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Desfavor Explica: Primeiros Socorros – Parte 4: Desmaios.

| Sally | | 143 comentários em Desfavor Explica: Primeiros Socorros – Parte 4: Desmaios.

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O termo médico correto é “síncope”, mas é mais conhecido como DESMAIO e é assim que será tratado aqui. Pode ser definido como uma perda abrupta da consciência e do tônus postural (capacidade de se manter de pé) em função da redução do volume de sangue que chega ao cérebro. O desmaio normalmente dura poucos segundos, a pessoa se recupera e acorda rapidamente. É mais comum do que a gente pensa: desmaios são responsáveis por aproximadamente 5% de todas as admissões em hospitais, seja pela causa que gerou o desmaio, seja pela consequência advinda da queda.

O desmaio em si não é considerado uma doença, na verdade ele é um sintoma. As causas mais frequentes de desmaios são: doenças cardiovasculares que comprometam o fluxo sanguíneo que vai até o cérebro, hipoglicemia causada por jejum prolongado ou diabetes, desidratação, queda de pressão, dores muito intensas ou até mesmo uma forte emoção. O público alvo do desmaio costumam ser: idosos, portadores de cardiopatia e mulheres jovens.

Normalmente a causa do desmaio é a queda de pressão. Porém há um mal entendido aí: a queda de pressão não é um evento aleatório ou autônomo. “Fulana desmaiou porque sua pressão caiu, dá sal para ela”. Erro. Não basta entender que Fulana desmaiou porque sua pressão caiu, é preciso descobrir PORQUE sua pressão caiu. É como se um carro parasse de andar porque a gasolina não está chegando ao motor. Ok, mas para reparar o veículo o mecânico terá que entender PORQUE a gasolina não está chegando ao motor: alguma mangueira entupida? A gasolina está evaporando no caminho? Algum vazamento? Queda de pressão não é resposta, é parte do sintoma. Além disso, nem sempre os sintomas como náuseas e tonteira são sinônimo de pressão baixa.

Então, vamos parar com essa ignorância de socar sal na boca de gente com pressão baixa, pois em alguns casos isso pode fazer muito mal, inclusive até matar. Por exemplo, em alguns casos a pressão alta pode gerar alguns sintomas que leigos confundem com pressão baixa e se meterem sal na boca de uma pessoa com pressão alta o estrago pode ser enorme. Fica o apelo: nunca metam sal na boca de ninguém que está passando mal, nunca sugiram que ninguém que está passando mal coma sal. E nunca presumam que se trata de pressão baixa, averiguem a pressão antes de achar.

Bem, já vimos que a causa mais comum de desmaios é a queda de pressão. Mas… quais são as causas mais comuns da queda de pressão? Ela pode se dar por diversos motivos, sendo os mais comuns calor intenso (sobretudo quando o ambiente está quente e abafado, como é o caso das saunas ou do transporte público do Rio de Janeiro), hipoglicemia, causada normalmente pela privação de alimento ou por uma ziczira no metabolismo em função de diabetes (insulina em excesso, glicose de menos e etc) e por fortes emoções (uma notícia que afete a pessoa intensamente, uma visão chocante, etc), por dores fortes, por esforço físico além da capacidade do organismo, por desidratação e uma série de outros motivos.

É possível prever um desmaio? Sim, se a pessoa se observar muito bem, conhecer muito bem seu corpo e estiver muito atenta a ele. Ainda assim, algumas vezes se erra a mão, se acha que dá para aguentar mais um pouquinho… e não dá. Algumas destas sensações antecedem a um desmaio: sudorese aumentada, suor frio, moleza no corpo (relaxamento muscular), náuseas, pulsação fraca, palidez, vertigem ou tonteira, respiração superficial e visão turva ou com pontos pretos. Também é possível que a pessoa sinta formigamento nas extremidades e na boca, mãos e pés gelados e ânsia de vômito. A pessoa vê pontos pretos, predominantemente na parte superior do olho, estes pontos pretos vão aumentando, formando o que muitos chamam de “teto preto”, até que o preto toma conta de tudo e a pessoa apaga. Algo engraçado que acontece comigo mas não saberia dizer se acontece com todos é que um pentelhesimo de segundo antes de apagar eu tenho a plena consciência que vou desmaiar e apago com o último pensamento “putaquepariudesmaiei”. Mas eu sou maluca, não deve ser regra.

Todos estes sintomas que anunciam o desmaio acontecem, na maior parte dos casos, pela queda de pressão: graças a ela o bombeamento do sangue fica mais fraco e há dificuldade para fazê-lo chegar ao cérebro, ponto mais alto do corpo – quanto mais alto, mais se exige do bombeamento. Com isso células importantes começam a não receber a quantidade necessária de oxigênio (para os desavisados, quem leva o oxigênio que mantem as células vivas é o sangue) e começam a funcionar de forma deficiente.

