Desfavor Convidado: Desmagia Negra Parte 3
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Desmagia Negra Parte 3 : O Arquiteto do Universo e a Árvore da Vida.
Olá pessoal, o texto de hoje é mais voltado para conceitos judaico-cristãos, porém relacionados aos demais textos sobre magia e misticismo. Volto a lembrar que não tenho nenhuma de pretensão de escrever uma obra definitiva sobre os temas abordados nesta série, pois são meros esboços sobre uma filosofia que tenta explicar o Universo. Seria prepotência da minha parte dizer que tenho total conhecimento sobre magia, pois nunca passei de mero aprendiz, mas sempre tive vontade de compartilhar e discutir sobre essas filosofias. Assuntos que dificilmente são discutidos abertamente, pois sempre há a questão do sigilo, que será discutido futuramente. Pois bem, vamos ao principal assunto de hoje: O Grande Arquiteto do Universo ou GADU.
Vocês já pararam para pensar na perfeição do Universo? Em todas as coisas que se encaixam perfeitamente no plano cósmico? Na natureza que sempre encontra um equilíbrio? Será que a criação do Universo é realmente um monte de acasos que deram certo? A vida na Terra é puro fruto da evolução natural das coisas? A ciência explica muitas dessas coisas, mas mesmo assim a essência da existência ainda é um mistério.
São nessas questões profundas que muitos magistas, filósofos e cientistas se perdem ao longo de anos. Muitos foram o que tentaram dar um sentido a tudo o que conhecemos, mas todos falharam nesta ambição. O conhecimento que temos hoje sobre a vida, o universo e tudo o mais não passa de 0,000000001% e ainda temos muito que descobrir e, de acordo com os míticos, essa descoberta nunca será total enquanto a humanidade não estiver de acordo com as leis cósmicas. Quando isso acontecer, uma nova era se iniciará, uma era de paz e elevação espiritual, é a chamada Era de Aquário (sim, eu sei, é coisa de hippie).
Enquanto essa era não chega, os místicos continuarão seu trabalho espiritual, mas precisam de algo para dar unidade ao grupo. Essa unidade foi encontrada no Grande Arquiteto do Universo, pois apesar de ser um termo muito utilizado por cristãos, abrange todas as outras religiões do mundo. GADU é a fonte criadora do Universo, é a força que rege todas as leis e está presente em tudo. GADU não tem nome, não tem corpo, ele é o que é e nada mais.
De acordo com alguns estudos cabalistas, após criar o Universo e a humanidade, GADU teria deixado várias dicas para que os humanos evoluíssem ao seu encontro. São essas dicas que os místicos tentam encontrar, ou seja, todo o conhecimento adquirido pela humanidade nada mais é que uma faceta da grandiosidade divina.
Para o misticismo, essas dicas são transformadas em símbolos e vale para qualquer religião, filosofia ou comunicação. Os símbolos são representações que possuem diversos significados, variando de cultura para cultura. Por esse motivo, de nada serve estudar a simbologia e a ritualística maçônica sem participar da Ordem, pois o que eles definiram como simbólico só serve para eles, assim como o que foi definidos pelos cristãos, só serve para os cristão e por aí vai.
De qualquer forma, como o nome de GADU é sagrado, ele pode ser representado pelo tetragrammaton, um pentagrama com as letras hebraicas para YHWH. YHWH é o nome hebraico para Deus, notem que essas duas palavras possuem quatro letras e essas quatro letras se repetem para o nome divino em diversas línguas e culturas: TUPÃ, LORD, GOTT, ZEUS, DIEU, DIOS, etc.
Porém, nem todos concordam com isso, sendo mais aceito que o pentagrama signifique os elementos da natureza nas pontas inferiores (água, fogo, terra e ar) e o espírito na ponta superior. A partir desta concepção, o pentagrama também pode representar o homem em sua busca por elevação, sendo que as pontas inferiores são seus membros e a ponta superior a cabeça.
Por colocar o homem no centro da busca pela elevação, o pentagrama possui muito poder místico e é um dos símbolos mais poderosos da magia. Ao contrário dos que muitos pensam, ele é mais utilizado para proteção do que para uso em rituais satânicos, por exemplo.
Enfim, com o homem no centro das coisas, chegamos ao Adão Kadmon, uma das inúmeras representações para a Árvore da Vida. O Adão Kadmon representa o homem na sua busca pelo Criador através da Árvore da Vida, que é dividida em dez Sefirot. As dez esferas (ou Sefirot) representam aspectos divinos da manifestação do Absoluto na existência. São o meio pelo qual o Santo governa o mundo do espírito, da alma e da materialidade. A disposição dos sefirot é o modelo para tudo o que existe.
As Sefirot são Keter, ou Coroa; Hokmah, ou Sabedoria; Binah, ou Entendimento; Hesed, ou Misericórdia; Gevurah, ou Julgamento; Tiferet, ou Beleza; Nezah, ou Eternidade; Hod, ou Reverberação; Yesod, ou Fundação e Malkhut, ou Reino. Existe um décima primeira não Sefirah, entre Binah e Hesed, chamada Daat, Conhecimento, que tem uma função especial.
Estudando a posição das sefirots, é possível perceber os diversos níveis da existência e como o ser humano pode entrar em contato com o Deus do seu coração. Não vou me aprofundar mais nesse assunto por não tê-lo estudado muito, mas já adianto que nem mesmo os cabalistas sabem tudo sobre o Arquiteto do Universo ou a Árvore da Vida e há muitas pessoas que acham que esses assuntos nunca serão desvendados por completo, mas os que se aproximam da verdade encontram a perfeição ou o Nirvana.
