Desfavor Explica: Depressão.
| Sally | Desfavor Explica | 36 comentários em Desfavor Explica: Depressão.
Este é um texto LEIGO. Não deve ser usado para diagnosticar ou tratar ninguém, apenas para avaliar se vale a pena agendar uma consulta com um médico especializado. Cerca de 20% da população mundial já sofreu algum episódio de depressão ao longo da vida e boa parte destas pessoas sofreram além do necessário pela falta de diagnóstico ou tratamento adequado. Não é demérito ter depressão. Não é escolha, não é fraqueza, não é frescura. É uma doença, como outra qualque. Como tal, precisa de tratamento adequado.
Como já discutimos nos comentários do Desfavor Explica sobre DDA, está na moda imputar a si mesmo alguma doença neurológica. Todo mundo acha que tem TOC, todo mundo se acha bipolar e todo mundo se diz deprimido. Um grande desfavor. Depressão não é tristeza. Todos nós passamos por momentos ou fases de tristeza na vida e isso em nada se confunde com o que é uma depressão de verdade. Não passe adiante este desfavor, não seja leviano de dizer que está deprimido quando na verdade está apenas triste. Depressão não é tristeza, depressão não é dor de cotovelo, depressão não é saudade. Depressão é depressão.
Porque tanta confusão de terminologia? Bem, em parte as pessoas gostam de exagerar e valorizar o que sentem e se dizem “deprimidas” para dar ênfase à tristeza que estão sentindo. A palavra tristeza virou pouca coisa, tristeza é para os fracos, os fortes ficam é deprimidos! Uma merda, as pessoas querem ser mais do que as outras até mesmo na hora de se foder. Medonho! Em parte, péssimos profissionais da área também tem culpa, pois transmitem informações equivocadas ou entopem pessoas de remédios sem necessidade. Lidar com a tristeza é necessário, mas hoje ninguém parece mais querer sofrer. Médicos empurram qualquer rivotril garganta abaixo de uma pessoa meramente angustiada e acham que de alguma forma estão ajudando. Lidar com a tristeza é essencial para a construção de um ser humano saudável.
Como diagnosticar uma pessoa deprimida? Bem, existem testes, existem algumas características, alguns padrões de comportamento listados, mas descrevê-los seria chover no molhado, pois isso o Dr. Google te diz com facilidade. O ser humanos não é matemática, existem inúmeras variáveis. É possível que apresente muitos desses sintomas típicos e não esteja deprimido ou ainda que apresente poucos sintomas e esteja em depressão. Qual é o pulo do gato? Desfavor recorre a um psiquiatra: “a tristeza da depressão é diferente, é especial. Não passa e vem acompanhada de uma perda de energia, de um desânimo”
Então, independente de outros sintomas, costuma haver um denominador comum: tristeza, desânimo e redução da energia. Vamos desenvolver. A pessoa deprimida costuma sentir um desinteresse, uma desesperança, sentimentos negativos que insistem em assolar a mente da pessoa, culpa, pensamentos de morte (sua ou de entes queridos), sensação de menos-valia e principalmente uma tristeza inexplicável. Não que ela não tenha causa, muitas vezes tem. O que é inexplicável é porque ela não vai embora, mesmo depois de semana, meses ou anos.
Não é qualquer tristeza. Ela é constante e dominante. A pessoa está triste a maior parte do seu dia, quase todos os dias. Quer dizer, tem muito mais momentos ruins do que bons. O que não quer dizer que os bons não existam, em alguns casos existem, o que leva a pessoa a crer que está melhorando sozinha e retardar a procura por ajuda. Muitas pessoas pensam “Se eu estivesse deprimido, não teria estes bons momentos, deve ser estresse mesmo” . Não. Não é normal passar a maior parte do seu tempo em um estado de desânimo e tristeza. Não é preciso que você esteja 100% do seu tempo emburacado para que seja necessário recorrer a ajuda. Infelizmente as pessoas vão se acostumando a viver assim e tendem a achar que isso é, de alguma forma, normal, o que as faz demorar para pedir ajuda, perdendo muito de sua qualidade de vida por longo período.
