Desfavor Explica: Distúrbio de Déficit de Atenção
| Sally | Desfavor Explica | 52 comentários em Desfavor Explica: Distúrbio de Déficit de Atenção
Você tem dificuldade em se concentrar? Você sente que tem que fazer um esforço enorme para desempenhar atividades simples que o resto das pessoas faz com facilidade? Você esquece de coisas que são consideradas importantes e é recriminado por isso? Você tem dificuldade para organizar seu tempo e suas tarefas? Você tem dificuldade para se concentrar e que quanto mais você tenta pior fica? Você tem vários projetos mas tem dificuldade em tirá-los do papel ou concluí-los? Você tem baixa tolerância a frustrações? Tem problemas em se fazer entender ou explicar seus pontos de vista? Se sente incompreendido, inadequado e injustiçado? Tem episódios de descuidos ou adiamento de tarefas recorrentes em sua vida?
Você pode ter o chamdo Distubio de Déficit de Atenção ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Nada grave, muitos nem mesmo classificam como “doença” e sim como um jeito diferente de funcionar. O objetivo destas linhas leigas que escrevo não é estimular ninguém a tomar remédio ou a se tratar, é apenas tirar o peso das costas de muitas pessoas que não entendem porque são assim e se sentem fracassadas, sem força de vontade e burras. A frase que resume a intenção da postagem de hoje é: NÃO É CULPA SUA, você não podia fazer diferente, independente de força de vontade.
O Distúrbio de Déficit de Atenção tem como característica principal a dificuldade em se concentrar em uma atividade por muito tempo quando esta atividade não desperta o interesse da pessoa. Porém, quando a atividade cativa, acontece justamente o contrário, vemos um “hiperfoco” onde se chega a perder a noção de tempo. Um exemplo: uma pessoa com DDA vai ter muita dificuldade (ou até total incapacidade) de sentar para estudar uma matéria que considere chata por horas. Porém, se gostar de jogar video-game, pode ficar jogando por horas e horas, perdento totalmente a noção do tempo. Não é falta de força de vontade de estudar, é uma difunção bioquímica em seu cérebro. Não é vagabundagem, é uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal.
Pessoas com DDA tem muita dificuldade em se organizar, seja fisicamente (ambiente de trabalho e quarto bagunçado, por exemplo) seja internamente (frequentemente tem a noção equivocada que vai dar tempo de fazer tal coisa e acaba que não dá, gerando atrasos, estresse e desgaste). Infelizmente poucas pessoas tem conhecimento profundo o suficiente para saber que não é vagabundagem, não é descaso nem sacanagem. A pessoa genuinamente erra no cálculo, por mais evidente que seja que o atraso ocorreria, ela acredita sinceramente que vai dar tempo. Além de se atrasar, esquecimentos também trazem problemas aos DDAs. Não raro eles esquecem coisas importantes, como ir buscar alguém em algum lugar e coisas que inclusive são de seu interesse. Os esquecidos se sentem menosprezados e desvalorizados, mas não se trata disso. Alguns esquecem até mesmo nomes!
Não dá para falar do assunto com a profundidade que ele exige, meu limite de quatro páginas só me permite dar uma pincelada. Sugiro que quem tiver interesse em um diagnóstico faça um dos muitos testes disponíveis no Tio Google para verificar se vale a pena procurar um médico ou não. Não tomem o que está escrito aqui como diagnóstico ou verdade absoluta, pois além de não ser médica, não dá para falar do assunto em quatro páginas a menos que se faça uma generalização grosseira. Sim, este texto é uma generalização grosseira. A intenção é apenas chamar a atenção para a possibilidade, caso em que a pessoa deve procurar um neurologista especializado para tentar fazer o diagnóstico. Não existem exames que comprovem o DDA, o diagnóstico é feito com base em uma boa conversa, perguntas e respostas e até mesmo através de uma conversa com os pais.
Todas as pessoas com DDA tem dificuldade de concentração, porém existem três características que podem predominar , juntas ou separadas, no DDA: 1) Desatenção, 2) Impulsividade (ou ansiedade) e/ou 3) Hiperatividade. Estes três fatores podem coexistir ou um deles pode predominar. O tipo Desatento puro é o mais difícil de diagnosticar (e é mais comum em meninas), pois a criança é calminha quietinha, ninguém sequer imagina as dificuldades que ela sente diariamente para tentar acompanhar uma aula ou fazer um dever de casa. São pessoas sonhadoras, que vivem “no mundo da lua”, perdidas em seus penamentos, divagando. Sofrem caladas em uma luta diária para conseguir prestar atenção quando isto lhes é exigido. O Impulsivo (ou ansioso) costuma responder as perguntas antes que o interlocutor termine a frase, tem dificuldade em esperar a sua vez em filas e outras situações similares e vive interrompendo os outros. É comum vermos pessoas assim fazendo escolhas importantes de forma impensada e até mesmo se colocando em risco. O tipo Hiperativo é aquele que tem dificuldade de ficar muito tempo parado ou sentado no mesmo lugar (se balança na cadeira, sacode as pernas, batuca) ou até mesmo levantando e saindo quando se espera que fiquem parados naquele lugar. Também falam em excesso, estão sempre ativos, passando a impressão de que enfiaram uma Duracell no fiofó da pessoa.