O corpo está programado para lutar e se manter acordado, porém quando a agressão é muito intensa ele não resiste e apaga. O corpo pensa “fudeu, fudeu, fudeu, acabou o oxigênio! Fudeu de vez, vamos cortar tudo que seja supérfluo ou vamos todos morrer!” e o pouco suprimento de oxigênio que chega é direcionado para estruturas vitais, funções essenciais para manter o corpo vivo. O desmaio é uma espécie de contenção de despesas do nosso organismo, um mecanismo que em tempos de vacas magras ajudou a manter muita gente viva. É um último recurso, até porque, nos primórdios, não contribuía muito para nossa sobrevivência cair apagado no chão e ficar vulnerável a qualquer ataque de predadores.

Então, se a pessoa chegou a desmaiar, é porque algo grande aconteceu. Algo grande não se confunde com algo grave, porém se teve forças para resetar seu corpo, você deve procurar um médico. É muito comum que as pessoas pensem que o problema se resolve se o desmaiado acorda, mas isto não é verdade. Repito: algo grande aconteceu, e a menos que você saiba a merda que fez, tipo uma dieta maluca que te deixou horas sem comer, é preciso apurar as causas do desmaio. Além disso, mesmo que se saiba a causa, também é fundamental apurar as consequências dele: não raro desmaiados batem com a cabeça na sua queda, pois não tem tempo de se posicionar ou se proteger. Na dinâmica de uma queda “desmontada” como é a do desmaio (a pessoa perde o tônus muscular, por isso cai como um boneco de pano) é quase certo que vai bater com a cabeça.

Esta pancada pode ser mais perigosa do que o desmaio em si. É possível que a pessoa acorde bem, esteja se sentindo bem, mas que ainda assim exista algum sangramento interno ou sequela na sua cabeça que só será detectado dias depois, quando poderá ser tarde demais. Então, o fato da pessoa estar se sentindo bem não quer dizer que não tenha que ser levada a um hospital em caso de uma pancada na cabeça. Qualquer pancada na cabeça pode ser perigosa. Em matéria de pancada na cabeça, nem sempre a força é o determinante. O jeito com se bateu pode ser muito mais grave para fins de lesão.

O jeito como se bate influencia da mesma forma que uma pancada em um copo de vidro. Quem nunca bateu forte com um copo ou o deixou cair no chão sem que ele tenha quebrado? Acontece, você esbarra com ele em alguma superfície dura e já fecha os olhos esperando que ele vá quebrar e… nada. Porém muitas vezes uma pancada muito mais leve estilhaça o copo porque pegou um ângulo ingrato. Quem nunca viu uma pedrinha pequena que bate do jeito errado no para-brisas de um carro e trinca o vidro todo? O mesmo vale para a nossa cabeça. Pancadas tidas como fracas podem matar se pegar em um ponto ou ângulo errado e pancadas fortíssimas podem não causar dano algum. Os ossos mais resistentes do crânio se encontram na nossa testa, por isso, ao contrário do que muitos pensam, cair “de cara no chão” nem sempre é a pior opção (seu nariz não curtiu isso).

Um clássico exemplo de jeitinho que nos derruba é o chamado desmaio do “queixo de vidro”. O “queixo de vidro” é um ponto localizado na pare inferior do queixo que se atingido por um golpe ainda que não tão forte nos faz desmaiar na hora. Isso acontece porque este ponto está diretamente conectado com uma região do cérebro chamada de “tronco cerebral”, que comanda a consciência. A força do impacto nesse ponto específico do queixo é absorvida e vai diretamente para essa região cerebral, fazendo com que as células parem de funcionar e a pessoa apague na hora. Então, médicos leigos de plantão, favor investigar qualquer pancada na cabeça. Na dúvida, melhor procurar um médico. Pode não ter sido uma pancada forte, mas o ângulo, o jeito… você não sabe.

É possível prevenir desmaios. A primeira providência é identificar os sintomas que o antecedem. O problema é que uma pessoa pode sentir esses sintomas por horas e não desmaiar, então, fica bem difícil saber quando se cruzou a linha de tolerância do organismo. Não é a toa que tantas pessoas desmaiam, é bem difícil ter consciência desse exato momento onde você forçou demais e o corpo entrou em pane. Quem sofre com pressão baixa ou qualquer outra situação que faça desmaiar com relativa frequência sabe do que eu estou falando: se cada vez que você sentir um dos sintomas fizer um alarde, vira uma pessoa chata e pau no cu que vive dizendo que vai desmaiar, porque os sintomas podem se apresentar muitas vezes por dia. Para não ganhar fama de histérica, a pessoa se cala.

