Skip to main content

Ele disse, ela disse: Encontrando o caminho.

| Desfavor | | 81 comentários em Ele disse, ela disse: Encontrando o caminho.

Depois de um comentário “agradável” de Somir sobre um texto recente de Sally, ficou impossível evitar esta coluna. Depois de um encontro, ela acredita que é obrigação do homem levar a mulher para casa. Ele acha uma mera gentileza. E vocês, impopulares, serão levados a se pronunciar.

Tema de hoje: É canalhice quando um homem não deixa a mulher em casa depois de um encontro?

SOMIR

Não. Eu vou ficar atrás de uma parede esperando até a chuva de pedras acabar. Até mais…

Ok? Posso argumentar? Ótimo. Espera-se de uma mulher adulta a capacidade de encontrar o caminho da própria casa em segurança. Até porque mesmo as mais carentes não podem passar todos os dias se encontrando com homens. Por sorte vivemos numa sociedade onde a noção de igualdade entre os sexos ganha espaço dia após dia. Em outros tempos eu até aceitaria a irresponsabilidade de deixar uma mulher voltar para casa sem supervisão de um pênis, mas passamos desse ponto, não passamos? Como elas crescem rápido…

Você, mulher, precisa admitir com todas as letras que é INCAPAZ feito uma criança para bater na tecla de que levar a mulher para casa depois de um encontro é algo mais do que uma gentileza. Educação é obrigação, cortesia não. Muito bonito ficar com esse papinho de liberação sexual, abrindo mão das obrigações sociais femininas, mas dando chilique quando um homem não a trata como um bibelô de cristal. Mulheres querem direitos iguais para usufruir de vantagens específicas.

Ridículo exigir cavalheirismo sem oferecer subserviência como contraparte. O que não parece entrar na cabecinha das mulheres reclamando do fim do cavalheirismo é que a troca deixou de ser vantajosa para eles, faz tempo. As gentilezas típicas do comportamento de “príncipe da Disney” que as mulheres exigem tem que ser pagas uma hora ou outra. Os homens vão te tratar como se você fosse uma criança retardada do jeito que vocês gostam desde que vocês obedeçam, vivam em função das vontades dele e façam vista grossa quando ele começar a fazer hora extra cinco dias por semana.

Sempre foi uma troca. Que pessoalmente achava desvantajosa para elas, mas de qualquer forma, era um acordo implícito. Mil vivas para a liberação feminina, mulheres adultas de verdade são muito mais interessantes e atraentes, mas isso quebra o acordo. Tem um zilhão de mulheres querendo dar por aí, e muitas das barreiras sociais que preveniam um homem de tocar o foda-se para cortesia já viraram pó. Então, pensem: Qual é a contraparte? Ter uma buceta não é mais passe automático para merecer.

E como eu sei que vai vir o argumento “Bastidores”, vamos tomar o cuidado de desarmá-lo: Mulheres se enfeitam para parecer mais atraentes e conseguir os parceiros que querem. É vantagem PESSOAL gastar tanto tempo e dinheiro com esses cuidados. Assim como muitos homens, aprecio o esforço, mas não ofendam minha inteligência dizendo que não poderia ser eu ou qualquer outro homem te pegando em casa com exatamente o mesmo nível de produção… A mulher faz isso em vantagem própria. Assim como o homem que consegue juntar mais dinheiro e influência (doeu porque é verdade).

A contraparte tem que ser comportamental. O cavalheirismo é comportamental. Mulher que dá no primeiro encontro merece ser levada para casa muito mais do que a não dá. Não é obrigação, mas é um bônus! Mulher que sabe fazer homem se sentir bem, que sabe ceder o poder e ser saudavelmente submissa ganha muito mais pontos para serem trocados por gentilezas e atos atenciosos masculinos.

Compreendo que muitas de vocês, impopulares do sexo feminino, não sejam lá muito simpáticas à ideia de agir feito uma gueixa em troca de uma porcaria de uma carona. E eu respeito muito essa posição. Tanto que até vou dar uma dica valiosa que vai melhorar muito a sua vida: Compre um carro. Se foda toda em dívidas, mas compre um carro. Homem não compra só porque gosta do barulho do motor, compra porque é liberador.

