Flertando com o desastre: Hopeless…
| Sally | Flertando com o desastre | 51 comentários em Flertando com o desastre: Hopeless…
Eu sei que comerciais de TV são matéria do Somir, mas meu enfoque não é na publicidade em si e sim na babaquice desnecessária que rodeia o evento e a minha crise de isolamento por ser repreendida pelos que me cercam ao expressar minha opinião.
Em um comercial de uma marca de lingerie (Hope) Gisele Bundchen ensina às telespectadoras que a forma correta de contar ao marido que estourou o cartão de crédito dele não é vestida, e sim usando uma lingerie e fazendo trejeitos que supostamente deveriam ter algo de sexy.
Daí surgiram diversas polêmicas. Alguns disseram que objetifica a mulher e é ofensivo, outros disseram que é uma brincadeira levada a sério demais e teve até uma coluna da Veja usando um argumento sensacional (como sempre), alegando que uma Ministra critica o comercial e que a explicação para esta crítica pode ser deprreendida pela foto da Ministra em questão, e em seguida expõe a foto dela ao lado de Gislele para contrastar o quão mais feia ela é.
Essa discussão toda nem me preocupa muito. Talvez o comercial nem seja degradante para a mulher, mas é feio. É uma coisa boba e ultrapassada que provavelmente vai queimar mais a marca do que divulgar. O que me surpreende é estar falando de uma marca grande e de uma modelo muito famosa. Porque enquanto apenas Cigano Igor (sim, este é o nome dele e ponto final) e Biafra se humilhavam e jogavam fora nada por uns trocados, eu até conseguia aceitar as justificativas do Somir, mas agora estamos falando de uma das maiores modelos (e pau no cu) da atualidade.
Provavelmente Gisele não tinha como prever a reação do público ao aceitar fazer este comercial. Por algum motivo ela achou que a exposição valia o risco. Fico me perguntando qual seria este motivo. Bem, dinheiro com certeza não é. Será que a fama está aos poucos se esvaindo e neguinha tá surtando e querendo ser centro das atenções para sempre? Olha, por mais consagrada que ela seja, ela náo é mais novidade, não é carne fresca. E como qualquer mulher com um filho pequeno, a maternidade respingou na carreira (eu disse respingou, não disse estragou).
Uma coisa é uma celebridade dar uma declaração impensada, soltar uma frase inconveniente em um momento de raiva ou até umas palavras desconfortáveios no Twitter. Somos todos humanos e todos surtamos e falamos merda vez por outra. Outra coisa muito diferente é aceitar estrelar uma campanha nacional que vai ao ar em horário nobre. Não é algo impulsivo e impensado, algo de momento. É cuidadosamente estudado, por semanas, até mesmo por meses. E mesmo após toda a reflexão, contrariando todo um discurso (que eu sempre soube ser falso) que ela tinha sobre mulheres, neguinha vai e aceita estrelar esta campanha.
De boba não tem nada, se não, jamais teria chegado onde chegou. Tem algum ganho secundário nesse comercial com vibe de piada de Escolinha do Professor Raimundo que a favorece. Não saberia dizer qual é, até porque, isso é matéria para que o Somir analise em na coluna Publiciotários. Em todo caso, para mim o pior desse comercial não é o banho de merda que Gilsele deu no seu nome. Existe algo ainda mais preocupante. Minha inadequação galopante com o consenso geral sobre o que é um papel feio e o que é bacana em uma mulher. Acho que meu prazo de validade expirou.
Vejamos, é um comercial para mulheres. Busca a simpatia das mulheres, a aceitação. Qualquer idiota sabe que a consumidora tem que se identificar com o que está relacionado ao produto. Ninguém vai fazer um comercial exaltando algo que a consumidora não sonhe ter ou ser, caso contrário, encalharia. Empresas grandes como a Hope não trabalham com achismo nem com amadores, devem ter realizado pesquisas consideráveis e concluido que este é o espelho da nossa sociedade.
Muito me preocupa que as mulheres de hoje se identifiquem com Gisele neste comercial. A mulher usa o cartão de crédito do marido, gasta o dinheiro do marido, ultrapassa o limite e quer se prevaler de um jogo de sedução para ser perdoada. Pense no contrário. Pense em um comercial que coloque a mulher como objeto visto do ângulo de um homem. Por exemplo, uma mulher pede o cartão de crédito do marido emprestado e ele diz que só empresta se ela pedir fazendo biquinho e usando calcinha fio dental e sutiã. Estaria todo mundo metendo o pau nesse comercial. Independente do que você pense do comercial da Gisele ou deste comercial imaginário, contra ou a favor, é preciso ter coerência.
