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Sally Surtada: Baixo Nível!

| Sally | | 30 comentários em Sally Surtada: Baixo Nível!

Ai, essa VAI pro meu orkut!Muito se fala sobre como as mulheres estão ficando vagabundas, ordinárias, piranhas, interesseiras e etc. Isto vem ofuscando uma série de comportamentos igualmente repulsivos que as companheira do sexo feminino se sentem no direito de perpetrar e também merecem críticas. Mas parece que ninguém se importa muito com baixaria que não seja de cunho sexual, ou ao menos não se choca tanto. Estamos nos acostumando com o baixo nível feminino? É isso? Às vezes tenho a impressão que só eu me choco com as coisas cada vez mais baixo nível que acontecem em nosso cotidiano, coisas que estão começando a ser socialmente aceitas por repetição, que acabaram por encontrar tolerância social por insistência. As pessoas parecem estar se conformando e aceitando certas atitudes e posturas femininas muito baixo nível escoradas em argumentos que, em minha opinião, não se sustentam.

Repito: ultimamente só vejo pessoas batendo na tecla da piranhagem, sobre como uma grande parcela das mulheres está cada vez mais piranha e achando isso bonito. Concordo, mas muito já foi dito sobre o tema, então, não vou perder meu tempo escrevendo sobre estas mulheres que se acham pegadoras e no fundo são carentes, que posam em fotinho no orkut com copinho de cerveja e cigarro nas mãos mas querem um homem que as valorize e as respeite. Acho que a vulgaridade feminina, potencializada pela evasão de privacidade via orkut, twitter, facebook, youtube e similares, vem ofuscando outras atitudes femininas tão baixo nível quanto e que também merecem um belo holofote de críticas dando destaque.

Não se trata de mulher querer se portar como homem, isso é apenas feio, me refiro a posturas femininas bizarras , coisas que nem mesmo homens tem coragem de fazer. Estas posturas não estão sendo socialmente condenadas e algumas vezes até estão sendo recompensadas. Não, não vou falar de piriguetes, de piranhagem. O intuito não é moralista, até porque, a moral já foi pra casa do caralho faz tempo, nem adianta escrever sobre isso.

Primeiro, vamos esclarecer o que é ser baixo nível. Uma coisa é o “baixo nível” quase que científico que nós fizemos questão de exaltar na nossa “Semana Baixo Nível”, uma brincadeira, uma piada de mau gosto. Outra coisa são atitudes, estilos de vida e práticas realizados como se fossem uma coisa muito bacana e descolada sem a consciência de se tratar de algo errado, pouco ético e baixo nível.

Por exemplo, eu tenho visto meninas de classe social privilegiada mijando no meio da rua em eventos ou bares lotados (Lapa? Oi?). Eu acho isso de um baixo nível inaceitável. Não é falso moralismo nem nada do tipo, é questão de bom senso mesmo. É ruim um homem mijando na rua, mas uma mulher? Bem, por questões físicas, me sinto no direito de dizer que é muito mais nojento uma mulher mijando no meio da rua. Numa boa? Isso é coisa de bicho, não é coisa de gente. No entanto, a prática vem sendo tolerada com tranquilidade, ainda mais em certos bairros boêmios. Sempre vai ter quem use o argumento que homem faz também, mas 1) é nojento também e 2) existe uma peculiaridade física que piora ainda mais a situação de quem urina na rua. Para aquela mulher que abre a boca para dizer que se homem faz mulher também pode fazer, eu sugiro que tire a camisa e saia na rua sem camisa.