Inclusive em alguns casos a doença muda de nome e implica justamente nisso: fases de depressão alternadas com fases de excitação, o famoso transtorno bipolar ou PMD – Psicose Maníaco Depressiva, que também vem sendo muito imputado a pessoas perfeitamente normais. Na fase maníaca a pessoa está a mil, se sente incrível (o estado de excitação física é tamanho que a pessoa dificilmente adoece). Na fase depressiva vai do céu ao inferno e se emburaca. Acredite, dificilmente você vai dizer rindo que é bipolar se você realmente for. Mas isso é assunto para outro Desfavor Explica.
Não tem como mascarar, quando é depressão, é doença. Ou seja, independe da vontade (ou da força de vontade) da pessoa. Nesses casos, ficar “incentivando” a pessoa a retomar suas atividades e reagir é um comportamento sádico e não de ajuda muito. Pelo contrário, faz a pessoa se sentir mais merda e fracassada. É o mesmo que dizer a um paraplégico “Faz uma forcinha, vai! Sai dessa cadeira de rodas! Levanta e anda, tenho certeza que se você se esforçar vai conseguir, é tudo questão de querer!”. Não, não é. É uma DOENÇA que independe da vontade da pessoa. Esta pessoa precisa de medicamento e tratamento e não de cobrança. Se você quer ajudar, leve a pessoa a um médico. Porque sim, é um desequilíbrio bioquímico, não é culpa ou escolha da pessoa. Dependendo do grau da depressão, é impossível obter uma melhora sem o remédio e negar tratamento à pessoa pode culminar no seu suicídio.
“Mas Sally, minha filha ficou deprimida porque o namorado dela deu um fora nela, não tem nada de bioquímico nisso, ela que é otária mesmo!”. NÃO. Não confunda fator desencadeante com a depressão em si. Um fator externo psicológico que aos olhos de muitos pode ser uma besteira pode DESENCADEAR um processo depressivo. Mas uma vez que se instaura o desequilíbrio bioquímico, a coisa sai da esfera do “psicológico” (ou como se queira chamar) e passa a ser uma questão médica. É preciso reequilibrar algumas substâncias no cérebro da pessoa. Vamos comparar com gastrite nervosa. A pessoa fica tensa, fica estressada até que começa a ter uma gastrite. O fato que gerou essa gastrite foi sua tensão, mas agora que ela existe, ela está ali, independente de qualquer estado psicológico. E precisa ser tratada. Depressão é uma doença, uma doença real. Não é frescura, não é forma de chamar a atenção e não é má vontade. Merece o mesmo respeito que qualquer outra doença.
Vamos falar da tristeza que uma pessoa deprimida sente. Inicialmente, pode até ser uma tristeza justificável, como a perda de um ente querido um um grande trauma. Mas com a depressão, esta tristeza que deveria passar, se instaura e fica. Lembro de uma frase que um famoso médico me disse quando tive um tumor. Estava na cama do hospital com muita dor, muito chateada. Ele me disse (*momento Kodac) que eu tinha razão em ficar chateada porque o que tinha acontecido comigo era mesmo horrível mas completou dizendo o seguinte: “O vale da tristeza é para ser cruzado, não para montar acampamento”. É podrinho, eu sei, mas define bem a diferença entre uma pessoa triste e uma pessoa deprimida. Os deprimidos montam acampamento no vale da tristeza, os tristes apenas o cruzam. Joguem pedras, estou sentimental sem o Somir.
“Mas Sally, eventos estressantes todos nós passamos na vida! A tia da prima da cunhada de um amigo meu perdeu a família em um acidente e não ficou deprimida! Minha filha é que é uma fraca mesmo!”. NÃO. Existem mil fatores que combinados podem desencadear a depressão, inclusive a forma como VOCÊ criou sua filha. Algumas pessoas que tem uma propensão genética à depressão. Existem uma série de fatores genéticos e até mesmo ligados à história de vida da pessoa que se combinam de forma a desencadear uma depressão. Não se trata de ser forte ou fraco nem da vontade de ninguém. Genética não é tudo, mas influi. Estudos comprovam que gêmeos idênticos ficam mais deprimidos do que gêmeos não idênticos. É mais um fator a se levar em conta para ser somado a tantos outros. Fique atento à sua família, a hereditariedade é um fator de risco.