E mesmo aquela que não é, pelo visto gostaria de ser. A mulherada gostaria de ter um marido que lhe ceda um cartão de crédito, gostaria de estourar o limite e gostaria de se eximir das consequencias e responsabilidades miando de lingerie. As mesmas que dizem que mulher rata de academia é burra e escrava do corpo. Alguém avisa a elas para afinarem o discurso? Mulher gorda miando de lingerie pequena só vai piorar sua situação. Feministas de ocasião, incoerentes. Na hora de ralar e manter um corpão acham que são feministas contestando a ditadura da beleza mas no fim do dia querem estourar o cartão de crédito do marido e se livrar na bucetada?
Para meu espanto, este é o perfil de mulhere que o setor de marketing da Hope estudou e concluiu ser o das brasileiras: a mulher que faz ou que gostaria de fazer esse tipo de coisa. O comercial é um reflexo do comportamento na vida real. Olha, do fundo do meu coração, eu teria muita vergonha de comprar com o cartão de crédito do meu marido, mais ainda de ultrapassar o limite de crédito e mais ainda de ir comunicar isso a ele miando de calcinha. Não, juro que não é moralismo nem feminismo, é RIDÍCULO mesmo, independente de questões culturais. É grotesco, é A Praça é Nossa. É medíocre, idiota, canastrão e mega-vergonha-alheia.
Daí em entrevista Gisele, que nunca foi uma mente brilhante, deu a pior das desculpas. Disse que quando a chamaram para fazer o comercial ela aceitou porque achou que fosse “uma brincadeira divertida”. Gente, ninguém duvida que o comercial é uma brincadeira, mas querer se safar alegando que “era brincadeirinha” não cola. Vê se alguém faz um comercial ofensivo a algum grupo e fica tudo bem porque diz que é brincadeira? Com algumas coisas não se brinca, não por serem sagradas, mas por ser brega, de mau gosto, por ser uma tentativa infantil e desesperada de chamar a atenção a qualquer preço. Imagina um negro fazendo comercial de desodorante e dizendo “Para mim tem que ser forte mesmo, porque vocês sabem, meu suor tem um cheiro horrível”. As demais pessoas com certeza condenariam, mesmo se ele explicitasse que era uma brincadeira.
Porque a Hope não faz inovações bacanas nas suas lingeries e chama a atenção das consumidoras com inovações bem vindas, como uma calcinha que combata celulite, um sutiã que aumente de tamanho com mecanismo que infla e desinfla ou uma maldita calcinha cor de pele que não seja broxante? Não tem. Então vamos chamar a atenção com Gisele ensinando a se safar de um surto de consumo na bucetada. Olha, meus parabéns pros publicitários que idealizaram esta bosta. Uma palavra para vocês: tutuntsss.
Além de ficar chateada em saber que o perfil médio da consumidora brasileira é o da mulher que acha válido gastar todo o dinheiro do marido e depois tentar compensar na bucetada, também me entristece perceber que isso é visto não apenas como normalidade, mas também como uma coisa espertona a se fazer. É bacanão você usar seu corpo para arrancar do seu marido mais dinheiro do que ele estava disposto a te dar. É o feminismo seletivo, o primo do católico não praticante. Na horas dos direitos, neguinho queima sutiã e bate no peito que quer direitos iguais, mas na hora do aperto todas viram mulezinha histerica que argumenta com a buceta. Odeio mulher que argumenta com a buceta, acho uma vergonha para a classe.
Olha, eu tô chegando a uma conclusão que venho amadurecendo desde que a Maria ganhou o BBB e a Joana Machado é a favorita da Fazenda: eu devo estar ficando velha e ultrapassada, porque na minha cabeça é tudo tão errado e reprovável enquanto que para a maior parte das pessoas é bacaníssima, que o problema deve estar comigo. Vai ver o novo pretinho básico é ganhar as coisas na bucetada. Vai ver que mostrar conteúdo está fora de moda. Alguém viu alguma dessas duas falar da profissão no reality? Se eu fosse a um reality (toc toc toc) ia falar de direito o tempo todo, dos direitos que as pessoas tem e não sabem, tipo um Em Direito Live.