O DDA se manifesta ainda na infância e pode acompanhar a pessoa para o resto da vida. Claro que com o passar dos anos, de tanto levar esporro e se ferrar, a pessoa acaba desenvolvendo mecanismos para atenuar ou disfarçar os sintomas, então existem grandes chances de que chegue na vida adulta demonstrando menos do que demonstrava na infância, o que não quer dizer que os sintomas tenham diminuído. O resultado desta desatenção crônica somada e eventual ansiedade, impulsividade ou hiperatividade podem ser problemas sociais, conflitos familiares, baixa auto-estima e desorganização interna. Os pais frequentemente não percebem que o filho não lhes dá o retorno esperado não por preguiça, falta de vergonha na cara ou acomodação, e sim porque é INCAPAZ de fazê-lo. Com isso, cobram cada vez mais, sendo cada vez mais severos no modo de repreender. A criança, por sua vez, não costuma admitir que não consegue dar o que lhe é pedido porque ninguém acredita e fica cada vez mais magoada e revoltada com o esporro injusto, sem contar com a frustração de não conseguir agradar ou ser aceita. Algumas vezes até faz parecer que é assim “de propósito”, para sair por cima.
Cobrar concentração, atenção e comportamento “padrão” de um DDA é como cobrar de uma criança paraplégica que ela corra. A diferença é que a limitação da criança paraplégica é bem evidente, então, as pessoas sentem compaixão e não cobram o que a criança não pode dar. Infelizmente as dificuldades de uma criança com DDA estão ocultas e ela aparenta ser uma criança padrão, então, os pais não tem como saber destas dificuldades e frequentemente cobram o impossível de seus filhos. As crianças, por sua vez, tendem a camuflar essa incapacidade como rebeldia ou outra coisa que faça parecer que elas são assim “porque querem” e não por uma incapacidade, talvez por vergonha ou medo de decepcionar os pais. Com isso os pais pensam que o filho é um vagabundo sem vergonha na cara e o massacram em críticas, cobranças ou punições.
Vejam bem, nem toda criança que não fazem suas tarefas ou são agitadas tem DDA. Vejo um excesso ultimamente, pais medicando filhos travessos para ter um pouco de paz. Não se trata disso. Só quero levantar a lebre de que, EM ALGUNS CASOS, PODE SER Distúrbio de Déficit de Atenção. Em caso de dúvida, vale a pena uma consulta a um médico especializado, ou até mesmo a mais de um, leitura de livros sobre o assunto, maior atenção a determinados comportamentos e uma conversa franca com a pessoa que supostamente teria DDA. Mas é preciso ter em mente que também pode ser qualquer outra coisa que não DDA, inclusive pode ser nada.
Muitas vezes, mesmo diagnosticado o DDA, não é necessário tomar remédios. Em minha leiga opinião, acredito que o maior ganho que a pessoa tenha seja tirar o peso da “incompetência” das costas e poder pensar NÃO ERA CULPA MINHA, eu nunca consegui me concentrar para estudar, para fazer tarefas, ser pontual, ser organizado, ser atento, ser detalhista ou o que quer que seja, mas NÃO ERA CULPA MINHA, não era falta de força de vontade, não era burrice, não era corpo mole. Era a falta de uma substância no meu cérebro e não importa o quanto eu tentasse, aquilo não era viável para mim. Tirado este peso das costas, a pessoa com DDA, ciente de suas limitações, pode aprender a criar mecanismos para viver do seu jeito, com as suas particularidades, explicando aos outros o que pode dar e o que não pode. Nem sempre é necessário uma medicação, vai depender do quanto o DDA atrapalha a vida da pessoa.
Normalmente pessoas com DDA escolhem instintivamente trabalhos que não impliquem em prazos, atividades que demandem concentração ou monotonia. Por exemplo, seria um tanto quanto insensato uma pessoa que tem dificuldade de ficar muito tempo sentada, dificuldade de concentração, dificuldade com pontualidade, querer ser um advogado, profissão onde a perda de um prazo pode acabar com os direitos do cliente e onde se exige alto poder de concentração. Costumam se dar muito bem em profissões onde possam fazer seus próprios horários e trabalhar quando lhes bate inspiração e onde criatividade seja mais valorizada do que prazos.
Pessoas com DDA costumam ser mais criativas que o resto de nós, tem pensamentos muito originais e inovadores e uma forma de ver o mundo diferente. Também podem ser muito mais afetivos e intuitivos. Apesar de apresentarem dificuldade para o aprendizado padrão na escola, fora dela tem uma capacidade de aprender muito superior à do resto das pessoas, desde que não sejam obrigados a apender por métodos rígidos. Não raro aprendem a tocar instrumentos musicais sozinhos ou a mexer de forma quase que profissional em computadores apenas usando tentativa e erro.
É muito importante que a pessoa que convive com um DDA também estude o assunto e aprenda como é este jeito diferente de funcionar, para que não lhe cobre coisas que ele simplesmente não pode dar e gere uma rotina de ressentimentos e mágoas. Sobretudo as mulheres, que tendem a medir o amor de um homem pela atenção que este dá ao detalhes. Não, ele não vai reparar se você mudar o cabelo de loiro para moreno (ou vice-versa), não vai lembrar a data de aniversário de namoro (talvez nem lembre do seu aniversário) e não vai prestar muita atenção no que você fala se você não criar mecanismos para prender a atenção dele e exercitar seu poder de síntese. Mas isso não quer dizer que ele não te ame, quer dizer que o cérebro dele funciona de forma diferente . Não é culpa dele, ok? Aceite-o como ele é ou procure alguém que tenha o perfil que você deseja.
Ao diagnosticar o DDA (e ele existe em vários graus) você deve ZERAR na sua cabeça todos os padrões e conceitos sociais e estudar o assunto para entender o que aquela pessoa, seja ela pai, filho ou marido pode te dar. Você deve reconstruir suas expectativas e aprender como lidar com esta pessoa tão diferente de você. Não se trata de ter pena ou de bondade com uma “deficiência”, pois não há deficiência alguma, há apenas um jeito diferente de funcionar, limitações. Não é incapacitante, apenas requer adaptações.
