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Desfavor Explica: Suriname.

| Sally | | 158 comentários em Desfavor Explica: Suriname.

Não vou mentir: dias difíceis nos esperam. Nossa futura moradia é um lugar muito feio e muito cagado, vamos ter que dar duro para tornar aquela selva cheia de aborígenes um lugar habitável. Nada melhor do que cientificá-los do tamanho do problema, para que cada um de vocês já vá pensando no que pode fazer dentro de suas capacidades profissionais para transformar essa republiqueta em um lugar lindo, limpo e sofisticado. Desfavor Explica: Suriname.

O Suriname mora mal. Se localiza no norte da América do Sul e faz fronteira com três países: Guiana Francesa e Guiana, uma de cada lado e Brasil logo abaixo. Em parte acho bom ficar acima do Brasil, assim poderemos cagar diretamente na cabeça dos brasileiros. Acima do Suriname está o oceano Atlântico, mas isso não me preocupa porque já temos um bom engenheiro naval. Suriname terá belos barquinhos (e um puta submarino recheado de armas nucleares, mas negaremos). Aliás, peço ao nosso engenheiro naval que já comece a pensar em fazer qualquer meia dúzia de barcos para despachar toda a população do Suriname para o Brasil. Faremos uma troca: vamos repor cada Impopular que tiremos do país dando três habitantes do Suriname. O PT vai adorar: mais gente ignorante para seus programas assistencialistas. Duvido que se oponham.

Infelizmente o Suriname se localiza em uma região equatorial, o que quer dizer que o clima é quente e úmido. Sim, sabe aqueles lugares onde os mosquitos são do tamanho de andorinhas? É o Suriname. Local onde se sua sem dignidade, porque suar é coisa de gente sem berço. Para evitar aquela desagradável sensação de sentir o cu suando contamos com projetos de engenharia para cobrir as ruas com tetos de vidro, de modo a disponibilizar ar condicionado aos transeuntes. Comecem a pensar nisso, porque eu até estou acostumada, mas Somir fica simplesmente intratável no calor. Como se isto não fosse cagado o suficiente, o ano se divide em duas estações: chuva pacarai e seca. Nos períodos de abril a agosto e de novembro a fevereiro chove pacarai e de agosto a novembro e de fevereiro a abril não chove nunca. Lugarzinho amaldiçoado, hein?

Para vocês terem uma ideia de como a área é desvalorizada, ela pertencia originalmente aos ingleses, mas eles a trocaram com os holandeses por Nova Amsterdã (que hoje seria Nova Iorque), ou seja, trocaram um PAÍS por uma cidade. E mesmo assim, nem os próprio donos davam muita bola para o Suriname. Alias, ninguém liga para o Suriname, e é justamente isso que vai viabilizar sua invasão. Ele passou quase cem anos em uma ditadura sangrenta e o mundo inteiro cagou. Melhor assim, mais fácil de dominar o país, talvez nos primeiros anos os organismos internacionais nem percebam que mudou o governo. E se descobrirem, provavelmente não vão se importar.

Saem os surinameses, entram os Impopulares. Sério mesmo, o povo é muito feio. Dá qualquer Google Imagens e constate que tanto o povo como o lugar são precários! Se você está achando que eu estou de sacanagem, dá uma olhada na Miss Suriname, aquela que, supõe-se, seja a mulher mais bonita de todo o país. O ideal é que Impopular case com Impopular, vamos repovoar aquele lugar com gente um pouquinho mais bem feita, que tal? Todo mundo ganha: os surinameses vem para um país paternalista e nós saímos dele e vamos para uma nação mais avançada.

Evidente que em um lugar tão pau no cu a densidade populacional é baixa. Melhor assim, vai dar menos trabalho tomar o país. A população é um samba do soldadinho doido, uma mistureba onde predominam, por ordem crescente: indianos, africanos, javaneses e, cortando e colando da Wikipédia, um grupo chamado de “negros do mato” (reclamem com a Wikipedia, não comigo) compostos por escravos que fugiram para o mato, tipo um Zumbi dos Palmares do Suriname. Também tem uma pequena porcentagem de ameríndios, chineses, brancos e uma pequena comunidade judaica. O lado bom é que só tem 1% de brancos no país, então podemos entrar de mansinho e pagar de minoria intocável. Talvez nem seja necessário removê-los à força, basta dizer que se eles, que são maioria de negros e índios, vierem ao Brasil terão cotas para universidades, concursos públicos etc. Sem contar que a maioria também é muito pobre, então terão direito a todas as bolsa-esmola que existirem. Todo mundo ganha: eles vindo para cá e nós, indo para lá.