Eu não acho aceitável (independente de qualquer passado) uma pessoa ir a um programa de TV que seu pai, sua mãe e seu avô estão vendo e tirar a calcinha na frente das câmeras e depois ficar se esfregando em um cara que conhece faz vinte dias e implorando para que ele a beije. Mas as pessoas acham bacaníssimo e me chamam de preconceituosa, assim como chamaram MauMau de um bando de coisas piores. “Ela ganhou porque fez tudo que tinha vontade, foi quem ela realmente é”. Olha, eu faço o que eu tenho vontade, mostro quem eu realmente sou e nunca tiraria a calcinha para o Brasil todo ver nem rastejaria na frente de todos aos pés de um Zé Ruela que eu acabei de conhecer. Vão todos à merda.
Eu não acho aceitável uma pessoa resolver as coisas no grito, xingar todo mundo para o Brasil ver, dizer que quer bater, matar, arrebentar, ficar lambendo o mamilo de um e o pescoço de outro, gritar que não vai dar, vai distribuir e ficar gritando que já ganhou muito carro e muito presente de homem na vida porque fez por merecer. Daí neguinho me chama de machista e me manda não julgar. ALOU? A pessoa que topa ir para um reality sabe que está se expondo a julgamento. “O que vocë tem com a vida pessoal dela? É vocë que namora com ela?”, não, mas tenho todo o direito de achar incorreto o que uma pessoa faz EM PÚBLICO. Assim como quem diz esta frase ficaria possesso se fosse SEU PARCEIRO protagonizando essas cenas. No cu dos outros é refresco, né? Mulher pode tudo agora. Só não pode pagar seu próprio cartão de crédito…
Agora esse comercial da Gisele veio para me consagarar como Mulher Obsoleta. Cabeças pensantes, descoladas, formadoras de opinião, estão todas achando lindo. Quando eu falo o que penso me olham como quem olha para um dinossauro ou para uma pessoa burra. Passo por preconceituosa, praticamente. Me sinto como aquelas idosinhas que começam frases críticas dizendo “No meu tempo…”.
Por mais que qualquer mulher já tenha pensado em se prevalecer de sua condição de mulher bonita para obter benefícios pecuniários junto ao marido ou de fato o tenha feito, até onde eu sei, ao menos se sabia que isto era vergonhoso. Agora não, agora é bacana. É aceitável. Joguem o cordão umbilical que eu quero subir de volta. Eu até começaria um longo discurso sobre como eu me sinto deslocada aqui e da minha vontade de voltar para Buenos Aires, mas não duvido nada que lá esteja a mesma merda. A globalização está cagando o mundo todo por igual.
Porra, é isso. Desculpa o desabafo mas eu acho esse comercial uma bosta, não por ser ofensivo à mulher e sim por ser ofensivo ao bom gosto, ao bom senso e ao discurso coerente de que mulher não deve depender de homem e não deve misturar sexo com dinheiro. Meu consolo? Eu sou mulher. Sou apenas um dinossauro ridicularizado pelas amigas moderninhas. Se eu fosse homem e tivesse que encarar esse tipo de mulher já estaria pensando em mudar de time.
no link desta notícia:
http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2011/10/17/isso-e-roupa-para-voltar-ao-local-do-acidente-em-que-ela-atropelou-e-matou-alguem/
vi este comentário:
Ale 18/10/2011 | 15:58
Pelo jeito, essa garota Juliana andou assistindo muito o comercial da Hope… aquele que ensina que para dar notícia ruim, a mulher tem que aparecer de calcinha e sutiã… Mas não dava para aparecer para a polícia só de calcinha, né? Então ela escolheu o shortinho, para garantir o ar sexy… olhaí, a Hope já fez escola!
sally, lembrei de você.
"Empresas grandes como a Hope não trabalham com achismo nem com amadores, devem ter realizado pesquisas consideráveis e concluido que este é o espelho da nossa sociedade".