Através da estimulação correta e dos mecanismos corretos, uma pessoa com DDA leva uma vida feliz e normal, mesmo sem tomar medicação. Relógios com timer para alertar a hora de iniciar uma tarefa qualquer, um quadro branco onde se escrevem lembretes das tarefas do dia, horas do dia onde se mantem total silêncio na casa para que a pessoa consiga estudar… cada família descobre seus próprios mecanismos, com muita conversa, tentativa e erro. O importante é não alimentar raiva e revolta (porque sim, DDAs podem ser muito irritantes às vezes), respirar fundo e pensar que a pessoa não é assim por birra, porque é egoísta ou porque é babaca, na verdade, algumas vezes ela não tem escolha.
Descobrir o DDA também pode ser libertador para os pais, que frequentemente se perguntam onde foi que erraram na criação do filho para que ele seja tão “irresponsável”, “descuidado”, “acomodado”, “desleixado” e outros adjetivos pejorativos. NÃO É CULPA DE NINGUÉM, é um jeito diferente de funcionar. Os pais não erraram, porém temem que seus filhos não tenham sucesso na vida e não sejam capazes de desenvolver seus talentos (ou até mesmo de se sustentar) em função de sua desatenção e demais sintomas. Não há erro na criação do filho, o que há é uma estrutura cerebral que não trabalha “conforme o esperado”.
Eu sei que ainda existe muita gente TOSCA no mundo que vai achar que isso é balela, é desculpa para passar a mão na cabeça de vagabundo ou que isso é tudo invenção dessde médicos modernos, e me bate um desespero em pensar nos seus filhos com DDA, sendo cobrados de forma massacrante e nas consequencias disto a longo prazo, então, Desfavor mata a cobra e mostra o pau, para ver se estas pessoas aceitam de uma vez por todas que DDA não é modismo, não é invenção e que não há qualquer controvérsia sobre sua existência.
Vejamos as fotos abaixo.
A primeira foto é a de um cérebro padrão. A segunda foto mostra o cérebro de uma pessoa com DDA em descanso e a terceira foto mostra o cérebro de uma pessoa com DDA tentando se concentrar. Os “buraquinhos” na imagem do cérebro com DDA mostram as áreas onde há menor metabolismo de glicose, ou seja, onde ocorre a chamada “hipofunção”. Esta hipofunção significa que há uma grande quantidade de neurônios que pulsam mais devagar que o esperado. Assim, quando um DDA tenta se concentrar, sua atividade cerebral DIMINUI em vez de aumentar, daí a sensação tão comum de “quanto mais eu tento, pior fica”. Simplesmente não é viável obrigar um DDA a sentar e estudar ou praticar qualquer atividade que demande concentração por longo período de tempo forçado, ele é neurologicamente incapaz de fazê-lo. Isto não o torna burro, muito pelo contrário, costumam ser mais inteligentes do que a média, isto apenas faz necessário que ele seja estimulado de uma forma diferenciada.
O cérebro funciona através de descargas elétricas, que são a “forma” de comunicação de um neurônio para o outro. Então, como foi dito, o DDA gera um “excesso de atividade de ondas lentas” no córtex pré-frontal, o que gera uma diminuição das funções desta área. E quais são as funções do córtex pré-frontal? O córtex pré-frontal é responsável funções de controle voluntário da atenção, planejamento, julgamento e tomada de decisões, auto-controle, sensibilidade a conseqüências de longo prazo e controle motor fino. Isso explica muita coisa, inclusive porque muitos DDAs tem uma letra horrenda dos infernos. Quando o pré-frontal apresenta hipofunção, com excesso de ondas lentas, ele não envia os sinais necessários para que outras áreas do cérebro possam funcionar adequadamente e estas funções desempenhadas pelo córtex pré-frontal podem ficar comprometidas. Após esta descoberta, vem sendo desenvolvido um tratamento não invasivo e não medicamentoso chamado “Neurofeedback”, sobre o qual eu adoraria discorrer, mas o limite mesquinho de quatro páginas me impede.
Alguns remédios podem aumentar a capacidade de concentração da pessoa e minimizar outros sintomas desagradáveis. O remédio mais conhecido é a Ritalina, mas não é o único. Muitas vezes, entendendo seu padrão de funcionamento, a própria pessoa pode se condicionar e amenizar alguns comportamentos sem remédio algum. Tudo vai depender do quanto o DDA está atrapalhando ou prejudicando a pessoa. Além de eventual tratamento médico, acredito que se estiver ao alcance da pessoa, poderia ser benéfico um acompanhamento psicológico, principalmente daquelas que descobriram o DDA na vida adulta. As cobranças, brigas, frustrações e sensação de inadequação podem atrapalhar a vida e quem passou por isso.
A mensagem que fica é: se você descobriu que tem DDA, se perdoe e se ame, todos os erros relacionados às funções do seu córtex pré-frontal não foram resultado de falta de força de vontade nem de burrice. Não é culpa sua, não é culpa de quem te criou. Aceite-se, ame-se e crie mecanismos para conviver em paz consigo mesmo e com os outros diante da sua nova realidade. Estude, entenda-se e recomece sua vida, desta vez com conhecimento real do que esperar de você mesmo.
FAQs
“Mas Sally, no começo do nosso namoro meu namorado com DDA prestava atenção em mim e em tudo que eu falava, mas agora não presta mais atenção. Isso quer dizer que ele tem a capacidade de prestar atenção em mim, e agora simplesmente está me tratando com desleixo, será que ele não gosta mais de mim?” – NÃO! Como eu expliquei, atividades novas e empolgantes podem desencadear um hiperfoco no DDA e fazer com que ele fique preso a aquela atividade por horas concentrado nela. No começo de namoro tudo é novidade, tudo é excitante. Não que você não continue sendo interessante para ele, mas simplesmente não é aquela febre do começo – e nem seria normal se fosse. Não meça o amor dele pela atenção, meça pelos atos. DDAs podem ser muito mais generosos e dedicados do que pessoa tidas como “normais”.