E aí acabaram os seus problemas! Independente! Encontros ruins acabam a hora que você quiser, encontros bons acabam em lugares onde você se sente mais segura… Acaba o drama de ficar na mão de um homem horrível do qual vocês sempre reclamam… Quer liberdade? Conquiste! É assim que se faz quando somos adultos. Jamais dependa de gentileza alheia.

Ou… não reclame se tiver que voltar para casa de táxi ou ônibus. Melhor fazer as coisas por vontade própria e tomar as rédeas da situação. Acho absurdo ficar reclamando das atitudes alheias quando se pode resolver o problema por conta própria. Homem não é obrigado a dar carona para ninguém… mereça-a ou tenha a maturidade de saber se virar e não ficar de cara feia depois. Não é pedir demais, é pedir o básico. Querer ser mulher moderna sem ônus, só bônus? Que beleza, hein? E ainda reclamam que homem é preguiçoso…

Temos que generalizar direitos, mas nunca gentilezas. Não é todo mundo que merece, e se não quer pagar o preço (novamente, acho justo se ela não quiser), pelo menos não exija o produto. Tá achando que só porque tem pinto é chofer? Bando de menina mimada, isso sim.

Eu posso fazer a mesma argumentação que as defensoras das caronas compulsória dizendo que mulher que não dá no primeiro encontro é frígida! O que não é obrigação não pode ser cobrado como se fosse. Lógica não muda só porque estamos falando de mulheres ou homens… Se é gentileza, faz quem quer e não é preponderante no julgamento de caráter ou interesse. Duvido que vou ver um texto da Sally reclamando que homens que não puxam as cadeiras para mulher sentar no restaurante são monstros horríveis… Eu só estou pedindo coerência.

Coerência… de mulheres. Merda, perdi.

Para usar um monte de argumento emocionais tão válidos quanto um peido durante a tempestade Sandy, para reclamar que acha totalmente coerente querer ser tratada feito uma criança, ou mesmo para me agradecer por abrir seus olhos e procurar um carro para comprar: somir@desfavor.com

SALLY

Atenção ao tema: é CANALHICE um homem não deixar a mulher em casa após um encontro QUANDO ELE TEM CONDIÇÕES DE FAZÊ-LO?

Sim, é muito canalha, mal educado, escroto e sem consideração. É uma questão até mesmo de segurança, já que no geral os encontros costumam acontecer na parte da noite e não é bacana uma mulher zanzando sozinha quando podia estar acompanhada. Atentem para o fato de que estamos falando em situações onde o homem tem condição de fazê-lo e não o faz por escolha.

Deixar a mulher no ponto de ônibus, dar dinheiro para o táxi, mandar um amigo dar carona ou qualquer coisa do tipo demonstram uma falta de interesse que chega a magoar. Tendo condições de deixar a mulher em casa o homem tem que fazê-lo, mesmo que seja por educação. Ou por acaso vocês acham que mulher não faz um monte de coisas por educação, para não ser rude, nos encontros amorosos? Todo mundo faz todos os dias vários esforços por educação, é assim que as coisas funcionam.

Regras sociais existem. Fato. Goste você ou não. Quando a pessoa se propõe a interagir socialmente, espera-se que respeite estas regras sociais. Certamente um homem não gostaria que a mulher leve a mãe junto no primeiro encontro, ou que apareça com o irmão ao lado. Certamente um homem falaria muito mal de uma mulher que não cumpre as regras sociais esperadas. Pois bem, da mesma forma como o homem espera que a mulher cumpra as regras sociais básicas, o inverso também ocorre. E se por algum motivo não for cumprir, AVISE à mulher ANTES do encontro, assim ela pode escolher se quer levar adiante ou não.

Acho engraçado que na hora de buscar a mulher em casa, os homens costumam ter a maior disposição. Mas na hora de deixar em casa… A distância é a mesma, tanto para buscar como para deixar, a que se deve o desinteresse repentino? É por já ter conseguido o que queria? Se for, é preciso que saibam que esse tipo de sentimento é rude e deve ser camuflado. Façam um esforço, levantem da cama e deixem a mulher em casa. Ou então, aceitem de bom grado quando ela nunca mais atender um telefonema ou se recusar a sair novamente, sem atribuir isso à “frescura” (frescura = “é inveja” do mundo masculino).