Sally,
Sinto informar, mas não é bem assim q a coisa funciona não:
A empresa/agência/whatever faz pesquisa de mercado, p/ saber o perfil dos consumidores, etc e tal… Daí, se obtém um determinado perfil do potencial consumidor do produto X. Acontece q tal perfil pode ser interpretado das mais diversas formas possíveis, com os mais diversos silogismos possíveis(i.e, se a pesquisa obteve resposta de q mulheres usam lingerie pra dar uma "turbinada" na relação a dois, pode – se facilmente concluir, a partir daí, q ela use lingerie pra tudo, inclusive pra "livrar a cara" na base da "bucetada"(hahahaha adorei o termo!), assim como pode-se concluir q ela use a lingerie nova simplesmente para o sexo, pra vc ver como a coisa já começa complicada, iniciando-se pela interpretação dos dados). Fora q apesar da agência de publicidade ser contratada para a realização da campanha publicitária e de suas peças, o CLIENTE(a empresa) SEMPRE acaba dando o pitaco, e não raras vezes, é preciso fazer uma campanha todinha ao gosto do freguês, pois a agência, coitada, necessita do dindin dos seus clientes para viver, e, em muitos casos, acaba tendo q se submeter aos caprichos de seus clientes(empresas) contratantes de seus serviços, cujos donos(empresários), frequentemente, não entendem nem 10% do q se precisa entender dos mecanismos do trabalho publicitário. Resultado: Trabalho perdido e uma propaganda troncha, mostrenga mesmo é veiculada por conta dos caprichos do cliente. Pra vc ver o qto o buraco é BEM mais embaixo do q parece – e isso é só a pontinha do iceberg!
Resumo da ópera: Uma agência poderia até achar inadequado tal comercial, mas se o cliente(a empresa contratante) "bater o martelo" e disser "quero a Gisele Büdchen assim e assado dizendo isso e aquilo no comercial, q vai ser ASSIM", a agência não tem muita escolha não, pq o importante é não perder a venda de seu serviço, e agência precisa do seu sagrado trocadinho para sobreviver num mercado cada vez mais feroz.
Eu concordo com o que o Rorscharch disse.. o comercial é a ponta do
iceberg
A pesquisa que a hope fez antes de produzir o comercial mostrou quem as mulheres brasileiras querem ser, e é exatamente essa piriguete das novelas das 21h.. é a Bruna Surfistinha… e é a Gisele Bunchen miando de lingerie pra conseguir o que quer.
Triste realidade
Valéria
É uma piadinha em que não rebaixa nem um pouco a mulher. Mais – a coloca acima do homem que na propaganda é facilmente manipulavel.
Politicamente correto…
Agora não entendi porque a propaganda é ruim. E uma piada do Rafinha Bastos – que defende – não é.
Disfarça o comentário bugado, mas acho que para quem conseguiu ler, está dando para entender.
sally, vc viu a despedida da Claudia leite no RIR ? Era pra ela sair voando, mas deu errado, virou até GIF…
deveria ser o o logo do desfavor pelos próximos 15 dias, kkkkkkkkk
http://lh4.ggpht.com/-No05xlUXsis/Tn4UG_apJZI/AAAAAAAABi4/aCQ89N3hNmc/claudiavoafaail.gif
3 da tarde e ainda a mesma postagem do chicletinho na boca? kd a atualização? larguem de preguiça!
E qual o desfavor da semana?
– Querido?
…
– Porque você está só de calcinha e sutiã?
– Porque eu quero falar com você.
– Mas você precisava estar sem roupa?
– Sim.
…continua
http://champ-chronicles.blogspot.com/2011/09/lingerie.html
Sally, te mandei um email com a minha posição quanto ao assunto.
Na verdade, este comercial é mais um ponto em favor da INDÚSTRIA DO FACTOIDE.
Não vi a propaganda e nem me interessa ver esse stunt que pelo pouco que ouvi me parece mais uma daquelas esquetes do Zorra Total.
Em tempo, nada mais desfavor do que apologistas religiosos aqui. DESFAVOR!mail com a minha posição quanto ao assunto.
Na verdade, este comercial é mais um ponto em favor da INDÚSTRIA DO FACTOIDE.
Não vi a propaganda e nem me interessa ver esse stunt que pelo pouco que ouvi me parece mais uma daquelas esquetes do Zorra Total.
Em tempo, nada mais desfavor do que apologistas religiosos aqui. DESFAVOR!
Sally, O pior é que lá no youtube o pessoal ta comentando aquele velho argumento clichê babaca que 'é tudo enveja' e que quem achou ruim esse comercial é porque não é feliz and mal comida.
Sempre os mesmos argumentos ..Pff
Eu adorei seus comentários. Concordo plenamente. E acrescento que não acho só um comercial feio, de mau gosto, etc. Acho, sim, que reforça a imagem da mulher como objeto de consumo.