“Sally, meu filho é DDA mas também é burro. Pegunto para ele se ele fez a lição de casa e ele simplesmente mente dizendo que fez e horas depois eu constato que não fez porra nenhuma! Como pode ser tão burro de mentir em uma coisa que sabe que vai ser descoberto?” – Não, ele não é burro. Ele tem traços de impulsividade, ansiedade e hiperatividade. Ele não mede consequencias e tem dificuldade de visualizar a consequencia dos seus atos a longo prazo. Pense com a cabeça dele: uma criança que chega da escola louca para brincar, quando a mãe pergunta se fez o dever. A ansiedade e inquietude para brincar é tanta que ele dispara um “sim” sem pensar em mais nada, porque quer brincar a qualquer custo, ele não teve a capacidade de prever as consequencias dos seus atos. Alguns DDAs se comportam de formas quase que suicida quando querem muito uma coisa, não medem as consequencias e não conseguem ler as placas de “Pare”, ficam momentaneamente cegos. Não é burrice, é impulsividade.
“Sally, meu filho DDA não gosta de ir para a escola. É um transtorno acordá-lo, convencê-lo a ir para a aula e fazer os deveres e estudar. Ele é um vagabundo, preguiçoso, acomodado que vai ser um fracassado na vida?”. Imagine um lugar que seja seu pior pesadelo, onde você tivesse que enfrentar todos os seus medos e te expusesse a um desconforto enorme. Este lugar costuma ser a escola para um DDA. Além de ser obrigado a ficar horas sentado e quieto, ainda é obrigado a ficar tentando se concentrar para entender as aulas e fazer as tarefas, na maior parte das vezes sem sucesso. É frustrante, é cansativo, é desesperador. Seu filho não é um vagabundo, seu filho está sofrendo por estar em um ambiente quase que incompatível com seu funcionamento cerebral. Estimule seu filho de formas diferentes, criativas, divertidas e sem pressão e você verá retorno. Muitas vezes a própria escola promove algumas alterações na dinâmica da aula que resolvem o problema.
“Convivo com um DDA e sei que pode parecer implicância minha, mas eu tenho a clara impressão de que ele está sempre procurando conflitos. Ele abre a boca e fala um monte de coisas que evidentemente vão causar brigas, qual é o problema dele? Falta de noção? Ou ele gosta de brigar?” – DDAs com traço de impulsividade falam sem pensar, o que muitas vezes acaba por lhe trazer problemas. Falam e não entendem porque a pessoa se exaltou tanto reagindo ao que foi dito. Além deste agravante, DDAs podem mesmo buscar conflitos de forma inconsciente, não porque sejam encrenqueiros, mas porque o conflito estimula seu córtex pré-frontal. Eles não planejam bucar conflito, eles não sabem que buscam conflito e se você perguntar eles negarão que o fazem, mas muitas vezes fazem sim. Provocar conflito ou confusão é uma forma de estimular, de “ligar” a parte do cérebro na qual eles tem uma disfunção. É como turbinar um carro lerdo. Se elas conseguem que seus pais ou cônjuges tornem-se agitados ou gritem com elas, isso pode aumentar a atividade de seus lobos frontais e ajudá-las a sentirem-se mais sintonizadas. A busca pela estimulação desta parte do cérebro é tanta que DDAs se utilizam de outros mecanismos inconscientes para tal, como por exemplo, remoer problemas. O tumulto emocional gerado pela preocupação ou por estar aborrecido produz agentes químicos de estresse, que mantêm o cérebro ativo. O que fazer? Não dê ao DDA o que ele procura. Não arrume confusão, não brigue. Isto vai desencorajar sua busca por conflito, pois não vai ter a “droga natural” que seu cérebro precisa: estresse, gritaria, confusão. É difícil, principalmente quando se trata de uma criança, eu sei, mas é o melhor, pois o uso crônico do estresse para auto-estimulação cerebral a longo prazo ferra com o sistema imunológico da pessoa e traz outras consequências graves. Não alimente o troll.
“Sou DDA e algumas coisas ajudam a aumentar minha concentração, como café, açúcar, Coca-Cola e cigarro. Acabei de tornando dependente delas e tenho medo de me tornar dependente de coisas mais pesadas, meu medo procede?”! – Sim, DDAs tem propensão ao vício não apenas para amenizar os sintomas de déficit de atenção como também em função de diversos outros fatores físicos, emocionais e sociais. O vício pode ser em drogas, em alcóol ou até mesmo em comida. São apenas muletas, o ideal é que você consiga viver bem sem depender disso.
Para saber mais sobre o assunto, recomendo alguns livros. Para um primeiro contato, um livro bem simples e didático é o “Mentes Inquietas” de Ana Beatriz Barbosa Silva. Para quem quer se aprofundar tem um livro muito bom de Russell Barkley e outro bem interessante (sobretudo quando o foco são crianças) de Thomas W. Phelan. E tem também o e-mail da Tia Sally.
Querido, muito obrigada pelo texto! Nunca me senti tão compreendida em palavras! Nem eu mesma me descreveria melhor! Nós nascemos com um problema, mas a ciência há de, com o tempo, isponibilizar os medicamentos para nós como para um diabético, quando os médicos souberem diagnosticar e não saírem simplesmente distribuindo receitas de ritalinas! Fui em 5 psiquiatras para ser diagnosticada com certeza. Fiz questão! Sou hoje uma pessoa muito mais feliz!
Ô Sally…seu texto engloba pessoas do DDA com ou sem hiperatividade? Ou os dois? Existem muitas ramificações. Esses são os aspectos em comum à todos os DDAs independente da ramificação? É que vou desenvolver um artigo sobre isso.
Outra coisa Sally, eu sei que você não é psicologa mas preciso da ajuda de uma pessoa que entenda um pouco desse assunto para me ajudar antes de ir a um psicólogo. Os meus sintomas são um pouco mais complicados e temporários e mais alguns que não foram citados, mais ou menos isso. Obrigado.
O mais comum é que a hiperatividade esteja presente, mas existe a versão sem também. Meu texto serve para qualquer dos casos.
Como eu posso te ajudar? Me manda um e-mail com mais detalhes e a gente troca uma ideia…
Obrigado mais uma vez, te mandarei um e-mail.
:D
Bem…Voltei a este assunto por um oportunismo inconveniente.
Estive 2 semanas internado em uma clinica (HEPA pra quem conhecer) me tratando de um surto bipolar.
Pra quem acha muito bonito se dizer bipolar pela modinha ou por descobrir que (BEM supostamente) muita gente criativa e famosa também o é; aviso que não é nada legal. Ser privado de um monte de coisas basicas, ser amarrado, as vezes dopado ate acertarem sua dosagem,etc
Não vem ao caso agora se foi pela fase da mania (euforia) ou pela depressão. Mas não é legal conviver num mesmo dia com sensações que vão desde ser o cara mais legal e empolgante da turma ate a vontade de resolver todos os problemas da sua vida, acabando com ela.
E ter de admitir e aceitar o fato de que vc nem sempre pode ser forte e de que precisa sim usar a porra da medicaçao sem falhas, senão vc pode fazer coisas que podem mudar sua vida rapidamente, e geralmente pra pior.
Bem…nem sempre gosto de me expor dessa forma, mas acho importante que o que passei fique de aviso.
Também fiquei surpresa com a quantidade de leitores habituais do blog que tem algum tipo de transtorno.
Eu nunca comento, mas sempre leio. Tenho transtorno bipolar, mas não de "modinha". Tenho diagnóstico há anos, faço terapia com uma psicóloga, e tomo medicação orientada por psiquiatra. Já fui cobaia de muitos remédios, até que achei o que melhor "combinou" comigo, sem efeitos colaterais fortes, e agora estou mais "estabilizada". Meu transtorno é hereditário (pai e irmão diagnosticados e alguns casos de doença mental na família).
E olha, não é nem um pouco fácil, mas quando você procura tratamento com profissionais adequados e aprende a reconhecer suas limitações e a descobrir formas alternativas para elas, dá para fazer milagres e ter qualidade de vida, sim!
Adorei a postagem, e mais ainda, os comentários. Obrigada por trazer o assunto ao blog, Sally!
Ps.: eu gosto do blog pela ousadia, pela forma de escrita escrachada, pela inteligência e pela variedade de assuntos. Os textos que me chamam mais atenção são os da Sally. Não. concordo com tudo que ela escreve, mas percebo que tenho afinidade de ideias com ela na maioria das situações.
Suellen, DDA é hereditário. Quando um dos pais tem DDA existe quase 50% de chances de que o filho também tenha.
Seu problema de insônia pode ser por causa do DDA sim, acho que vale a pena procurar um médico! Não faz bem ao organismo dormir três horas por noite! Faça algo a respeito!
'Nossa… boa parte dos nossos leitores tem DDA! Porque será que visitaram e acabaram ficando no desfavor?'
Pergunto a quem DDA, bipolar e afins: vocês têm irmãos, parentes também com essas síndromes?
Porque tenho vários familiares com DDA, depressão, tendências suicidas e fico a pensar se perdi muitos anos tentando contornar esses sintomas, principalmente dormir 3h por noite há quase dez anos.
Obrigado a Sally e a todos aqui por esclerecer muitas coisas.
Suellen
Os OUTROS que deveriam tomar remédio para ficar mais parecidos comigo.
Oh,Chuck, senhor de todo o conhecimento, ser onisciente e onipotente, por favor nos ilumine com o seu radiante conhecimento sobre siglas e domínio do idioma pátrio, por que eu, do fundo do meu coraçãozinho ADHD-PI e disléxico, necessito de conhecimento…
Putz acho que sou o unico leitor normal dessa bagaça de brrrog aqui.Porisso nau vou puxar o saco da Sally seus bando de puxa saco´.
Eu naum tenho TOC DDA TNB PNP ENB kkkkkkkkkkkk(gripe suina) Se é que vcs sabem o que significa as (siglas) ai ne.So sou um pouco CFD heheheheh
Pelo Depakote, eu havia entendido o Hugo… Tomo o 1500 mg do ER como moderador de humor. Embora não seja bipo, seja TPB, também é necessário por causa da ciclagem rápida de humor.
Ah, relendo o que escrevi, da a impressão que eu tenho DDA, o que não é verdade, muito pelo contrário.
Eu sou bipolar tipo 1. DDA é minha namorada. hahahaha.
Então de transtornos e drogas eu entendo.
Sally,
o simples fato de, no mundinho medíocre em que vivemos, vc poder ser vc mesmo (ainda que escondido atrás de um apelido ou mesmo anônimo), falar o quem pensa sem hipocrisia, sem se preocupar com os comentários dos outros e sem ter que usar eufemismos para "pensar" faz com quem o blog seja um lugar onde a gente se sinta muito a vontade, tendo ou não DDA.
além de nos trazer informações relevantes (tah bom, nem sempre tão relevantes) transmitidas com humor inteligente de forma leve e compreensível para TODOS os públicos (até mesmo os kkkkkkk gripe suína).