O fator genético é o mais badalado. Ele tornaria pessoas propensas a depressão, num resumo muito do sem vergonha por causa do meu limite de quatro páginas, consistiria na alteração dos níveis de alguns neurotransmissores (os mais populares são serotonina, acetilcolina, dopamina, epinefrina e norepinefrina). Também pode ter relação com algumas alterações hormonais ou até mesmo estar relacionada com um tipo de “atrofia” em uma região do cérebro chamada lobo pré-frontal.
Mas também existem outros fatores que se combinam ou não com a genética, como o chamado fator Psico-social como a perda de um ente querido, experiências traumáticas como catástrofes, problemas de relacionamento e até mesmo o grau de amparo e suporte da família quando um destes fatores se apresenta. Podem existir fatores físicos, os chamados Traumatismos, que vão desde uma pancada na cabeça até qualquer outra agressão ao organismo que seja traumática o bastante para desencadear depressão, como por exemplo, uma quimioterapia. Até mesmo alguns medicamentos tem o poder de desencadear depressão. Os mais famosinhos são betabloqueadores, corticosteróides, anti-histamínicos, analgésicos e antiparkinsonianos. Mas existem outros. Mais: as vezes a pessoa toma medicamentos a longo prazo e tira onda de que não ficou deprimida mas é na hora da supressão destes medicamentos que a depressão bate! Existem as causas mais improváveis, até mesmo o tempo pode ser responsável por deprimir uma pessoa, é a chamada “depressão sazonal”, constatada em países onde há diminuição de luminosidade em alguns períodos do ano (inverno e outono). Até parto pode desencadear depressão – em homens! Sério mesmo. Existe depressão pós parto masculina. O ser humano é fascinante.
Tal qual roupas, a depressão também tem medidas. Tal qual roupas, normalmente ela tem três classificações: P, M e G. Lógico que não é este o termo técnico, mas minha intenção aqui é ser didática, e não técnica.
A Depressão P, que é a menorzinha, também é chamada de “leve”, tem sintomas mais discretos. A pessoa se sente incomodada, mais cansada e até mesmo triste, mas continua tocando sua vida. Inclusive, acaba se acostumando a viver assim. A pessoa até vai trabalhar, mas vai com menos energia e vontade do que antes. Rende menos., se sente exausta sem razão aparente. Mas atenção, seu Zé Ruela, se você dormiu mal é normal que esteja com menos energia, não vá se apressando e se classificando como deprimido! Quando falamos em “menos energia” é um “menos energia” sem uma causa externa que justifique! A pessoa com Depressão P ou leve consegue manter seus relacionamentos, porém não parece ser a mesma pessoa que era antes. Há sentimentos ruins sempre rondando, como a falta de esperança, inadequação, perda gradual de prazer em atividades que antes eram prazerosas. Podem ocorrer alterações no apetite e no sono (ou 8 ou 80, come pouco ou come muito, dorme pouco ou dorme muito). Em alguns casos (mais comum em crianças) essa tristeza pode ser substituída por um grau de impaciência e irritabilidade exacerbados. Como não é incapacitante, a pessoa dificilmente procura ajuda. Quem costuma perceber este tipo de depressão são amigos próximos, namorados e familiares, que conhecem a pessoa bem e sabem que este não é o seu normal.
A Depressão M, chamada tecnicamente de “Moderada” a concentração e capacidade de trabalho começa a ficar comprometida. A pessoa já não rende o que deveria e não consegue disfarçar. Não tem energia para trabalhar nem mesmo vontade ou prazer. Também há uma indisponibilidade para manter seus relacionamentos afetivos. Não há mais interesse/paciência para amigos e a pessoa prefere ficar em casa do que sair e ver gente. As alterações de sono e apetite se intensificam. Geralmente o maior indicativo são as relações afetivas. É mais fácil “diagnosticar “a P e a G, aquilo que ficar no meio termo é a M.
