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Melhores Momentos: Desfavor Explica: Merda.

| Sally | | 70 comentários em Melhores Momentos: Desfavor Explica: Merda.

SAAAAALLLYYYY!!! VEEEMMMM VEEEEEEEERRRRRRRRRR!!!

Começando a série de Melhores Momentos da Sally no desfavor, um texto histórico: O Desfavor Explica sobre merda lançou de vez toda uma série de textos escatológicos que tanto rendeu nos últimos anos.
Data Original da Postagem: 05 de Janeiro de 2010

ATENÇÃO: ESTE TEXTO PODE NÃO SER BEM DIGERIDO.
– Oi Amigo! Tô precisando de você! Quando podemos almoçar juntos?

– Você ta doente, Sally?

– Não, to ótima, é que queria te fazer umas perguntas técnicas…

– Não é aquele seu blog maluco de novo não, né?

– É sim!

– Não bastou aquilo sobre peidos?

– Pois é, é que estamos fazendo uma Semana Escatológica e…

– O que?

– Semana Escatológica

– Sally, o que você quer de mim?

– Informações sobre merda

– Sally, NINGUÉM vai querer ler sobre merda!

– Eu leria sobre merda!

– Você é maluca!

– Nossos leitores também são!

– Pode ser na terça, 13h?

– Fechado!

O Desfavor Explica de hoje é sobre merda. Porque olhar a merda é nojento, mas falar sobre ela é bacana.

O nome técnico para merda é “fezes”. Fezes são basicamente a sobra dos alimentos que ingerimos e (não) digerimos. A palavra “fezes” vem do latim: faeces, que significa “resíduos”. Cagamos para eliminar aquilo que ingerimos mas nosso organismo, por alguma razão, não absorveu.

Segundo informações médicas, as fezes costumam ter uma coloração que oscila entre o “castanho-pardo e castanho escuro”. Isso me entristeceu, pois o castanho-pardo é a atual cor do meu cabelo (sério, esse é o nome na caixinha de tinta), o que me faz pensar que tenho cabelo cor-de-merda cada vez que me olho no espelho. Em todo caso, há relatos de fezes das mais diferentes cores: cinza, preta, avermelhada, verde, branca, amarelada e outras. As causas para essas alterações podem ser facilmente encontradas na internet, por isso, vou pular essa parte. Tenho tanto a dizer…

A textura normal das fezes é a pastosa. Isso foi uma surpresa para mim, pois sempre achei, na minha ignorância merdal, que a textura normal fosse algo um pouco mais sólido. A textura da sua merda vai depender do quão rápido os alimentos não aproveitados pelo organismo passarem pelo intestino. Quanto mais demorarem a passar, mais o intestino absorverá água, por isso, mais secas elas ficarão (castigando seu cuzinho na saída). Quanto mais rápido elas passarem, mais moles ou até mesmo líquidas elas sairão.

Do que é composta a nossa merda? Por incrível que pareça, uma merda mais ou menos normal é composta por aproximadamente 75% de água. Com 80% de água a bosta já fica meio mole e com 90% vira diarréia. Esta informação me intrigou: porque, se na diarréia a bosta é mais diluída, o fedor é maior? Não deveria feder menos? Parece que, geralmente quando temos uma diarréia, o fator externo que a provoca acaba por ser o responsável por seu cheiro sofrido: fermentação intestinal, uma infecção, uma comida estragada, um vírus ou algo do tipo.

Mais da metade da massa da nossa merda é comporta por bactérias mortas (90% da massa seca da merda é composta por bactérias). O resto é composto de materiais não digeridos, como sais, celulose, fibras e etc. Sim, nós não digerimos fibras. A razão pela qual nos mandam comer fibras é justamente essa: por não serem digeridas, elas empurram o bolo fecal, facilitando o trânsito intestinal.

Ao contrário do que eu imaginava, a coloração marrom da merda não vem nem destas bactérias mortas, nem de pigmentos do sangue, e sim de restos de pigmentos da bile, alguma coisa relacionada com estercobilina e hidrobilirrubina. A tal da estercobilina é um pigmento escuro formado no final da digestão a partir da oxidação do estercobilinogênio, que, por sua vez, é produto da digestão da bílis – líquido que ajuda a quebrar a gordura e absorver nutrientes no intestino. Quanto mais as fezes demoram para sair, mais estercobilina é produzida.

Atenção porque agora vem uma informação bombástica que vai mudar a sua vida: a merda pode ter diversos formatos, que serão definidos pelo esfíncter anal de cada pessoa. Calma aí, ninguém vai cagar em forma de barquinho nem de casinha, mas porra, nem todas as merdas são iguais. Sabe casquinha do Mc Donalds saindo da máquina? É mais ou menos isso.