*lágrimas nos olhos*
A leitura é interessante, estimulante… em alguns textos, outros nem tanto, eu leio por partes… um parágrafo agora, outro daqui um tempo quando lembrar de novo.
Também leio de trás pra frente quase sempre.
Menos mangás que … ah, deixa pra lá.
Tia Sally:
O que nos atrai aqui é a extrema falta de foco do blog como um todo. Cada hora vocês escrevem sobre um troço diferente e o limite de quatro páginas é perfeito. Parece até que o Somir projetou esse blog especificamente para nós!
Poxa, Lilith, fico muito feliz em ler isso!
Não sei dos outros Sally, mas pra mim é a forma da escrita, além da similaridade de idéias. E já que o DDA e a dislexia me atrapalham bastante na hora de me expressar, principalmente por escrito, aqui acabou sendo o lugar onde eu posso ler aquilo tudo que eu penso…
Nossa… boa parte dos nossos leitores tem DDA! Porque será que visitaram e acabaram ficando no desfavor?
Tem algo aqui diferente dos outros blogs que seja especialmente atraente para vocês? A forma de escrita ou algo do tipo?
DDA esta quase virando muleta e modinha como a bipolaridade.
Desde adolescente eu sofria com isso e não sabia. Depois de muito tempo, aceitei o fato de que precisava me tratar e que isso não ia mudar minha personalidade.
Passei por 3 experiencias com conjuntos de remedios. O depakote me deixava bem pra baixo por exemplo. Mas agora nesta terceira me sinto muito bem.
Acho que não é por um sintoma isolado que se deve fazer isso, mas é bom a pessoa perder preconceito e procurar psiquiatra e psicologos pra perceber que nem sempre seu problema é de carater, personalidade ou inteligencia. As vezes é só um desequilibrio quimico que pode ser tratado.
"O DDA não é culpa sua, mas o buraco na auto-estima que você vai fazer se insistir em cobrar o que ele não pode ter dar é."
A mais pura verdade, ainda bem que resolvi me aceitar como sou e minha vida melhorou 100%.
E porra, eu consigo a proeza de me perder indo pra casa do meu pai, que só tenho que virar 1 esquina e o resto do caminho é uma fuckin' linha reta(e nem é tão longe da minha casa)…GPS e Google Maps no celular salvou a minha vida…
No mais, povo do "acho que tenho algum distúrbio" vagamente baseado em meia dúzia de sintomas, bora procurar um médico, pq como o Deja disse, não é nada 'cool' ter distúrbios, por mais que estejam na moda…
Sally, haldol eu não uso há um tempo, mas tenho seroquel… o problema é que pretendo fazer sexo no final de semana, vou só engolir meu depakote para desacelerar um pouco.
E novamente, quem tem algum traço dos que foram citados, de forma que atrapalhe sua vida, procure um especialista. Hoje em dia parece ser "cool" ter um transtorno, seja qual for, mas quem sofre, sabe como é terrível e esconde como pode o que tem.
São quase 5 anos me consultando com diversos psiquiatras, fazendo terapia, muitos diagnósticos… ainda mais quando se tem mais de um "defeito" (isso pode confundir os especialistas)… Experimentando diversas drogas, sentindo seus efeitos colaterais. Por exemplo, carbolitium (carbonato de lítio), droga antiquada, derrubava minha pressão ao ponto de eu desmaiar, enjôos terríveis, fraqueza nas pernas e dificuldade de andar, DIARRÉIA… outros como depakote que eu uso, me fizeram engordar 20 kg, citalopram… anejaculação até se acostumar, sono em demasia. Fora outros problemas como preconceito, como uma amiga com o mesmo problema que eu, cometeu o erro de participar de comunidades sobre o nosso problema, e com isso perdeu oportunidades de emprego e um recrutador ainda disse que foi por isso! "não queremos pessoas problemáticas".
Enfim, não é legal…
Divagar e parar em outra cidade porque errou uma entrada, não conseguir preencher uma folha de cheque às vezes, só conseguir ler livros extremamente interessantes ou ao menos de "contos" (Chuck Palahniuk e Stephen King são os únicos nos quais tenho hiperfoco e termino um livro de mais de 200 páginas em umas 5 ou 6 horas), bem, tudo isso, é o menor do meus problemas.
Se um dia quiserem um "Desfavor convidado" sobre TPB, posso escrever com propriedade. Porque mesmo muitos médicos não entendem isso, há poucos especialistas… não é algo da "moda" como "transtorno bipolar" também.
Mudando, é? Antes condenava…
O Somir tem isso ne nao?
Aos pais: filhos com DDA vivem em um sofrimento silencioso cruel que deixará marcas para o resto de suas vidas. Estejam atentos a seus filhos e às suas dificuldades. Na dúvida, procurem médicos. Não cobrem o que seus filhos não podem dar.
O DDA não é culpa sua, mas o buraco na auto-estima que você vai fazer se insistir em cobrar o que ele não pode ter dar é.
A todo o resto que eu não respondi: fico muito feliz em saber que meu texto ajudou. Muito feliz mesmo.
Sou cercada de DDAs, por isso sempre estudei muito o assunto. Se quiserem trocar uma idéia por aqui ou por e-mail, fiquem à vontade.
E não, vocês não são uns merdas por ter DDA, se fossem eu diria sem dó, vocês sabem disso. Só tem que aprender a jogar com as cartas que tem. Acreditem, vocês levam vantagem em muita coisa quando comparados com as "pessoas normais".