E eu fico indignada ao perceber que as mulheres não se incomodaram em ser retratadas dessa maneira acéfala. E viva a boceta que se sobressai ao cérebro!
Daniela, pelo visto o problema é globalizado, afeta todas as culturas!
Talento, também me soa assim. Troca perigosa essa envolvendo sedução e dinheiro.
Vendo Gisele se sujeitar a fazer este comercial, muitas pessoas depreenderao que nao é nada grave nem reprovavel, caso contrario ela nao teria feito.
Suellen, também achei que faltou coerencia. Mulher gostosa em comercial de cerveja nao pode, mas pode ISSO?
Anonimo, o dia que fizerem um comercial com um homem falando com outros homens que se comprar um carrao vai pegar a mulher que quiser porque mulher so liga para o carro, eu e meio mundo vamos meter o pau.
Rorschach,
Sim, novelas, revistas e outros meios incentivam comportamente interesseiro de forma indireta. Mas acho este comercial pior, porque é mais explícito e coloca a coisa como algo leve, pouco grave e sem importância, protagonizado por uma das brasileiras mais bem sucedidas da atualidade: "se Gisele topou fazer esse comercial, isso nao deve ser tao grave"
Lilith,
A gente presume que as pessoas tem um mínimo de bom senso, mas elas continuam nos surpreendendo. Lastimável que uma pessoa com um mínimo de instrução pense que alguma coisa justifica um estupro.
Nunca tinha visto o comercial, foi a primeira vez. Óbvio que acho o tipo de comportamento reprovável, mas sei lá, não dei muita bola. É de causar indignação quando mulheres que bancam as feministas fazem esse tipo de coisa. Mas na verdade, acho que esse bando de madame que tem por aí deve fazer isso mesmo. Usar do corpo e de uma possível sensualidade para extorquir [ou não] do parceiro algumas vantagens.
Sei lá, me parece quase como prostituição. Tipo, se você pagar o que eu quero, eu te dou o que você quer…
nao e de hoje que comerciais influenciam geracoes: a lei de gerson surgiu justamente de um comercial de cigarros ha quase quarenta anos.
Enfim, ha mais tempo do que pensamos a televisao e a publicidade vem nos educando.
Quanto ao comercial da gisele, estranho o conaf ser rigoroso com isso e deixar outras propagandas piores ilesas, como a do corno do posto ipiranga…
Suellen
Aff! Quando mostram comerciais de homem pegando mulher com carrão ninguém da piti. Bastou a mulher se oferecer pra darem ataquinho. Manucu todos vcs!
Eu tive de ir procurar no Youtube a tal propaganda porque eu nunca tinha ouvido falar.
Na minha opinião, a propaganda não é nada mais do que a ponta de um iceberg. Não é essa propaganda de 30 segundos que vai validar esse compartamento. É o fato de ter sempre uma mulher na novela das 8 (programa mais assistido do Brasil) que é casada por interesse. É porque a Capricho/Contigo/Comigo/Whatever faz uma matéria "Top 10 dicas para arrasar na balada e pegar todos os gatos". É porque uma geração já nasceu nesse meio, como se isso fosse normal. Quando uma geração nasce sem o parâmetro de comparação pra perceber que casar por interesse é sujo pra caramba, pra perceber que usar o corpo pra conseguir alguma coisa é sujo pra caramba, eles fazem. Aí, Bruna Surfistinha não é puta, é mulher forte e guerreira.
É um problema sociológico grave, mas que sempre esteve na base da lista de prioridades da sociedade e acabou sendo riscado dessa lista.
"Turum… tss!!!" ou "rimshot": http://www.virtualrimshot.com/
Sílvia:
Caráter, ética, temperança, pudor, disciplina, civilidade, empatia, honra, coragem e outras são virtudes e qualidades morais.
A pessoa que tem caráter só o tem por que pelo menos uma parte de sua bússola moral ainda funciona.
Parafraseando as suas sábias respostas de que a pessoa que age certo funciona como parâmetro de comparação para quem age errado e, por isso, se torna alguém incômodo: "O ímpio diz do justo: Quem é este, que quer nos julgar? Seu comportamento é uma censura permanente aos nossos caminhos!".
Mantenha sua bússola interna assim, funcionando, e continue a lê-la com freqüência. E de vez em quando pare para pensar no norte para onde ela aponta. Um dia você ainda há de se surpreender com as conclusões!