A quantidade média de merda eliminada por dia é entre 100 e 150g. Pode chegar a 1kg, dependendo do quanto a pessoa come e do seu estado de saúde. Não existe quantidade de vezes “normal” para cagar por dia. O normal é aquilo que te é habitual. Existem pessoas que cagam três vezes por dia e são tidas como normais e existem pessoas que cagam a cada dois dias e também são tidas como normais. A preocupação deve surgir quando a freqüência das cagadas te trouxer algum desconforto.

A partir de que momento a comida deixa de ser comida e passa a ser merda? Tantas questões fascinantes… Ahhh… como eu queria mais de quatro páginas! Bem, quando a comida está na boca, ela é chamada de “bolo alimentar”. Ao ser engolido, ele passa pela faringe e é levado ao estômago. No estômago ele é dissolvido pelo suco gástrico e passa a se chamar “quimo”. A esta altura, se ele sair do corpo, ainda não é merda, é vômito. A parte final do estômago, chamada Piloro e depois que o alimento (quimo) passa por ela, podemos começar a pensar em chamá-lo de merda. Depois do Piloro tem um tubo que liga o estômago ao intestino delgado, chamado “duodeno”. Depois do duodeno, deixa de ser quimo e passa a ser chamado de “quilo”, que em minha humilde e leiga concepção, já preenche os requisitos para se classificado como merda.

No intestino delgado (duodeno + jejuno + íleo) é feita a digestão de proteínas, de carboidratos, de gorduras e a absorção de nutrientes. Depois, no intestino grosso (ceco + cólon + apêndice + reto) é absorvida a água e a merda é expelida pelo ânus. Teóricos da área dizem que só depois que chega ao intestino grosso a merda é merda. Mas eu (quem se importa?) acho que saiu do estômago já é merda.

Pasmem, quando a gente pergunta debochando se alguém comeu merda, nem imagina que de fato existam pessoas que o façam. Mas tem. Tem gente que acha inclusive “terapêutico” comer merda. Evidente que qualquer pessoa com bom senso sabe que é uma imbecilidade sem fim comer bosta, entretanto, eu não sabia propriamente os motivos. Fui forçada a verbalizar esta pergunta desagradável.

– Comer merda pode fazer mal à saúde?

– Sally, as pessoas da mesa ao lado estão olhando de cara feia para a gente

– Isto é uma entrevista para escrever uma matéria sobre fezes, eu sou obrigada a falar de merda aqui!

– Você planeja comer merda?

– Não, eu pretendo informar aos leitores as razões técnicas pelas quais não se deve comer merda

– Eles precisam de razões técnicas para não comer merda?

– Porra, será que você pode responder às minhas perguntas?

Foi um custo obter algumas informações. Custa responder? Pois bem, tirando o fato de ser nojentão, comer merda pode fazer mal. Uma merda pode ter até 500 diferentes tipos de bactérias, algumas nada inofensivas. Além de ter muitos tipos de bactérias, sua concentração é elevada, podendo chegar até 10 trilhões por cada grama de merda. Isso pode causar uma grave infecção. Para você que se amarra no 2 girls 1 cup, favor não repetir isto em casa! O perigo é tão grande que dentistas recomendam que as escovas de dentes fiquem a uma distância de pelo menos 2 metros do vaso sanitário para prevenir a contaminação. A menos que seu banheiro seja enorme, recomendo que guarde sua escova de dentes em uma gaveta, porque se deixar ela na canequinha de bobeira, do lado do vaso, pode ser que você esteja esfregando coliformes nos dentes todos os dias.

Merda não deve ser desprezada enquanto matéria prima. Merda tem utilidade científica! Merda pode ser usada para realizar análise de DNA! O médico que teve a santa paciência de responder às minhas perguntas bizarras ficou pensativo, coçou a cabeça e disse que, apesar de nunca ter pensado nisso ou ter feito nada parecido, tecnicamente é possível apurar o DNA de uma pessoa com uma amostra de merda. Também é possível dizer o que uma pessoa andou comendo e em alguns casos é possível verificar se a pessoa usou drogas. Merda pode dizer muito sobre seu autor. O foda é colher a merda no sapatinho, sem a pessoa saber, porque quando ela bate na água da privada está contaminada e não serve mais como prova.

Agora a pergunta que não quer calar: porque a gente se depara com aqueles grãos de milho na bosta? Desfavor explica aquilo que todo mundo tem vergonha de perguntar! Caro leitor, você acha milho no seu tolete porque o milho consiste em uma fibra insolúvel que não é digerida pelo nosso organismo, quando engolida inteira. O revestimento do grão de milho é de celulose, que não pode ser digerido pelo organismo humano. Quando você mastiga bem o milho e consegue separar o grão interno deste revestimento de celulose, o grão interno é digerido e passa despercebido nas fezes. Mas se você é um esganado que come como um ogro, acaba engolindo um ou outro grão inteiro de milho. Ele não é digerido em função desse revestimento de celulose e acaba saindo intacto no seu tolete. Mastiguem bem seus milhos e evitem a bosta-chokito.

