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Desfavor Explica: Contatos Imediatos.

| Sally | | 34 comentários em Desfavor Explica: Contatos Imediatos.

DECRETO SSSR 05

Não pude deixar de perceber que Sally estava perdendo um pouco da empolgação com esta semana temática, então resolvi injetar um ânimo novo e fazer uma boa ação: Fazê-la vencer um medo irracional. Tinha outros planos para esta coluna, mas me pareceu o momento ideal para fazê-la falar sobre alienígenas.

Liguei para Sally durante a tarde de ontem e disse que ela receberia seu tema e suas ordens à meia-noite de hoje. Ela me disse que precisava acordar cedo, mas não é ela mesma que diz que sempre consegue conciliar a vida pessoal e o desfavor? Eu entendi isso como se ela pedisse um desafio.

E foi justamente isso que ela recebeu. Sally recebeu ordens de assistir o filme “Contatos Imediatos de Quarto Grau” para se inteirar sobre o assunto e entregar o texto pronto para postagem antes das seis horas da manhã. Numa demonstração preocupante de insubordinação, ela primeiro implorou por outro tema e depois disse que desistia da semana temática porque eu era… bom, isso é um documento oficial, melhor não publicar o palavrão multissilábico…

Mas se a convivência com alguém sempre me ensina alguma coisa, são os pontos fracos da pessoa. Depois de cinco minutos imitando uma galinha e descrevendo minha dancinha da vitória pelo telefone, ela aceitou sua missão.

Nada melhor para vencer um medo do que enfrentar esse medo! E não se esqueça de não aceitar piedade de ninguém e diminuir/humilhar qualquer pessoa que sinta medo disso (ou de qualquer outra coisa boba como fantasmas).

Bom, foi uma experiência terapêutica. Não me sinto tão leve há meses… Espero que também tenha sido hilá… edificante para você, Sally. E lembre-se: É tudo culpa dos leitores.

Assinado: Somir

Antes de começar, acho necessária uma ressalva para explicar a falta de profundidade do texto. Somir entrou em contato comigo à noite, me pedindo para abrir o MSN. Abri e ele me enviou um arquivo, enquanto me explicava por telefone do que se tratava. Ele queria que eu escreva um Desfavor Explica sobre ET, abdução e achava importante para o texto que eu abordasse o filme “Contatos de quarto grau”, que era aquele arquivo que eu estava baixando. Sozinha em casa, tive que ver este filme na madrugada de ontem para hoje e depois, apesar do meu estado de nervos, pesquisar sobre o filme e sobre ETs. Já lhes adianto que o texto ficou meio comprometido.

Há relatos de naves e de criaturas humanoides estranhas à nossa civilização desde os tempos Antes de Cristo. O curioso é que todos os relatos se assemelham, em épocas onde não havia inconsciente coletivo em função da dificuldade de propagação da informação. Muitos relatos só foram decifrados recentemente e batem perfeitamente com as descrições feitas pelos relatos modernos e mesmo hoje em dia: criaturas de baixa estatura, sem pelos no corpo, olhos grandes e escuros, pele que oscila entre o cinza e o verde, naves que ora planam no ar, ora se movem de forma assustadoramente rápida, sequestro de seres humanos para um ambiente que parece um laboratório onde são sujeitos a experimentos e procedimentos desconhecidos que quase sempre deixam marcas em seus corpos.

O curioso é que a maior parte dos relatos não vem de camponeses humildes ou pessoas sozinhas. A maior parte dos relatos QUE CHEGA a você podem até ter essa origem porque quem é mais esclarecido prefere deixar o ocorrido em off, já a pessoa não quer ficar com fama de maluca. Os campeões em relatos de naves espaciais são os pilotos de avião, sejam eles comerciais ou militares. Se você conhecer um piloto experiente e tiver intimidade, pergunte. Geralmente eles tem boas histórias para contar, mas não as contam em público nem as relatam a seus empregadores, pois é muito comum que as empresas os afastem ou os excluam de uma promoção por considerar que estão “vendo coisas” em função do estresse. Engraçado que todos eles quando estão estressados vem a mesma coisa, e os co-pilotos também… não é estranho culpar o estresse? Se cruzar os poucos relatos de pilotos que vieram à tona com as informações técnicas, é possível constatar que objetos estranhos foram vistos em radares na mesma hora em quem os pilotos relataram sua experiência. Quase todos contam que são seguidos por uma luz por muitos minutos, algo que se movimenta de forma inexplicável, em movimentos e ângulo que não se assemelham a nada já criado pelo ser humano. E pilotos tem um certo conhecimento sobre aeronaves, balões e cia, eles costumam saber identificar.