A Depressão G, chamada tecnicamente de “Grave” é incapacitante. A pessoa não só não consegue mais trabalhar, como também não consegue desempenhar atividades corriqueiras de seu dia a dia. A pessoa não quer sair de casa. Muitas vezes o desleixo consigo mesma é tamanho que abandona até hábitos básicos de higiene. Evita contato, até mesmo por telefone. Existe risco de suicídio, se a pessoa tiver forças para isso, porque muitas vezes nem para se matar ela consegue sair da cama. É preciso cautela no tratamento da Depressão G, pois muitas vezes se você der um remédio a um paciente que está inerte na cama, ele aproveita esse rompante de energia e o usa para se matar em vez de usar para tomar um banho.
“Mas Sally, eu acho que isso é frescura moderna e falta de um tanque cheio de roupa suja para lavar. Minha avó trabalhava feito um camelo e não tinha depressão nem ninguém naquela época tinha depressão”. Tinham sim, só não tinham o DIAGNÓSTICO. Na época da sua avó a ciência era atrasada, mulheres morriam de câncer de mama, de parto e até de indigestão! DISSO ninguém lembra, né? Diagnóstico é algo que só um MÉDICO pode te dar. Desfavor, Google, um colega, um amigo, sua mãe… são todos curiosos. Está na dúvida? Procure um médico. Aliás, procure MAIS DE UM médico, e de preferência recomendado por pelo menos três pessoas, porque vou te contar, o que tem de médico socando remédio em pessoas que apenas estão tristes… Um horror. É um tal de justificar tudo com “estresse” e sair medicando a pessoa. Não posso com isso!
Aliás, muito se engana quem pensa que um comprimido resolve a vida de um deprimido. É necessário ma maior parte dos casos (até porque, quando as pessoas se mexem, para procurar um médico é porque a coisa está séria), mas também é indispensável um acompanhamento para cuidar do lado psicológico do paciente. E este é um processo demorado, e por demorado, estamos falando de ANOS, ok? A pessoa deprimida costuma ter uma imagem alterada dela mesma (para pior) e costuma ver o mundo com um filtro pessimista, sem conseguir usufruir das coisas boas ou se alegrar com elas. É preciso mudar esse padrão de funcionamento, recuperar a auto-estima e se fortalecer para que na eventualidade de outro fator desencadeante se apresentar, a pessoa não caia mais uma vez em depressão. Não adianta tirar uma criança que está se afogando da piscina e não ensiná-la a nadar e sair sozinha, se ela vai passar o resto da vida correndo em volta da piscina. Fatalmente, um dia ela pode cair novamente.
Um conselho de uma leiga: não importa o que esteja acontecendo com a sua vida, tristeza, desânimo e falta de energia prolongados não são coisas normais e não se justificam. Você não precisa viver assim. Existem pessoas que podem te ajudar. Não se limite a explicar e se justificar seu estado com eventos de sua vida quando o mal estar é duradouro. Se não está passando, é hora de procurar um médico. Que mal pode fazer? Na pior (ou seria melhor?) das hipóteses ele dirá que você não está deprimido. Ótimo! Não se acomode, as pessoas se acomodam nesta situação e aprendem a funcionar assim, com tristeza e falta de energia diários, com desinteresse, desânimo. Não espere que isso se torne incapacitante, pois perder qualidade de vida é perder muito. Se é possível viver melhor, porque não? Admitindo ou não, diagnosticando ou não, o problema vai continuar ali.
Eu queria explicar as alterações que a depressão provoca no cérebro e como atuam os medicamentos, como convencer um deprimido a procurar ajuda, tratamentos alternativos e outras coisas, mas considerando que estou na sexta página, devo parar por aqui.
Oii Sally! Pode indicar um bom psiquiatra no RJ?