Tá uma merda mesmo ultimamente….Hoje mesmo no trabalho quase comecei uma discussão com um idiota que parecia ser um cara esclarecido, que me larga a pérola 'mulher que usa minissaia e top tá pedindo pra ser estuprada' e a idiota do lado dele(uma quase cinquentona metida a gostosa que só pega garotões e cujo sonho segundo a própria é achar um velho babão e rico pra dar o golpe do baú)concordando…
Anonimo, até que ponto é uma escolha moral? Talvez seja algo de caráter…
Kelly, também me conforta saber que tem mais gente no mundo que, por mais custoso que seja, insiste em ser correta e levar a vida respeitando seus valores, independente da opinião alheia.
Pessoas corretas incomodam porque indiretamente servem como parametro de comparação e ressaltam os erros das pessias incorretas. A tendencia é desvalorizar o correto para que o incorreto não pareça tão incorreto.
Lichia, pessoas corretas incomodam porque servem como parametro de comparação e acabam expondo os erros de pessoas nem tão corretas assim. Normal ser execrada nessas situações. Tem que aprender a não se deixar abalar. Infelizmente eu ainda estou em processo de aprendizado…
Anônimo, "turuntss" é uma onomatopéia que simboliza o barulho de uma bateria que vem depois de uma piada ruim.
Sílvia, você se incomoda e acha feia essa "mentalidade" (moralidade deturpada, na verdade), e isso a tal ponto que informa que, se tiver uma filha, lutará contra tal mentalidade/imoralidade todos os dias, justamente por que a sua bússola moral ainda funciona.
Aproveite a oportunidade para se perguntar o quê, quem (ou talvez até mesmo Quem) é o norte para onde essa sua bússola aponta.
Forte abraço!
Sally,
Ate hoje me deparo com pessoas que me julgam como 'anormal'. Como vc eu tambem não bebo, nao fumo, e sou vista como mau humorada,tirana, mal amada ,etc.
O que me revolta é que se voce nao fizer parte dos moldes , as pessoas te julgam por algo que vc. nao é. Sei me divertir tanto quanto quem bebe/ fuma e dá 'pra geral ', mais nao e por isso que vou sair pra balada qdo tenho um trabalho importante da faculdade pra entregar. As vezes acho que não sou dessa geração (E.T?)
É bom saber que nao sou solitaria na minhas 'anormalidades'
"E acho que, ao contrário do que pensam, este comercial faz muito mal SIM, porque ela é formadora de opinião e pinta uma coisa feia como muito bacana, engraçadinha e socialmente aceitável…"
Concordo!
Uma vez, com um grupo de amigas; uma delas estava numa situação de querer terminar o namoro, mas o cara não aceitava, fazia chantagem, sofria muito. Ela já estava num ponto em que estava se sentindo culpada e as outras amigas ficaram incentivando-a a permanecer no namoro e arrumar outros caras…
Eu cheguei e falei: "Fulana, vc aceitando o jogo dele, se sentindo culpada, polpando-o de passar por um término por medo dele sofrer… Vc está impedindo dele crescer e assumir a responsabilidade que lhe cabe!"
Ela entendeu na mesma hora! Mas as outras… É indescritível a reação das outras! Fui crucificada e só calaram a boca quando essa minha amiga falou que concordava comigo e ainda confirmou com outras palavras o que eu tinha acabado de falar.
Compartilho do seu desabafo, Sallyta! Essa propaganda foi um desfavor para as mulheres!
que isso: tutuntsss ?
Anonimo do Favelado Game, NÃO, MIL VEZES NÃO. Isto não é como o Favelado Game, sabe porque? Porque ninguém sente vontade de virar um favelado só por jogar aquele jogo. Já muitas mulheres e sobretudo crianças e adolescentes, se sentirão tentadas a resolver as coisas do jeito mais fácil.
Acho que toda mulher alguma vez se sente tentada a dar um cala a boca com seu corpo. Só que temos travas morais que nos impedem de fazer porque é feio, vulgar, escroto. A partir do momento que Gisele faz na Tv e não é reprovada, milhões de meninas se sentirão autorizadas a fazer.
Não sei que tipo de homem você é (ou com qual tipo de homem convive), mas para mim homem de verdade não tolera mulher alguma quebrando carro, vídeo game ou gastando de forma irresponsável seu dinheiro só por ela ser gostosa. Tem desses palhaços? TEM, mas ainda restam uns homens com amor próprio que não encaram esse tipo de maluca interesseira. Procura que você acha.