Supondo que a pessoa identificou os sintomas e falou: “acho que vou desmaiar”. A primeira providência é pedir à pessoa que se sente em uma cadeira e que coloque a cabeça entre os joelhos. O ideal é abaixar a cabeça em um nível mais baixo do que os joelhos. Isso deve ajudar que o fluxo sanguíneo chegue à cabeça com mais eficiência. Mantenha a pessoa nesta posição até a tontura passar, não deve demorar muito. Caso não seja possível, o Plano B é deitar a pessoa mantendo as pernas elevadas, outra forma de estimular o fluxo. Em ambos os casos, a pessoa deve se levantar lentamente e com ajuda de alguém, pois muitas vezes o desmaio vem mesmo assim. Em qualquer caso de pré-desmaio, peça que a pessoa respire profunda e lentamente, isso pode evitar o pior.

Você deve se perguntar (ou perguntar à pessoa) o que está causando esse desconforto. Na maior parte das vezes é calor, o que pode ser resolvido fornecendo uma bebida gelada (sem álcool, tudo que não precisamos é favorecer a desidratação!), refrescar seus pulsos e nuca e leva-la a um lugar de temperatura mais amena se isso for possível. Manter a pessoa hidratada e confortável até os sintomas regredirem costuma dar certo. É preciso paciência. Tem muita gente com formiga no cu que bebe um copo de água gelada, conta até dez e como não sente diferença presume que não deu certo. O corpo precisa de tempo para se recuperar e funcionar em harmonia novamente, dê tempo a seu corpo. O mínimo que se espera para que ele volte a ficar de pé dignamente são dez minutos de repouso.

Outra causa comum de desmaios é a hipoglicemia. Chega a ser surpreendente, pois para que nosso corpo chegue a apagar por falta de comida, a privação tem que ser muito grave, já que existem diversos mecanismos de estoque de energia. Mas pelo visto as pessoas se sujeitam a privações muito graves de comida. Nesse caso, deve-se fornecer alimentos de fácil ingestão e de alto teor glicêmico, como por exemplo um refrigerante normal ou até mesmo água com açúcar. Ainda assim, a pessoa deve esperar que o corpo processe minimamente o alimento: não é para comer e retomar a vida normalmente.

Supondo agora que a pessoa não teve tempo de avisar e acabou desmaiando… o que fazer? Vamos começar pelo que NÃO fazer. Não dê tapas na cara da pessoa, isso é escroto e não adianta nada. Isso é medicina de novela mexicana. Vai dar tapa na cara da sua mãe! Também não jogue água na pessoa, água só serve para curar o piripaque do Chaves. Jogar água em uma pessoa desacordada é um convite à asfixia, você pode, no máximo, molhar a testa dela com uma toalha úmida. Jamais faça a pessoa respirar álcool, amoníaco ou qualquer coisa com cheiro forte na tentativa de acordá-la, espere ela acordar sozinha. Não sacuda a pessoa. Observe COMO ela caiu, se por um acaso a queda parecer feia, se a pessoa estiver torta ou se pairar qualquer suspeita de fratura de coluna, NÃO MEXA nela e chame socorro. Agora sim, vamos falar sobre o que fazer.

Se você percebeu que a pessoa ia desmaiar antes da queda, procure amparar sua queda PELO TRONCO, pois se pegar a pessoa pelo braço vai acabar mandando-a para o ortopedista. Não vai conseguir evitar a queda? Tente de alguma forma proteger a cabeça da pessoa do impacto com o chão: coloque a mão por baixo, jogue um travesseiro, seja ninja e mostre até onde vão seus reflexos. O mais importante é que ela não bata com a cabeça no chão nem envergue sua coluna de uma forma abrupta.

Não deu? A pessoa beijou a lona? Se a queda não foi trágica, se não parece haver fratura de coluna, coloque a pessoa deitada de barriga para cima (papo técnico: decúbito dorsal). Vire a cabeça da pessoa de lado para evitar que ela se engasgue com secreções e se sufoque, é a chamada PLS – Posição Lateral de Segurança, que costuma ser indicada para quase todos os procedimentos de primeiros socorros. Eleve as pernas dela com uma almofada ou com o que estiver disponível, para que o fluxo sanguíneo chegue à cabeça com mais facilidade. Afrouxe as roupas da pessoa (colarinho, cinto ou qualquer compressão que possa estar dificultando a circulação do sangue). Procure manter o ambiente ventilado. Se começar a juntar popular em volta da pessoa, coloque-os para correr. A pobralhada adora se aglomerar apenas para roubar oxigênio, ajudar que é bom… nada.

Não se assuste, um desmaio costuma durar segundos, é provável que a pessoa recobre a consciência logo depois e não vai ser produtivo que ela te veja gritando, chorando e surtando. É comum a pessoa acordar sozinha justamente por se encontrar em posição horizontal depois do desmaio: a posição horizontal favorece o fluxo de sangue para a cabeça e a pressão sanguínea voltará ao normal. A regra é que isto costume bastar para que a pessoa acorde.