Deja, você é mais interessante sem o antipsicótico. Gosto da versão hardcore. MAS, considerando que você vem me ofuscando nos xingamentos, peço que caia de boca no Haldol…
Anônimo que se perde: tenho uma grande amiga com DDA que mora a quatro quarteirões da minha casa e ela se perde quando vem aqui, ela se perde FUCKIN´ A PÉ! Ela consegue errar o caminho a pé!
Quando ela chega atrasada eu falo "Se perdeu, né?" e ela ri e diz "Só você acredita em mim…"
É normal. A pessoa divaga, a mente parece que entra em standby, pensa em outras coisas e quando você vai ver tá lá na pqp. Mais ou menos como quando pessoas "normais" se distraem e perdem o ponto do ônibus ou do metrô na hora de saltar, só que ampliado.
Anônimo da depressão: não acho que pessoas com DDA sejam defeituosos. E olha que eu não digo isso a toa não, vide postagem de 24 de janeiro de 2009, onde defendi que pessoas com Síndrome de Down não podem ter filhos.
É um jeito diferente de funcionar. Só que infelizmente a porra do mundo moderno se baseia justamente naquilo que falta ao DDA. Mas… quem disse que isso é o correto?
É fato que o atual esquema de avaliação de escolas é burro. As provas não medem nada. Nos tempos em que tudo era diferente e o que se valorizava era a criatividade, muitos DDAs eram admirados e reconhecidos.
Beethoven, Graham Bell, Leonardo DaVincci, Walt Disney, Thomas Edison, Albert Einstein, Galileu Galilei, Heminguay, Mozart, Napoleão Bonaparte, Newton, Nostradamus, Picasso, Rodin, Socrates, Van Gogh, Tolstoy e Rodin são apenas alguns nomes. Tá mal acompanhado?
Mesmo hoje em dia, quando se requer inovação e criatividade, temos DDAs bem sucedidos: Spilberg, Jim Carey, Michael Jordan, John Lenon e Magic Johnson são apenas alguns exemplos.
O importante é que você SE OBSERVE, SE CONHEÇA e aprenda a explorar seus pontos fortes ao máximo e tente não exigir dos seus pontos fracos.
Vamos lá, sobre a Ritalina: eu ia colocar um parágrafo sobre ela, mas como o texto passou do limite de páginas tive que cortar.
A Ritalina é um ESTIMULANTE, o que pode deixar a pessoa "normal" ligadona ao tomar. É um estimulante bastante forte, fazendo uma brincadeira boba, é como se a pessoa tomasse dez litros de café.
Dai você me pergunta "Mas Sally, porque *&¨%$#@! alguém daria um estimulante para uma pessoa que já é hiperativa? Não faz sentido!". E a Tia Sally te explica.
Vamos imaginar que o Prefeito de um Município fosse muito preguiçoso e relapso, dorme o dia todo, não se preocupa com nada. Durante sua gestão, o Município está uma bagunça: assaltos, brigas, pessoas sem pagar impostos, sem coleta de lixo, sem hospital, etc. E o Prefeito lá, sem esquentar com nada, apático o dia todo. Então, alguém dá um estimulante ao Prefeito, que "acorda" e vê a bagunça que seu Município virou e decide colocar ordem nas coisas.
A Ritalina dá um estimulante ao Prefeito, e não ao cidadão enlouquecido. Estimula a parte do cérebro que coordena, que organiza, e não a parte motora. O Prefeito seria o córtex pré-frontal. É a capacidade de gestão, organização e concentração.
Pra minha insônia, somente zolpidem ou quando estou em mania e preciso de antipsicótico que me deixa babando…
Tia Sally, uma vez vi isso como plot num desses sitcoms da vida, então quero saber o que é que acontece de verdade: o que é que acontece se uma pessoa que NÃO TEM DDAH toma Ritalina?
Sally, vou te dizer…se eu não fosse casado, eu pegava você.
Que mulher!
Tia, eu adoro quando vc posta esses lances de neurologias e afins. Adorei a postagem sobre o sono, agora esta. Gosto tanto dessas quanto das de falar mal de homem.
Outra coisa que vc não falou é que alguns DDAs se perdem na rua, erram os caminhos mesmo que façam o mesmo fuckin trajeto todo dia! Eu me perco até dentro de elevador. Não vivo sem GPS, Google Maps e afins. Já cheguei ao fundo de poço de pedir informação pra um turista no Centro da cidade. O gringo sabia o caminho melhor que eu.
Eu já sabia que tinha essa fudição na mente. Não tomo Ritalina porque tem efeito colateral em quem tem tendência a depressão. CADÊ O SEU DEUS que cria uma porra de um cérebro humano todo deficiente? É porque somos feitos a imagem e semelhança dele! Ele é uma ameba e somos filhos duma ameba, amém.
Vou fazer um sobre TOC também, pode deixar.
Pois é… o teste do Google é só para avaliar se vale a pena PROCURAR UM MÉDICO. Um bom médico é o único capaz de dar um diagnóstico preciso, até porque DDA é algo muito subjetivo.
Uma coisa eu posso afirmar: independente do tipo, toda pessoa com DDA tem grande dificuldade em se concentrar. Se você não tem dificuldade de concentração acredito que pode descartar DDA.
Dificuldade para dormir é comum em DDA sim, porque a mente não para. Isso pode causar insônia ou dificuldade para "se desligar". Mas a dificuldade em dormir por si só não basta para dizer que alguém tem DDA.