Ok, a maior parte dos relatos são falsos e mesmo aquelas pessoas que pensam honestamente ter visto uma nave podem estar enganadas. É muito comum que balões meteorológicos sejam confundidos com naves. Como saber se não é um balão? Balões planam no ar, se deslocam constantemente e não fazem movimentos bruscos. Se algo está parado no ar, depois subiu violentamente, depois desceu violentamente e depois ziguezagueou violentamente, não é um balão. O movimento é uma das melhores formas para identificar um OVNI, pois uma aeronave feita por seres humanos não pode planar, subir, descer e ziguezaguear em alta velocidade. O fato de VER um objeto estranho não quer dizer nada, o céu está cheio de objetos estranhos perfeitamente explicáveis. Mas, o fato de ver um objeto estranho que se move de forma estranha é um sinal de alerta. E não pense você que por estar na cidade grande está protegido, há inúmeros casos relatados de OVNIS rondando grandes centros urbanos. Para quem tiver curiosidade, recomendo que leiam sobre o caso que ficou conhecido como “As luzes de Phoenix”, onde até hoje pessoas se estapeiam dizendo que eram sinalizadores militares enquanto que quem estava lá jura que foi um evento real e que aquilo jamais poderia ser explicado com sinalizadores militares. É um caso bem documentado, com vários vídeos. Tire suas conclusões.

Mas pior do que ver um ET é quando eles te levam: a chamada “abdução”. Também há relatos de abduções desde os primórdios, sobretudo na civilização suméria, que inclusive tem esculturas e desenhos que parecem relatar OVNIS e ETs em conformidade com os relatos atuais. Os relatos de abdução geralmente não narram experiências agradáveis. A maior parte deles se refere a alienígenas realizando algum tipo de experimento científico em seres humanos, coisas que para nós são incompreensíveis. Há relatos de mulheres contando que seus óvulos foram retirados e de fato quando submetidas a exames se percebe a falta de um dos ovários ou lesões cirúrgicas inexplicáveis neles, com marcas internas de remoção cirúrgica, mas sem marcas externas. Há pessoas que legam ter chips ou dispositivos implantados e de fato pedaços de algo são encontrados inseridos em seus corpos por microcirurgias, sendo que em alguns casos sequer se consegue explicar de qual material aquilo é feito. Há muita mentira e fantasia, mas também há eventos que até agora não foram explicados.

Assim como as queimaduras, o contato com alienígenas se divide em graus. Quando maior o grau maior a proximidade, do primeiro ao quarto. Os relatos sobre contatos alienígenas costumam ser bem parecidos tanto no que diz respeito à forma de abordagem como na aparência destas criaturas. É praticamente consenso nos depoimento colhidos no mundo todo que eles falariam conosco de forma telepática, ou seja, você escuta a voz do ET na sua mente sem que ele abra a boca e depois esta lembrança se apaga. Algumas vezes, por acidente, a pessoa acaba lembrando de flashes confusos. Geralmente pessoas que narram contato ou até mesmo abduções falam de uma luz forte e quem já os viu os descreve de pequena estatura, sem pelos, com grandes cabeças e olhos, narinas e bocas pequenas. Os relatos de abdução quase sempre envolvem flashes de lembranças sobre ser examinado em uma espécie de consultório ou laboratório e as pessoas costumam apresentar marcas características que parecem ser de algum aparelho (marcas de ventosas, queimaduras em formatos precisos e até mesmo incisões cirúrgicas) que dificilmente poderiam ser simuladas por um leigo. Os sintomas pós-abdução seriam diarreia, insônia, angústia e todas sensações semelhantes a qualquer estresse pós-traumático, provavelmente causadas pelo impacto de perceber que podemos ser meras cobaias indefesas.

Não tive tempo nem condições emocionais de pesquisar muito, mas a única publicação sobre o assunto que eu conheço e sei que é confiável é a revista UFO, que inclusive já nos enviou um e-mail quando fizemos uma postagem sobre a fraude vergonhosa do Urandir simulando o ET Bilu. Eles fazem uma abordagem séria e até mesmo cética e são comprometidos com a verdade, não com o sensacionalismo. Nas palavras do médico que presta consultoria para a revista UFO: “Toda evidência ufológica é falsa em 99% dos casos. A ufologia mundial considera em torno de 1% das fotografias, observações etc. reais. O resto é erro de interpretação, psicose, angústias e muitas vezes as chamadas falsas memórias, que é muito comum em medicina. A pessoa tem a maior certeza de que aquilo aconteceu e na realidade não aconteceu nada.”. Eu respeito quem parte dessa premissa. O mais curioso é mesmo esse 1% de pessoas que experimentaram algo real muitas vezes também começam a mentir. É algo relativamente comum, tanto que até ganhou nome: “Síndrome do Contatado”. A pessoa é de fato abduzida, toda a atenção se volta para ela (sobretudo em cidades pequenas) e quando as pessoas perdem o interesse, o abduzido sente falta daquela atenção e simula uma segunda abdução para ter mais 15 minutos de fama.

Muitos relatos de abdução envolvem experiências sexuais. Psicólogos fazem coro dizendo que a maior parte dos casos são de mulheres estupradas pelos pais, padrastos, tios ou pessoas próximas e que “apagam” o evento da sua memória para se proteger, por ele ser doloroso demais, e reescrevem a história inconscientemente, colocando um alienígena no lugar do seu estuprador. Entretanto, há alguns casos mais consistentes, como um caso ocorrido no Brasil, em Botucatu, onde um vigia noturno desapareceu durante a madrugada e foi encontrado nu, com o corpo coberto por um óleo e marcas similares a ventosas no peito. Ele foi encontrado na rua, desacordado, ao lado de uma árvore cuja copa estava queimada simetricamente pela metade. Estas e outras evidência do caso despertaram a curiosidade de ufólogos. O homem conta que foi levado para dentro de uma nave, onde foi obrigado sabe-se lá como a fazer sexo com uma mulher. Quem acompanhou o caso diz que era uma pessoa muito humilde e contou tudo muito envergonhado, não parecia estar mentindo e também não tinha álcool ou drogas no sangue. Ufólogos acreditam que este caso seja real.

No Brasil, ao que tudo indica, os locais supostamente mais visitados são Minas Gerais, Ceará e Mato Grosso do Sul. Estão certos, se vierem ao Rio periga levarem um tiro de bazuca e terem sua nave derrubada. O Brasil é um dos líderes mundiais em casos de abdução. Não acho que seja o local mais visitado, acho que seja o local com mais pessoas sem vergonha na cara por metro quadrado do planeta, o que faz com que saiam contando sem ressalvas esse tipo de experiência. Também foi no Brasil um dos casos mais consistentes envolvendo contato de alienígenas com humanos. Aconteceu na década de 70, no Pará e foi apelidado pelos moradores locais de “luz vampira” ou “chupa-chupa”: diversos moradores tiveram seus corpos perfurados por uma luz que vinha do céu, que até agora não foi muito bem explicada e alguns chegaram a morrer. Existe um documentário bem interessante sobre o assunto com o depoimento dos médicos que atenderam estas pessoas. O problema foi de tal tamanho que tiveram que chamar a aeronáutica, que atuou no local através da chamada “Operação Prato”. Até hoje é considerado um dos casos mais bem documentados de contato alienígena do mundo. Até hoje o Governo se recusa a fornecer as investigações e conclusões sobre o caso. A Comissão Brasileira de Ufologia ingressou com um processo contra o Governo Federal para ter acesso a estas informações. Outro caso famoso foi o “ET de Varginha”, para o qual deram diversas explicações confusas mas que não apresentou provas tão contundentes como o caso ocorrido no Pará.

O caso internacional mais famoso foi o de Roswell, que é suficientemente famoso para que eu não perca meu tempo aqui explicando. Li algumas coisas sobre o assunto e vão de encontro ao que alguns ufólogos já haviam me dito: acreditam que sim, tenha ocorrido uma queda de uma nave alienígena ali, mas por ter sido um evento muito difícil de camuflar, tentaram esconder as evidências e plantaram evidências novas notoriamente falsas no lugar para que quem investigue chegue sozinho à conclusão de que é mentira. É o tipo de coisa que eu faria se quisesse esconder algo. De qualquer forma, é uma discussão sem propósito, já que uma nobody como eu nunca vai ter acesso a qualquer prova sobre o caso e material de internet sobre o assunto é o mesmo que nada. Dizem que neste caso o Governo Americano foi quem “abduziu” alienígenas: eles teriam pego três corpos, dois mortos e um ainda com vida e os levaram para ser estudados. Aliens 5.874.322.612 X Humanos 1. Grandes merda.