Tem também aqueles que aos 48 do segundo tempo pedem para a mulher dormir na casa deles só para não ter que deixar em casa e poder mandar a mulher de transporte público na luz do dia, para que não seja tão perigoso. O problema é que nem sempre a mulher pode dormir fora de casa, existem uma série de impedimentos para isso, desde o não querer até o ter um filho ainda não citado esperando-a em casa. Esse é o tipo de coisa que se combina previamente. Se o assunto não foi conversado, tem que levar a mulher em casa.

Botar a mulher em um táxi, pagar o táxi e pedir para ligar quando chegar “para saber se chegou bem” é nojento. E muito homem faz isso achando que está dando uma super atenção à moça. Quer saber se ela chegou bem? LEVE-A até sua casa! Qualquer coisa que não seja levar até em casa é uma merda, por mais cercado de cuidados que o homem possa parecer. Hipócrita largar a mulher em um táxi e querer parecer preocupado com sua segurança pedindo para ela ligar quando chegar.

Tem ainda aqueles que acham que porque a mulher dirige, ela tem que ir até eles. Como se fosse a mesma coisa uma mulher dirigindo sozinha à noite do que um homem dirigindo com uma mulher ao lado. O fato da mulher ter um carro não exime o homem da obrigação de leva-la em casa, não por regrinha de etiqueta e sim por uma questão de segurança. Se estivéssemos na Suíça, eu concordaria que se a mulher tem carro pode se deslocar sozinha, mas não estamos, estamos no Brasil, onde mulher sozinha dentro de um carro tem um alvo pintado na testa, onde tem falsa blitz em que além de roubar ainda estupram, onde até mesmo policiais fazem todo tipo de crueldade.

É uma questão de empatia, de saber se colocar no lugar do outro, coisa que homem tem extrema dificuldade em fazer. O mais curioso é que no geral, essa babaquice de não levar em casa começa depois que o homem consegue sexo. Enquanto a mulher não dá, neguinho leva e busca e ainda estende um tapete vermelho. Depois que come o comportamento muda. Canalhice, enganação e preguiça burra. A pessoa se sente enganada, fraudada. É como se uma mulher fizesse sexo todos os dias com você querendo que um dia você pague um jantar para ela, até que um dia você paga o tal jantar e aí a mulher comemora e diz que agora que conseguiu que você lhe pague o jantar, não vai mais fazer sexo com você.

Você, Amigo Cueca, que faz uma porra dessas de não deixar a mulher em casa quando tinha plenas condições de fazê-lo, ponha a mão na consciência e me responda: como a senhora sua mãe reagiria se soubesse que você está se portando assim? Foi essa a criação que a sua mãe te deu? Ela sentiria vergonha desta postura? Possivelmente sim. E você está ok tratando assim uma mulher que é filha de alguém, irmã de alguém ou até mesmo mãe de alguém? Gostaria que tratassem assim sua irmã, mãe ou filha?

Vai ter quem diga que quando vai “catar” (spoiler: mulher não se cata, o que se cata é lixo) uma peguete qualquer não se sente na obrigação de deixar em casa. Queridos, consideração a gente tem que ter por todos os seres humanos: seu porteiro, o entregador do Mc Donalds, o Presidente da República ou uma peguete. Você é tão cocô assim que uma mulher que de imediato quer ficar com você merece ser tratada de forma pior por isso?

Se no começo, que é quando o homem está mais empenhado na conquista, quando está mais disposto a mostrar o que tem de melhor, ele trata uma mulher desta forma, enfiando-a em um táxi ou deixando-a em um ponto de ônibus, como vai ser quando a relação se estabilizar e ele perder todo aquele interesse e encantamento inicial? Vai fazer o que? Mandar ir a pé?

Cada sexo tem suas obrigações sociais, e acreditem, as das mulheres não são fáceis. Depilem a virilha com cera quente e verão. Então, enfiem o galho dentro sem reclamar e cumpram suas obrigações sociais como homens, que, diga-se de passagem, não são muitas. E leiam o texto “Bastidores” aqui no blog para ver que levar em casa é muito pouco perto do que a gente passa para viabilizar um encontro!

Para fazer dos comentários guerra dos sexos, para perguntar se o Somir me levou de Campinas ao Rio após nosso primeiro encontro ou apenas para me ofender despropositadamente: sally@desfavor.com


Comments (81)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Relatório de erros de ortografia

O texto a seguir será enviado para nossos editores: