Flertando com o desastre: Meu velório.
| Sally | Flertando com o desastre | 43 comentários em Flertando com o desastre: Meu velório.
Não estou deprimida, não quero morrer nem estou dando sinais truncados para pedir ajuda. Esta é a Semana Mórbida e temos que tratar de assuntos mórbidos. Como já falamos em eutanásia e em outros temas polêmicos que envolvem morte, fiquei pensando em algo diferente para escrever. Foi quando surgiu a idéia de falar sobre o meu velório. São apenas idéias, que podem ou não ser colocadas em prática. Nada do tipo “voltarei para puxar seu pé se você não fizer”. Não custa informar o que me agradaria e o que me desagradaria, né? Em última instancia, isso não vai fazer muita diferença mesmo, afinal, estarei morta. Façam aquilo que mais trouxer conforto.
Tem coisa mais horrenda, deprimente e bizarra do que um velório? Acho aquilo um HORROR. Por mim, nem velório teria quando eu morresse. Mas os psicólogos dizem que é necessário para elaborar a perda, etc etc. Vão acabar fazendo um velório mesmo, então, pelo menos deixo aqui as instruções para que não seja TÃO escroto.
Primeira coisa: Peço a meus amigos que cuidem de tudo para mim, porque minha família vai estar muito abalada para pensar em qualquer coisa, somos muito unidos. Meus familiares tem que ser meros convidados, não levem trabalho para eles, cuidem disso para mim.
Vamos aos detalhes: Sem flores. Porque aquele cheiro de morte misturado com o cheiro de flores é nojento por demais. Se querem disfarçar o cheiro de formol misturado com o cheiro do meu corpitcho em decomposição, usem outro recurso. Sei lá, espalhem aqueles trequinhos de banheiro que soltam spray cheiroso na sala do velório, peidem, joguem body mist Victoria´s Secret no ar… tudo menos flores.
E nem pensem em colocar flores por todo o meu caixão. É brega. Coloquem outra coisa. Me cubram com fotos minhas, com cartas de amigos, com bombom, com qualquer coisa que não sejam flores! Se colocarem bombom ou outros doces por favor certifiquem-se ao longo do velório que não dê formiga.
O velório tem que ser em um local com FUCKIN´ AR CONDICIONADO, cacete! Coisa de mau gosto aquela choradeira misturada com a suadeira! Gente, chorar cansa! Pessoas que choram suam. Tem que ter ar condicionado. É preferível um cheirinho de formol no recinto do que cheiro de cecê. Ainda mais no meu velório, onde vai ter um monte de gente que toma produtinhos de marombeiros que deixam os fluidos corporais com odores estranhos. Ar condicionado é essencial. E vê se tem estacionamento também, porque quanto menos trabalho der para os outros melhor.
Não quero algodão no nariz. Algodão no nariz é antiestético. Eu sei que ele é necessário para que o nosso recheio não escorra pelo nariz, mas porra, TEM QUE TER outro jeito! Um tampão de silicone transparente, qualquer coisa! E se não tiver, me enterra de bruços que eu passei a minha vida toda fazendo horas de quatro-apoios e isso não pode ser em vão. Se o rosto não for viável, pode colocar o popô para cima. Isso é o que eu chamo de Plano B.
Também gostaria de uma ante-sala com comidinhas. Nada de mais. Salgadinhos que pudessem ser comidos em uma única mordida, nada de prato e talher. E docinho, tem que ter docinho porque chocolate ameniza o sofrimento. Tudo bem que pessoas próximas provavelmente não terão vontade de comer, mas porra, vamos combinar que as pessoas próximas que realmente estão sofrendo intensamente são uma minoria nos velórios. Quero fazer este mimo para os infelizes que não se importam tanto assim comigo mas estão lá para dar uma força.
Bebidas sem álcool também são bem vindas. Com álcool não dá certo, neguinho quando bebe faz merda, podem acabar urinando no caixão. Podem servir água, refrigerante e um café também, que provavelmente vai ter uma penca de pessoas com sono. Espalha tudo em uma mesinha estilo coffee break em uma ante-sala ou na entrada. Mas faz um treco farto, para todo mundo poder comer sem constrangimentos, porque vai ter gente que vai passar muitas horas ali!