O início (ou seria o auge ? no final explico…) da minha depressão – entre P e M, pelo o que li – foi entre quase 5 e 3 anos atrás, da minha (primeira) reprovação na graduação até meu (primeiro) trancamento (com o pretexto daquela greve…) para o que acabou sendo 1 ano na psicologia em grupo, do qual fui encaminhado para a psicoterapia individual, com psiquiatra, na qual ainda frequento. Quase resolvido após a convocação para um concurso, também no mesmo complexo desta universidade, de cuja prova participei naquele semestre de calouro…
Mas houve muito desfavor : uma professora sugeriu que eu devesse ser frequentador de igreja, minha irmã deu a entender que era por causa da parte mais
realista !!!dramática das músicas que eu ouvia, uma tia me comparou antagonizadamente com um tio (desf…)distante !Cheguei a pensar em suicídio, até mesmo por causa de ter “me desacompanhado” de quem poderia me ser importante desde 2010.1, mas principalmente pelo o que seria “RIDismo” : deixar os BMs que (ainda) me cercam vencerem quanto ao que já me repudiavam e não poder conferir autenticidade nem no que é possível, ou seja, na maior parte possível da minha vida pessoal.
Antes dos meus 18 fui vítima de três “crises segregacionistas”, e apenas recentemente (especialmente hoje) fui ter a dimensão do quanto a terceira – inclusive por algum rancor / asco daqueles a quem nem revidei – ainda me influencia quando volto a refletir…
Queria muito que você tivesse tempo ou saco para responder meu e-mail.
Eu? Eu sempre respondo, mas pedir para que eu sente para abrir e-mail do desfavor final de semana é crueldade
Anonimo do namorado deprimido: pode acontecer de não querer as pessoas que você ame por perto sim.
A pessoa pode não querer ninguém por perto, pode não querer nem viver. Pelo que você está narrando, ele parece precisar de medicamento e psicólogos. Espero sinceramente que ele queira melhorar e concorde em ir ao psiquiatra e se tratar!
Anônimo, procure por profissionais recomendados ou que lecionem em universidades renomadas e certifique-se que eles tem registro no CRP.
Se quiser profissionais por um preço mais em conta, procure o Escritório Modelo de uma boa faculdade, lá eles atendem por preço simbólico ou até de graça. Se não me engano tem um lugar com bons profissionais chamado Instituto Freud em Ipanema que também atende assim.
Ainda tem mesmo ! \O/
Saaly meu namorado tem apresentado sintomas da depressão M, tá mto difícil, ele tem confusãoes de sentimento às vezes nem demonstra sentimentos (parec uma parede) eu tô exausta já marquei consulta num bom psquiatra… + é normal a pessoa não qrer q a pessoa q ele + ama (pelo menos parec q ama) ñ querer nem mesmo essa pessoa do seu lado?
Sally, onde a gente pode procurar por psicólogos de qualidade no RJ?
Camilla, se está afetando sua qualidade de vida, tem que pedir ajuda mesmo! Porque viver no "cinza" se pode viver colorido?
Para Anônimo.
"neuropsiquiatras"
É preciso tomar muito cuidado com esse tipo de afirmação. CUIDADO!
1. Nem todo neuropsiquiatras ou psiquiatra substitui o trabalho do psicólogo, depende da especialização específica do médico em questão. Exemplo disso é o psiquiatra que se especializou ou fez o curso de psicologia, ou fez especialização. Nem todos tem essa formação e muitos encaminham para o psicólogo. Eu trabalho com um.
2. Todo psicólogo sabe que só ele para um tratamento específico (exemplo: depressão) não basta. Um psicólogo nunca trabalha sozinho, sempre encaminha para outra especialidades. Sabemos que TODO tipo de ajuda e assistência é mais do que bem vinda. É o que a medicina busca atualmente: não só a multidisciplinaridade, mas a interdisciplinariedade e transdisciplinaridade.
3. Sabemos que não podemos psicologizar tudo, sendo assim, é nossa obrigação e responsabilidade encaminhar não só para psiquiatras, mas também muitas outras especialidades como: endocrinologistas, psiquiatras, neurologistas, neuropsiquiatras, cardiologistas…
4. Como eu já falei anteriormente, TODO tipo de ajuda é bem vinda. Formamos um exército, um batalhão. Sozinho, qualquer especialidade fica vulnerável.