Mas as regras tem exceções. Se passar de um minuto com a pessoa na horizontal e pernas para cima e ela não acordar, corra com ela para um hospital. Há recomendação em manuais de primeiros socorros de que seja feita uma pasta com muito açúcar e um pouco de água e colocada uma pequena quantidade debaixo da língua da vítima enquanto se aguarda pelo socorro, mas honestamente, eu como leiga que sou, não teria coragem de enfiar nada na boca de uma pessoa desacordada por medo de asfixiá-la. Além disso, vamos combinar, nem sempre o desmaio é por hipoglicemia. E, todo caso, como está nos livros, me sinto na obrigação de citar.

Se tudo correr dentro do esperado, em poucos segundos a pessoa acorda. Tranquilize-a, diga que ela desmaiou (em um primeiro momento a pessoa não sabe muito bem o que aconteceu). Deixe que ela fique deitada enquanto recobra a consciência. Não a puxe pelos braços para levantar, você não sabe como ela caiu, ela pode estar machucada. Deixe que a pessoa se sente por conta própria, quando se sentir preparada, amparando-a se necessário, mas nunca puxando ou empurrando. Pode demorar até que a pessoa efetivamente sinta uma fratura ou outro machucado, pois ela acorda meio anestesiada. Isso mesmo, a pessoa está desorientada e confusa, se ela estiver, por exemplo, com um braço quebrado, pode demorar a perceber e até lá você, espertão, já deu um baixa puxão e tirou o osso do lugar. Dê a ela um pouco de água com açúcar (a menos que a pessoa seja diabética, nesse caso melhor aferir a glicose no sangue antes).

Mantenha a pessoa sentada por um tempo. Não se coloca um desmaiado de pé imediatamente sob o risco de outro desmaio, pode sobrecarregar o organismo. Deixe o corpo voltar, aos poucos. Deixe a pessoa sentada alguns minutos para que ela se acostume com a posição vertical e só depois de um tempo ajude-a a ficar de pé. Os manuais de primeiros socorros falam em uma espera de aproximadamente dez minutos antes da pessoa se levantar. Uma pessoa que desmaiou é uma pessoa cujo organismo sofreu um colapso intenso. Esta pessoa deve ir para casa descansar. Não importa onde você desmaiou ou os compromissos que tem, você vai precisar de um tempo para se recuperar. Seu corpo acaba de colapsar, é hora de ouvi-lo e sossegar um pouco.

Agora vamos ao mundo cão. Porque se não tivesse uma parte mundo cão, não seria texto meu. Uma modalidade pouco divulgada de desmaio é aquele desmaio que acontece quando a pessoa está cagando. Sim, se você estiver cagando e estiver fazendo uma força intensa, saiba que você pode desmaiar. Se você estiver cagando sem fazer força, porém com uma diarreia intensa, você também pode desmaiar, em função da desidratação. Ainda existe desmaio motivado pela tosse e pela micção (muito comum em idosos).

Para fechar, quero destacar um tipo muito comum de desmaio: quando a pessoa está sentada e se levanta de forma repentina (papo técnico: síncope ortostática). Também tem outra variação comum: quando a pessoa fica de pé por muito tempo, imóvel e depois se movimenta e desmaia (síncope das paradas militares). O que justifica o desmaio em ambos os casos é que a musculatura das pernas ficou parada por um bom tempo e com isso prejudica o fluxo de sangue para a parte superior do corpo. Para quem não sabe, boa parte do bombeamento do sangue para a nossa cabeça é feito pelas panturrilhas, que não a toa ganharam o apelido de “segundo coração”.

Por isso, se você está sentado ou de pé sem se mexer por muito tempo, mova bastante suas pernas antes de se levantar, para ajudar a bombear sangue para a parte superior do corpo. Assim você evita tonturas e desmaios. O problema não é levantar de forma abrupta, é ter ficado muito tempo com as pernas paradas. Se mexer bastante as pernas, pode levantar de forma repentina que nada te acontece!

Desmaio não é frescura, desmaio não é histeria. Desmaio é o organismo colapsando e deve ser levado a sério. Não é você quem vai dizer se um desmaio é motivo ou não de preocupação e sim um médico. Não sejam prepotentes e procurem um médico após um desmaio.

Para reclamar que faz tempo que não postamos um texto fútil e fofoqueiro, para dizer que cuidados são para os fracos já que os fortes passam pasta de dente na cara do amigo quando ele desmaia ou ainda para compreender melhor muitos dos meus pontos de vista agora que você sabe que eu vivo desmaiando e batendo com a cabeça: sally@desfavor.com


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