E quero banner com uma foto minha onde eu esteja muito gata em tamanho real, porque não quero que a última imagem que as pessoas tenham de mim seja aquela coisa pálida e inchada do caixão! Aliás, quero muita maquiagem. Principalmente nos olhos (pretos, por favor) e blush. Pode tacar blush sem dó, até me deixar parecendo o Pikachu. Quero chegar lá no andar de baixo pronta para a festa. E não precisa me enterrar com roupa não, que é desperdício. Minhas amigas podem ficar com as minhas roupas todinhas. Se não couberem nelas, podem fazer um bazar e vender tudo.
Vê se não gastam uma grana em um caixão caro. Tanto faz um caixão de ouro ou uma caixa de sapato, eu quero ser cremada mesmo! (e ainda que fosse enterrada, ele vai acabar se desfazendo…). Funerárias são grandes fdps, você compra o caixão ultra plus máster com espelho no teto e banheira de hidromassagem e na hora de cremar eles tiram o morto do caixão fodástico e o colocam em um caixão Tabajara qualquer e revendem o caixão bom. Não ousem gastar dinheiro em caixão! É desperdício. O morto não precisa mais de conforto, quem precisa são os vivos. Fico pau da vida com isso! Geralmente as acomodações dos locais onde são realizados os velórios são bancos duros de madeira super desconfortáveis enquanto o morto tá lá todo no acolchoadinho!
Também não quero bandeiras: bandeira da Argentina, do Brasil, do Flamengo… nada disso. Nem bandeira, nem camisa. A menos que patrocinem o velório, daí pode colocar até a bandeira da ONU.
Não quero nenhuma cerimônia em nenhum templo religioso, especialmente em igreja católica. Eu sei que as pessoas tem por tradição fazer essas missas de sétimo dia e etc, mas eu acho isso um pau no cu. Sabe, dependendo do dia da semana em que você morra, isso transtorna a vida de geral! Pessoas trabalham, tem família, tem compromissos. E eu não sou católica, seria hipócrita. Já basta obrigar as pessoas a irem ao velório, não vou ficar paunocuzando com missas a cada sete ou trinta dias. Se quiser organizem uma reunião, mas sem essa obrigatoriedade de se deslocar até uma igreja. Vamos combinar, nem batizada eu fui, não tem nada a ver fazer missa para mim.
Sem música no velório. Sem coral cantando, sem nenhuma dessas coisas bregas. E se quiserem botar música, que seja axé. Mas vai ficar terrível. Realiza neguinho chorando, um caixão e ao fundo Cumpadi Uóxitu gritando “óóórdinááááária!”. Só se o pessoal do axé que estiver presente se empolgar e quiser dançar no meu velório, daí pode porque vai ter um contexto. Não seria má idéia, seria alegre. Se não estiverem muito devastados pela perda irreparável da minha pessoa, podem dar uma dançadinha porque eu quero que meu velório seja um evento alegre.
Isso mesmo, alegre. Porque eu provavelmente estarei em um lugar bem melhor (mesmo que isso implique em NADA, em ter apenas sumido da face da Terra sem ir para qualquer outro lugar) enquanto que vocês todos estarão se fodendo em um mundo onde habitam Sergio Mallandro, Faustão e Paulo Coelho. Um mundo onde Tiririca ganha eleição, Maluf ganha eleição e onde o PT se reelege! Sério que vão chorar por mim? Chorem por vocês!
Se alguém quiser fazer discurso, ok. Mas nada sentimentalóide que coloque as outras pessoas ainda mais para baixo. Contem coisas engraçadas que eu fiz ou falei. Coisas escrotas, politicamente incorretas, coisas típicas da minha pessoa. Façam quem está chorando sorrir. Lembrem dos bons momentos, mas não aqueles bons momentos clichês, pois “momentos Kodak” são bregas e que todo mundo tem. Lembrem dos bons momentos ousados, diferentes. Falem coisas que me tornem única.
Não quero símbolos da religião católica no meu velório. Se quiser colocar um Buda no meu caixão ou um colarzinho daqueles de candomblé tudo bem, mas nada católico, por favor. E não quero rezas, de nenhuma religião. Quem quiser falar com Deus que o faça em bom português, com o coração e com as suas palavras, nada de palavras prontas que além de não acreditar nisso, isso me irrita. E se aparecer um padre por lá, joguem objetos nele até que ele se retire.