Um Abraço!
P.S.
Sally, mais uma vez, Parabéns!
Sugestão:
Autoconhecimento e Autoestima
Somir já escreveu sobre autocrítica que é também muito importante.
Sugestão: Autocobrança
Opa, acho que vou procurar ajuda então. Já perdi 2 anos esperando isso passasse e afinal, não passa. O mais cansativo disso e gente falando que é frescura e te empurrando pra rua, forçando as coisas, um saco! A última vez que fui alí no café da esquina eu coloquei uns óculos escuros gigantes (a idéia de alguém me olhando nos olhos e medonha), uma camiseta com capuz tampando a cabeça e fui olhando ppra baixo. Não sei se suava de calor ou de pavor das pessoas, foi uma situação meio ridícula. O único contacto com pessoas e pela internet mesmo pq não atendo mais o telefone. Pra fechar com chave de ouro, estamos no inverno e ás 17 horas já está escuro e todo dia é um "domingo cinza". FFUUUU
@Somir: provavelmente você conhece faz tempo, mas não custa nada deixar a dica. http://www.terryballard.org/marvin.html
Cheque as recomendações: o despair.com é ótimo!
Luisa:
Parabéns pelo bom senso de procurar um psiquiatra (e não um psicólogo). Uma vez que seu quadro clínico pode eventualmente pedir o uso (continuado ou não) de um ou mais medicamentos como parte do tratamento (em adição à psicoterapia, que por sinal TAMBÉM pode ser ministrada por neuropsiquiatras), um psicólogo pode facilmente vir a não poder atender a todas as suas necessidades.
Boa sorte com o tratamento!
Somir, pare de postar com pseudônimo de "creusa"
Luisa, o mais importante é que dentro de você esteja claro que não se trata de frescura, incompetência ou força de vontade.
Leia livros sobre o assunto e obrigue seus familiares a ler também. Baixe textos na internet, procure por médicos, enfim, sua melhor arma é a INFORMAÇÃO.
Muito chato ter pessoas cobrando uma coisa que a gente não pode dar. Gera mágoa, frustração, ressentimento. Seria o mesmo que pedir para um paciente com hernia de disco "poxa, faz um esforço ai para curar a sua coluna, voce nao está colaborando!". Simplesmente não depende de você. Você não tem como controlar a quantidade de substâncias que são liberadas no seu cérebro ou como elas influenciam no seu comportamento.
Liberte-se dessa sensação de fracasso. E se puder, faça terapia. SEMPRE. Essas coisas deixam marcas que nos atrapalham para o resto da vida, quando e onde menos imaginamos.
E respire aliviada, o que você tem é tratável! Vai passar e um dia você vai se lembrar disso como uma coisa muito distante.
Anônimo da primeira vez: não seja injusto. O tom do texto depende da coluna que está sendo escrita. Colunas como Sally Surtada e Desfavor da Semana são para reclamar MESMO, mas temos outras, como o Desfavor Explica que não tem essa vertente.
Leia outros Desfavor Explica e comprove.
Anônima da família deprimida: não se desespere, não quer dizer que você vai ter depressão sempre, ou voltará a ter. Pode ser uma fase, algo que nunca mais se repetirá.
Uma coisa é SER uma pessoa com trantorno depressivo, outra coisa é ESTAR deprimida.
Sally, é muito bom ouvir isso agora. Sofro de depressao desde os doze anos (meus pais nunca levaram a serio, portanto nunca fui a um psiquiatra ou algo assim), e uma das minhas crises mais fortes foi agora, que nao consigo nem sair de casa. Me cansa ouvir as pessoas me dizendo q eu tenho q tentar senao eu nao consigo, pq de fato me faz sentir praticamente uma vergonha para os meus pais.Hj, com vinte anos, ja faço psicanalise e tento encontrar um psquiatra (todos eles saem de ferias e voltam em fevereiro/março). Mas seu texto me ajudou a abrir um pouco os olhos da minha mae para a questao de "frescura". Mesmo que eu tenha q enfrentar o preconceito de tds as outras pessoas que ainda acreditam nessa de "chamar a atençao".
