entende porque precisamos de um lugar de bate papo onde eu possa moderar o que cada pessoa fala?
Entendo perfeitamente…. achei que você era paranoica (não que não seja um pouco) com essa restrição toda, mas depois percebi que não dá….
E o jogo ta chegando, alguma ideia pro chat?
Ainda estamos pensando na melhor forma. Por mim comento o jogo e o show de horrores que vai ser a abertura…
E tem alguma diferença entre moderar em outro lugar ou aqui? Quer dizer, ocupa tanto tempo que torna inviável aprovar os comentários em tão pouco espaço de tempo? Não dá pra abrir um post no dia e comentar por aqui?
Como assim comentar por aqui? Sem condições de dar a senha do Desfavor para que as pessoas acessem e comentem dentro da postagem! A melhor opção é o Live Blogging mesmo…
Com comentar por aqui quis dizer comentar normalmente como comentamos em qualquer outro post, só que esse post do dia do jogo não precisaria ter um texto enorme pra comentarmos…
Ah sim, mas eu queria trocar uma ideia com vocês em tempo real!
Mas se você estiver moderando no próprio post não é em tempo real? Ou aprovar comentários leva um tempo que comprometeria o fator interatividade instantânea?
Demora mais tempo sim, além disso vocês teriam que ficar atualizando para ver o que já foi aprovado e eu teria que responder a um por um, não dá para falar como coletividade. Em um chat um conversa com o outro, falam todos juntos, falam separados…
Quando se vive em uma sociedade de BM, escola com BM mirim, se trabalha 8 horas por dia, eu acho que sim. Gente que só vê o filho no café da manhã e na janta não consegue educar direito.
Fazendo uma comparação tosca com a Lei Seca (é possível?), não seria um jeito de coibir o exagero na hora de punição física proibindo a punição de modo geral?
Eu concordo que ficou vago e isso é um problema sério, uma sacudida mais forte e a pessoa já pode ser acusada e presa, mas os índices de acidentes por conta da ingestão de bebida alcoólica realmente diminui com os anos.
Eu acho a Lei Seca muito necessária, dependendo da pessoa um chope pode alterar os reflexos
Desfavor é a Xuxa fazendo cena no senado. E a demora para fazer uma página nem deve impressionar, o povo já está acostumado com o esforço que os políticos tem que fazer para ficar em Brasília.
E a senadora dizendo que “A ação primordial dessa lei é proteger meninos e meninas de tratamento degradante.” Como se só isso fosse tratamento degradante. O que vai acontecer é que vão existir mais pivetes mal educados. Duvido que vá funcionar esse tratamento psicológico.
Não vai proteger. Não vai ter efetividade. Quatro anos e milhões jogados fora e o povo hipócrita fica satisfeito.