E não precisam ir de preto. É meio deprimente. Sem contar que eu posso cometer a inconveniência de morrer no verão e preto no verão é foda. Nem precisa ser nada formal, vistam-se como se sentirem melhor. Eu estarei sem roupa mesmo…
Se eu estiver velha e enrugada, puxem as pelancas para trás da orelha e colem com alguma fita adesiva (lifting de pobre), quero morrer parecendo mais jovem do que sou. Não me deixem com nada de valor: anéis, brincos etc. neguinho rouba essas coisas! E por favor, certifiquem-se que minhas sobrancelhas estão feitas e simétricas.
Não deixem pessoas que não gostavam de mim ou pessoas das quais EU não gostava entrarem. Amigo do morto pode tudo, aproveitem esse poder temporário e coloquem a pessoa para fora debaixo de cacete. Todos vão perdoar e vão dizer que tudo bem ter perdido a cabeça, afinal, a amiga morreu. Abusem disso e me garantam um velório não-hipócrita. Já chega a penca de gente escrota para a qual eu tive que sorrir durante toda a vida, depois de morta eu quero honestidade.
Passem perfume em mim! Não quero feder a morto nem a formol. Passem um perfume forte tipo um Premier Jour da Nina Ricci ou um Amor Amor da Cacharrel. Não economizem, quero ser uma morta perfumada (mas sem feder o ambiente, ok?)
Se o Somir acender um único cigarro no meu velório, todos tem a permissão e a obrigação de dar uma grande surra nele, ali mesmo, no local.
Eu quero ser cremada. Geralmente as pessoas são cremadas no dia seguinte ao velório. Ninguém precisa pernoitar comigo no lugar do velório porque eu estou morta, não tem mais como alguém me fazer mal. E ninguém precisa ir na minha cremação, porque essas coisas costumam ser realizadas em lugares situados na puta que pariu do cu do mundo. Pessoas tem uma vida (não eu, no caso, que estarei morta, mas o resto sim). Todos sintam-se desobrigados indo apenas ao velório. Se precisar de algum formulário ou documento para cremação não tenham dó de falsificar minha assinatura.
Os poucos que quiserem acompanhar a cremação, façam uma última checagem se eu não estou viva antes de me colocar no forninho (Auschwitz feelings). Não havendo indícios de que estou viva, deixa queimar. Se não acharem muito mórbido, peguem as cinzas, coloca em uma urna bem bonita e me deixem lá na sala de jantar. Se mais de um quiser as cinzas, divide um pouco para cada. Batam um papo com as minhas cinzas de vez em quando, ajuda a superar a perda. Vai que em algum lugar eu estou escutando e posso ajudar?
Se acharem essa coisa de manter as cinzas dentro de casa muito mórbido podem me fumar. Como provavelmente o único fumante dentre meus amigos queridos vai ser o Somir e espero que até lá ele já tenha parado, se ninguém quiser me fumar, façam alguma boa trollagem com as minhas cinzas. Mas por favor, nada de jogar cinza em planta, cinza no mar… vocês sabem o quanto eu odeio a natureza, não quero contato com a natureza nem depois de morta! Me deixa no ar condicionado, do lado da TV de plasma.
Se quiserem fazer uma gracinha extra, um Easter Egg, escrevam na urna onde guardarão as minhas cinzas “Aqui jaz um Desfavor”.
Ola! So hoje, abri aleatoriamente um site, ja que estou num ano sabatico, que me impuseram e curti demais os (somente) dois textos que li. Vc e excelente! O do suicidio, genial e esse, que me fez ate nao querer mais ir pra ” Passargada”! Valeu!
Seja muito bem-vinda!
Concordo com a parte do caixão, das roupas, dos objetos de valor e de barrarem a entrada. O estacionamento e o ar condicionado são ótimas ideias. Também quero ser cremada.
“Se colocarem bombom ou outros doces por favor certifiquem-se ao longo do velório que não dê formiga.” Então a mesa do café vai ser útil mesmo, vai que alguém fica com fome e resolve pegar um bombonzinho do caixão, imagina que coisa de mal gosto.
haha, tive um professor que dizia que morrer no final de semana era inconveniente, porque estragava 2, as pessoas tinham que morrer durante a semana.
Quanto a ir de preto, já vi uma coisa muito ridícula. Uma mulher quis ir ao cemitério de roupa preta…e apareceu com um vestido de paetês.
Estou imaginando o velório da Sally: o pessoal resolve dançar um axezinho para animar. Enquanto isso, lá fora acontece um enterro. E bem na hora que o morto está entrando no buraco começa a tocar: “vai, vai, vai, baixando/vai, vai, vai, passando/vai, vai, vai, que eu também vou/ esse aí passou, esse aí passou, esse aí passou!”