Mas baixo nível não se limita a higiene e moral, baixo nível é algo mais abrangente. Profissionais com vocabulário medíocre permeado por gírias e/ou palavrões também me tiram do sério. E no geral, são mulheres, os homens tem mais cuidado com a postura no local de trabalho. Você deve estar se perguntando com que moral eu, cujo vocabulário se assemelha ao de um marinheiro bêbado, levanto este tipo de discussão. Bem, uma coisa é escrever em um blog, sob pseudônimo, outra muito diferente é se valer deste vocabulário em ambiente de trabalho. Vejo advogadas, médicas e outras profissionais permeando frases em seus locais de trabalho com termos como “tipo assim”, “nada a ver”, “maneiro” e similares. Isso é inaceitável. Vou repetir, isso é INACEITÁVEL, a menos que você tenha uma profissão muito informal. Palavrão então, nem se fala. E nem vou começar a citar a falta de postura: mulheres fofocando e rindo no ambiente de trabalho sobre assuntos que nada tem a ver com o trabalho, muitas vezes na frente dos clientes ou pacientes seus ou de seus colegas. MEDONHO, isso mina a credibilidade da profissional e da instituição ou do órgão no qual ela trabalha.

Na vida pessoal as mulheres também não andam dando o melhor dos exemplos. Não raro vemos mulheres brigando ou dando esporro e namorados e adjacências em público. Isso é muito baixo nível, alma barraqueira, falta de controle emocional, falta de amor próprio e vergonha na cara. Sinto um arrepio na espinha quando vejo uma mulher na rua beliscando seu namorado porque ela acha que ele está olhando para outra. Minha Filha, se você acha que seu homem é escroto a ponto de olhar ostensivamente para outra mulher na sua presença, SE AME e dê um fora nele, procure outro homem que te respeite. Não fique brigando, chilicando, beliscando e muito menos xingando a outra, que não tem culpa nenhuma de você ter escolhido um bostão que faz uma porra dessas. Vai dar essa moral toda para ele, beliscando, perguntando se ele estava olhando, chorando, gritando? Baixo nível. Terceiros (e por terceiro me refiro a qualquer ser humano que não seja o casal) NÃO TEM QUE SABER que o casal está brigando, quando está brigando e porque estão brigando. Se souberem, você é baixo nível. Se manque e lave roupa suja em casa. Em voz baixa.

Outra coisa que vem me chocando, e olha que para algo me chocar precisa de muito porque eu sou cascuda, é o nível da conversa entre mulheres. Em ambientes só de mulheres ou mesmo em ambientes mistos, mulheres esclarecidas, diplomadas e com um nível razoável de cultura parecem sentir prazer em tratar de assuntos desnecessários, talvez para chocar ou até mesmo para se diferenciar da grande massa. Não dá para se diferenciar por algo um pouco mais nobre ou mais útil para a sociedade não? Ser muito inteligente? Ser muito bonita? Ser muito carismática? Vejam bem, quem conhece o Desfavor sabe que eu dificilmente condeno moralmente alguma coisa. Semana passada escrevi um Desfavor Explica sobre pentelhos. Mas, existem pessoas que cruzam todas as linhas do mau gosto e respeito, até mesmo para mim, cujas fronteiras são bem flexíveis. Falo de mulheres que discutem e narram em uma mesa de bar como depilam os pêlos do cu ou sobre cuspir ou engolir quando fazem sexo oral. Baixo nível e desnecessário. Fica feio, bobo e infantil. Mulheres inseguras que precisam se afirmar e se destacar desta forma bobinha, que no fim das contas, por mais que elas achem que não, queima (e muito) suas imagens. A gente nunca sabe quem está nos ouvindo. Precisar deste recurso depõe contra a pessoa.

Outra postura Vergonha Alheia Master que a mulherada vem adotando é trair ostensivamente seus respectivos cônjuges. Quando falo ostensivamente, me refiro a aquela traição explícita, aquela feita para magoar, aquela feita sem preocupação,na frente de todos, inclusive de amigos em comum do casal. Aquela que expõe o parceiro a humilhação pública e deixa claro não apenas a falta de amor, como a falta de carinho e respeito. Trair e mostrar ao mundo que traiu, com orgulho. Não vou entrar no mérito da traição, até porque acredito que nem sempre ela seja uma filhadaputagem e nem sempre seja condenável (só quando é contra mim, neste caso é sempre fdp), vou me ater a criticar a publicidade ostensiva que estas mulheres se orgulham de dar à sua traição. Qualquer coisa que diga respeito à intimidade do casal deve ser mantido na esfera privada, inclusive um chifre. Mas, contar no seu ambiente de trabalho aos gritos e gargalhadas que faz sexo anal com o amante mas não faz com o marido é sofrivelmente baixo nível. Esta gracinha de traição ostensiva é uma “nova moda”, está surgindo agora, pode ser que você não tenha visto (ainda), mas infelizmente é provável que acabe vendo. Para que? Talvez porque se sintam menos cornas se mostrarem ao mundo que também traem. Talvez por não se sentirem mais tão desejáveis. Não sei bem qual é a motivação, só sei que é nojento, nem tanto pela questão moral, mas sim pela baixaria do ato em si.

Nem vou citar mulheres que se deixam fotografar nuas, filmar, que mostram bundinha e peitinho no msn, que colocam fotos ousadas em meios públicos e outras formas baixo nível de evasão de privacidade. Porque já escrevi sobre isso aqui no Desfavor. Rolei de rir quando, anos atrás, uma pessoa muito querida abriu uma comunidade no orkut que dizia que mulher que coloca foto de biquini no orkut é puta. Depois reclamam, depois choram, depois se dizem surpresas quando utilizam sua imagem de forma vexatória tipo virar uma Somira da vida. Só quero frisar que quem faz uma imbecilidade dessas não pode se dizer traída quando é dada publicidade a este material, porque estava ciente dos riscos.

E mulher que contrata garoto de programa? Como já disse antes, vou passar longe da questão moral, até porque acho igualmente condenável pagar por sexo, seja homem ou mulher. O grande problema é que um homem que paga por uma prostituta pode enfiar-lhe a porrada se ela engrossar e tentar cometer algum crime contra ela, já uma mulher, paga um garoto de programa fortão para se sentir descolada e muderna e caso este garotão sarado queira sacaneá-la, roubá- la ou fazer qualquer merda contra ela, será muito mais difícil se defender. Será que as mulheres não percebem a imbecilidade que estão fazendo? Sem contar que para homem é sempre menos fácil (porque eu já não tenho a coragem de usar a palavra “difícil”para sexo) comer uma mulher, o que muitas vezes leva o Zé Ruela a pagar (continuo achando errado). Mas mulher… porra, sempre tem um palhaço querendo comer a gente. Mas a mulherada (pasmem, a maior parte, casada) tá contratando garotos de programa! E chamam eles nos seus escritórios, nos hospitais onde trabalham e até mesmo em suas casas! E contam, e ficam rindo. Baixo nível.

Palavrão. Assunto delicado. Até mesmo porque eu sou usuária frequente e escrevi um Ele Disse, Ela Disse defendendo que palavrão não mina a credibilidade de ninguém. Mas existe hora e local para tudo. Vejo mães dando broncas em crianças de um ou dois anos de idade recheadas de palavrões cabeludos. Vejo advogadas avisando a seus clientes que se fizer tal coisa “fudeu geral” ou “tá fudido”. E são pessoas de uma suposta classe social elevada, que trabalham em locais conceituados. Por mais que eu defenda a liberdade de falar palavrão, nem mesmo eu teria coragem de dizer a meu filho de dois anos que se ele deixasse cair a chupeta no chão mais uma vez eu pegaria essa chupeta e enfiaria “no meio do seu cu”, porque até mesmo uma pessoa como eu tem limites. Detalhe que eu escutei esta frase da boquinha de uma mamãe formada em pedagogia pela melhor faculdade do Rio de Janeiro. Baixo nível vai dominar o mundo.

E mulheres que dividem uma série de detalhes a pessoas com as quais não tem intimidade e que ninguém quer saber? Quando foi a última vez que cagou e quantas anda a prisão de ventre, se o namorado tem cabelo na bunda, como descobriu que seu pai é um canalha e tem uma amante, como estão saindo coágulos em seu fluxo menstrual naquele mês ou como urinou na cama na noite passada. Existem coisas que devemos guardar. Porque o baixo nível não é necessariamente com a vida dos outros, pode haver um comportamento baixo nível da pessoa para com a própria pessoa ou a própria vida. Algumas informações ultrapassam a classificação de “sem noção” para uma escala superior e caem no baixo nível mesmo. Tá na hora de deixar de ser carente e achar que todo mundo é amiguinho, é desabafável, que todo mundo vai te amar só porque você arreganha sua vida para a pessoa.