Obrigada
Luisa
VOOOOOOOOOLTA SOMIR!
ESSA PORRA TÁ MUITO MELANCOLICA!
VOOOOOOLTA SOMIR!
VOLTA ESCROTIDÃO!
Sally, leio o blog há 1 ano e, é a primeira vez que vejo um texto que não seja pura revolta e reclamação.
Muito bom mesmo!
Poha, então eu descobri que tenho depressão tipo P. Meu pai tomava remédio antidepressivo, minha mãe não tomava mas tinha depressão M, então estou fudida dos dois lados. Só não sei ainda se tenho depressão P mesmo ou se a vida que é ruim, porque eu posso me achar deprimida mas se a minha vida for realmente uma merda, então já deixaria de ser doença.
Por nada, Iv.
Fico feliz de verdade em poder ajudar ao menos algumas pessoas.
Obrigada, Sally.
De coração.
Hugo, escreve um Desfavor Convidado!
Nada como um relato pessoal para deixar o texto mais interessante!
Anônimo, vou voltar ao assunto sim. Ficou muita coisa por dizer. Enquanto isso, se você quiser, te indico excelentes livros sobre o assunto!
Gabriel, muito bom que você pense assim, porque o que eu já escrevi de merda nessa vida…
Viu? de vez em quando a gente acerta.
Anônima Psicóloga, obrigada pelo elogio, vindo de uma profissional da área, é ainda mais especial.
Algumas pessoas tem uma visão equivocada de que psicólogo é coisa "para maluco" ou pior ainda, acham que pagar para conversar "com um estranho" é uma perda de tempo.
Você já deve ter escutado aquela frase babaca "para conversar eu sento em uma mesa de bar e converso com meus amigos, de graça"
Sempre que alguém me diz que não vai procurar um psicólogo porque "não acredita nisso" eu digo "pode procurar, porque psicologia não é religião, não precisa acreditar para dar certo, independe de fé"
O mundo seria melhor se as pessoas fizessem terapia. Todas elas.
Sabia que tinha dedo do Somir pela imagem escolhida.
________________________________
Bem já falei o que tinha de falar sobre isso no tópic dda.
Mas como vc disse, é um processo bioqumico que causa a depressão que muitas vezes não tem causa aparente. Só tem de regular isso ou …esperar passar, tentando não fazer besteria até la.
PS.: Se precsar de informações quad for escrever sobre TB, tenho muitas, alem de relatos de quando estive no HEPA.
Excelente texto (e excelente escolha da imagem)
Por favor Sally, escreva mais sobre o assunto! Principalmente sobre os tratamentos alternativos
Textos como esse fazem você ser perdoada por qualquer merda que já tenha escrito antes.
Mas sério agora, excelente o texto, muito bom mesmo. Me fez repensar a postura que tenho com relação a um amigo que tem depressão, obrigado.
Sally, muito obrigada por falar sobre esse assunto. Sou psicóloga e é muito bom ver que há pessoas que estimulam outras a procurar ajuda, e mais ainda, todo tipo de ajuda!
Buscar ajuda não significa fraqueza. É o primeiro ato de amor próprio, humildade, e principalmente, respeito às próprias limitações.
Parabéns!
Tia Sally só escreve o texto e manda por e-mail.
Tio Somir revisa, formata e ilustra, mesmo de férias.
Tia Sally usa uma imagem do Marvin e depois o Tio Somir que é Nerd?
Santo Desfavor
Poxa tia Sally, fiquei trsite lendo o texto…
Temas como o de segunda são melhor!
Eu tenho uma rápida recaptação da serotonina em minha fenda sináptica, por isso 60 mg de citalopram para inibir isso.
E me deprimo sem motivos aparentes, quando sem remédios.
E… me irrita pessoas com frescuras que se dizem deprimidas.
Ps: Não esqueci do desfavor convidado sobre o TPB, estou trabalhando nisso. Uma linha por dia.