Não é uma má ideia essa música para baixar o caixão…
Mas tem o micaneral… Seria perfeito! Hahahaha
Acho que você iria gostar.
HAHAHAHAHAHA
Tia, pode deixar que se vc morrer antes de mim eu não deixo nenhum padre passar nem perto do seu velório. Se algum chegar eu estupro ele! Mesmo se eu já tiver morrido, peço permissão pro demônio e aposto que ele vai aprovar.
Eu ainda vou estuprar um padre. É um dos meus sonhos de consumo.
Bora postar, seus viados!
Agora não posta sexta, sábado e domingo?
Salita, Aqui nos interior, é costume do povo lavar o túmulo todo mês, com cloro pra ficar bem branquinho, polir as letrinhas de metal, uma foto bem bonita do defunto, encerar o granito/mármore, por flores, aquelas imagens de santo horrorosas e assustadoras e os cambau. Nunca vi tanto mau gosto junto. Minha mãe por exemplo paga uma "diarista" pra lavar o túmulo dos pais dela uma vez por mês e nas vésperas do dia de Finados, dá aquela caprichada, tipo polir o granito. E vai à missa de uma semana, de um mês, de um ano, dez anos, aniversário de nascimento deles, aniversário do falecimento deles, dia dos pais, dia das mães, dia de finados. Passo mal… Quando eu morrer quero que meu corpo seja doado para uma universidade para fazerem o que quiserem. E não quero velório. Adoro vocês, ou melhor, seus textos.
Ser canibal é divertido, Somir: http://www.youtube.com/watch?v=6pESOSI2hTA
Vejam que buceta: Eu nunca tinha perdido ninguém até 1997 quando perdi minha avó. Em 2009 perdi minha mãe e em 2010 meu pai e meu namorado.
Nunca fiz velório e nem fui a enterros, todos foram enterrados gratuitamente pela Santa Casa.
A maior escrotidão é que o meu pai foi padre e pagou os olhos do cu por um jazigo perpétuo num cemitério de uma determinada ordem católica, pagava manutenção todo ano. Depois que o véio morreu eu ainda tive o trabalho de doar aquela porra pra não virem me cobrar dívidas.
Por isso que eu digo: Deus não existe e se existe é um pau no cu. Morreu acabou, enterrem de graça. Ninguém precisa de velório nem porra nenhuma!
Fodam-se os psicólogos! Os mesmos psicólogos também dizem que a fábula de Papai Noel é necessária pras crianças. Puta sacanagem mentir pros pirralhos, depois ainda paga de 171 pros próprios filhos.
Sally:
No crematório da Vila Alpina (São Paulo – SP) tem uma sala onde o caixão fica pelo tempo de umas 5 a 6 músicas, pouco mais ou menos (30 minutos, se estou lembrando direito da cremação de minha avó paterna), antes de ser transportado automaticamente para dentro do forno. Existem as opções de 1. pedir músicas ao operador da sala antes desse micro velório ou 2. levar CD próprio.
Dependendo do tipo de velório (em casa funerária, por exemplo), pode haver música ambiente na sala onde fica o caixão. Geralmente põem alguma coisa classuda e mórbida, na linha do Adágio (Albinoni – boa versão aqui: http://www.youtube.com/watch?v=XMbvcp480Y4) ou da Tocata e Fuga em Ré menor (Bach – excelente versão aqui: http://www.youtube.com/watch?v=Zd_oIFy1mxM&feature=related).
Muito bom saber que realmente fazemos a diferença na vida de algumas pessoas, Mary. Esse foi um dos melhores elogios que já recebemos!
Iv, é para garantir que só vai quem realmente me amava muito! hahaha
Talento, a música é mais comum na missa do que no velório, mas já vi alguns onde tocam musiquinha quando estão tirando o caixão. Muito deprimente ser removido ao som do Rei.
Boa idéia, Suellen! A urna poderia ter uma fotinho minha. Seria morbidamente bacana.
Anônimo que quer me pegar:
1) Não estou disponível
2) Eu já estarei morta, mas meu velório estará vinculado a meu nome e meu nome respinga em meu marido, filhos, amigos e familiares. Já pensou ter seu nome vinculado a episódios vexatórios do tipo "Lembra no velório da Sally que mijaram no caixão?". Nem morta. Literalmente.
Você pode achar que é deboche, mas esse Blog me acrescenta muita coisa…
É uma ótima fonte de informações sobre as quais tenho interesse e não encontro em outros lugares, como Textos Nerds (valeu, Somir), Desfavor Explica (sou muito curiosa), humor ácido e inteligente etc.