Aline, acho uma brincadeira infeliz, ainda mais se levar em conta o público alvo. É uma brincadeira perigosa. Duvido que metade das mulheres que viram esse comercial não tenham sentido vontade de fazer isso de verdade.
E meninas de 16 anos que sonham em ser como Gisele? Já vão aprendendo o buceta power e vendo como podem se livrar das responsabilidades na bucetada se precisarem. Lamentável.
O comercial mostra como bonitinho, engraçadinho e aceitável um comportamento que deveria ser desencorajado.
E se um homem me chega com bombom e flores e diz que mentiu, que na verdade estava numa happy hour e não trabalhando, no mínimo, perde os dentes. Estou falando muito sério, enfio a caixa de bombom no cu dele e rodo, gritando "o bombom está à venda, eu não". Acharia super ofensivo.
Eu lembre de vcs quando li a notícia. Achei escroto, achei engraçado, mas mais escroto ainda é criar polêmica nisso. Tipo o Favelado Game, é escroto e engraçado e se sentiram ofendidos.
Homem sempre será tudo palhaço e se a mulher for gostosa pode mesmo quebrar o video game, bater o carro, detonar o cartão que tá tudo ok.
Marok, é justamente isso que me incomoda. Chame como quiser: prostituição, submissão, interesse financeiro, dependência, acomodo (essa palavra existe em portugues?).
Enfim, muito cretino esse discurso social contraditório de mulheres independentes, liberais e feministas de ocasião.
Sabe, foda-se que é uma brincadeira. É assim que as coisas acabam entrando aos poucos na cabeça das pessoas, sobretudo das pessoas que já são meio burras, manipuláveis e cabeça-oca, que votam no tiririca e fazem filhos.
Anônimo (não sei porque, os comentários ficaram fora de ordem),
a questão não é que comercial em si me incomode. Eu acho feio, mas porra, ele não me incomoda por isso.
O que me incomoda é que esse tipo de coisa merdifica cada vez mais a sociedade e o país onde eu vivo e por consequencia respinga em mim.
Por mais que eu medite, essa mentalidade passada no comercial vai entrar em milhões de cabecinhas e vai acabar me afetando. Se eu tiver uma filha e ela for para a escola, vou ter que lutar contra isso diariamente.
Eu não achei nada de mais no comercial, levei na brincadeira… acho que todo mundo já tentou amenizar uma má noticia com uma brincadeira…
Se fosse um homem chegando em casa com uma caixa de bombons, perfumes, flores para contar para mulher que não estava trabalhando e sim em um happy hour, não seria a mesma coisa?
Mas por outro lado acabo concordando com o ultimo comentario da Sally, o problema não é o comercial em si, é o povo que assiste…
Um comentário geral:
Quando se veicula esse tipo de coisa, com uma mulher formadora de opinião, esta mentalidade vira moda e entra na cabeça das pessoas. Sim, nosso povo é bunda o suficiente para nortear suas escolhas de vida com base no que a Gisele Bundchen fala. Um desfavor incentivar apelo sexual em troca de benefícios financeiros. Feio, tosco e incorreto.
E fico muito feliz por ainda me chocar com isso, o dia que eu parar de me chocar podem me dar um tapa na cara.
Hugo, tem um mundo de diferença entre fazer de bobo e obter um benefício pecuniário.
Além disso, o fato de muita gente fazer não quer dizer que seja aceitável e mereça ser mostrado em um comercial por uma mulher formadora de opinião.
É feio e é errado. É cagar no pau em troca de audiência, eu vou morrer condenando esse tipo de publicidade. Recurso de quem não tem competência para chamar a atenção sem apelar.
AMorGana, somos duas. Nunca bebi, nunca fumei, nunca consegui sair e beijar a boca de um desconhecido. Respeito sinal, limite de velocidade no trânsito e não traio. Sou praticamente uma idosa também.
Lichia, é aquela história do "todo mundo faz, então não tem problema". Aquela pessoa que rompe com esse pacto silencioso e diz "Ei! foda-se se todo mundo faz, eu acho isso escroto" desestrutura um grupo que praticava uma conduta escorado no pacto de aceitação coletivo silencioso. Isso incomoda.