Também perguntei se a indicação técnica mais correta é cagar sentado. Porque sei lá, né? Vai que tem um jeito melhor… Para a minha surpresa, anatomicamente, a forma que mais facilita a saída da merda não é o clássico sentado no troninho e sim de cócoras. Isso mesmo, você pode observar que a maior parte dos animais tendem a agachar-se na hora de cagar. Sai mais fácil ao agachar-se. Porque? Bem, essa posição relaxa a musculatura que controla a saída da merda e, desculpem o trocadinho, deixa o reto mais reto, favorecendo o ato de obrar. Só deve ser tomado um único cuidado: o cu de um ser humano agachado desemboca no seu calcanhar, portanto, se quiser obrar nesta posição, faça com as pernas abertas sob pena de se cagar todo – literalmente.

Porque algumas vezes a bosta flutua e outras a bosta afunda? Tantas dúvidas existenciais! Parece que quanto mais gordura um tolete tem, mais ele flutua. Convoco os leitores a fazer o experimento, porque como é de conhecimento geral, eu não cago, portanto, não posso ajudá-los. Preciso da ajuda de vocês. Vocês mortais que cagam, mantenham uma dieta com pouca gordura por uma semana e comprovem o grau de afundabilidade de seus toletes. Depois, metam os cornos na banha: batata frita, chocolate, sorvete… e me digam se suas bostas não estão boiando. Desfavor incentiva experiências científicas.

É possível cagar em bolinhas, tipo uma cabra? Sim. Caso você queira fazer deste momento horrendo uma atividade lúdica, pode se divertir contraindo seu esfíncter durante o ato de cagar, “cortando” a bosta que sai nos mais diversos tamanhos. Uma espécie de “bosta salaminho”. Ninguém ganha nada com isso, mas é possível.

“Sally, aproveitando que você está se aprofundando no assunto, gostaria de saber porque algumas vezes a bosta faz arder meu cu quando sai”. Ok, Som… quer dizer, caro leitor. Eu perguntei isso ao médico. A ardência anal pode ter diversas causas. Geralmente é causada por temperos fortes e picantes. Estes temperos, principalmente quando vem em formato de óleos (sabe aquela pimenta vermelha em óleo?) passam intactos pelo nosso sistema digestivo, saindo da mesma forma como entraram: ardendo. Mais, o efeito é tão devastador que a ardência pode ser sentida inclusive quando dos peidos. Também pode acontecer do tolete ser grande demais, quando a pessoa come feito uma ema esganiçada, arrombando o cuzinho do dono. Porque cu estica pouco, cu tem limites de elasticidade. Podem chegar a acontecer fissuras anais, que são rasgos na região. Mas não há motivo para desespero: o cu (junto com a boca, que ironia!) é uma das regiões do corpo que se recupera mais rapidamente no que diz respeito à cicatrização. Se uma merda arrombar seu cu, em poucos dias ele se recupera.

Uma breve curiosidade sobre merda no reino animal, que vai fazer você repensar aquele beijinho na boca do seu mascote: alguns animais comem bosta. E não se trata de um comportamento eventual, comem bosta como rotina, por uma necessidade fisiológica. Ainda me lembro dos meus tempos de estagiária em uma clínica veterinária quando, horrorizada, constatei que um lindo coelho branquinho devorava sua merda na calada da noite. Comecei a dar faniquito, quando o veterinário me explicou o mundo mágico da Coprofilia Noturna Obrigatória. Parece que a dieta de alguns roedores é de difícil digestão, então, eles tem que passar o alimento diversas vezes por seu sistema digestivo para absorver tudo que precisam (depois vem hippie dizer que a natureza é sábia! ô porra mal feita!). A vaca come, engole, vomita e come novamente (ruminante), já o simpático coelho, come-caga-come novamente. E não vai pensando que é só o coelho não. Tem cachorro que adora uma bosta, principalmente aquelas com alto teor de proteína. A merda de gato, por exemplo, tem um alto teor de proteína. Não raro quem tem cão e gato pode flagrar seu totó comendo a bosta do gato.

Ficou tanto por dizer… Hemorróidas, vômito fecalóide, coprofilia como prática sexual, Verônica Moser e tantos outros assuntos fascinantes… O limite de quatro páginas, que por sinal, ultrapassei, é uma merda.

Para dizer que você também não caga, para dizer que só vai voltar no desfavor na semana que vem e para me mandar uma foto do seu tolete: sally@desfavor.com


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