Acredito que a maior parte de vocês tenha lido e concordado que estes fatos e atos narrado são baixo nível e tenham identificado algumas destas atitudes em amigas ou colegas. As pessoas costumam saber identificar o que é baixo nível. A questão é: porque toleram? Porque mantém contatos e amizades com pessoas baixo nível? Seria porque o mundo está tão baixo nível que está difícil encontrar pessoas com um mínimo de postura? Ou será porque as pessoas estão tão calejadas que já não se chocam e tendem até a achar normal atitudes baixo nível?

Você pode dizer que isso é problema de cada um, que cada qual seleciona suas amizades e que eu não tenho nada com isso, mas infelizmente algumas pessoas que participam das nossas vidas nos expõe às suas amizades de forma obrigatória. Trazem amigos para dentro das nossas casas, dos nossos trabalhos, das nossas vidas. Com isso somos forçados a aturar o baixo nível de perto e todo o mal estar que ele acarreta. Porque tem muitas pessoas que não se importam em conviver com o baixo nível, daí somos expostos a estas pessoas que causam mal estar e constrangimento, sob argumentos medonhos como “ah… é o jeito dela…”. Bom, então o “jeito dela”é super baixo nível e eu não quero ser forçada a conviver com isso, ok? Se isso não te choca e não te incomoda, sinal que você está a um passo de ser baixo nível também. “ahh… mas apesar disso, ela é uma boa amiga ou uma boa profissional”. Tenho certeza que existem pessoas alto nível que também são boas amigas e boas profissionais, porque se sujeitar a conviver com pessoas baixo nível? Porque amigo e colega, a gente ESCOLHE. Se você não se sente profundamente incomodado com o baixo nível, cuidado. Você está se acostumando e perdendo a capacidade de discernir o que é normal do que é repugnante e medíocre.

O que mais me dói é a certeza de que boa parte destas mulheres com atitudes “baixo nível” não o são, apenas se portam assim em uma espécie de mecanismo de defesa bobo, para camuflar uma insegurança qualquer, para ser aceita em determinado grupo ou por qualquer outro motivo estúpido. E é muito difícil alertá-las, pois elas desvalorizam qualquer conselho classificando- o como “moralista”, como tentativa de repressão ou qualquer outro argumento pejorativo. Uma lástima, várias mulheres das quais eu gostava bastante enveredaram pelo caminho do baixo nível ostensivo, achando bonito, o que me faz querer distância. Não por medo do que possam pensar, mas porque o baixo nível me incomoda, me parece empobrecedor, me faz sentir que tenho muito pouco em comum com aquelas pessoa e que ela já não tem mais nada a me acrescentar, muito pelo contrário. Uma pena que meninas em idade escolar, ávidas por aceitação, ainda não tenham culhões de bater o pé e ser diferentes do grupo baixo nível com orgulho, alguns colégios estão graduando turmas inteiras de baixo níveis mirins. Uma pena que pessoas adultas não sejam inteiras o suficiente para cortar fora amizades baixo nível sem medo do que os outros vão pensar.

Fica aqui meu apelo a você, Leitora: não entre pelo caminho do baixo nível. Você não precisa disso. Mantenha uma postura na sua vida pública. Não me refiro a falsa moral nem a viver uma mentira, apenas a uma postura que não comprometa o respeito e a credibilidade que o mundo tem com você. E não se force a andar próxima ao baixo nível, você NÃO ESTÁ ERRADA ao querer se afastar de quem é baixo nível. Isso não te faz esnobe, nem escrota nem moralista. Isso te faz inteligente.

Para dizer que baixo nível é ter a Dilma como Presidente da República e Tiririca como Deputado Federal, para dizer que é bacana andar com pessoas baixo nível porque isso ressalta seu alto nível ou ainda para dizer que não achou nada do que foi descrito aqui baixo nível e me acha uma moralista babaca: sally@desfavor.com


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