Graças a esse mix de gente não existe uma religião majoritariamente predominante, tem hinduísmo, cristianismo, islamismo… E todo mundo de boa com a religião alheia. Sinagoga ao lado de Mesquita, tudo de boa. O idioma falado também é uma mistureba do caralho, sendo o principal o holandês e mais meia dúzia de dialetos aborígenes em paralelo. Mas não importa, eles não estarão mais lá quando vocês desembarcarem. Porque sim, todos vão de barco, já que o Suriname confronta com o Brasil nos estados do Pará e do Amapá. A gente é ditador mas a gente respeita um mínimo de direitos humanos, jamais exigiríamos que alguém passe pelo Pará ou pelo Amapá por terra. Comecem a pensar com carinho em uma vacina contra febre amarela.

A capital do Suriname tem um nome horrendo e antiestético: PARAMARIBO. Desde já quero dar a minha palavra que isso vai mudar, eu nem ao menos tomaria um remédio para diarreia com esse nome, quanto mais morar em uma cidade que se chama assim! Aliás, todos os nomes vão mudar, pois são todos nessa vibe aborígene que a gente odeia. Oficialmente o Suriname tem como forma de governo um regime democrático, coisa que também vai mudar, seremos um Estado Totalitarista Populista, como prevê nossa constituição. Atualmente o Suriname tem duas ou três cidades mais ou menos habitáveis e o resto é mato e aborígene.

O Suriname não produz quase nada. Existe uma Amazônia surinamesa (que será devidamente asfaltada e transformada em um shopping) que rende alguma madeira, mas a principal fonte de renda da economia local é a exportação de bauxita (minério usado na produção de alumínio). Exportar matéria prima é coisa de gentalha, isso vai acabar. Suriname, diga adeus a suas plantações de arroz e cana de açúcar! O lado bom é que tem ouro e petróleo por lá. Também tem recursos hídricos abundantes, ou seja, se o mundo todo passar sede, os Impopulares dormirão com suas torneiras abertas como gesto de deboche. Sem contar que recursos hídricos permitem fartura de energia elétrica, necessária para o ar condicionado permanentemente ligado. A moeda local é o dólar surinamês, mas estamos pensando em mudar para algo mais divertido como “cu” ou “merda”.

A bandeira do Suriname é horrenda: verde “ecologia” com uma listra vermelho menstruação no centro e uma estrela amarelo Seleção Brasileira no centro. Nossa humilde bandeira preta e vermelha tomará seu lugar sem maiores problemas. Neste ponto você deve estar se perguntando se algo pode ser aproveitado em um lugar tão cafona. Sim, existem coisas que podem ser aproveitadas. O Palácio Presidencial do Suriname é ajeitadinho, tipo uma Casa Branca subdesenvolvida. É tolerável. Tem um bosque de palmeiras conhecido como “Palmentuin” que também pode ser aproveitado e uma meia dúzia de cachoeiras bonitas. De resto, acho que teremos que começar do zero.

A arte nacional, como vocês podem imaginar, é representada por aquelas esculturas indígenas medonhas. Consta que quem tinha qualquer capacidade um pouquinho maior saiu de lá e foi para a Holanda tentar uma vida mais digna, e isso não se aplica apenas aos artistas e sim a qualquer profissional. A culinária então, é uma mistura de comida indiana com um que outro toque de outros países. A menos que desejemos mudar o nome para República da Diarreia, tudo isso terá que ser modificado. Parece que o prato mais comum é frango frito com batatas. A bebida mais comum é a cerveja, e lá não existe limite de idade, qualquer um pode comprar. Parece que eles gostam de beber cerveja nos cinemas. Bem, se eu fosse assistir um filme de Bollywood, como eles fazem, talvez eu também enchesse a cara nos cinemas!