De qualquer forma, todo bom magista deve ser humilde em sua busca, ou seja, por maior grau que seja seu conhecimento no assunto, ele nunca será o suficiente. Por isso, não tenho medo de escrever algum detalhe falho nestes textos. Se houver correções, que me corrijam oras.
Agora vamos ao estudo simbólico envolvido na magia. Como falei anteriormente, cada símbolo possui muitos significados. Por mais que se tente dar um sentido comum a cada um deles, boa parte da magia depende da interpretação pessoal do magista, ou seja, toda a explicação simbólica não passa de meras convenções. Como exemplo, vamos começar por um símbolo comum aqui no Brasil: a Cruz Latina.
A Cruz Latina pode significar a morte de alguém, o sacrifício de Cristo, a Santíssima Trindade, mas também pode ser uma representação do corpo humano. Antigamente, alguns magistas tinham o costume de se virar contra o sol e abrir os braços, deixando uma sombra na forma de cruz atrás deles. Essa atitude era uma forma de demonstrar humildade perante o cosmos e as leis do Universo. De qualquer forma, a Cruz é a linha que separa o mundo material do mundo espiritual, por isso tantas culturas e religiões adotaram alguma variedade deste símbolo.
Outro símbolo muito comum visto na magia é o pentagrama, mas este já foi explicado anteriormente. Na sequência, há a Estrela de Davi, ou hexagrama. A estrela de Davi é formada por dois triângulos sobrepostos, um para cima e outro para baixo. Esse símbolo é um escudo, uma proteção e já foi conhecida também como o Selo de Salomão. A estrela de Davi pode ser também uma interpretação da Lei da Correspondência (“O que está em cima é como o que está embaixo. E o que está embaixo é como o que está em cima”).
Na magia, a maioria dos símbolos estão relacionados às leis herméticas, aos números ou à dualidade do Universo. Neste último caso, sempre representam o lado masculino e o lado feminino da Criação. É o caso do famigerado Baphomet, que muitos dizem ser uma representação satanista. Na verdade Baphomet representa o masculino e o feminino, a expiação dos pecados e a busca pela elevação do espírito. Se procurarem a figura dele na internet, verão que a mão esquerda está para cima e a direita para baixo. Essa é uma das formas de demonstrar a Lei da Correspondência e aqui fica a primeira dica de sinal para demonstrar que você é um magista.
Lembrando, não é porque você conhece símbolos e sinais que você é um magista de verdade. Por isso, não vá chegar numa Loja Maçônica ou qualquer outra ordem mística se achando o tal. Esses grupos são restritos e trabalham em suas egrégoras, então você precisa ser aceito antes de iniciar qualquer tipo de trabalho espiritual com eles. Além do mais, existem palavras chave que vão mudando de grau para grau. Se você não conhece essa palavra chave, por favor se retire e até nunca mais.
Ficou curioso em conhecer alguma palavra chave? Pois eu é que não irei contar, já que não encontrei nada relacionado sobre isso na internet. Se tivesse achado, contaria, mas esse sigilo eu não quebro. Aliás, sigilo é um dos assuntos da série, mas também falarei sobre proteção espiritual e a Grande Fraternidade Branca. Até lá.
Assinado: Chester
Chester, não sei se você sabe, mas a questão da “Era de Aquário” não é nada mais, nada menos que o período onde o equinócio de primavera no hemisfério norte (outono no hemisfério sul) será mais ou menos coincidente com a sobreposição do Sol a constelação de Aquário. Não sei se você notou, mas há uma diferença de cerca de 23/24 graus entre o céu astronômico e o céu presente nos mapas astrologicos. É com base nessa diferença (conhecida pelo nome de precessão dos equinócios) que se denominam as eras zodíacais, na ordem inversa ao movimento aparente do sol no correr do ano.
Estamos na era de PEIXES, pois a sobreposição do sol quando do equinócio hoje é sobre a constelação de peixes.
Então existem dois conceitos sobre a Era de Aquário: este mais técnico que você explicou e outro idealista que é a de um mundo justo e igualitário….. em tratados místicos o segundo é o que vale, por mais utópica que seja a ideia….
A maneira deles pensarem é bem interessante, mas o universo está longe de ser perfeito e estar em equilíbrio.
o universo é perfeito em sua imperfeição. além disso, vale lembrar que o caos faz parte do equilibrio e será tratado em um dos últimos textos da série….
“Caos faz parte do equilibrio” É… realmente qualquer relação com teoria das cordas é mera coincidência…
Sua postagem me fez lembrar disso aqui:
http://s1339.photobucket.com/user/lichia_saad_2013/media/Semtiacutetulo_zps89ab51a6.jpg.html?sort=3&o=0
A Cruz na cultura Maia, exatamente isso. Nada haver com crucificação, mas sim a conexão com um plano cósmico.
Chester, se possível, fale mais sobre a árvore da vida!
falar sobre a árvore da vida não caberia em um blog, pois são anos e anos de estudos sobre a relação entre as Sefirot com a vida, os planos da existência e o Universo….
além do mais, fiquei pouco tempo estudando misticismo para dar uma explicação melhor do que a que já foi feita no texto….
porém, posso te passar uma das referencias que estou usando para os textos, que é este site: http://www.deldebbio.com.br/
Ah, entendi! Obrigada!