É quase que inevitável desconfiar de quem relata uma abdução, porque é muito mais reconfortante acreditar que aquela pessoa está maluca (ou bêbada, ou drogada, ou qualquer coisa que a desacredite) do que lidar com a ideia de que em algum lugar tem algo ou alguém que pode tirar você ou seus entes queridos da sua casa de forma impune quando quiser e te fazer mal. O ser humano não lida bem com a impotência nem com sua mortalidade e a abdução enfia o dedo na ferida. Se você pesquisar vai encontrar muitos estudos sérios atestando que a maior parte dos relatos de abdução não estão relacionados com qualquer tipo de problema mental. Como me foram dadas apenas 6h para escrever este texto, não pude pesquisar em profundidade, mas encontrei uma tese de mestrado bem interessante de um psicólogo da USP sobre o assunto. Ele não apenas avaliou a sanidade mental dos voluntários que narravam experiência com alienígenas como ainda estudou a coerência de seus relatos comparando os sintomas físicos que não podem ser simulados, como sudorese, pupilas dilatadas e outros. Comparando esta avaliação com relatos de pessoas traumatizadas por guerras, concluiu que as reações eram legítimas e, para finalizar, boa parte dos entrevistados afirmava não acreditar em ETs e não saber explicar o que aconteceu.

Existem grupos de pessoas abduzidas, uma espécie de Alcoólicos Anônimos só que para tratar de abdução. Por motivos óbvios eles não fazem muito alarde nem anunciam seus serviços, já que é muito comum que paire sobre eles a presunção de malucos. Eles só querem conversar entre si para tentar entender o que aconteceu, sem que mais ninguém saiba. Eu teria me infiltrado em um deles, mas o filho da puta do Somir preferiu fazer um joguinho sádico de me avisar poucas horas antes da publicação do texto. Para encontrar e ser aceito por um grupo destes a pessoa tem que passar por uma “peneira”. Geralmente o grupo conta com um psicólogo (ou psiquiatra) e um ufólogo, que conversam previamente com quem tem interesse em participar e fazem uma pré-avaliação, descartando malucos, curiosos e até mesmo alguns jornalistas camuflados. Estes grupos permitem que a pessoa possa relatar sua experiência em um ambiente seguro e confidencial, onde não será julgado e terá ajuda profissional. Ainda que a mídia adore jogar com isso, poucos praticam hipnose para ajudar a resgatar lembranças suprimidas sobre aquilo que vivenciaram durante a abdução, pois de acordo com alguns profissionais destes grupos a hipnose pode tanto desarquivar situações esquecidas como também aflorar algumas fantasias. Justamente por isso, seria difícil identificar se os relatos seriam memórias ou fantasias. É considerado um método falho e não costuma ser usado como prova de nada. Hipnose para lembrar de abdução é mais roteiro de filme do que realidade. E por falar em filme…

Sobre o filme “Contatos de 4° grau”, que não custa nada lembrar, Somir me fez ver ontem de madrugada, sozinha em casa, ele é mentiroso. Não pelos motivos que alegam na internet (“o FBI não confirmou nada”, “Não tem árvores na cidade”, “A população nega”, etc) mas é mentiroso. Cretino da parte de um filme fazer uma introdução dizendo que é inspirado em fatos reais, que todos os relatos são reais e que os vídeos em forma de documentários são reais quando na verdade não são. Não compre nem um carro usado de Milla Jovovich. Para quem não sabe, o filme se diz ser baseado em casos de abdução que ocorreram em uma cidade do Alasca e que estariam sendo investigados por uma psiquiatra. Dizem ainda que as cenas reproduzidas no filme como documentário são reais. O problema é que os supostos estudos e publicações desta psiquiatra foram jogados na internet após o lançamento do filme e sem os dados que se espera para que um trabalho científico tenha credibilidade. Além disso não há registros dela nos órgãos competentes e, pasmem, tanto a suposta psiquiatra como os supostos pacientes das cenas do documentário podem ser vistos atuando em outros filmes. Para quem tiver curiosidade, o nome da atriz que seria a suposta psiquiatra nos documentários é Charlotte Milchard. Dá um Google e veja a Dra. Abigail em diversos outros filmes. Babaquice…

São 05:40h da manhã. Tenho que me vestir e ir trabalhar. Foi um desprazer participar desta semana de merda e ser paunocuzada com os comentários de merda de vocês que não me acrescentaram. Obrigada por terem dado razão ao Somir, bando de palhaços.


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