Por isso, faço questão de ler o que perdi, sim.
Axé no velório foi de doer…
Aguardando a versão velório do Somir.
Aaaaaah?!?!?! Roberto Carlos?! PQP!
Mas falando sério agora. Eu moro em uma cidade pequena, qualquer um que morre a gente fica sabendo. A região é de cidades relativamente pequenas. E nunca vi/ouvi falar de um velório em que estivesse tocando música. Isso é comum aí no Rio Sally?
A cremação também é preferência, até porque, em vez de receber visitas obrigatórias que duram segundos a cada dia de finados caso fosse enterrada, melhor ser depositada em uma urna e colocada na cristaleira da sala de jantar, ao lado de uma foto minha para eternamente perturbar meus descendentes, conforme cláusula estipulada em testamento.
Suellen
Mas…se é seu velório, pra que exigencias sobre como as pessoas devem se comportar? Por acaso voce crê que estará lá para ver sua vontade ser realizada?
E, além do mais, segundo um sábio amigo meu, "velório é pra quem fica".
PS. Antes de você morrer, eu quero te pegar.
Marciel, quem me deu a idéia foram as vozes da minha cabeça. Elas falam comigo, elas me mandam fazer coisas.
Anônimo que quer convite, você está convidado para o meu enterro.
Só não sei a data ainda…
Hermano Maradona, meu pai levantaria do caixão e mijaria no crucifixo. Seria a Argentina um reduto de ateus raivosos?
Loba Virtual, boa sorte com sua vocação para pobre.
Mary, nem fodendo que eu quero ser comida de peixe! Depois você vai ser CAGADA pelo cu do peixe que te comeu, isso é indigno!
Tire o carnaval para ler as postagens do desfavor que deixou passar e ganhe um certificado de nerd atestado pelo Somir…
Bruno, a julgar pela escala troll das minhas amizades, CERTEZA que no meu velório vai tocar Tiririca e vai ter um Hare Krishna jogando flores para o alto…
*suspiro
Ellàhn, não é possível que não tenha outra forma que não seja o algodão! Porra, nem que abram meu nariz e costurem TUDO por dentro, para que não vaze! Nem que CORTEM o canal por onde o fluido vazaria!
ALGODÃO NÃO!
Talento, no último velório que fui estava tocando ROBERTO FUCKIN´ CARLOS. Axé ainda te parece tão ruim?
Hugo, você não deveria ter citado essa possibilidade de ser embalsamado e mantido na casa, agora tenho certeza que o Somir vai querer…
Anônimo do Angel: Não, não pode. Eu não gosto desse perfume! Se não for o Premier Jour ou o Amor Amor pode ser outro tipo o Fragile (Jean Paul Gaultier), Laguna (Salvador Dali) ou Le Cique (Popi Moreni)
Quem jogar colônia do Boticário em mim vai ser ver comigo quando morrer)
Não, eu não tenho medo de ser estuprada depois de morta, porque vou estar morta, não vou estar mais aqui e não vou sentir nada. Meu único medo é que quem fica saiba que meu corpo foi estuprado e sofra com isso ou até acabe fazendo uma besteira…
Anônimo que não chorou: esses rituais babacas tipo velório servem apenas para confortar quem fica, não faz sentido que sejam usado para PAUNOCUZAR quem fica. Não se deixe infernizar por velórios, faça do seu jeito e no seu tempo.
Por favor… Quem deu a ideia de jirico para vocês? Seria aquele jogador do Botafogo de Ribeirão Preto?
Me convida pro seu velório!
Me fez lembrar do velório e enterro do meu pai… me fez dar umas boas risadas, argentina. Valeu.
Minha madrasta inventou de colocar um crucifixo horroroso na sala do velório… imaginei meu pai no inferno olhando pra cima e gritando LAPUTAQUETEPARIO… é… rejeição religiosa é algo de família.
TU´VAI SER CHATA ATE DEPOIS DE MORTA EM COLEGA.
vELORIO BOM TEM QUE TER FESTA SAMBA SUOR E CERVEJA.
O MEU VAI TER HHIHIHIHIHIHIH.
DEPOIS VÃO ME CREMAR E COLOCAR MINHA NOBRE CINZAS NO CANTINHO DO CHURRASCO EM MINHA CASA, ONDE MEU AMOR E AMIGOS SE REUNEM SEMPRE.