Em momento nenhum falei sobre censurar o comercial nem coisa do tipo, apenas acho feio. E acho que, ao contrário do que pensam, este comercial faz muito mal SIM, porque ela é formadora de opinião e pinta uma coisa feia como muito bacana, engraçadinha e socialmente aceitável…
Bionicão, desculpe mas meu texto apenas reprova o comercial, não estou fazendo choradeira. Eu sei que existem muitos problemas importantes no país e no mundo, e sempre que posso falo deles.
Não é moralismo. Dez anos como dançarina de axé não me permitem ser moralista. Acho feio mesmo. E sim, para mim tá difícil pra caralho lidar com a realidade. Estou indignada que a realidade seja esta.
Eu tenho um nome pra esse tipo de comportamento:
Prostituição com carteira assinada.
Já vi muita gente repensar as coisas depois de pensar sob esse enfoque.
E só pra constar, não tenho nada contra prostitutas, só contra as que não admitem que o são.
Realmente um absurdo esta forma de retratar as mulheres.
Nunca ouvi falar de NENHUMA mulher que usasse sua sensualidade pra fazer algum homem de bobo.
Enquanto isso…
Sílvia, você ainda tem chance de salvação, por que ainda tem a lei natural viva dentro do coração. Tem um trecho das Escrituras que fala de gente que não precisa da Lei escrita em papel, por que a tem gravada dentro de si. Esse trecho fala do motivo desse teu tipo de desconforto, aquilo que os antigos chamavam de senso de moral.
Não se preocupe com quem te olha torto, o mundo não compreende nem aceita quem não é dele. Agora aproveite a oportunidade e medite nas experiências psicodélicas dos teus 1-up.
Não precisa responder esse comment pro povo. Aliás, se não quiser publicar também não precisa. Fica pra teu consumo pessoal.
Mas aproveite a oportunidade e medite. A cada comercial idiota, a cada música que te perturbe, a cada reality, a cada vez que você sentir esse desconforto interior, medite. A cada vez que você sentir essa gastura, essa irritação, essa dor na alma, medite longamente. Se as luzes vermelhas do teu painel de instrumentos ainda estão acendendo, é por que o teu sistema de navegação ainda tem chance de funcionar. Aproveite!
eu sinto-me idosa desde criança.
Sally, não sei se vc se lembra da vez que eu falei de pagar um preço caro por pensar diferente… Eu te entendo e compreendo! Além de ser reprimida pelas amigas, o mais assustador e ridiculo é ver essas amigas defendendo esse posicionamento cheias de razão e autoridade, te atropelando. Tem gente que na primeira frase solta já estabelece uma competição. Eu tenho preguiça de gente assim.
Putz Sally, que revolta besta…difícil lidar com a realidade né? Pois a real é essa.
O comercial em si é legal, normal, nada de mais – ops, não sou religioso mas é até pecado chamar de normal um comercial com a Gisele Bundchen de lingerie…
Primeiro que dar tanta atenção pra algo que passa na televisão é bobagem, a maior parte do que passa na TV é besteira.
O povo é tosco. Aqui ou em Buenos Aires ( vou pra lá todo mês, tá a mesma merda ou pior…) é tudo a mesma merda. A galera quer horrorizar mesmo. Então se quiser ser popular e agradar a massa tem que ser tosco. Vide Lula…tosco master e a galera gosta…
Conheço muita mulher que age assim. E mais ainda que gostaria de agir assim, só que não assume, mantém o discursinho besta…mas se pudesse… Aliás, se homem tivesse um jeito de se safar das situações assim também faria. A galera quer moleza. Ninguém quer responsabilidade, não vem ao caso se eu acho certo, é como as coisas são.
De mais a mais acho que ela tá certa em fazer o comercial, ganhou a grana dela, não tá prejudicando ninguém, quem não gostar que meta o pau ( primeiro !!!!) ou muda de canal porra. Puta choradeira por causa de um comercial…
Enquanto isso em Brasília os FDP estão tentando aprovar financiamento público de campanha política. Isso sim é algo que vai fuder muita gente, não propaganda da Hope. Mas isso é chato né? Ninguém quer falar…vamos falar de fazenda ou BBB….
P.S. Por que todo advogado acha que a gente tá cagando e andando pra saber detalhes da lei? Porra, advogado é que nem médico, a gente detesta ir e só aprende quando tá doente ou enrascado. Se vc for para um reality falar de leis que pelo menos esteja de biquini fio dental…hehehe. Bjs