A fauna e a flora do Suriname são mais ou menos a mesma merda que a do Brasil: floresta tropical com bicho escrotos tipo anta, macaco, tartaruga e aquelas aves com penas mais coloridas do que o aceitável. E sim, existem lagartixas no Suriname, o que dará início ao Projeto-Tela, onde cada morador terá telas colocadas nas janelas das suas casas pelo novo Governo da República Impopular do Desfavor. E em vez de campanha pela preservação da espécie, faremos campanha pela extinção: quando não for mais encontrada nenhuma lagartixa será decretado um dia de ferido nacional e cada Impopular recebera uma bonificação em dinheiro do Governo. Comecem a treinar assassinato de lagartixas, será bem remunerado. Só para vocês terem uma ideia do quão desinteressantes são os animais de lá, transcrevo uma notícia sobre o assunto: “Recentemente têm sido descobertas diversas espécies de animais no interior do Suriname. A espécie de sapo com duas tonalidades, com a pele cor de berinjela, coberta por traços fluorescentes de cor púrpura-azulada é uma das 5 novas espécies de sapos. Além dos sapos, foi encontrada uma nova espécie de formiga, 12 espécies de besouros coprófagos”. Bacana, né? Um sapo roxo e uma porrada de besouros que comem merda! Tem ou não tem que asfaltar o troço todo e importar algumas orcas para virarem mascote do país?

A saúde, como vocês podem imaginar, é bastante precária. Precisaremos de médicos, muitos médicos, porque pelo visto o forte de lá é a pajelança: se você adoece o melhor tratamento possível é um aborígene bater na sua cabeça com um ramo de ervas, pois os bons médicos não ficam no país. Perdão, os bons profissionais não ficam nos país. E Somir e eu não temos saúde muito boa, ele por ser um irresponsável e eu por defeito de fábrica mesmo, logo, estamos recrutando médicos. Teremos que construir muitos hospitais e clínicas, mas não faz mal, a quantidade de templos e igrejas que que serão demolidos darão lugar a hospitais, centros de pesquisa médica, laboratórios e universidades. Acho que as únicas construções que vão se salvar são os cassinos, porque na RID o jogo não só não será proibido, como ainda incentivado.

Para quem quiser rir, o hino do Suriname parece música de cabaré, música de fundo de motel. Um horror! Espero até lá ter realizado o sonho do hino próprio, composto pelo nosso Poeta Eterno Rogério Skylab, que será devidamente convidado para ser Ministro da Cultura. Um hino recheado de palavrões e ofensas a Intocáveis. Se alguém quiser mandar uma letra, a gente pode tentar arrancar dele apenas uma melodia, porque vai, até explicar o conceito de Intocáveis para o Skylab vai demorar.

Novamente citando a Wikipedia, para que não caia sobre mim a acusação de preconceito, o Suriname quase não recebe imigrantes, sendo que apenas se tem notícias de “prostitutas e garimpeiros brasileiros” que “saídos da região Norte” migram para o Suriname. Então, já sabe, muito cuidado quando entrar, pois se um nativo local te identificar como brasileiro, ou vai tentar te comer ou vai te dar uma peneira e te botar para trabalhar debaixo de sol quente. Aliás, se segure na cadeira, na capital do Suriname existe um bairro só para estes brasileiros imigrantes chamado LITTLE BELÉM. Não consigo parar de mentalizar uma retroescavadeira. Deve ser tipo uma Vila Mimosa do Suriname. Impressionante como a fama de puta da mulher brasileira chega em qualquer cantinho do mundo, até mesmo no Suriname!

Bom, é isso. O país é cagado por natureza, já que é quente e tropical e também é cagado historicamente, já que passou por décadas de ditadura militar e teve uma forte evasão da sua mão se obra qualificada. Sim, é uma merda, mas vocês queriam o que? Não dá para começar invadindo Paris, certo? Se por um lado é um lugar todo cagado, por outro ninguém se importa com ele, vai ser mais fácil do que a gente imagina. Além disso a mão de obra qualificada dos Impopulares vai transformar essa pocilga em um lugar agradável, tenho certeza disso.

Vamos tentar ver o lado bom: tem vista para a praia, tem água doce, tem ouro, tem petróleo, tem camarão, tem muito espaço livre. Tudo que temos que fazer é remover os aborígenes locais e um pouco da natureza, tornando o país mais high tech e menos brega. E quando estiver bem bacana, bem estruturado, a gente vente e compra um melhor, mais ou menos como se faz com apartamentos. Comecem a pensar para onde vocês gostariam de migrar depois do Suriname…

Para cortar e colar isso aqui e entregar como trabalho escolar sobre o Suriname e ganhar uma rosca, para dizer que cagado e aborígene o Brasil também é ou ainda para deixar sua contribuição com sugestões para este projeto: sally@desfavor.com


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