TIPO ASSIM DENTRO DE UM BAUZINHO XIQUE E COM MINHA FOTO SORRINDO EM CIMA. MORRER SIM MAS ESQUECIDA JAMAIS.
Semana Mórbida – ADOREI !
Pois é, velórios são um Desfavor. Mas os "entes queridos" precisam de um momento formal para despedidas. É um ritual de passagem (ou desapego).
Assim como você, Sallynha, desejo ser cremada. Acho deprimente deixar o corpinho putrafando 7 palmos abaixo da terra… E ainda à mercê de insetos e larvas, ecaaaaa ! Queima logo, transforma em cinzas e joga no mar, que é melhor. Ser comida de peixe é mais honroso que comida de insetos e larvas.
P.S.: Não tenho conseguido acompanhar o Blog com a mesma frequência e me sinto um tanto deprê com isso… HOW LOSER AM I ???
KKKKKKK
Eu quero ir no seu velorio sally
isso, vai ser diferente de tudo que eu já vi…
ah e não eu não desejo sua morte, só queria ver se isso daria certo ou se a maioria das pessoas vai ignorar tudo o que vc pediu e fazer exatamente o contrario…
Huahuahua. Sallyta, a menos que você decida ser sociável e eu te conheça pessoalmente, acho que não vou participar do velório.
Mas se me permite alguns breves conselhos:
1 – Permita que um ou dois acompanhem seu corpitcho até a torradeira. Vai que algum necrófilo gosta da sua idéia de deitar de bruços…….
2 – De preferência, não deite de bruços. Se não tiver jeito, aceite o algodão como, sei lá, aparelho pros dentes versão gasparzinho: Feio, porém necessário. Silicone é genial, mas se for tipo aquele trco de colocar na orelha, melhor não. Algo de silicone transparente, de preferência que enfie no fundo do nariz (Morto não sufoca, anyways…).
3 – Por fim, deixe o Somir fumar… Do lado de fora. Óbvio.
Sally!
Se no velório de alguém que eu ame muito estiver tocando axé, eu juro que não vou! E ai de quem reclame!
Isso espanta qualquer um!
Não sabia lidar com morte. Só perdi duas pessoas próximas até hoje.
Minha ex namorada num acidente de carro, que eu não fui no velório; e meu avô, que so morreu porque bateu a cabeça quando caiu da escada. O cara tinha 82 anos, duas namoradas e ainda traia as duas. De vez em quando ia na casa do meu pai levando ingredientes, pedir – com uma certa vergonha – pra esposa dele fazer uma vitamina com caracu, ovo de pata, etc…"…pra dar uma ajudinha sabe…"
No velório, minha tia chorando clamando aos céus o quanto a vida não valia de nada, pra terminar asssim, daquele jeito.
Olhei pros lados, contei umas 100 pessoas, tudo parente e algumas namoradas talvez. E pensei, nenhuma dessas pessoas estaria aqui se meu avo não tivesse dado umas bimbadas por ai, incluindo eu. Então a vida vale sim, muita coisa.
A partir dai comecei a encarar a morte de forma um pouco mais serena.
Depois da morte, nem quero velório, quero ser cremado logo ou por mim me enterrem ate como indigente se preferirem. Se quiserem fazer algo por mim, ou demonstrar algo, façam em vida, depois não interessa.
Se achar mesmo que mereço alguma consideração ou homenagem, me empalhem como fizeram com Lenin e me deixem na sala. Vai ser suficiente pro meu ego e pra desistirem da idéia.
Pode te passar o perfume Angel do Tierry Mugler depois de morta?
Vc nao tem medo de ser estuprada depois de morta mandando as pessoas te abandonarem depois de morta.
Imagine o que acontece com as marombadas que morrem, são estupradas que nem a Uma Thurman era estuprada em coma no Kill Bill.
Este post me fez lembrar minha mãe. Qd ela morreu eu não consegui chorar e fui a filha mais fdp da face da Terra, comentário geral, e ainda tive de esperar minha prima q vinha lá do cú do mundo de busão pra fazer o enterro. Se fosse hoje enterraria em 10min e que se foda o resto! Então depois deste fato falei para meus filhos me enterrarem num caixão de R$1,99, não fazer velório nenhum, não chorar, ouvir música no volume bem alto se quiserem e continuarem vivendo pq a morta serei eu. Só pedi para me maquiarem, bem drag mesmo e gostei da idéia do coffe break, vou anotar.