Essa coisa de ser "uma pamonha na hora" e depois pensar em mil respostas acho que acontece com quase todos nós… O melhor a fazer é agendar um horário com um neurologista especializado em DDA (existem clínicas específicas) e ter uma boa conversa com ele. Na verdade, eu procuraria até mais de um, não confio em médicos…
Uma coisa me chamou a atenção lendo os comentários, pelo jeito DDA ainda está na moda…Agora os momentos de desatenção e preguiça que todo mundo tem virou motivo pra dizer "ah, eu tenho alguns desses sintomas, então automaticamente quer dizer que tenho DDA" e nego não tem a mais remota idéia de como é realmente TER DDA. Porra, teste de internet não vai dizer com certeza se a pessoa tem ou não DDA, só um diagnóstico médico pode confirmar ou não. Pronto, falei…
Procurem um especialista se querem ter um diagnóstico preciso, aliás, mais de um.
Uma coisa que a Sally disse e é importante… pode ser "apenas seu jeito", depende se é algo que causa sérios prejuízos ao sujeito.
Queria aproveitar e sugerir um "Processa Eu" que deveria ser escrito pelo Somir: Aquaman.
Ele com certeza merece, pois um sujeito que usa blusa laranja e conversa com peixes, não deveria ser considerado um super herói.
Abraço
Saaaaaaally, explica o TOC também vai…
*de joelhos implorando*
Vc sabe se o DDA afeta o sono de alguma forma, seja dormindo mais ou menos???
Sally…
Eu percebi que acontece comigo uma coisa estranha, diferente e lembrei disso lendo uma das perguntas do texto. Quando fico sabendo de algo que eu não esperava, ou tem alguém brigando comigo, me criticando, me cobrando ou algo do tipo, eu ouço tudo com calma e na hora fico um tanto travada, sem reação, não consigo articular respostas. Algumas horas depois, ou no dia seguinte parece que eu finalmente assimilei tudo que ouvi e aí eu começo a lembrar de coisas que eu poderia ter dito em minha defesa e que anulariam o que a outra pessoa disse, ou penso na reação que eu deveria ter tido.
Não estou certa se é DDA porque eu sempre consigo controlar a ansiedade e não tenho tanta dificuldade em me concentrar (admito que uso café, musica e chocolate como estimulantes quando a tarefa é muito chata).
Você já viu/ouviu algo parecido?
Muito chato ser uma pamonha na hora que precisa e só saber o que fazer depois que o momento passou :(
Eu só consegui ler o texto até a metade, vou ler oresto depois… será que tenho DDA?
Também vou procurar um teste no ggole :s
L : não necessariamente
Pode ser DDA em grau leve, pode não ser nada (apenas seu jeito de ser) ou pode ser alguma outra coisa.
A questão é: as características que você tem são de tamanha intensidade que chegam a atrapalhar o seu dia a dia e te prejudicar de alguma forma?
Quando voce tem filhos, DDA pode ser um problema. Uma vez esqueci meu filho dentro do carro, mas graças a Deus minha esposa percebeu a tempo. As vezes me sinto meio incompetente, se nao fosse pela minha esposa eu ja teria feito coisas muito prejudiciais sem querer. Reconheço que e dificil conviver com um DDA, tem que ter muita paciencia.
Sally, mas e se a pessoa só tiver alguns dos sintomas, isso significa um DDA mais leve?
Sally, quando li seu texto fiquei fazendo sinal de "sim" com a cabeça a cada parágrafo. Você me descreveu do começo ao fim.
Eu sempre soube que tinha alguma coisa errada comigo, mas meus pais são muito xucros e acham que tudo isso é frescura, ou como diz meu pai, falta de porrada.
Vou passar seu texto para eles (eles gostam do Desfavor! minha mãe confia em você!) e espero que agora eles aceitem
Sal, nao tenho palavras pra te agradecer! Toda a vida eu senti tudo isso ai que voce falou mas nunca comentei (e nem sei ate que ponto eu percebia) porque achava que eu era maluca e incompetente.
Depois de ler o seu texto fiz uma busca rapida no Tio Google e acho que tenho mesmo dda. Claro que quero ir num medico para confirmar bonitinho e tal, mas ja estou alividada de saber que eu nao conseguia dar tudo que me cobravam por um problema neurologio! a vida inteira eu pensei que eu era uma merda!
Sally, voce mudou a minha vida
Sally, eu te amo!!!! Como possuidora que sou do ADHD-PI(que aliás é tão diferente dos outros que estão considerando fazer com que vire uma desordem distinta), é ótimo ler textos como esse…O saco é que Ritalina não funciona para todo mundo e se a pessoa for ADHD-PI como eu, quase certamente não vai funcionar…Btw, to enviando o link da postagem para certas pessoas, quem sabe assim a luz alcance elas(duvido, nego é burro, mas naõ custa tentar)
Eu tenho TDAH, além de transtorno de personalidade borderline (comorbidade), ambos diagnósticos têm como critério a impulsividade.
Textos grandes como esse eu só consigo ler do fim para o começo, aos poucos. Obrigado Sally por me sacanear. (Métodos que inventei para burlar a falha no meu sistema)
Por vezes é difícil me concentrar para preencher uma folha de cheque… Por vezes ao invés de pegar a ponte da Vila Maria, eu vou direto para Guarulhos…
Não uso mais ritalina, ao contrário, pelo TPB utilizo remédios que pioram o déficit.. Por causa do TPB (CID 10 F60.31) a cocaína que me ofereceram na faculdade para me ajudar na concentração perto de eu me formar, se tornou uma muleta perigosa, foi por um tempo escape para frustrações também. Não recomendo, não aceitem esses conselhos crianças.
Com a terapia cognitivo comportamental, que a Sally pensa que é algo apenas para adestrar seres humanos, hoje consigo controlar todos esses probleminhas e vivo com qualidade de vida. Embora seja um problema químico/fisico, é possível reprogramar a mente.
E essas coisas são verdadeiras e só digo virtualmente para seres que não poderiam tirar meu emprego, porque quando entrego um atestado de um psiquiatra, digo que sofro de insônia, apenas.
nenli o seu first
First.